A História de um Dragão Chamado Spike escrita por GambitRJ


Capítulo 14
Uma Armadura e um Sonho


Notas iniciais do capítulo

Spike começa os preparativos para o treinamento, conhecerá o grande ferreiro dos dragões e ainda terá um sonho muito estranho...



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Solaris deixou o grande salão real para trás e tomou o rumo para o grande vulcão, “carinhosamente” chamado pelos moradores da região de “A Forja” o monte ficava quase o tempo todo expelindo lava que descia pela encosta lateral formando um grande rio de lava, que aparentemente fora canalizado pelos dragões. Nada lembrava o caos de uma erupção natural.

– Lembra da Forja Spike que te mostrei quando chegamos?

– Lembro é mais assustadora de perto.

– Você vai achar mais assustador então seu morador, Éfeso irmão de Gold King, agora descobrirá o porque chamamos essa montanha de Forja.

Eles se dirigiram para a encosta oposta ao veio de lava, lá encontraram outra grande caverna, cuja entrada era tão grande quanto da casa do rei. O que deixou Spike ansioso, “Lá vou eu encontrar outro mega dragão, pelo menos já estou prevenido.”.

Ao entrarem pelo caminho viram grandes peças de metal, pedaços de armaduras, lâminas afiadas e alguns elmos pelos cantos, lógico nenhum era do tamanho do Spike ele observou que um deles serviria até de cabana se precisasse acampar um dia.

– Calma jovem, seu traje não estará aqui pelo caminho, isso que você vê é material que será reaproveitado.

– Mas como? Tem armaduras quase novas aqui!

– Sim, mas cada dragão possui uma armadura única, e quando ele cresce dificilmente ela passa para outro dragão e Éfeso além de um grande guerreiro, também é um grande artista e ferreiro, ele as faz sob medida para cada um.

– Quantos dragões tem armadura?

– Todos...

– Como isso é possível?

– Desde a grande Guerra Éfeso praticamente morou nessa montanha e dia após dia confeccionou armaduras, antes guerra somente alguns dragões as possuíam, ele acredita que se todos tivessem uma, o número de baixas teria sido bem menor. Imagine um ser passando séculos aperfeiçoando uma habilidade. Ele vê o biótipo de cada dragão e faz uma armadura, e derrete aquelas que não servem mais para fazer outras.

– Nooooossa! – exclamou Spike assim que entraram no salão, onde materiais de ferreiro de diversos tamanhos podiam ser vistos. Instintivamente ele se aproximou da pata de Solaris se sentia uma formiga perto de um grande martelo. Ele se assustou com o som de uma respiração vindo em sua direção, saída das sombras.

– Lady Solaris bem vinda, faz tempo que não a vejo por aqui, veio fazer alguma encomenda para o mestre? – falou o dragão verde ele era adolescente, forte do mesmo tamanho que Spike vira quando fez a sua migração.

– Olá Nestor! Bom vê-lo de novo, na verdade o pedido não é para mim é para esse pequeno.

– Spike Wikle, a seu dispor! – dessa vez Spike se recompôs a tempo de se apresentar e fazer a reverência.

– Que carinha mais formal – estranhou Nestor – mas lady Solaris ele não é muito novo?

– Nestor você não ouve as fofocas que voam por aí? – essa era uma voz feminina – Essa fofura é o ultimo filhote perdido que os adultos tanto comentaram nos últimos dias, você é tão bonitinho acho que vou te levar para casa. – falou a dragoa que era adolescente também e bonita diga-se, o tom era até meio malicioso.

– Lá vem você jogar charme para cima do garoto Teella, vai deixa-lo encabulado.

Na verdade Spike já estava mudando de cor para vermelho e suava não pelo calor da caverna, já havia ficado sem graça ao saber que era o papo do momento no reino, ficou ainda mais depois do flerte da garota, bem, pelo menos balbuciou com os olhos arregalados.

– Spike Wikle, prazer – gaguejou

– Eu ouvi seu nome da primeira vez gracinha! – respondeu com um belo sorriso – me chamo Teella.

– Solaris sua armadura ainda deveria durar pelo menos mais um século, o que a traz aqui para alegrar minha casa com sua bela presença jovem!

A voz era forte e grave, novamente Spike congelou, estava acostumado? Conversa para pônei dormir, Éfeso era mais assustador que Gold King, não entendia como um dragão negro como a noite podia ser irmão de um dourado como ouro, ele não possuía o olho esquerdo em seu lugar uma grande cicatriz de corte, e essa não era sua única cicatriz, suas escamas mostravam várias, bem antigas, nitidamente de garras, seu tamanho e porte era do tamanho do rei.

– Éfeso, meu senhor é bom revê-lo, minha armadura ainda vai durar muito tempo, venho aqui a pedido de seu irmão, ele quer que você confeccione uma para o pequeno Spike aqui.

Spike já estava atrás da pata de Solaris.

– Humm pequeno saia daí, acha que vou te devorar ou algo parecido? – falou rispidamente.

– Me desculpe senhor, me chamo Spike Wikle, é que desde que cheguei aqui me sinto tão... Tão...

– Pequeno? – emendou Nestor

– Sim, sinto como se a qualquer momento alguém não vai conseguir me ver e acabará pisando em mim. – falou timidamente.

– Você está dizendo isso porque tenho só um olho? – falou em tom irritado.

– Não! De forma alguma! O senhor deve enxergar muito bem, digo...

– Hahaha! – riu Éfeso – Estou brincando com você filho de Fury e Allanis. Eu o vi no momento que entrei e não se preocupe em ser pisado, aqui os dragões não são vistos por seu tamanho. Agora esse meu irmão está de brincadeira comigo? Você realmente cabe na minha pata como vou martelar um elmo do seu tamanho? Hmmm aproxime-se! – ordem prontamente atendida por Spike.

Éfeso aproximou o rosto de Spike o observou todo, com a ponta das garras mediu a circunferência de sua cabeça, braços, ombros etc.

– Já te disseram que você tem a crista de seu pai e os olhos de sua mãe? – perguntou sorrindo.

– Sim. – riu Spike.

– Venham aqui meus aprendizes folgados! Tenho um serviço para vocês!

– Sim mestre! - responderam Nestor e Teella.

– Como podem ver não posso confeccionar uma armadura tão pequena! Vocês serão minhas mãos sigam minhas instruções a risca e se ela não ficar boa eu os penduro pelas caudas em cima da fornalha.

– Sim mestre! – responderam.

– Nestor vá escolher um elmo para usarmos o metal como base, quero ver o qual você escolherá e me responderá o porquê da escolha!

– Sim mestre!

– Teella as medidas! Fale-me!

Spike se estremeceu todo a dragoa chegou por trás dele com as mãos em seu pescoço e bochechas. E começou a suavemente pegar as medidas de seu crânio.

– Crânio esférico em formação, porém forte, cristas rígidas, mas ainda em formação, um pouco mais ouriçadas do que deveriam não? – deu uma risadinha e passou para as costas... – ainda não sinto sinal de formação de asas, espere... – alisando mais um pouco quase que massageando com força suas costas, ele gostou disso... – é realmente sem sinal de desenvolvimento...

– Tem certeza? Não quer procurar mais um pouquinho? – perguntou meio que implorando.

– Não se preocupe Spike está tudo em ordem – falou sorrindo.

Ela o virou de frente e o encarou nos olhos.

– Humm belos olhos verdes e esféricos. Focinho pequeno em desenvolvimento para idade. – colocou as patas dele na palma de suas mãos – Garras fortes, porém pequenas ainda em formação condizentes com o tamanho das patas, elas podem ser um problema em batalha. Para finalizar cauda compatível com a idade. – Essa última descrição ela fez só de olhar.

– Muito bem Teella, descrição perfeita e detalhada até demais. – falou em tom sarcástico, Éfeso sabia que a dragoa estava se divertindo com Spike.

Solaris observou tudo contendo certa vontade de rir. Logo pediram para Spike se sentar, num canto ele observou Nestor retornar com um elmo de dragão adulto e uma placa. Ouvia os questionamentos de Éfeso a Nestor sem entender muito, de vez em quando ouvia Solaris e Éfeso conversarem, mas logo tudo foi ficando distante e adormeceu.

Ele se sentia aquecido e protegido, e começo a ter seu sonho recorrente com Rarity presa na toca dos cães diamante e ele com sua armadura resplandecente, capa vermelha e lança de justa vinha a seu socorro.

– Me salve meu herói! Liberte-me!

– Vou salvá-la minha amada donzela! – Spike era alto, forte e ombros largos.

Ele derrubava os cães diamantes como moscas.

– Ninguém ficará entre mim e minha amada – dizia quando se deparou com o último cão esse era maior que os outros.

– Não temo seu tamanho biltre!

– Não? - respondeu – Pois deveria... – ao piscar os olhos o cão ficou com eles vermelhos sua pele começou a escurecer e o corpo começou a mudar, em pouco tempo se transformou numa grande vespa negra de olhos e ferrão vermelho como na história de Solaris.

– Você acha pequeno que pode protegê-la, ou as suas outras amiguinhas?

– Spike me salve! – Rarity gritava cada vez mais ao longe.

– Você é só um bebê chorão vivendo sobre as asas de uma alicórnio, sinta-se impotente como é, verme.

As palavras minavam as forças de Spike seu corpo ia tomando o tamanho normal, sua lança virava uma vassoura, sua capa uma toalha de mesa. Cada vez mais ele era tomado pelo medo, até tropeçar e cair, quando a grande vespa pulou sobre ele... Uma grande labareda verde a atingiu a arremessando para trás logo outra chama agora bem concentrada a cortou como uma espada.

Spike olhou para trás e viu seu pai Fury ainda atacando a besta, fazendo-a em pedaços.

– Pai? – falou com lágrima nos olhos.

– Meu filho, lembre-se ter medo de perder seus amados amigos não é vergonha, você ainda vai passar por muita coisa, use esse medo a seu favor, pense no que é importante para você e proteja, assim como nós o protegemos, mesmo que seja no dia mais claro ou na noite mais densa. A minha chama e a de sua mãe estão dentro de você para guiá-lo e ajuda-lo nessa missão.

– Pai? Tenho tanto a falar.

– Um dia filho, um dia...

–Spike – uma voz feminina o chama

– Pai espere.

– Spike chegou a hora. – Spike acordou era Solaris.

“Foi só um sonho?” pensou.

– Solaris? Hã? Hora de que?

– De começar seu treinamento.


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Notas finais do capítulo

Pois é mais uma história de introdução de personagens e de ritual de preparação, será que esse sonho foi só um sonho?
Easter egg de outra franquia posta no capítulo fácil, fácil de achar espero não ter ficado meio que fora do contexto hehehe, mas gostei quando vi esses eggs colocados em outras histórias, então resolvi arriscar... hehehe
Comentem! e Obrigado por acompanharem.



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