Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 9
Ninguém está pronto para: Uma ressaca de amor


Notas iniciais do capítulo

Eu já falei que com Amor não se brinca?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433728/chapter/9

Percy não tinha certeza se ele estava acordando mesmo ou se havia morrido e poderia passar a eternidade naquele estado letárgico. Por todos os deuses do Olimpo, ele sentia dores em cada pedacinho de seu corpo. Não conseguia se mover e quando o fazia, era como se os seus músculos derretessem.

Maldita ressaca de amor.

Ele já passou por isso algumas vezes e sobreviveu, dizia uma vozinha bem longínqua na sua cabeça. Se essa voz fosse a sua consciência, era melhor que ela corresse rápido. Porque Percy estava querendo saber onde ela estava na noite anterior, que não impediu que ele fizesse tudo o que fez.

Eu conto para vocês. Lembram-se do perfume da Drew? Pois é. O perfume de uma filha de Afrodite é muito poderoso. Quem dirá uma bebida.

Percy acabou bebendo do copo da Drew. Foi sem querer. Os copos eram iguais, a cor da bebida também, então Percy pegou sem querer o copo errado. Pode parecer bobagem, mas aqueles malucos (os filhos de Afrodite) preparavam suas bebidas especiais. E Dedee era a líder da matilha, e suas bebidas eram bem estranhas. O nome dessa bebida em especial era: Se o mundo acabar hoje, a festa continua na casa de Hades.

Resumindo, a bebida subiu tão rápido na cabeça de Percy que ele dançou na pista com a galera, bebeu mais um daqueles drinks coloridos feito pelos filhos de Afrodite e quase caiu de cara no bolo de aniversário de quatro andares. Entre outras bobagens vergonhosas, ao qual, em breve, todos terão acesso no blog do Chalé de Hermes. Incluindo fotos e vídeos extras.

Amanhecia quando eles deixaram a boate. Percy e Nico dividiram um táxi com Rachel, Annabeth e Drew. As garotas desceram do carro quando chegaram ao prédio de Drew. Percy ainda colocou a cabeça para fora, mandando beijos para Dedee. Ela apenas o amaldiçoou por ter espalhado para todos na boate o seu apelido.

Depois disso, as lembranças de Percy se tornaram muito impróprias para menores de idade. Chorem crianças, porque eu não tive acesso vip dessa vez, a Deusa Afrodite trancou as portas.

Assim que criou coragem, ele abriu os olhos. Sua consciência nada mais era que um rapaz de cabelos negros, olhos profundos e olheiras de dar pena. Nico estava deitado ao seu lado, coberto por um lençol.

Eles estavam em um motel que costumavam ir de vez em quando nos limites do Bronx. Era um lugar legal, discreto e principalmente com um bom sistema antirruído.

— Que dia é hoje? — Perguntou, pois parecia que havia passado semanas desde aquela festa maluca.

— Finalzinho do domingo. — Nico respondeu, aconchegando-se nos braços de Percy.

— Minha mãe já acionou o Olimpo em minha busca? — Percy perguntou.

— Não, ainda não. Acho que ela já está acostumada com o desaparecimento de seu único e rebelde filho. — Nico riu baixinho, ele também parecia cansado. É, remexendo em seu arquivo de lembranças novamente, Percy tinha certeza de que Nico estava muito cansado. Por isso merecia um beijo de bom dia caprichado.

— Por Favor. Nunca mais deixe que eu beba aquelas coisinhas coloridas. — Ele massageou as têmporas.

— Pode deixar. E também vou manter você bem afastado da Dedee.

 Me diz que foi um sonho. Eu não a chamei assim na frente de todo mundo.

Nico gargalhou, narrando para o namorado como Drew reagiu. Percy estava ferrado.

— Alguma notícia de Travis e Andrômeda?

— Eles passaram a noite dançando agarrados. Pelo que eu vi, estavam planejando assistir o sol nascer.

— Que romântico. — Percy girou o corpo e deixou que Nico fizesse uma massagem em suas costas. — E o Leo? Ele e Jason sumiram.

— Não sei. E, francamente, acho que você já se meteu demais na vida dos dois. Deixe que eles resolvam os problemas. — Nico massageava um ponto muito dolorido nas costas de Percy, por isso ele reclamou com a cabeça enfiada no travesseiro.

— Preciso pedir desculpas. Leo deve achar que Drew fez aquilo com ele. Se algo der errado, ele vai culpar ela e não a mim. E aí sim as coisas vão ficar feias. Imagina só, o Chalé de Afrodite contra o Chalé de Poseidon. Tô ferrado, meu irmão nem está aqui para me defender.

— Tudo bem, tudo bem. — Nico captou a mensagem — Eu posso passar na casa dele amanhã e ver o que aconteceu.

Percy girou na cama e Nico permaneceu sentado sobre suas pernas.

— Você faria isso por mim?

— Faço, se me prometer nunca mais brincar com essas poções.

— Prometo.

— Mais uma coisa. — Nico estava enrolando para dizer aquilo, só que não poderia se esquecer. — Perséfone vai fazer um jantar especial e quer que você vá.

— Um jantar no mundo inferior? — Ele perguntou sem muita animação. Percebam, mundo inferior e jantar. Com Hades, Perséfone e provavelmente Deméter. Não é o tipo de encontro que um meio-sangue curtiria.

— Por favor. Você precisa ir. Por mim.

Percy pegou o travesseiro do lado e tampou o seu rosto, murmurou um “se você insiste” quase inaudível, mas Nico ouviu muito bem.

***

Como prometido, Nico foi visitar Leo. Chegando lá ele tocou a campainha e nada. Depois bateu na porta algumas vezes e não foi atendido. Pensou que chegou em uma péssima hora, mas já passava do meio dia, em plena segunda-feira. Era um horário normal de expediente. E pelo o que sabia, Leo possuía muitos projetos para finalizar.

Como não foi atendido, ele desistiu e já estava de saída. Mas a porta da garagem se abriu e um Leo desanimado e descabelado apareceu na frestinha da porta aberta.

— Hey, cara! — Ele disse num fio de voz. — Desculpe a demora eu estava... tentando me levantar da cama.

— Tudo bem. Posso entrar? — Nico entrou e encontrou a oficina virada do avesso. Papéis espalhados pelo chão, ferramentas fora de suas posições que antes pareciam mais organizados pendurados na parede. A cama bagunçada e caixas de comida congelada no chão. — Você deu uma festa?

— Não, não. Esse é o espelho da minha alma.

Mas o que? Nem Nico (muito menos eu) entendeu.

— O que aconteceu? — Nico Di Ângelo começou a jogar as embalagens no lixo, tentando organizar uma coisa aqui e ali. Leo se jogou na cama e do jeito que seu corpo caiu, ficou.

— Aconteceu que eu sou uma pessoa muito, mas muito azarada. Nem com uma ajuda dos deuses eu consigo segurar alguém.

— Ah! Então não deu certo a poção?

Leo moveu a cabeça e olhou para Nico.

— Como você sabe da poção? — Ele se sentou na cama.

— Digamos que meu namorado achou que poderia ajudar as pessoas. — Nico esperava que Leo xingasse, ou quisesse bater em Percy. Seria uma luta bem estranha, Fogo contra água. Mas nada disso aconteceria porque Leo Valdez ainda estava sentado na cama, com um olhar de cachorro abandonado. E aquilo apertou o coração de Nico. O que ele poderia fazer? Se compadecia com a dor do amigo.

— Ele não voltou. — Leo abriu o jogo. — Ontem fui ver Drew, ela me contou que ele ficaria confuso e então, quando se decidisse, ele voltava para mim ou não. Mas ele não voltou.

Leo falou com a voz embargada.

— Sinto muito Leo. — Nico não sabia o que fazer, então ele sentou na cama ao lado dele e passou o braço sobre seus ombros. Queria que seu corpo não fosse tão frio, porque Leo sentiu calafrios com o abraço amigável. — Talvez seja cedo para dizer alguma coisa. Quem sabe ele não aparece amanhã?

— Não sei. Ele me disse que precisava voltar para a Califórnia. Para o acampamento Júpiter. Mas não falou que seria hoje.

— Entendo, mas lá não é a casa dele?

— É né?!

Nico sabia que Leo não queria ser arrogante, estava triste e era compreensível sua atitude.

— Você não vai se abater agora, vai? — Nico tirou o braço dos ombros de Leo, ou ele iria ficar congelado. — E seus projetos? Precisa terminar o trabalho e continuar a viver. Ou vai ficar enfiado nessa cama para sempre se lamentando?

— Tem razão. — Leo inflou o peito, mas depois desistiu. — Posso lamentar só mais algumas horas?

— Não vejo porque não. Se quiser, eu posso ficar aqui com você.

— Obrigado.

***

Era terça-feira e Percy ainda sentia em seu corpo os efeitos colaterais da farra do final de semana. Ele não ouviu um sermão de sua mãe, porque já era grandinho o bastante para isso, mas Sally bem que achou divertido o filho sentir todas aquelas dores, quem sabe assim ele aprendia a se manter longe de bebidas ou coisas estranhas que os filhos de Afrodite criavam?

E por falar em coisas estranhas, quando foi trabalhar na segunda-feira, ele encontrou Andrômeda cantarolando e rodopiando pela cafeteria, dizendo que estava apaixonada e que finalmente as coisas seriam melhores dali em diante.

Ótimo! Percy ficou feliz por ter feito um casal ficar junto. Ainda não sabia o que havia acontecido com Jason e Leo, mas Nico em breve contaria.

No final da tarde, Annabeth entrou na cafeteria carregando uma caixa com mais livros. Não havia espaço para os novos, por isso Percy os levou para o cômodo dos fundos.

— Como vai a ressaca de amor? — Ela perguntou, com um sorriso malvado nos lábios.

— Nada bem. — Ele preparou um cappuccino para ela. Odiava quando Annabeth direcionava para ele aquele sorriso de HA HA HA. — Não precisa me olhar com essa cara. Eu aprendi a lição.

— Duvido muito. — Annie riu. — O que está acontecendo com Andrômeda? Da noite para o dia ela se apaixonou por Travis novamente.

— É, o amor nos prega armadilhas.

— Estranho. — Annabeth bebeu o cappuccino e depois levou a xícara até o balcão. — Eles ficaram algumas vezes ano passado. Ela se apaixonou por ele, mas Travis a traiu com Solene Burns, do Chalé de Ares. Ela os pegou aos beijos e amassos na floresta.

— Sério? — De repente Percy ficou interessado naquela fofoca. — Mas pelo jeito, ela nunca deixou de gostar dele, não é?

— Sim. Ela gosta dele. Mas digamos que Travis é mulherengo, ele sai com várias garotas ao mesmo tempo. Andromeda sofreu muito para conseguir se afastar dele, foi triste, não quero que ela sofra novamente.

Puta merda. — Percy sentiu um peso enorme cair sobre sua grande cabeça de alga. Annabeth era inteligente o bastante para saber que havia alguma coisa de errado com o interesse dele naquela história, por isso levou-o para a cozinha.

Pressionando por mais alguns minutos, obteve toda a verdade.

— Seu grande idiota! — Annabeth não acreditava que Percy havia comprado as poções de carinho. Ela estava com um olhar sanguinário sobre ele. — Drew não te avisou que essas coisas são perigosas? Pior, se alguém descobrir, todos podem levar um castigo dos deuses.

— Drew me falou que eles não precisam ficar juntos para sempre. Então qual o problema? Se a Andrômeda quiser, ela vai terminar com Travis.

— Percy, você tem alga no lugar do cérebro? Quer que ela passe novamente por tudo o que passou? Tudo o que ela já chorou por Travis?

— Me desculpe, não achei que fosse causar um problema desse. — Ele realmente estava se sentindo um grande idiota. Será que isso não é o bastante?

É claro que não.

— Será que você nunca pensa? — Annabeth suspirou desanimada. — Não podemos mexer com os sentimentos dos outros.

— E porque a Drew não faz uma poção para fazer as pessoas se esquecerem? Isso existe?

— Existe, mas ela está proibida de fazer também. — Annabeth não olhou nos olhos de Percy e ele sabia o que isso significava. Ela estava mentindo.

— Se existe uma poção do esquecimento e você sabe disso. Então...

— Olha, eu bebi a poção faz muitos anos, entendeu? Não me julgue por isso. — Ela virou-se para ir embora, mas Percy a segurou pelos braços, exigindo uma explicação.

— Você queria me esquecer? Era isso?

— Não Percy. — Annie girou os olhos. — Não era para esquecer de você.

— Luke... — Percy falou. Ela não respondeu, o silêncio era mais do que uma palavra poderia significar. Mas Percy queria ouvir a verdade. Tanto que insistiu, Annie desabafou.

— Eu não suportei a traição dele com o Acampamento. Me senti idiota por ainda gostar dele após três anos de sua partida. Então procurei Drew e pedi para ela uma poção de “desnamorados”.

— E funcionou?

Annabeth deixou escorrer uma lágrima solitária, mas ela secou a tempo de Percy notar.

— Eu sofri com a morte dele, mais do que eu desejei sofrer.

Percy a abraçou carinhosamente. Ele alisou os cabelos loiros, dando um beijo em sua testa. — Foi difícil para todo mundo. Não tem como fugir da dor, muito menos dos sentimentos. O que deu em você? — Ele a soltou. — Você não tomou uma dessas coisas para me esquecer também, não é? Ou tomou?

— Não foi preciso. Nós dois conseguimos fazer isso sozinhos. Lembra-se?

— Ah! Isso me conforta muito. — Percy completou em um tom sarcástico.

— Sinto muito Percy. Quando retornamos da nossa última missão, eu não o reconhecia mais, não me reconhecia mais. Nós crescemos Percy. Não somos mais aquelas crianças que lutamos contra Cronos, que vimos nossos amigos morrer. Eu não sou mais quem eu era. Por isso achei que precisávamos dar um tempo. E foi aí que compreendi melhor meus sentimentos. Eu nunca vou deixar de amar você. Mas nem sempre vivemos para sempre com nosso primeiro amor.

— Fale isso para Romeu e Julieta. — Percy a encarou desanimado e Annei o lembrou que os dois morrem. — Não era mais fácil me contar a verdade, ao invés de fugir de mim? — Ele não queria remoer aquele assunto inacabado, mas não era melhor dar um ponto final em tudo?

— Eu não fugi. — Annie apertou os lábios. — Eu não queria acabar mal, entende? Queria manter os bons momentos apenas.

— Os bons? Tipo cair no Tártaro, quase morrer nas mãos de Cronos. É, foram momentos e tanto. — Percy sorriu, pois não havia nenhum rancor. Ao contrário, amar uma pessoa era complexo demais para se explicar.

— Quando eu descobri que Nico estava apaixonado por você, percebi que era a hora de seguir em frente. Eu não queria viver uma vida com dúvidas, sabe? Essa coisa de “e se...” não é comigo.

— E você sabia que ele gostava de mim? Será que eu sou sempre o último a saber das coisas?

— Foi por acaso, em uma conversa dele com Quíron. — Annabeth encolheu os ombros e Percy mandou que continuasse. — Eu o ouvi falando que iria embora para sempre. Pensei que se a Drew me ajudasse...

— Você me drogou com aquelas poções malucas? — A paciência de Percy ficou OFF momentaneamente. Para o azar de Annabeth. — Vocês duas me fizeram sentir isso?

— Não! — Annabeth não se orgulhava do que havia feito, mas ela fez e pronto. — Foi a mesma que você deu para Leo e Andrômeda. Então não me venha com sermão, seu idiota.

Um ponto para Annie.

Percy andou de um lado para o outro, tentando entender.

— Certo! Eu admito que alguns anos atrás, antes de você e eu namorarmos, rolou um certo clima com o Nico no meu quarto... — Percy coçou a cabeça. — Mas eu não achei que fosse algo importante, porque depois nós dois começamos a namorar. E aquilo caiu no esquecimento.

— Rolou um clima? Que clima?

— Não foi nada demais, eu só acordei e ele estava lá me olhando dormir. — Percy cruzou os braços irritado.

— Nico velando seu sono? — Annabeth enfiou as mãos nos bolsos da calça. — Que romântico.

— E eu não vou falar sobre isso. Quero saber o que você e Drew fizeram.

— Lembra-se daquela noite que comemoramos no acampamento a vitória? Então, no brinde, quando você disse para Nico que ele era corajoso e ele retribuiu o elogio. Vocês dividiram a mesma bebida por que a Drew estava lá para fazê-los beber do mesmo copo. E assim, em poucas horas os sentimentos iriam aflorar. Como a poção era mais forte, não demorou mais do que três horas para vocês se beijarem.

Percy levou as mãos na cabeça. De repente tudo parecia errado e confuso.

— Ele sabe disso? — Percy perguntou nervoso. — Nico sabe o que fizeram?

— Não. Ninguém sabe.

— Ótimo! — Percy sabia que se Nico soubesse, iria questionar se tudo o que eles vivenciaram desde então foi fruto apenas de uma poção do amor. Mas Percy sentia que tudo era real. E claro que era. — Não precisa me olhar com essa cara. Eu aprendi a lição. De novo.

— Vocês estão juntos agora somente por que você realmente gosta dele. Estava guardando o tempo todo no seu coração esse sentimento, a poção só fez você enxergar a verdade. Se não gostasse, não ficariam juntos.

— Eu sei, eu sei, a Drew já me falou isso antes.

Percy aproximou-se e Annabeth deu um passo para trás por segurança. Mas ele não iria ficar violento, não era seu estilo bater em mulher, mesmo porque Annie podia dar uma surra nele se quisesse.

— Tem razão. Sua sabichona. Só quero entender melhor tudo isso. Está ainda confuso na minha cabeça. Você poderia ser uma ex-namorada igual todas as outras do mundo. Maluca e chata, que quer me ver humilhado? Seria mais fácil.

— Eu ainda te amo, cabeça de Alga, como amigo, como um irmão. Esse sentimento jamais vai se extinguir.

— Sei. — Ele deu um meio sorriso.

— Não fique convencido demais. Eu poderia simplesmente ter apagado você dos meus pensamentos, mas achei que não era necessário.

— Claro. E o que teria de bom para se lembrar caso me apagasse da sua cabecinha? Noites a fio lendo um livro velho?

— Seu babaca.

— Sua… sua... — Percy a abraçou forte. — Você é uma pessoa especial. Eu não acredito no que vou falar, mas obrigado pelo que fez. Eu realmente amo o Nico, isso é o que importa. Eu acredito que o amor pode acontecer independente do pai ou mãe deuses.

— Isso foi bonito. Não está bravo comigo?

— É claro que eu estou. Vocês não deviam bancar o cupido. — Ele a beijou na testa e depois a beliscou na cintura. Ela odiava aquilo. — Assim como eu não devia ter bancado o cupido. Estamos quites.

— Ainda não. Qual foi o outro casal que você juntou, Senhor Cupido?

— Ah! Você não vai acreditar. — Percy abriu a geladeira para pegar uma garrafa de água. Aproveitou que Andrômeda estava dando conta do movimento na cafeteria, para bater um papo com Annabeth e relaxar um pouco, as pernas dele ainda estavam doloridas. — Leo e Jason.

— O que? — Agora foi Annie quem levou as mãos a cabeça e riu nervosamente.

— É, eu disse que você não ia acreditar.

— Percy, seu burro. — Ela passou de irmã amorosa, para ex-namorada furiosa e maluca. — Jason e Leo?

— Sim. Eu descobri que o Leo gostava do Jason e queria saber se era recíproco. Igualzinho você, veja como a vida nos prega peças.

— Claro.

— Sim. Não, espera.

— Piper foi embora para a China porque ela não aguentava mais viver uma mentira. Jason sempre gostou de Leo, mas ele nunca contou nada para ninguém porque não queria que soubessem. Nem o coitado do Leo.

— Uau. Então nem precisava de poção.

— Idiota! Jason não queria contar para Leo sobre isso. Ele voltou hoje para a Califórnia, vai servir os dez anos na legião.

— Certo. Entendi. Isso não é nada bom.

Percy estava cansado de dar foras. Mas o que ele poderia fazer? Acho que um pedido de desculpas não iria resolver os problemas. Embora fosse um bom começo para tentar ajeitar as coisas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ADEUS ANO VELHO FELIZ ANO NOVO ~

> Eu acho que Eros e Afrodite deviam processar Percy e Annabeth por fazer seu trabalho sem autorização.
> E o Leo minha gente :( alguém acode esse menino.
> Vou responder os comentários somente ano que vem u_u huhaushauhs

Beijos