Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 54
Ninguém está pronto para: A benção de Afrodite


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A ciência explica o amor de forma simples. As três fases do amor iniciam-se pelo desejo, os hormônios da testosterona e do estrogénio circulam por nossas veias através do sangue. Logo, nosso cérebro vai dar vivas e graças aos possíveis parceiros. Em seguida, a fase da atração, nós nos apaixonamos e podemos culpar as mãos suadas aos compostos norepinefrina e a serotonina, se der sorte a dopamina te fará feliz. Em alguns casos sabemos que não. E, por fim, o amor concreto, a oxitocina e a vasopressina são responsáveis por ativar áreas de seu cérebro que te faz ser monogâmico e fiel ao parceiro.

Mas se você é um semideus, tudo isso tem uma outra explicação. E é tão simples e óbvia: Afrodite está amando.

Ora essa, não é novidade que a deusa do amor ame? Você deve estar se perguntando a mesma coisa nesse momento. Contudo, você já viu aquelas histórias de amor que nos aquece o coração quando as ouvimos? Talvez seja por isso que a deusa está agraciando o mundo com sua benção. E essa dádiva se estende por todo o território terrestre. O número de assassinatos diminuiu, a graça alcançou também acertos econômicos e sociais em alguns territórios de Guerra. Assim como aumentou o número de propostas de casamento. Imagino que daqui alguns meses teremos o fruto dessas bênçãos.

Percy Jackson estava especialmente carinhoso naquela manhã. A princípio, Nico não achou estranho, afinal de contas, todos os dias Percy perdia pelo menos cinco minutos na cama segurando-o nos braços e acariciando seus cabelos. Era um martírio ter que sair da cama para ir trabalhar, e mesmo reclamando, ele se levantava e tomava um banho antes de sair. Porém, naquela manhã diferente, Percy permaneceu na cama e Nico não reclamou do sexo, muito pelo contrário.

Os dois sentiram os corpos se unirem e não era apenas desejo e paixão, havia mais alguma coisa que os levou a comunhão. Andrômeda já ligava pela décima vez no celular do chefe, mas ele estava ocupado demais lavando as costas do namorado. Um beijo ardente e tudo se iniciou novamente. As costas de Nico contra a parede de azulejo, a água quente escorrendo pelo seu corpo, enquanto Percy movia-se de encontro ao outro.

Quando deixaram o banheiro, Nico sentia-se eufórico, mas também preocupado. O coração em disparada e um formigamento nas mãos. Percy foi trabalhar, mas complicado mesmo foi permitir que ele deixasse o apartamento.

A exposição de Rachel era um sucesso e Nico precisava revelar as fotografias que tirou, para que ela avaliasse quais desejava usar, as demais ele poderia vender, ou montar um próprio site, como um portfólio para futuros trabalhos.

Assim que chegou ao apartamento de Rachel, encontrou-a focada em uma tela colorida. Seus cabelos presos com um talo de pincel gasto, ela vestia uma camisa de mangas dobradas e as pontas amarrada acima da cintura, e uma calça jeans rasgada nos joelhos. Estava com restos de tinta da cabeça aos pés. Nico deixou então os dois copos de café que havia comprado, e a pasta com fotografias sobre a mesa, e aproximou-se das demais telas que ela havia pintado.

Alguns eram simples borrões, outros esboços de um desenho inacabado. Mesmo assim, conseguia identificar certas semelhanças em cada quadro.

— Estou pintando desde a madrugada. — Rachel afirmou, segurando o pincel, onde a ponta dele era mastigada por ela. — Está vendo? — Ela apontou para o quadro. — A aura avermelhada é o desejo escarlate, ao redor, o amarelo, a atração e o amor azul... tranquilo e pacífico.

— É uma nova coleção? Achei que estava focada na sua exposição.

— Sim, eu estava, mas você também sentiu a benção de Afrodite, não foi? — Rachel o olhou, e Nico abriu a boca levemente. Não justificava tudo, é claro, mas respondia algumas coisas. — Liguei para Piper, mas não a encontrei, então liguei para Drew. Ela confirmou.

— Tem alguma explicação?

— É evidente que a deusa está apaixonada. — Rachel respondeu com naturalidade, enquanto estudava sua obra. — Sua intensidade vem demonstrando as fases do amor. Veja, a sensação de estabilidade nos faz crer que um relacionamento é o ideal. Quando se rompe, as cores vibram.

— Meio complicado explicar isso para quem não é semideus.

— Eles não precisam saber que algumas coisas acontecem por interferência dos deuses. Coisas boas simplesmente acontece, e é melhor que continuem acreditando nisso. — Rachel piscou e virou-se para beber o café que Nico trouxe. Eles trabalharam nas fotografias até o horário de almoço, quando decidiram fazer uma pausa e comer fora.

O trabalho com Rachel repercutiu da melhor forma possível e Nico se viu diante de ter que recusar ofertas de trabalho pois a agenda estava cheia. O último evento que realizou, foi mais por amizade do que serviço prestado. Era o noivado de Quíron e Noelle, no acampamento meio sangue. Para tal ocasião, a placa de proibição da entrada de Filhos de Poseidon, Ares e Afrodite foi retirada para a festa. E alguns meses depois, Dionísio decidiu removê-la para sempre, graças a um apelo (ameaça) do pai.

A festa era como qualquer outra quando se uniam semideuses, acabou em brigas, sendo oferecido por Dionísio uma rápida queima de energia em seu novo maquinário de obstáculos.

— Aqui não é Roma e nem o Coliseu. — Quíron reclamou, ao lado do deus do vinho.

— Ora, vamos nos divertir um pouco já que eles estão animados o bastante. Hey! Menina. — Dionísio gritou na direção de Sophia Arcops, filha de Hermes. — Vou apostar 300 dracmas nos filhos de Ares.

A garotinha aproximou-se e pegou as moedas, registrando a aposta. Quíron girou os olhos, tirando do bolsinho de couro algumas moedas.

— Filhos de Atena. — Ele falou, recebendo uma advertência da noiva Noelle.

— Vocês estão subestimando as crianças de Hefesto? — Noelle puxou a bolsa de couro do noivo e pegou outras moedas. — Sophia, tome aqui minha aposta.

 

 Próximos da mesa, Nico e Percy se olharam. O filho de Hades conhecia aquele semblante devasso e espirituoso do namorado, enquanto estalava os dedos e fazia um alongamento com o corpo, para entrar na disputa.

— Sério mesmo? — Nico perguntou, descrente de que Percy ia cair naquela cilada de entretenimento barato com os semideuses para divertir os deuses. Embora eles não estivessem em presença física no acampamento, assistiam de camarote no Monte Olimpo tais acontecimentos. Bem, quase todos, provavelmente Ártemis tinha mais o que fazer, já que não era mãe de nenhuma criança humana e seu pai, Hades, estava muito bem obrigada em uma ilha paradisíaca na Grécia.

— Você sabe que eu não perco a chance de ser o centro das atenções, não é? — Percy piscou, divertido, enquanto dava alguns pulinhos para aquecer o sangue. — Que tal você mostrar para eles que os filhos de Hades ainda devem ser temidos?

— Talvez porque eu não quero fazer papel de bobo da corte. — Nico deu um sorriso que não tinha nenhuma graça. — Mas já que você gosta de aparecer, então boa sorte. — Ele beijou Percy e deu alguns tapinhas em suas costas, incentivando-o.

— Eu vou ganhar o prêmio para você. — Percy gritou, apontando na direção de Nico.

— Você ao menos sabe o que é esse prêmio? — Nico gritou de volta.

— Importa? — Ele gargalhou e saltou na direção da roda de metal que girava com estacas pontudas.

Nico girou os olhos e colocou a mão no rosto, pensando em como seu namorado era inconsequente. Ele evitou olhar a maior parte do tempo para a Máquina de Guerra 4.57 – nome muito sugestivo que Dionísio batizou –, Percy parecia estar indo bem, mas Dante também era bom. E os filhos de Hermes eram ágeis, mas foi uma surpresa ver um filho de Afrodite assumir a liderança, enquanto todos o subestimavam. A disputa era acirrada, mas não foi muita surpresa ver aliança se formar entre as crianças de Atena e Hefesto para eliminar os demais concorrentes.

Quando Percy caiu no chão, quase em cima de uma bola de spikes afiada, Nico apertou os lábios e estreitou os olhos. Ele aparentava sentir uma dor insuportável, mas logo que se levantou e acenou para avisar sinalizar que estava tudo bem, aí foi tempo de Nico gargalhar.

— Você está velho demais para competir com aquelas crianças cheias de energia. — Ele falou, enquanto ajudava Percy a sentar num tronco de árvore longe da multidão de campistas.

— Se eu treinasse todos os dias como eles, iriam ver quem é o filho de Poseidon.

— Sim, sim, claro. — Nico concordou, debochando. — Você pode tentar crossfit, ouvi dizer que está na moda e ajuda muito. — Após rir da expressão brava de Percy, ele o beijou, alisando com a mão sobre aonde havia machucado na costela. — Annabeth acabou de chegar, veja.

Eles olharam na direção de um carro estacionado em frente a casa principal. Levantaram e caminharam até Annabeth e Butch, que descarregava a mala do carro.

— Eu vim para um noivado e vejo a Máquina de Guerra 3.0 em ação por qual motivo? — Annie perguntou, enquanto cumprimentava Nico com um abraço e depois Percy.

— Ah! Essa é a 4.57, Dionísio implementou algumas coisas novas desde a 3.0. — Percy falou, pegando a mala das mãos de Butch. — E aí, grandão! Porque você não vai lá tentar ganhar o prêmio? — Percy deu umas batidinhas nas costas do filho de Íris, enquanto Nico balançava a cabeça de um lado para o outro, falando que não valia a pena.

— Vamos entrar, depois eu falo com Quíron, tenho algumas novidades para contar. — Annabeth moveu a cabeça e subiu as escadas para a casa principal. Entraram Travis Stoll e Andrômeda sentados no sofá, discutindo algo sobre um bebê. — Está tudo bem aqui?

Eles se calaram assim que o grupo entrou, e Andromeda prometeu contar tudo para Annie, apenas quando elas estivessem a sós.

— Uau, fomos banidos da conversa. Ok. — Percy deixou a mala do casal e sentou no sofá, esperando que Annabeth contasse logo as novidades. Sabia que eles viajaram pela Europa, ainda que não soubesse dos detalhes sobre o que eles fizeram por lá, além do óbvio de um casal jovem. Essa última parte ele não tinha nenhuma vontade de conhecer os detalhes.

Logo que Annabeth retornou, após despedir-se de Andrômeda, ela sentou na poltrona favorita do Sr. D. e esfregou as mãos.

— Então, a novidade é que Butch e eu nos casamos. — Ela falou com naturalidade e um sorriso animado.

— O que? — Percy arregalou os olhos, não que estivesse achando muito estranho, não, ele estava achando aquilo realmente estranho. — Da última vez que conversamos sobre isso na varanda do meu apartamento você disse que não pretendia casa.

— Isso foi no outono, Percy, já passou meses desde então. — Ela disse, como se fosse algo óbvio. — Quando nós chegamos à Grécia, foi tudo tão rápido, nos casamos sobre a Acrópole de Atenas. Nossas mães estavam lá, nos abençoando e foi quando trocamos nossos votos.

— Eu estou sem palavras.

— E eu estou muito feliz por vocês. — Nico cutucou Percy e depois se levantou para abraçar o casal. — Vocês pretendem fazer alguma cerimônia aqui no acampamento, poderíamos aproveitar que estão todos.

— Foi o que eu falei para ela. — Butch passou a mão nos cabelos loiros de Annabeth, beijando-a no rosto em seguida. — Meus irmãos e irmãs vão me matar quando souber que não presenciaram nosso casamento.

— Sim, os meus também. — Ela fechou os olhos e balançou a cabeça. — Mas foi tudo tão perfeito, sabe... era o momento, e foi somente para nós dois. Algo íntimo, sei lá. Eles vão entender. — Annabeth e Butch se beijaram e Percy concluiu que já haviam segurado vela por tempo suficiente, puxando Nico para fora da casa.


O número de campistas vinha aumentando gradativamente ao longo do tempo. Isso graças ao fato de os deuses terem criado vergonha na cara milenar e prometido cuidar melhor das crianças quando atingiam a idade certa e seus protetores fossem muito bem treinados para leva-los até o Acampamento em segurança.

Nico estava sentado na cadeira de ossos de animais, peça única que havia construído em uma fase complicada, antes de começar a namorar Percy. As crianças que passava na frente do Chalé de Hades corriam e sequer olhavam para Nico, ou quando olhavam, pareciam assustadas quando ele acenava. Ao contrário de Percy, que sempre atraia a atenção de todos.

Observando-o interagir com as crianças, recordou-se da conversa que tiveram sobre ter filhos. Não haviam tocado no assunto desde então, mas ainda era cedo para serem pais. Percy completaria vinte e um anos em alguns meses, e ele... Nico já nem sabia mais a idade que tinha.

— Dá para acreditar nessas crianças? — Percy subiu os degraus, entregando a garrafa de soda para Nico. — Elas quase me atropelaram.

Ele sentou no topo da escada, ao lado de Nico, enquanto bebia o refrigerante. Decidiram passar mais dois dias no acampamento para a cerimônia relâmpago de casamento de Annabeth. As garotas do acampamento estavam eufóricas, distribuindo ordens para todos os lados a fim de preparar tudo para aquela noite. Nico ficou encarregado de iluminar com o gazebo que iriam montar, e ainda não era nem meio dia, então ele estava livre no momento.

— Será que se nós tivéssemos filhos, eles poderiam frequentar o acampamento? — A pergunta de Nico ficou no ar, até que Percy virou-se para olhá-lo, um semblante curioso talvez cuidadoso com as palavras a seguir.

— Eu não sei, talvez sim. Afinal eles seriam netos de Poseidon e Hades, merecem proteção também. — A voz de Percy era séria quanto o assunto. — Mas...

Ele parou de falar, deixando Nico angustiado com o que vinha em seguida.

— “Mas”, o que? — Perguntou um pouco dramático e viu Percy terminar a bebida, suspirando em seguida, enquanto seus ombros encolhiam para frente. Ele olhava na direção dos campistas que corriam de um lado para o outro atrás das galinhas que acabaram fugindo e estavam atrapalhando a organização da festa de casamento.

— Vamos mesmo colocar um filho no mundo? — Ele voltou a olhar para Nico. — Quero dizer, nossas vidas são complicadas, não são? Você não tem medo da criança ser alvo de tudo o que a gente já passou?

— Nós os protegeríamos. — Nico falou firme.

— Agora são mais de um filho? — Percy riu.

— Não seja bobo.

— Estou falando sério. A gente vai colocar também em risco uma mulher para gerar nossa criança. Ou, adotar uma criança humana no orfanato, por exemplo... pegá-la sem nenhuma proteção.

— Então você não quer ter filhos. — Nico soltou o corpo na cadeira, afundando aos poucos sem perceber que transbordava decepção.

— Não disse isso, só estou refletindo sobre as opções. — Ele se levantou e parou na frente da cadeira de ossos, comentando que aquela coisa seria a primeira a ser jogada fora caso eles tivessem um bebê.

— Nós somos dois homens, não temos muitas opções no mercado. — A conversa voltou a parecer interessante e Nico refletiu sobre o que o namorado dizia. Uma mulher humana carregando no ventre um bebê de origem semideusa, o que poderia acontecer com ela? Eles não podiam colocar em risco outras pessoas pelos seus sonhos e caprichos.

— Tem um monte saí sem família. — Percy ergueu o queixo, na direção de um grupinho que haviam encurralado as galinhas fujonas. — Vamos escolher uma e levar para casa.

Mesmo que Percy estivesse gargalhando com a ideia, Nico ponderou sobre ela.


O gazebo em estilo grego fora montado e estava enfeitado com morangos e gardênias brancas, era basicamente o que tinha disponível no acampamento. Contudo, a decoração de última hora ficou deslumbrante e todos os envolvidos estavam orgulhosos com o resultado, ansiosos para saber a reação dos noivos, que estavam cada um em seu chalé para se prepararem para a cerimônia.

Nico tocou as pilastras frias do gazebo e incorporou um tom brilhante que se espalhou pela estrutura como pequenas estrelas brilhantes na noite escura. Não muito longe dali, as crianças menores estavam sentadas na grama, conforme os irmãos mais velhos obrigaram a ficar, já que estavam de banho tomado e com roupas limpas. Nico afastou-se para ver como ficou, estava agora próximo de algumas menininhas que seguravam uma cestinha com flores e a outra uma plaquinha escrito “lá vem a noiva”.

— Você é mesmo o filho de Hades? — A garotinha da placa perguntou, quase ao mesmo tempo em que se escondia atrás da outra menina.

— Sim, sou o filho mais novo dele. — Nico respondeu. — Hades, ou Plutão, ainda tem uma outra filha, mais velha do que eu. Ela agora é Senhora do Mundo Inferior, Hazel. — De repente, ele sentiu como aquela frase saiu de sua boca em tom de orgulho.

— E onde está Hades? — A garotinha da cesta de flores quis saber. Nico dobrou os joelhos e inclinou o corpo para olhar direto nos olhos dela.

— Hades está de férias em uma praia.

— Sério? — As duas perguntaram ao mesmo tempo.

— Sim, ele gosta muito de praia.

— E a sua irmã vai vir hoje?

— Infelizmente não, ela trabalha muito.

— Porque todo dia as pessoas morrem, não é?

— Isso mesmo.

A conversa terminou quando Drew chamou as meninas para se posicionarem junto com Annabeth. Ela avaliou o gazebo e gostou do toque dark que Nico colocou, deixando as gardênias mais destacadas, junto com as belas folhas verdes e os morangos pendurados.

Nico encontrou Percy conversando com Alex e Leo, sobre a oficina que recebia muitos pedidos, e o armazém que Leo alugou estava lotado de mercadorias.

— Vamos precisar de alguém para me ajudar nos projetos. Já sondei alguns irmãos, mas todos estão ocupados. — Leo fez uma careta, passando a mão nos cabelos castanhos que caíam em mechas onduladas até os ombros. Alex ergueu a mão para tirar alguns fios do rosto dele.

— Você não precisa contratar só seus irmãos para o trabalho, sabe disso. — Alex falou, cruzando os braços.

— Não preciso, mas quero ajudar eles. Nós fazemos assim. — Ele sorriu, enquanto Alex não resisti em lhe dar um beijo.

Eles ouviram o som do violino e então se aproximaram do local onde o casamento se realizaria. Uma menina e um menino do chalé de Atena tocavam o instrumento e em seguida Butch andou por entre os campistas, que se dividiram em duas partes, criando um corredor até o gazebo. Quíron celebraria a cerimônia de casamento, ele se posicionou atrás do noivo.

Quando os violinos voltaram a criar uma melodia, todos viravam a cabeça para ver Annabeth descer os degraus do chalé de Atena até Butch, as duas meninas andavam na frente dela. Uma jogando flores no chão e a outra cansada de segurar a plaquinha de lá vem a noiva. Alguns campistas riram com a cena.

Drew amparou as meninas quando elas chegaram ao gazebo, assim Annabeth pode ser recebida pelo noivo. Quíron iniciou o discurso, recordando de alguns momentos de quando conheceu cada um dos dois. As palavras dele sobre amizade, afinidade, companheirismo, atingiram o coração de Nico.

Eles assistiam ao casamento muito próximo, por isso Percy estava com um olhar bastante apalermado ao ver a grande amiga em um momento especial como aquele. Ele se esforçou para não parecer o tipo de pessoa que se emociona em casamentos, mas estava estampado em seu semblante.

Nico entrelaçou os dedos das mãos nas de Percy, que desviou o olhar para ele. Quíron falou sobre comprometimento e a dificuldade de ser semideus, crescer e montar uma família. Mas que nada disso era impossível, não quando eles tinham um ao outro, também uma grande família ao redor. Afinal de contas, o Acampamento Meio Sangue era mais do que um lugar para passar as férias de verão (ou para alguns um lar em tempo integral).

— Vamos ter um filho, hein? — Percy sussurrou, apertando as mãos de Nico.

— Vamos, daqui alguns anos.


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Notas finais do capítulo

O amor está no ar.

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