Potterlock - A Pedra Filosofal escrita por Hamiko-san


Capítulo 7
O caminho da pedra




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433901/chapter/7

Enquanto mergulhavam naquela escuridão o único pensamento de John era algo como "ainda bem que a entrada do alçapão ficou aberta. Alguém encontrará nossos cadáveres". Depois caíram numa rede feita com alguma coisa de cheiro forte. Verde. Sólido, mas viscoso. Uma planta com tentáculos entrelaçados que se moviam e sufocavam rapidamente suas presas.

— AAH! - John começou a se sacudir quando seu corpo foi amarrado do pescoço aos pés - Que é isso?!

— Está tudo bem. - Sherlock disse calmamente enquanto seu corpo amarrado era tragado pela planta. - É Visgo do Diabo.

— Sherlock!

— Basta relaxar que a planta não lhe mata. - Era cada vez mais engolido.

— Sherlock! - John tentava se soltar desesperadamente. - Argh!

— Calma. Eu ficarei bem.

— Não vai não! Essa coisa vai matá-lo! - A medida que gritava os laços ficavam cada vez mais apertado. - Garh!!

A planta tragou Sherlock pro fundo, o que deixou John mais desesperado. Debatia-se inutilmente enquanto os tentáculos da planta o comprimiam cada vez mais. Precisava se soltar e salvar logo o amigo. Esse pensamento veio junto com um tentáculo enlaçando-lhe o pescoço, pronto pra estrangulá-lo.

— Incendio! – A voz de Sherlock brotou de algum lugar e fagulhas de fogo se expeliram pelas brechas da planta, que rapidamente soltou John e o deixou cair no chão.

— Ai!

O Visgo do Diabo era a rede que ficava entre a entrada e o caminho para a pedra. Após largar sua última presa, pareceu ficar esperando pelos próximos que iam cair. Sherlock estava de pé, ao lado de John, apontando a varinha para a planta e olhando feio para o amigo.

— Quando eu disser "fique relaxado" é pra você ficar relaxado.

— Como se fosse fácil... - Murmurou John aborrecido e envergonhado.

— Vamos. Lumus.

Era incrível como aquele garoto da Corvinal conseguia controlar tão bem as emoções. Se é que existia alguma emoção a ser controlada. As vezes John duvidava que Sherlock era um ser humano. Parecia mais uma máquina. Uma extraordinária máquina de pensar. Enquanto andavam pelo corredor estreito e úmido, ele mirava a nuca do amigo e se perguntava se não estava enganado sobre aquilo ser perigoso para os dois. Sherlock parecia ser perfeitamente capaz de cuidar de tudo sozinho e não precisava de ajuda.

Não que isso fizesse alguma diferença na decisão de John. Ele não perderia essa aventura por nada.

Chegaram a um salão mais aberto, iluminado e preenchido com um som semelhante a um bando de gralhas. Olharam para cima e se depararam com milhares de chaves aladas sobrevoando o teto. Olharam para frente. Havia uma vassoura flutuando perto de uma porta trancada.

Sherlock e John se entreolharam.

— Não tá difícil. - Disse o grifinório.

— O objetivo é dificultar a passagem de qualquer pessoa. As chaves irão atacá-lo assim que pegar a vassoura.

— Mas se Snape conseguiu, eu também consigo. É como desviar de um bando de balaços.

— Você nunca desviou de um balaço na vida. - Sherlock percorreu a visão em todas as chaves e em seguida apontou pra uma - Aquela ali, com uma asa quebrada. Está vendo? Com certeza é a que foi usada.

— Certo, deixe comigo. - John localizava a chave visualmente. Ela parecia uma ave ferida. - Jogo pra você e você abre a porta.

— Ok. Tome cuidado.

John montou na vassoura e imediatamente todas as chaves se atiraram na direção dele. Foi mais difícil do que imaginou. Mal conseguia ver aquela da asa quebrada enquanto as demais batiam nele como se alguém estivesse tacando-lhe pedras numa execução. Fez uma manobra para o teto, as chaves o seguiram. Várias delas acertaram-lhe as costas e ele sabia que logo teria uns bons hematomas. Estendeu a mão para alcançar a chave certa e nesse meio tempo foi acertado na cabeça e no olho, causando um fio de sangue e a marca de um baque respectivamente. Quando conseguiu enfim alcança-la, agarrou-a, mergulhou para perto de Sherlock e jogou-a.

O corvino a pegou e abriu a porta.

— Rápido, John!

John voava o mais depressa que podia e ao atravessar a porta, Sherlock a fechou rapidamente, fazendo várias chaves se cravarem na madeira.

A vassoura se arrastou pelo chão na aterrissagem, levando seu montador consigo. Agora o pijama estava em boa parte puído e as mãos do garoto mais raladas que os joelhos.

Sherlock correu até o amigo e se agachou perto dele.

— Hei. Tudo bem?

— ...Ai. - John ria de si enquanto se apoiava sobre os joelhos e massageava a cabeça - Você acertou... Eu levo jeito pra coisa.

Ele estava se referindo ao comentário de Sherlock sobre o possível talento de John para vôo. O corvino acabou lançando um curto riso. Meio nervoso e meio aliviado, apontou a varinha para John e murmurou:

— Episkey.

O ferimento se fechou e os machucados no rosto sumiram.

— Obrigado. - John se colocou de pé. Os joelhos e os braços ainda doíam, mas Sherlock não precisava saber - Vamos?

— Ok.

Continuaram o caminho por um corredor de pedra, e o feitiço lumus foi novamente necessário. A temperatura parecia ficar cada vez mais baixa e o ar mais pesado. Sherlock olhou para o amigo por cima do ombro, só para se certificar de que ele ainda o seguia, depois voltou a focar-se na trilha.

— Parece que os professores criaram armadilhas pra proteger a pedra. - Comentou - Sprout com o Visgo do Diabo, Madame Hooch com as vassouras e as chaves...

De repente luzes mágicas se acenderam como faróis. Agora estavam num salão aberto, bem em cima de um tabuleiro de xadrez gigante com peças de tamanho humano.

— Oh... Flitwick.

— Oh, droga... - John fez uma careta. Conhecia as regras do xadrez e os movimentos das peças, mas nem de longe era o que se chamava de bom jogador.

— Não é incrível? Você precisa urgentemente pegar a pedra. Está com pressa, agoniado, com os nervos a flor da pele, então de repente se depara com um jogo de xadrez. Genial!

— Sherlock, essa sala inteira é o tabuleiro!

— Sim. Somos duas peças a mais.

— Peças!?

Cautelosamente, Sherlock andou em direção às peças brancas. Nem bem se aproximou da fileira de peões e todos eles desembainharam as espadas e se colocaram em posição de guarda.

— Ok, não somos peças brancas. - Olhou para as pretas do outro lado - Hm... Você será a Torre da H8.

— Quê?

— Eu vou ser o cavalo da B8.

— Peraí, você ta falando sério? Você odeia xadrez bruxo!

— Temos outra escolha? - Andou até a área do cavalo - H8. Agora.

Meio desnorteado, John obedeceu. Já tinha jogado xadrez normal contra o computador e nunca ganhara uma única partida. Esperava que Sherlock soubesse o que estava fazendo.

As peças escolhidas desapareceram assim que os dois ocuparam seus lugares. O lado branco lançou seu primeiro peão na E4. Agora era a vez deles.

O jovem Holmes fechou os olhos e colocou as mãos nas têmporas enquanto sua mente tentava reproduzir todas as incontáveis jogadas que podia acontecer ali. Precisava estar bem concentrado, pois se o dono do feitiço era Flitwick, aquela não seria uma partida amadora.

— Peão na D5.

O peão preto marchou pra lá e nessa mesma hora o peão branco desembainhou suas espadas, e, num movimento cruzado das lâminas, partiu o adversário em quatro pedaços. A estrutura de concreto desabou sobre o tabuleiro e o peão branco ocupou o lugar do adversário.

John engoliu em seco ao imaginar aquelas lâminas fatiando seu corpo.

As jogadas de Sherlock eram arriscadas e quatro peões morreram sem que John visse necessidade. Pedaços de concreto desabavam em volta deles e rolavam pelos seus pés enquanto era realizada a verdadeira guerra no tabuleiro. Em nenhum momento Sherlock pareceu nervoso ou inseguro. Mesmo com a integridade física deles correndo risco, o jovem Holmes estava bastante concentrado, como se aquilo não passasse de um enigma.

Quando John deu por si, já restavam poucas peças no tabuleiro. O rei branco tinha chegado à E2 depois de fugir de um xeque dado por um bispo que agora estava na B4. John ocupava o quadrado G7 e estava tentado a correr até o G2 e dar logo um xeque naquele maldito rei branco, mas sabia que isso lhe custaria muitas costelas quebradas, pois o colocaria na linha de ataque da rainha branca, que estava na D5.

Olhou para o lado. Podia também andar até a E7 e dar um xeque, mas ai levaria uma surra do bispo branco, que conseguira chegar à D8.

Se não fossem aquele bispo e aquela rainha, os movimentos planejados por John poderiam muito bem resultar num xeque mate. Afinal o rei não poderia voltar, pois o único quadrado vago estava bem na linha de ataque do bispo preto. Também não poderia avançar, já que estaria na linha de ataque da outra torre deles, a qual Sherlock posicionou na A3.

Só depois foi notar uma coisa.

Sherlock estava na posição C6. Bem na linha de ataque da rainha.

— Ah, meu Deus... - Seu sangue gelou - Sherlock, saia dai!

— Não se preocupe... - Apesar da frase, havia notas de nervosismo na voz dele, acompanhadas de uma respiração ligeiramente pesada - Olhe... Preste a atenção... Eu vou para a D4 e darei xeque no Rei. - Nesse momento sua voz tremeu um pouco.

O garoto olhou para a rainha branca, e John olhou para o mesmo lugar. Nesse momento foi como se o chão se abrisse sob seus pés.

— N... NÃO! Não faça isso!

— Quando a rainha me atacar, ela sairá da linha de ataque e você poderá dar xeque mate.

— Você não precisa correr o risco! Deve ter outro jeito!

— NÃO TEM! - Gritou de repente, e bastante sobressaltado, o que assustou o loiro. Era a primeira vez que o via assim - Assim que ela me atacar, NÃO venha até mim! Se vier colocará tudo a perder!

John olhava em pânico para Sherlock.

— Escute, John, a pedra filosofal é nossa prioridade. Mais do que qualquer coisa! Termine a jogada, custe o que custar! Vá para a G2, entendeu?

Um silêncio cheio de agonia invadiu o ambiente. Sherlock respirou fundo e moveu até a D4, colocando o Rei em xeque.

John torceu pra que o Rei se movesse pro lado e eles pudessem se movimentar até dar o xeque mate.

Mas a previsão de Sherlock foi mais acertada.

Para chegar até o rei é preciso sacrificar algumas peças. A voz de Anthea agora ecoava na mente do jovem Holmes, que depois de algum treino conseguiu descobrir quais eram as peças mais propensas ao sacrifício. O cavalo era uma delas.

A rainha branca virou-se para ele.

Dessa vez Sherlock sentiu medo e fechou os olhos com força pra não precisar ver o ataque, nem mesmo a expressão desesperada do seu companheiro. Será que doeria muito? Queria pensar que aquilo seria rápido. Um golpe. Um único golpe para deixá-lo inconsciente.

A rainha levantou o cedro e Sherlock protegeu a cabeça por instinto. A surra foi tão forte que o corpo magro do garoto foi lançado para o outro lado do tabuleiro, fazendo-o colidir com a parede e cair no chão, inconsciente.

— SHERLOCK!

John gritou. Por que gritou? Gritar não amenizaria a dor nem o faria voltar no tempo. Mesmo assim aquilo foi inevitável. O corpo do amigo agora estava jogado em cima do tabuleiro, perto dos destroços das demais peças.

Precisava terminar o jogo.

Trêmulo, John contraiu os punhos, respirou fundo e correu até a posição G2. Olhou para o rei branco e, entredentes, proferiu:

— Xeque-mate!

O rei branco largou a espada aos seus pés e a porta lacrada se abriu.

O jogo havia terminado.

John correu até o amigo e ajoelhou-se ao lado dele. A cabeça da vítima sangrava, assim como com todo o resto do corpo.

— Sherlock... - Acolheu-o e afastou os cabelos cacheados da fronte. Aflito, puxou a varinha das vestes e apontou para ele - ...Droga... Como é mesmo? - Mordia o lábio inferior tentando se lembrar do feitiço - Ah! Ennervate!

Passado alguns segundos, Sherlock abriu os olhos debilmente, mas ameaçou fechá-los de novo.

— Hei... - John deixou a varinha de lado para tocar-lhe o rosto. Amaldiçoava-se por não vir nenhuma ideia na sua cabeça. Não conhecia nenhum feitiço de cura além do episkey, e esse não era potente o suficiente pra curar todo o corpo do amigo.

— Magia... Pra acordar... - riu fracamente - Bem pensado.

— Não conheço nenhum feitiço de cura forte.

— Tudo bem... Só... Só me ajude a levantar.

— Tá.

Com a ajuda de John, Sherlock se colocou de pé, mas estava tão fraco e dolorido que vacilou, sendo rapidamente segurado pelo companheiro.

— Obrigado.

— Você não está bem.

— Isso é óbvio. Acho que meu braço direito quebrou. – Ele rangia os dentes contendo a dor –  Mas logo minha cabeça vai parar de rodar. Só me ajude.

John pôs o braço direito do corvino por cima do próprio ombro e usou a outra mão para agarrar-lhe a cintura, ajudando-o a caminhar. Abriram a porta que ficava atrás do rei branco e o que viram foi uma saleta rústica, úmida, e um trasgo montanhês esparramado no chão, inconsciente.

— Isso é mal... - Murmurava Sherlock - O ladrão está na nossa frente.

— Ainda bem. Não teria como enfrentarmos isso com você assim.

— Pense na pedra, John. Só na pedra. Você não sabe o quanto é importante que nós a tenhamos em mãos.

— ... Tá.

— Xadrez bruxo... Desafio do Flitwick... Trasgo montanhês, o desafio do Quirrel...

Abriram a porta seguinte, e mal a atravessaram quando chamas vermelhas acenderam de súbito atrás deles, formando uma cortina de fogo que bloqueava a passagem de onde tinham vindo. A sala seguinte era pequena e nela só havia uma bancada de pedra com sete garrafas bem distintas enfileiradas. Atrás delas queimavam chamas verdes, provavelmente bloqueando a área de saída.

E talhada na mesa de pedra havia uma mensagem.

O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou pra trás,

Duas de nós o ajudarão no que quer encontrar,

Uma das sete o deixará prosseguir,

A outra levará de volta a quem beber,

Duas de nós conterão vinho de urtigas,

Três de nós aguardam em fila para o matar,

Escolha, ou ficará aqui para sempre,

E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:

Primeira: Por mais dissimulado que esteja o veneno,

Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas;

Segunda: São diferentes as garrafas de cada lado,

Mas se você quiser avançar nenhuma é sua amiga;

Terceira: É visível que temos tamanhos diferentes,

Nem anã nem giganta levam a morte no bojo;

Quarta: A segunda à esquerda e a segunda à direita

São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista.

Havia brilho nos olhos de um Sherlock machucado.

— Não é hora pra ficar feliz, não acha? - John falou franzindo o cenho - Esse é o obstáculo do Snape!

— Sim. É uma pena que ele seja tão irritante... Tinha tudo pra se tornar meu professor favorito.

— Olhe, Sherlock, eu sei que você é maluco, mas espero que se lembre que três dessas garrafas contem veneno!

— Isso é mais fácil do que você imagina. Só preciso de alguns segundos.

Os olhos de Sherlock captaram a imagem dos sete vidros, que logo começaram a se ordenar em sua mente assim que ele fechou os olhos. Não tinha veneno na sétima garrafa, pois os venenos só estavam à esquerda do vinho. Havia duas de vinho pra três de veneno. Então duas garrafas de veneno estavam juntas. Nenhuma delas era a maior e a menor. Dois dos frascos tinham o mesmo gosto. Só podia ser gosto de vinho. Desse jeito foi fácil enfileirar as garrafas de vinho e veneno, somando à pista de que a sétima não avançava.

— Ali. - O rapaz se soltou de John e pegou o terceiro frasco - É essa.

— Sherlock, se fosse essa ela teria sido bebida, não acha?

— Nada mal, mas ela foi bebida. Há resquício de saliva aqui. E há muito pouca poção também. Não vai dar pra nós dois.

E em seguida pegou a última garrafa:

— Essa nos fará voltar. Use pra avisar à professora McGonagall o que está acontecendo. Ela vai mandar uma coruja pro Dumbledore.

John arregalou os olhos, incrédulo:

— Que?

— Isso que você ouviu.

O grifinório abriu a boca, mas não conseguiu formular uma frase naquele momento. Estava sem fala. Olhava para o amigo da cabeça aos pés e quase pôde processar cada um de seus machucados. Mesmo que antes tivesse cogitado a possibilidade de Sherlock ter condições de cuidar de tudo sozinho, não podia ignorá-lo naquele estado.

— Não posso. - Confessou imediatamente - Você mal consegue andar.

— Eu já disse, a pedra é mais importante do que você imagina.

— Não vai conseguir proteger a pedra desse jeito!

— Nem você! Então um de nós tem que escapar e ganhar tempo!

De repente John enrijeceu a mandíbula e apertou a varinha com força.

— Você está muito ferido.

— A pedra tem o elixir da vida. Ela poderá me curar.

— Mas agora até o mais fraco dos feitiços surtiria efeito em você

— Também não precisa exager...

— Dormiens! - Bradou o loiro apontando-lhe a varinha.

Um tiro luminoso foi disparado e Sherlock nem teve tempo de contra-atacar. Mal sentiu as pálpebras pesarem quando seu corpo desabou sobre os braços de John.

O coração do grifinório pulsava aceleradamente, tendo noção do risco que estava enfrentando. Se não conseguisse vencer o bruxo que estava atrás da pedra, colocaria tudo a perder. Mas também não tinha coragem de deixar o companheiro seguir sozinho naquele estado.

Nervoso, deitou Sherlock no chão e usou o roupão vermelho quadriculado como travesseiro. Prometeu a si mesmo que se escapasse dessa, aprenderia feitiços de cura mais eficazes.

Faria de tudo para pegar a pedra. Ela tinha o elixir que o amigo precisava. Daria tudo de si pra consegui-la, custe o que custar.

Decidido, John bebeu o líquido do terceiro frasco.

Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será o último. Espero que tenham gostado.