Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 34
Ninguém está pronto para: O pior


Notas iniciais do capítulo

Quando se é um semideus sabemos que: quando algo está ruim, elas podem piorar muito mais.



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— Hey! Querido.

Ouvir aquela frase trouxe paz para o coração de Percy. Embora tenha durado só alguns segundos. Depois, veio o caos. Eram tantas perguntas que precisavam de respostas, tanto a dizer, sentir. Percy abraçou o corpo de Luke, mas podia jurar que sentia a quentura do corpo de Nico. Aquele seu cheirinho do pós-barba, que era mais suave do que o seu.

Percy parou por aí, porque não queria causar mais constrangimento beijando Luke/Nico.

Hey. Como você está? — foi uma pergunta besta de início, mas Percy realmente precisava saber como Nico estava. Todos os detalhes possíveis. Se dormia, se comia, o que fazia. E, principalmente, quando ele retornaria.

Quando percebeu, já havia feito uma lista de perguntas e ainda não havia obtido a resposta nem da primeira. Nico sorriu, um sorriso diferente, de Luke.

— Apesar de o tempo passar diferente aqui, eu sinto como se estivesse longe há vários meses.

— Mas você está! — Percy notou que ainda segurava as mãos de Luke e soltou — Você o possuiu para falar comigo?

— Mais ou menos. Ele ainda está aqui, em algum lugar.

— Quando você vai voltar?

Houve um silêncio e Percy fez a mesma pergunta mais uma vez.

— Sinto muito, mas não consegui descobrir como sair daqui, meu corpo está preso no mundo inferior. — Nico aproximou-se de Percy, que hesitou um segundo, antes de permitir que ele o abraçasse. — Assim que eu tiver novidade, vou te falar, prometo. Agora… você precisa recuperar o livro roubado.

— Ah! Sim, o livro. — Percy caminhou até a borda da piscina — Se esse livro é tão importante, por que não estava guardado em um lugar seguro? O que aquelas harpias fãs da Disney podem fazer com ele?

— Ainda não sei, mas Perséfone garantiu que algumas poções deste livro são proibidas, por isso ele foi mantido em um cofre dentro do Banco Grego.

— Não acredito que as Harpias tenham conseguido roubá-lo. Deve ter sido outra pessoa.

— Mais um motivo para recuperá-lo. Além do mais — Nico mexeu nos cabelos e Percy notou que aquele gesto na verdade era típico de Luke — esse livro pode me ajudar. Lembra-se quando ultrapassamos a parede do esgoto e fomos parar dentro do banco?

— Sim, é claro.

— Talvez o mesmo feitiço, só que mais poderoso, me ajude a passar pelas portas trancadas.

Agora sim. Um sorriso delineou os lábios finos de Percy. Finalmente uma boa notícia. Ele ficou tão satisfeito com a ideia de recuperar o livro para trazer Nico de volta que abraçou o corpo de Lule com mais força.

— Eu vou pegar esse livro, prometo. — Percy deitou a cabeça no ombro dele — Eu preciso de você ao meu lado. — ele fechou os olhos, sentindo uma mão acariciar seu pescoço, depois alisar os cabelos.

— Eu estou sempre com você.

Percy ouviu a voz de Nico bem baixinho em seu ouvido, ele virou o rosto, com seu olhos fechados, em sua cabeça podia enxergar a imagem de Nico sentado em uma poltrona, numa sala iluminada pelo fogo da lareira.

Nico levantou-se da poltrona e caminhou em sua direção, a realidade daquela cena poderia ser contestada mais tarde, Percy apenas deixou-se levar pelo que via. Para ele, aquele momento, era o que bastava.

Nico tocou em seu rosto e o beijou levemente nos lábios, falando palavras de carinho bem baixinho. Percy sorriu, tendo seu coração preenchido de paz.

Quando a imagem se dissipou, ainda de olhos fechados, Percy recordou-se do lugar que estava. O ar geladinho climatizado da área coberta da piscina era só a primeira pista. Abriu os olhos e encontrou um par de olhos azuis furtivos o encarando.

Percy deu um passo para trás, recuando as mãos que pousavam sobre os ombros de Luke.

— Foi mal, eu não planejei isso. — ele falou envergonhado — Você estava aí o tempo todo?

— Sim. — Luke respondeu, tentando parecer menos embaraçado. — Mas não se preocupe, eu não questionaria meu senhor.

— Senhor… é ainda estranho ouvir você chamá-lo assim. — Percy coçou o pescoço. Ele ainda estava constrangido pelos últimos acontecimentos. Essa história de pegar emprestado o corpo de alguém poderia causar certo desconforto, mas, se Nico estava ok com isso, Percy reclamaria?

— Percy, eu preciso dizer uma coisa.

— Vamos conversar no bar do cassino? — Percy perguntou, mas não teria chances de saber a resposta, muito menos de saborear um drink no bar do cassino. A cobertura da piscina estremeceu, Luke jogou seu corpo por cima de Percy e ambos caíram afastados de onde uma pilastra desabou.

Um redemoinho de vento iniciou-se sobre a piscina, fazendo a água erguer-se no ar. Percy observou aquela cena e a única coisa que veio em sua mente foi “Adeus, Vegas”.

— Um ataque? — Luke perguntou, levantando-se e ajudando Percy a ficar de pé.

— Está mais para uma… — ele olhou para o alto e pode ver quem manipulava a água da piscina com o redemoinho de vento — Briga interna. Aquele é Jason, filho de Júpiter, irmão mais novo de Thalia.

— O que ele está fazendo? — ambos se dirigiam para fora da área da piscina, mas a saída estava bloqueada por uma estrutura de metal, que desabou com o teto.

— Não sou um oráculo, mas eu diria que tem algo a ver com Leo Valdez e Alex Mitchell.

— O irmão de Annabeth?

— O próprio. — Percy desistiu de tentar ajudar Luke a remover aquela estrutura pesada. Ele não estava nada bem, tentou, inutilmente, mover a água, mas a força do vento estava intensa. — Falando nele.

Percy não estava a fim de saber como aquilo tudo se iniciou, mas sabia que precisava pôr um fim na briga antes que Dionísio os sacrificasse e expusesse seus corpos no meio da cidade.

***

Com uma certa dificuldade, Leo conseguiu sair debaixo dos escombros da parede do quarto que fora arrancada por Jason. A situação ficou totalmente fora do controle dele quando tentou explicar a situação. Que tecnicamente estava muito explícita para contrapor qualquer argumento que começasse com “Não é o que você está pensando!”. Era exatamente o que ele estava pensando e vendo.

Era a mais simples e pura traição. Os motivos que o levou aquilo já não importava mais. Sua perna estava machucada, e havia um namorado traído furioso tentando matar um amante ainda mais furioso.

A conversa exaltada que tiveram vinha na cabeça de Leo, em flashes. E o olhar vibrante de Jason, em tons dourado, pareciam mais chamas de ódio.

— Que merda está acontecendo aqui? — O grito de Drew fez Leo cair em si e se situar no tempo corretamente. Ela entrou no quarto, ou, pelo menos, o que estou dele. Havia um buraco imenso na parede, e as vigas de ferros destruídas, comprometendo todos os andares acima deles.

Drew perguntou mais uma vez o que estava acontecendo e Leo tentou explicar. Ele foi até parede destruída e olhou para baixo. A cobertura da piscina estava totalmente destruída.

— Aquele é o Jason — ele apontou, mas Drew já havia reconhecido o filho de Júpiter.

— Como você permitiu que ele lutasse com o Alex? — Ela o olhou furiosa — Ele vai matá-lo! Acho que você não pensou nisso quando resolveu dar um de guloso e pegar dois caras.

— Eu tentei impedir, mas uma parede despencou em cima de mim. O que você queria que eu fizesse? Queimasse todos nós?

— Olha, não é uma má ideia. — Drew afastou-se da parede destruída, tentando se equilibrar com sua bota nos escombros — Aquela maldita poção! Eu poderia apodrecer no Tártaro por tê-las criado — ela quase caiu, mas teve a ajuda de Dante — Ótimo, você aparece sempre nas horas oportunas.

— O que está acontecendo? O hotel está sendo evacuado. — Dante segurou forte no queixo de Drew, analisando o corte e filete de sangue em seu rosto. Ela lhe deu um tapinha na mão, falando que estava ótima, só foi um estilhaço de vidro que voou em sua direção quando ela saiu do elevador no exato momento que tudo começou.

— Eu vim chamá-los para uma reunião no bar. Mas quando cheguei aqui, tudo foi para os ares — ela olhou para trás e viu que Leo já não estava mais lá — Merda! O moleque vai torrar todos nós.

***

O lado bom de ser filho de uma deusa virtuosa, inteligente, estrategista e com grande senso de justiça, era que você se tornava um semideus virtuoso, inteligente, estrategista. O senso de justiça estava fora do radar de Alex, naquele momento o único senso que apitava em sua cabeça era unicamente o desejo de arrancar os braços de Jason e fazê-lo despencar no chão. Mas sem muitos danos colaterais.

Com o vento contra seu rosto, os cabelos de Alex sacudiam. Ele podia sentir a ira do elemento chocando seu corpo. E cara! Aquilo doía.

Graças ao seu rápido raciocínio, ele sobreviveu os últimos dez minutos de luta. E poderia passar o resto do dia naquela brincadeira de combate, se não fosse por estarem colocando a vida de todos em perigo.

— Jason! Isso já passou dos limites. — Alex gritou, tão alto quanto poderia — As outras pessoas não devem pagar por um erro cometido por nós.

— Nós? Acho que não. — Jason não pensou duas vezes, antes de direcionar o redemoinho de vento em seu alvo. A água da piscina foi junto.

Alex escapou por pouco. Ele viu uma oportunidade de preparar uma armadilha, e se trouxesse Jason para mais perto, conseguiria prendê-lo. Só não contava com a chegada de Leo, que ficou entre os dois, e estava claramente pegando fogo.

— Acabou Jason. Eu não quero ter que te machucar. — Leo vaporou toda a água, quando o seu fogo entrou em contato com ela.

— Não sei como poderia me machucar mais do que você já fez.

— Me desculpe, mas eu acho que posso...

Enquanto Leo roubava a atenção de Jason, Alex pensou em sua armadilha. Ele só precisava de algo que cortasse, como uma espada.

— Quer uma mãozinha? — Percy girava sua caneta esferográfica entre os dedos. Alex agradeceu mentalmente a presença do amigo. Quando terminou, só precisava chamar a atenção de Jason novamente e prendê-lo.

— Como é que você sobreviveu aquela queda? — Percy perguntou curioso, sem se importar se aquela era uma boa hora para questionamentos — Jason poderia te matar.

Alex lançou um olhar ávido.

— Me agradeça por não o ter feito engasgar com a própria arrogância, Percy. — Alex subiu sobre algumas estruturas de metal. — Os filhos de Atena não são derrubados pelo vento, ou por qualquer outro tipo de elemento.

Leo e Jason estavam próximos o suficiente para que Alex pudesse, com um único golpe de espada, quebrar a última viga em pé, causando a queda do restante do telhado. E tudo ocorreu conforme planejou, era como se a sua mente desenhasse a cena na sua cabeça.

Jason direcionou a força do vento para impedir ser aterrado pelo teto, e Leo só precisou de alguns segundos para alastrar as chamas. Enquanto Percy usava a água da segunda piscina para aplacar o fogo.

Alex largou a espada de Percy, ele não curtia nenhum tipo de armas. Sendo filho da deusa Atena, Alex tinha capacidade de vencer qualquer tipo de disputa usando apenas seu corpo. Ele caminhou até Jason, que perdera o equilíbrio do voo, quando atingido por Leo, depois por Percy.

Assim que Jason o encarou com um par de olhos dourados, Alex acertou-lhe um soco no meio do rosto, fazendo-o cair metros de distância.

— O que você está fazendo? — Leo o inquiriu — Ele não te atacou, nem nada.

— Ele não é o Jason!


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Notas finais do capítulo

GENTE tô na correria do dia a dia e quando tenho tempo na frente do computador para curtir, só me vem abacaxi para descascar. Seria mais fácil se todos fizessem as coisas certinho, assim eu teria tempo para me dedicar as histórias euheuhue

Enfim!

Eu quero avançar essa história de uma vez pois o tempo para me dedicar a ela está cada vez menor, e eu realmente não desejo abandonar, por isso é capaz de eu finalizar o mais rápido possível. Só preciso achar um jeito milagroso de fazer isso sem deixar pontas soltas HUSAUHSUHASHUSHUS

ai, tô tão cansada. Me mandem energia positiva para mais uma semana.

Beijocas.