Come Back escrita por Eileen Vongola


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa ideia surgiu assim que li o capítulo do Leo e Calypso no livro. Foi a coisa mais fofa que li no livro inteiro p.p Enfim, espero que gostem e desculpem qualquer erro :D



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O tempo parecia estar a seu favor, pensou Leo. O céu estava límpido e azul, e o sol aquecia sua pele bronzeada. A princípio, achou que os deuses fariam de tudo para estragar sua missão, mas estranhamente nada de ruim havia acontecido desde que saíra do Acampamento Meio-Sangue. Sobrevoava o mar mediterrâneo junto de seu amigo Festus, o dragão de bronze celestial.

O humor de Leo aumentara consideravelmente desde que conseguira reconstruir o dragão. Passou a maior parte de seu tempo no Bunker 9, e só saía de lá quando seus amigos o obrigavam. Algum dia você vai acabar virando um robô, Piper dizia. Mas Leo não se importava, era tudo por um bem maior.

Na viagem que fazia, ele só contava com seu cinto de ferramentas, caso precisasse fazer algum reparo em Festus, e um tipo diferente de GPS que ganhara de seu pai no último verão. Ele funcionava com uma espécie de magia e, de acordo com Hefesto, era capaz de encontrar qualquer lugar do mundo, mesmo aqueles que foram feitos para não serem achados.

Leo sorria, enquanto o vento açoitava seus cabelos cacheados e o aroma de água salgada invadia suas narinas. Tinha certeza de que já estava quase perto de seu destino, e aquilo o enchia de esperança e uma pontada de felicidade parecia preencher seu coração. Sonhara com aquele dia desde que ele e seus amigos haviam derrotado Gaia e seus seguidores, e a paz se restabelecera entre os semideuses gregos e romanos. Leo agora pretendia ter uma vida normal. Bem, quase normal. Dificilmente a palavra normal se encaixava no vocabulário dos semideuses.

Leo olhava atentamente à sua frente, a procura de qualquer coisa que não fosse água. Seus nervos estavam à flor da pele, e Festus não parecia diferente. Às vezes, Leo ouvia os barulhos das engrenagens do dragão, embora tivesse certeza de que não havia nenhum defeito.

Estamos quase lá, parceiro. – Dizia, e olhava com determinação adiante.

Vez ou outra, Festus levantava a cabeça e dava uma cusparada de fogo, e Leo começava a rir e acariciava o pescoço metálico do dragão. E em um desses momentos de descontração, o GPS mágico começou a apitar. A poucos quilômetros de distância, Leo podia enxergar uma pequena ilha no centro daquele enorme mar. Era Ogígia.

Terra à vista. – Disse, e abriu um sorriso largo.

Quanto mais se aproximava, mais seu corpo parecia se encher de adrenalina. Ele mal conseguia conter sua respiração. Seu coração pulsava tanto, que Leo quase podia ouvir seus próprios batimentos, e sem a ajuda de um estetoscópio.

Leo já conseguia enxergar a areia branca da praia. Festus foi diminuindo a velocidade na medida que ia pousando. Quando os pés de Leo finalmente tocaram a areia, ele sentiu que o tempo havia desacelerado. A magia pairava no ar de Ogígia. Começou a caminhar ilha adentro, os olhos atentos, focados em seu objetivo. O filho de Hefesto se lembrava de cada canto daquele lugar, como se tivesse sido no dia anterior que estivera ali. Então finalmente viu. Era simplesmente o jardim mais incrível que Leo já vira em toda sua vida. Não que fosse algum perito em jardins, mas aquele era realmente lindo. Havia flores de todos os tipos e cores, e a grama estava tão verde. Árvores enfeitavam o lugar também, e um aroma de frutas e flores se misturava ao vento.

Mais adiante, perto de uma colina, havia uma caverna. Havia uma coluna de cada lado, e uma cortina branca na entrada. Leo prendeu a respiração. Ela só poderia estar ali. Andou mais depressa, não prestando atenção em seu caminho, quando do nada tropeçou em uma pedra e caiu de cara no chão. Leo deu um gemido de dor, e um pouco sem graça, reergueu-se do chão. Quando levantou os olhos, ele a viu. Definitivamente, ela era a garota mais linda que já vira em toda sua vida. Cabelos cor de caramelo, e olhos da mesma cor. Tinha a pele clara, e usava uma camiseta branca e calça jeans. Calypso olhava Leo com os olhos arregalados, como se tivesse acabado de ver um fantasma.

– Acho que não foi uma entrada muito heróica. – Leo disse, e sorriu. Calypso jogou no chão o cesto de frutas que carregava e correu em sua direção. Leo mal teve tempo de processar o que estava acontecendo, quando a garota jogou os braços em torno de seu pescoço, e o beijou.

O cérebro de Leo parecia estar em curto circuito. Calypso tinha perfume de canela e flores, como ele ainda recordava. Seus lábios eram macios e tinham um sabor adocicado. Leo apertou a cintura da garota, trazendo o corpo dela mais próximo ao seu. Sentia tanta saudade que seu coração doía toda vez que se lembrava dos momentos que passara ao lado dela naquela ilha.

Quando os dois finalmente se separaram – com certa relutância de ambas as partes – Calypso começou a falar:

– Mas...como isso é possível? Achei que o mesmo herói não poderia voltar duas vezes à Ogígia. – Ela dizia, encarando Leo com seus grandes olhos amendoados. Ele precisou de toda sua força de vontade para voltar a racionar ao invés de admirar a garota.

– Oras, eu sou Leo Valdez! – Ele dizia, e dava um sorriso largo – Prometi que voltaria para te buscar, e aqui estou. Demorou um pouco até eu consertar o Festus, mas acho que valeu a pena. – E deu um beijo na testa da garota. Estava radiante. Seu coração disparava toda vez que encarava os olhos de Calypso. Leo a abraçou, e ficaram assim durante alguns instantes. Não sabia exatamente quanto tempo aquele abraço havia durado. Cinco minutos, ou cinco horas. Talvez até uma vida inteira. Mas Leo simplesmente não se importava. Finalmente encontrara a garota que amava, e pela primeira vez em sua vida tudo parecia estar dando certo. Era quase como se estivesse sonhando.

Esse pensamento fez um frio percorrer a espinha de Leo.

– Venha, Festus está nos esperando na praia!– Pegou a mão de Calypso, e os dois foram correndo. Quando chegaram na praia, Festus os aguardava deitado na areia, de cabeça baixa observando as ondas do mar.

– Então esse é o seu dragão? – Calypso perguntou, boquiaberta. – Ele é incrível!

– Ora, eu sei disso. – Leo respondeu. – Afinal, foi o Magnífico Leo Valdez que o consertou! – Calypso revirou os olhos, e Leo começou a rir. Sorriu ao olhar pra ele.

– Quem diria, não é? Finalmente poderemos abrir a Oficina do Leo e da Calypso! – O filho de Hefesto sorria de orelha a orelha. – Me dê sua mão, vou ajudá-la a montar em Festus.

– Espere Leo, eu...Eu não sei se posso. – Calypso estava receosa. – Não sei se poderei sair da ilha... – Olhou para traz. Seus olhos refletiam os anos de angústia e tristeza que passara naquele lugar. Leo definitivamente a tiraria dali.

– Eu consegui voltar, não foi? Isso quer dizer que você também pode sair daqui! – Ele estava otimista. Calypso pareceu relaxar um pouco diante daquelas palavras. – Venha, está na hora de você conhecer o mundo! – E estendeu sua mão para ela. Mais uma vez, Calypso olhou para traz. Aquele havia sido seu lar por tanto tempo, que parecia estranho ter que deixá-lo tão de repente. Ainda tinha suas dúvidas quanto àquilo. Não que ela não quisesse sair dali ao lado de Leo, mas temia que os deuses ainda quisessem castigá-la, confinando-a naquele lugar. Virou-se para encarar Leo. Os olhos dele brilhavam tanto. Eles emanavam energia positiva. O sorriso dele transmitia paz à sua alma. Calypso então segurou a mão de Leo, e ele a ajudou a subir em Festus.

Em seguida, Leo também montou no dragão, e Calypso entrelaçou seus braços ao redor de sua cintura. A garota aproximou-se de seu ouvido, e sussurrou:

– Eu amo você.

Leo arrepiou-se na hora. Queria descer, e abraçá-la e beijá-la até o fim dos tempos. Sacudiu a cabeça, afastando aqueles pensamentos – por hora. Depois de saírem dali, teriam todo o tempo do mundo. Alçaram vôo, e Leo sorriu novamente.

– Hora de ir pra casa.

Após alguns segundos, Ogígia era apenas um ponto distante no meio do mar. Calypso finalmente estava livre.

– Leo, acorde! – Ele ouviu Calypso dizendo, atrás de si. Mas não era a voz da garota que o mandava acordar, e sim a voz de Jason. O que achou bem estranho por sinal.

– Ei, Leo! – Relutantemente, Leo abriu os olhos. Estava em sua cabine no Argo II. – Desculpe acordar você, cara. – Jason dizia, parado à porta da cabine. Parecia um pouco alarmado. – Estamos com problemas, precisamos que você assuma o controle do navio. – Dito isso, saiu apressado.

Leo suspirou. Sentiu uma pontada em seu coração, e desta vez não era esperança, e muito menos felicidade. Uma angústia invadiu seu peito, e desejou ter dormido por mais meia hora. Eram raras as vezes em que sonhava com coisas boas, e quando acontecia, algum problema vinha a seguir, forçando-o a acordar. Sentou-se na beirada da cama, e ajustou seu cinto de ferramentas.

Leo ouviu barulhos e sentiu uma grande agitação na parte de cima do navio. Levantou-se depressa da cama, teria que ir ajudar seus amigos. Caminhou até a porta da cabine, enquanto repassava em sua mente cada cena de seu sonho. Foi tudo bom demais pra ser verdade, sussurrou para si mesmo. Subiu as escadas que davam até o convés, e mesmo com todos os problemas que teria a seguir, só conseguia pensar em uma única coisa.

– Eu voltarei para você, Calypso. – Ele disse. – Juro pelo Rio Estige.


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Notas finais do capítulo

Fim õ/ Obrigada a quem chegou até aqui, e espero que deixe um humilde comentário para uma humilde autora -q.

Essa última frase de Leo também foi dita por ele no final do capítulo do livro, achei que ficaria bacana também utilizá-la aqui.

Beijos e até mais!