A História de um Dragão Chamado Spike escrita por GambitRJ


Capítulo 60
A Angústia de Applejack e a fúria de Celestia nas Bad Lands


Notas iniciais do capítulo

A passagem por Appleloosa mexe com os sentimentos especialmente de uma das pôneis, com a a chegada as Bad Lands Celestia mostra que não é só uma simples princesa de contos de fadas.
Aos meus caros leitores: Eu sei que esse capítulo ficou grande, pensei em dividi-lo, mas conforme eu fui escrevendo foi... Foi... Bem, por favor, leiam com paciência, se sentirem 10% do que senti quando escrevi vou ficar muito feliz! Explicação nas notas finais.



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Conforme a orientação de Baltus, no entroncamento da ferrovia Celestia guiou as tropas para o sul, rumo a Appleloosa, mas preocupada com a situação a comandante Spitfire junto de alguns Wonderbolts foram enviados para verificar a situação de Dodge City e da passagem norte das Bad Lands, a missão era para ser discreta e apenas de reconhecimento. Celestia queria saber o quanto a cidade havia sido afetada pela passagem das criaturas malignas e o grupo deveria retornar o mais brevemente possível.

A marcha continuou e parecia não ter fim, pois a ansiedade de chegar a última cidade pônei antes da região de conflito era grande. Já ao entardecer, era possível ver uma leve névoa subir ao céu a frente, era Appleloosa.

Ao se aproximarem um novo choque de realidade se abateu no espírito dos pôneis a cidade estava extremamente destruída, nenhuma construção havia passado incólume. O prédio da estação do trem havia desabado e parte dos seus escombros estava sobre os trilhos.

Imediatamente Celestia ordenou:

— Comandante reúna alguns dos soldados e liberem a passagem dos trens.

— Sim senhora!

Aquela paisagem apertou o coração não só da governante de Equestria, mas de todos os presentes. Ela, Luna e as poneisix foram adentrando a cidade, sobre o prédio da prefeitura e em outra construção das mais altas do local que haviam ficado de pé, em suas cumeeiras descansavam um elmo, cada um posicionado como se vigiassem os céus e dissessem aos inimigos: “Este local está sob nossa guarda!”, mas nenhum outro sinal pessoal dos dragões como restos de escamas, runas ou mesmo sangue era visto, apenas suas marcas de luta eram percebíveis resultados de suas chamas e garras.

Casas haviam sido incendiadas, outra estava só com as paredes laterais de pé como se algo tivesse caído no centro esmagando tudo. As características manchas negras com cinzas cobrindo o chão, idênticas a dos inimigos derrotados espalhavam-se por toda a parte. Uma das pôneis estava especialmente nervosa com tudo aquilo: Applejack. Num rompante ela correu pela rua, queria chegar a casa de seus parentes.

— Vão com ela e tomem cuidado. – disse Celestia num tom sereno – Tenente? Reúna alguns pôneis e verifique as construções. Soarim, sobrevoe a cidade e veja se encontra algum sinal da população. – Celestia parecia fria e distante, mas era algo que contrastava com o que seu coração sentia.

— Irmã, você precisa de alguma coisa? – perguntou Luna que notara que seu rosto não condizia com o que estava sentindo.

— Só fique ao meu lado irmã, por favor... – respondeu, sua voz estava carregada de emoções naquela hora. Tristeza, medo, raiva, esperança... Parecia que ia explodir.

Applejack correu como se estivesse disputando um dos festivais de Appleloosa que ela tanto gosta, suas amigas quase a perderam de vista.

— Applejack! Espere por nós! – gritou Twilight.

A única que conseguia acompanha-la era Rainbow Dash, e mesmo assim porque estava voando, mas ela não pediu para a amiga reduzir a marcha, voou a seu lado em silêncio esperando que chegasse a seu destino.

Applejack parou em frente onde era a casa de seus tios e primos, agora reduzida a escombros e cinzas, o celeiro, idem.

Applejack fez menção de se aproximar da casa, mas foi contida por Rainbow Dash.

— Calma aí garota! Pode cair algo em cima de você, me deixa sobrevoar a casa.

Applejack não respondeu nada, só olhava fixamente para os escombros.

— Applejack! - gritou Pinkie Pie, suas sobrancelhas caídas e a falta do sorriso característicos denotavam sua preocupação. Ela então abraçou a amiga, e acenou com a cabeça como se liberando Rainbow Dash a fazer seu reconhecimento aéreo.

As demais amigas logo rodearam Applejack, Rainbow Dash logo terminou sua vistoria.

— Olha ninguém a vista, mas vi rastros no curral. – falou a pégaso.

Todas se encaminharam até o local. Boa parte das cercas do curral estava destruída era possível ver marcas de garras de dragão em alguns dos troncos que foram arrancados. O que chamava mais atenção no centro do curral era um poste que havia ficado de pé sem danos, ele era usado para prender fitas e bandeiras coloridas na época dos festivais, momentos felizes vinham a memória da pônei terrestre, mas dessa vez a única coisa que o decorava era mais um elmo encaixado em seu topo, esse modelo possuía um adorno que parecia uma viseira onde os olhos da criatura se encaixaria. Sua feição era ameaçadora e olhava para baixo bem nos olhos de Applejack, ela nunca pensou que aquele adereço para festivais poderia ficar tão ameaçador.

Ela encarou o olhar do capacete draconiano por alguns instantes, seu semblante mudou para uma raiva extrema.

— Applejack? – chamou Twilight.

— Malditos dragões! – esbravejou deixando algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, era impossível não associar a casa de seus parentes em Appleloosa com sua fazenda em Ponyville.

— Não fique assim amiga! Spike está lá lutando por nós também.

— Eu não estou falando do Spike, Twilight, olhe isso! Por Equestria! Por que tudo isso?

A pônei abaixou a cabeça tentando manter a calma, mas as lágrimas teimavam em não cessar. De repente uma voz ao longe chamou sua atenção.

— Applejack! Applejack!

Era seu primo Braeburn ele estava acompanhado da jovem, porém um pouco mais crescida búfala, Little Strongheart.

— Braeburn! – ela correu em direção ao primo e se abraçaram agora suas lágrimas escorriam como um rio, mas de alegria – Como estão a tia e o resto da família?

— Todos estão bem, todo mundo da cidade está bem, os dragões e os búfalos chegaram horas antes de tudo isso acontecer, houve um início de pânico, mas eles organizaram a evacuação numa rapidez que eu nunca imaginei que fosse possível, um deles até destruiu a cerca do curral para que os animais nos seguissem mais depressa.

— E para onde vocês foram? – perguntou a jovem.

— Estamos todos nas cavernas da fazenda de rochas a oeste daqui.

— Eu não falei? – disse agora uma sorridente Pinkie Pie.

— Os dragões disseram que estariam sempre vigiando o caminho para que aquelas coisas não chegassem a nós. Eu vi do horizonte prima. O céu ficou em chamas! Quando os clarões diminuíram e correu a notícia que a Princesa Celestia estava a caminho daqui, eu pedi para Little Strongheart e alguns de seus parentes me acompanharem, eu precisava ver o que aconteceu.

As seis amigas logo deduziram que o significado dessa vigilância seriam os elmos vistos pelo caminho. Braeburn aproximou-se de sua casa agora, em ruínas e ficando alguns momentos contemplando-a.

— Sinto muito primo. – disse sua a jovem Apple.

— Tudo bem, eles não podem destruir as nossas lembranças, o que é material nós reconstruimos! – essas palavras deram ânimo a todos os presentes.

— E quando tudo isso terminar, nós estaremos aqui para ajudar. – completou Twiligth.

— E meu povo também. – disse Little Strongheart.

— Obrigado a todas.

O grupo retornou para onde Celestia estava, quando chegaram o sol já havia se posto e notaram que havia outro grupo de búfalos conversando com ela e assim colocando-a a par de todo ocorrido, ter uma nova confirmação que toda a população estava a salvo foi um alento para o seu coração. Os trabalhos para a desobstrução da ferrovia estava a todo vapor já no meio da noite Spitfire retornara.

— Princesa Celestia, Dodge City está praticamente no mesmo estado que Appleloosa, totalmente deserta e destruída, mas acabamos encontrando outro destacamento de dragões, seu líder nos falou que a cidade havia sido evacuada horas antes da batalha, a população estava refugiada nas cavernas da face norte das montanhas, a trilha ao norte das Bad Lands está realmente bloqueada por desmoronamentos eu vi que os dragões a vigiam do topo das cordilheiras, a movimentação lá é intensa.

Mais um alívio para Celestia, agora ela poderia concentrar-se na batalha que estava por vir. Alguns búfalos iriam se juntar ao exército e iriam à frente como batedores, eles conheciam onde era a passagem oeste mencionada por Baltus para olhos não treinados seria difícil localiza-la.

Os reparos na ferrovia terminaram no início da madrugada, Celestia optou por dar um descanso as tropas e partiriam antes do sol raiar, e assim foi feito, logo avistaram as montanhas e mais um pouco encontraram os batedores que mostraram onde ficava o caminho, de longe realmente parecia não haver nada lá, mas o posicionamento da montanha criava um ilusão de ótica que escondia a passagem que nascia atrás de uma grande rocha paralela a ferrovia.

Apesar de já ser dia todos tinham a sensação de estarem sendo observados. O topo das montanhas estava coberto por uma névoa branca, os ventos fortes impediam a verificação aérea dos Wonderbolts. Logo na entrada Celestia e Luna depararam se com dois elmos um em cada lado da trilha descansando sobre as rochas com suas faces apontadas para o céu.

— Sou só eu? Ou parece que há olhos nos observando por todos os lados? – comentou Rarity

— Você acha? Isso é um fato! – disse Discord no seu tamanho diminuto que não saíra de baixo da crina de Fluttershy desde o encontro com Baltus – Olha! Aquela vaga nas falésias ainda está disponível...

A trilha era surpreendentemente espaçosa era possível andar cinco lado a lado, os suprimentos dos trens agora foram distribuídos entre todos. A caminhada era sinuosa a sensação de estarem sendo observados do alto continuava, havia uma leve neblina no ambiente o que deixava tudo ainda mais assustador, quase não havia conversa entre os pôneis.

Numa certa hora Pinkie Pie observara uma das rochas mais escura no alto, ao olhar para o outro lado e voltar para mesmo ponto parecia que ela havia desaparecido.

— Ué não tinha uma pedra ali?

— O que? - perguntou Gilda que estava a sua esquerda.

— Tinha uma pedra ali...

— Deixa quieto Pinkie Pie, você vai deixar os outros mais nervosos do que já estão. – respondeu Gilda.

Algum tempo depois Celestia e Luna que estavam à frente da coluna chegaram ao final da trilha e a grande planície das Bad Lands se estendiam até o horizonte, próximo dali um grande acampamento dos dragões, as criaturas iam e vinham, mas aquele não era um acampamento qualquer, era um hospital de campo, diversas daquelas criaturas em variados tamanhos estavam deitadas sendo cuidadas por outros dragões.

De repente um grande vulto decolou do lado esquerdo de Celestia, era um dragão de médio porte apesar da proximidade ninguém o havia notado, o tom de suas escamas praticamente se confundiam com as cores das rochas. Ele voou até o acampamento e conversou com uma dragoa branca que parecia ser a médica chefe daquele hospital de campo. Ela observou o final da trilha e começou a caminhar calmamente em direção a eles.

A princesa do sol pôs toda coluna a marchar lentamente até ficar cara a cara com dragoa cujo o olhar denotava grande sabedoria e experiência de alguém que já viveu milhares de anos.

— Princesa Celestia. – fez uma reverência – Bem vinda as Bad Lands, nunca o nome dessa região lhe caiu tão bem. Ouvi muito falar de você. Sou Célia, líder da divisão médica do 3° exército do rei sob o comando de White Diamond, você chegou mais cedo do que eu esperava.

— O tempo urge, lady Célia. – fez uma reverência em resposta – Eu regente dos pôneis sob a luz do sol, junto da princesa Luna regente dos pôneis sob a Lua e princesa Twilight da magia da amizade viemos aqui junto de outros povos do mundo compartilhar o fardo que estão carregando.

O olhar de Célia era extremamente amistoso, ela suspirou e observou aquela miríade de povos unidos e abriu um leve sorriso.

— Você pretende ir até a tempestade não é?

— Sim. Mas Gostaria de deixar alguns dos meus aqui para ajuda-los também e manter uma base nossa de referência.

— Eu permito e agradeço a ajuda, mas só para avisar, ele não sabe que você está aqui, Éfeso proibiu que contassem ao Goldie, o rei precisa estar focado no que está fazendo... Provavelmente aquele jovem dourado vai ter um ataque quando a ver pronta para batalha com armadura e tudo mais... – Célia quase soltou uma risadinha ao final da frase.

— Bem não tenho culpa de ele não acreditar quando digo que posso me cuidar. – respondeu com um sorriso.

Após essa conversa amigável Celestia e Luna levaram todos os pôneis recrutas civis para o acampamento reservando uma área exclusiva para guardar os suprimentos, logo o corpo médico se apresentou a Célia aguardando instruções de como poderiam ajudar, apesar do receio de falar com a dragoa do gelo, a mesma os tratou com cordialidade e perguntou a cada um qual era sua especialidade e os distribuiu para auxiliar outros dragões, apesar do número considerável do corpo médico dos dragões eles estavam no limite de entrar em sobrecarga.

Em outra parte do acampamento um dragão da terra discutia com sua médica do mesmo clã.

— Minhas asas podem estar incapacitadas, mas eu posso andar Trinity!

— Não se eu quebrar suas patas Badrock! Se ficar aqui logo lady Célia dará um jeito em suas asas! – respondeu a dragoa de forma ríspida mesmo tendo quase metade do tamanho do colega. As asas de Badrock estavam enfaixadas junto ao seu corpo.

— Eu preciso voltar ao combate... Droga as baixinhas são realmente as mais enfezadas!

— Baixinha, é o raio que o parta!

Mesmo ansioso para voltar a luta Badrock esboçou um sorriso, pelo menos ele estava com a bela Trinity. Ao observar a movimentação do acampamento notou a chegada dos visitantes eles já se integravam aos poucos ao hospital, e notou Celestia preparando as tropas para continuar rumo sul.

— Eles realmente querem lutar... – ele olhou para o sul onde no horizonte o céu permanecia alaranjado – Trinity, eu preciso de sua ajuda...

Celestia e Luna acabaram de organizar as tropas, antes de iniciarem a nova marcha Célia aproximou-se.

— Princesas, eu gostaria de acompanha-las em sua marcha, mas tenho uma missão a cumprir aqui também. Os Ancestrais estarão observando e protegendo vocês. Que bons ventos as levem.

— Obrigada lady Célia. – respondeu Celestia.

E a marcha recomeçou, agora nas planícies das Bad Lands.

Conforme o hospital de campo ficava para trás a paisagem desolada do local se sobressaia. Parecia que uma tempestade caia por toda região devido aos sons que pareciam de trovões que ecoavam em diversas intensidades, ao longe era possível ver vultos alados que se sobressaiam quando os flashes dos relâmpagos apareciam ao fundo, um grupo de três dragões carregando numa espécie de lona um quarto companheiro passou direto por sobre a coluna, eles avistaram as tropas, mas não pararam por motivos óbvios. Estavam com tanta pressa que nem deu tempo para algum pégaso se aproximar e perguntar se precisavam de ajuda.

Mais uma cena para aumentar a preocupação das seis pôneis com Spike. Pelo caminho cruzaram com alguns elmos dispostos sobre pedras sempre virados para o sul.

A regente de Equestria parou por alguns instantes notara algo a frente, seu semblante fechou.

— Tropas! Às armas! Arqueiros preparados! Avançar! – Celestia disparou na frente, todos gritaram com o calor da batalha por vir. Os voadores avançaram e logo viram o que fez a alicórnio declarar o início do primeiro combate. Havia um dragão da terra lutando sozinho contra diversos inimigos ele possuía diversos ferimentos, sua armadura estava seriamente danificada, seu sangue manchava as rochas e se misturava a diversas manchas negras no solo que o rodeavam fruto dos inimigos que já havia derrotado, mas ele continuava rodeado por diversos deles em diversos tamanhos, mesmo na desvantagem o dragão era um oponente feroz.

Um dos seres malignos veio voado para atacar seu flanco esquerdo, mas foi interrompido por uma flecha de gelo que atingira seu olho e congelando parte de seu rosto. Os atiradores pôneis fincaram seus arcos na retaguarda da infantaria e agora suas flechas começaram a chegar a seus objetivos.

Os inimigos menores atingidos caiam derrotados os grandões tinham parte do corpo congelada, mas começaram a virar-se para ver quem ousava interromper a sua caçada, os maiores, apesar da surpresa, não hesitaram em mudar de alvo, e logo eles foram abatidos por imensas rajadas de energia lançadas por Celestia e Luna, o olhar delas era assustador, pôneis de infantaria, búfalos e iaques chocavam-se contra inimigos de médio e pequeno portes, outras rajadas de energia vindos de Twilight, Rarity e demais unicórnios começaram a atingir os oponentes, nos céus pégasos, grifos e changelings, por serem menores e mais rápidos causavam muitos problemas ao inimigo. Rainbow Dash chegou a abater um com mais que o dobro de seu tamanho que perseguia Fluttershy, com Discord escondido em sua crina, atingindo a criatura na nuca. Outro foi laçado pelo pescoço e derrubado por Applejack após ficar parcialmente cego por ser atingido pelo tiro de confetes do canhão de Pinkie Pie.

Isso tudo dera um alivio ao dragão. Ofegante, ele parou, não estava acreditando no que estava vendo. Uma das criaturas foi partida ao meio e Celestia emergiu, ela havia quebrado a linha inimiga e rapidamente aproximou-se do dragão.

— Você está bem jovem?

A visão da alicórnio trajando armadura confundiu a mente do dragão.

— Você é uma pônei? Ou um espírito? – perguntou um dragão ferido, cansado e confuso.

— Uma alicórnio, tudo vai ficar bem agora...

O dragão nem teve tempo de digerir aquelas palavras arregalou os olhos e gritou:

— Cuidado! – tirando forças sabe-se lá de onde, disparou uma rajada de fogo, atingindo um ser de trevas, mas esse portava uma espécie de escudo em uma de suas mãos e uma clava na outra, ele era dos grandes.

Num movimento rápido tentou atingir a princesa com sua arma, mas foi bloqueado por uma das asas do dragão que acabou sendo inutilizada, a alicórnio disparou com seu chifre, só que novamente o disparo atingiu o escudo negro, o contra ataque veio da boca da criatura que começou a disparar esferas de energia listradas em roxo e preto, tais disparos encontraram dessa vez o escudo de energia de Celestia, a criatura não parou de disparar, queria por a prova as habilidades defensivas da princesa, em nenhum momento ela fraquejou, mas o escudo de energia erguido impedia um contra ataque dela ou de seu aliado, porém, de repente o solo explodiu debaixo dos pés do inimigo formando um grande buraco de onde Badrock emergiu. Mesmo com as asas enfaixadas, num pulo ele prendeu seu adversário contra o chão disparando uma rajada de fogo bem em seu rosto.

Do buraco, outros dois dragões com as asas inutilizadas saíram, um do clã cristal, outro prateado e por fim alçando voo veio Trinity, acompanhada por um dragão fada. Os inimigos que haviam cercado aquele primeiro dragão agora estavam cercados e se dispersando, barreiras de cristal afiadas surgiam empalando alguns, flechas e rajadas de energia eram disparadas impiedosamente.

Do leste um grupo de oito dragões surgiu abatendo os inimigos dos céus e depois atacando aqueles que tentavam fugir por terra, em pouco tempo tudo ficou quieto.

— Eu falei que tudo ficaria bem. – disse Celestia virando-se para aquele primeiro dragão que estava em apuros.

Ele abriu um sorriso e disse:

— Que bom... – e tombou de lado.

— Calma vamos cuidar... – Celestia interrompeu suas palavras, as escamas em um dos flancos do dragão estava com veios negros que se estendiam por todo seu pescoço até quase seu queixo, ferimentos estavam abertos e agora que ele estava parado uma poça de sangue começava a se formar, imediatamente Celestia começou a usar sua magia de cura, mas ela não sabia se surtiria efeito – Me ajudem! Aqui rápido!

Trinity aproximou-se junto do dragão fada que a acompanhava.

— Ah não Galarrad... – exclamou Trinity – Rápido uma maca!

O dragão fada viu aquela cena e começou a olhar para os lados desesperadamente.

— Vésper! Vésper! Cadê você? - gritou e voou procurando a amiga. Soarim, Fluttershy, Rainbow Dash e Gilda foram atrás dele.

Galarrad viu Badrock aproximando-se e com a voz cansada começou a falar:

— Badrock... Conseguimos... Defendemos nossa posição...

— Sim primo, como um honrado da terra. – Badrock colocou a pata a frente de Celestia como se pedisse para parar de usar sua magia de cura.

Twilight, Applejack, Rarity, Pinkie Pie e Luna se aproximaram.

— Você tinha que ter visto Badrock, hehe... – ele olhou para Celestia – Quem é você?

— Sou Celestia.

— Obrigado milady, obrigado por me acompanhar em minha última batalha... É uma pena termos que deixa-los...

Em outro local próximo...

Soarim, Fluttershy, Rainbow Dash e Gilda encontraram aquele dragão fada seu nome era Tristan, ele estava com outro elmo do seu tamanho nas mãos pressionando-o contra a testa.

— Minha linda Vésper... Não era para ter sido agora... – as lágrimas escorriam pelo seu rosto, os pôneis presentes viram outro dragão chegar e recolher o resto da pequena armadura.

Ele tocou no ombro do amigo para consola-lo por alguns momentos e disse:

— Vamos Tristan... - falou um dos dragões.

Tristan engoliu o choro e complementou

— Nos veremos de novo algum dia na Criação, minha joia sempre estará com você. Ele foi voando lentamente passando pelos pôneis.

Voltando a Badrock e Galarrad...

— Nossos amigos o esperam primo, que bons ventos... – o corpo de Galarrad começa a desaparecer tornando-se uma névoa branca, inclusive seu sangue que havia se espalhado no chão desaparecia, a névoa parecia misturada a um pó de estrelas cintilantes, as marcas negras de outrora que eram vistas em seu corpo viraram uma espécie de areia negra que ia se desprendendo da névoa e se depositava no chão para logo depois sumir – Que bons ventos o levem... – completou Badrock agora segurando um elmo vazio e o resto da armadura agora jazia desmontada no chão.

Outros dragões pousaram próximos três deles carregando um elmo cada e por fim Tristan trazendo o elmo de Vésper.

Aquelas névoas brancas e cintilantes passaram pelas p6 seus elementos reagiram a isso elas começaram a ver em suas mentes de relance cada dono, de cada elmo que avistaram pelo caminho lutando.

A visão sobre Vésper:

— Lizandra!

— Minhas asas... – além das asas um rombo no peitoral da armadura da dragoa dourada mostrava que estava gravemente ferida.

Os inimigos vinham de todos os lados sobre elas.

— Vocês... Não vão... Passar!!!!! – gritou furiosamente a dragoa fada seu corpo todo brilhou intensamente desintegrando todos os seres malignos, com fumaça saindo de suas escamas Vésper sorriu – Eu sempre quis dizer isso, hi, hi, hi.

— Rá, rá, rá. Essa foi boa amiga. - disse Lizandra fechando os olhos e desaparecendo.

— Já, já nos veremos amiga... Tristan viva... Intensamente, por nós dois. – sentou-se descansou a cabeça com um sorriso no rosto, logo seu elmo caiu no chão, sua armadura vazia se espalhou, mas ainda assim aquele instante era de paz espiritual.

Outros dragões aparecem na mente das seis amigas, eles nunca estavam sozinhos no momento derradeiro, no instante em que tombavam surgiam outros dragões que exterminavam os atacantes para logo após velar sua passagem sempre em paz.

A visão de Applejack:

Applejack reconheceu dono do elmo no poste em Appeloosa, era um dragão negro ele quebrara a cerca do curral para ajudar na evacuação e até guiou os animais. A cena mudou para outro momento da batalha. As criaturas estavam ateando fogo a fazenda e de repente aquele dragão surgiu e escorraçou cada criatura de lá, mas logo depois o inimigo retorna e em maior número, antes de receber ajuda ele já havia derrubado uns 20 inimigos no final suas últimas palavras foram: “ – Que pena não pude salvar essa bela fazenda...” fez a passagem rodeado por seu pelotão que colocou seu elmo no topo do mastro.

Todas essas lembranças aconteceram como um flash.

Os dragões levaram os cinco elmos até uma rocha e os acomodaram lado a lado como se olhassem para o sul.

— Que vocês continuem sua vigilância e nos emprestem essa força e coragem para prosseguir. – falou Badrock.

As P6 despertaram do flash com lágrimas nos olhos tentando segurar a tristeza, mas Applejack já estava no chão chorando abertamente, lembrando-se da cena da fazenda.

— Obrigada... Obrigada por tudo. – balbuciou Applejack, ela não escutara o nome daquele dragão.

Os dragões considerados perigosos, assustadores e poderosos estavam lutando por pôneis, grifos, búfalos, breezes, todos mesmo, sem se importar com o preço a pagar por tal...


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal antes de mais nada, foi mal a demora!
Bem vocês já devem ter sido tocados na leitura de um livro, ou fic, seja de forma excitante numa passagem de ação, seja num momento triste numa morte, ou despedida de um personagem, pois é, esse foi um capítulo que parecia que eu estava numa montanha russa, não esperava que ficasse tão grande, mas eu fui escrevendo... Escrevendo...
O detalhe dos elmos é uma coisa que eu já havia citado no capítulo X contando os últimos momentos da mãe do Spike, mas as pôneis na história não sabiam disso, os elmos pipocando volta e meia no desenrolar do capítulo foi com a intenção de tentar pegar o leitor desprevenido também. Cada elmo, um sacrifício pelo próximo...
Quando escrevi as palavras duras de Applejack, caramba, mexeu comigo também, não tinha como ela saber o que aquilo significava. A passagem de Galarrad, o elmo da Vésper, personagens que acabei de criar, que não tinham envolvimento na trama principal! E de repente me vi cercado pelos MALDITOS NINJAS CORTADORES DE CEBOLAS! Eu me esquivei de todos, verdade! Kkkk. Mas foi difícil.
Eu ia escrevendo e era como se um capítulo de MLP passasse na minha mente com a reação de cada uma delas.
O outro ponto da montanha russa Celestia badass! Eu vi a cena dela correndo para luta com sangue nos olho! Incrível! Espero mesmo que eu tenha conseguido causar esses sentimentos, mesmo que só um pouquinho, enquanto vocês liam.