Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 33
Ninguém está pronto para: O que acontece em Vegas... fica em Vegas?


Notas iniciais do capítulo

Diz o ditado que "O que acontece em Vegas, fica em Vegas" não sei se algumas coisas que acontecerem aqui vão realmente ficar aqui.



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Percy estava nervoso. Decidiu caminhar para relaxar e não destruir nada que não pudesse pagar depois. Mas bem que D. merecia. Estando em um deserto, o filho de Poseidon sentia-se enfraquecido. Pudera, ali só existiam piscinas artificiais que imitavam — de maneira ridícula na opinião de Percy — o mar.

Como não tinha jeito, Percy foi na direção das piscinas. O lugar estava vazio e silencioso, com uma placa enorme informando que a água estava em tratamento devido um acidente na noite anterior. O cheiro do produto lançado sobre a água era nauseante, mas não demorou muito para que Percy o ignorasse.

Foi quando Luke apareceu atrás dele, perguntando se estava tudo bem. Percy virou-se com um olhar pesaroso, respondendo que sim, embora fosse evidente que não estava nada bem.

Luke deu uma olhada ao redor e depois abaixou-se para molhar a mão na água. Estava fria.

— Eu tenho a lembrança de me banhar em um rio. Só isso. Parece bobagem, mas é uma lembrança que vem em minha cabeça e eu não sei por quê.

Percy ficou em silêncio, ele achou melhor não comentar nada sobre isso.

— Tenho a impressão de que isso pode estar relacionado com o que você deve buscar em vida. Quem sabe não é uma pista?

— Talvez. — Luke se levantou. — Sobre o livro de poções, como poderemos encontrá-lo?

— Eu tenho um palpite. — Percy contou sobre a luta nos esgotos — Mas Charlotte me parece mais esperta do que esperava. Ela conseguiu enganar Drew, roubou as poções, os livros. Ainda não sabemos exatamente para quem ela fez isso. Mas a profecia de Rachel deve estar ligada. “Todas as deusas são uma deusa. Tudo vem da deusa e tudo para a deusa retornará.

— Mas essa não me parece uma profecia. A outra sim “A alma perdia para a Terra retornou, e uma nova chance ele ganhou. Das mãos do amor, uma vida sucumbirá. E a deusas mãe regressará, quando a verdadeira morte despertar” — Luke observava a água, pensativo — A primeira me parece mais um aviso.

— Não adianta a gente ficar pensando muito nessas coisas. As profecias são malucas, não se lembra da minha? No fim foi você quem morreu… — Percy calou-se imediatamente. Ele não queria tocar naquele assunto. Não conversaram muito sobre a morte de Luke.

— Tudo bem, Percy. Eu não me importo que fale sobre isso.

Percy relaxou os ombros, estava cansado de manter aquela postura de que tudo estava bem.

— Queria que Nico estivesse aqui, ele sempre soube o que dizer nas horas mais oportunas. — lamentou, sentando-se em uma espreguiçadeira ao lado da piscina.

Luke atentou-se a tatuagem de Percy. O emblema do outro acampamento. Ele não se recordava se sabia da existência dos romanos.

— Podemos tentar uma coisa. — ele falou, sentando-se ao lado de Percy — Se você não se importar, é claro. — Luke estendeu sua mão para Percy, que pensou um pouquinho antes de aceitar segurar a mão dele. Alguns minutos depois, nada havia acontecido. — Hmm. Eu não sei muito bem como fazer isso.

— Da outra vez estávamos em pé. — Percy sugeriu e então os dois ficaram de pé um de frente para o outro. Luke era poucos centímetros mais alto, Percy havia crescido bastante nos últimos anos. E os dois pareciam compartilhar mesmo peso e força. A cicatriz de Luke estava ainda no mesmo lugar e seus cabelos bem curto. Percy desviou o olhar por um momento, mas foi solicitado pelo outro que ele o olhasse.

— Quem sabe se você falar alguma coisa — Luke segurou as mãos de Percy, entrelaçando os dedos com força.

— Vejamos. — Percy não conseguia pensar em nada interessante para falar e fazer Nico aparecer como da última vez.

— Fale algo que somente vocês compartilham.

— Certo! Acho que pode ser… — ele ponderou na escolha da lembrança, não era muito adequado falar da intimidade dos dois. Ou era? — Ok! Que tal isso… eu vim para Las Vegas praticamente a força, me sentindo mal por você estar desaparecido, então trouxe comigo aquele meu casaco preto dos Yankees que você tanto gosta de vestir — Percy sentia as mãos suadas de Luke, não sabia se essa era uma boa ideia, mas continuou — Às vezes eu o visto, porque tem seu cheiro ainda.

Houve um momento de silêncio. Luke fechou os olhos e quando abriu, eles haviam mudado de cor. Um negro intenso.

— Hey! Querido.

***

Annabeth bateu na porta da suíte em que Leo e Alex estavam hospedados. Ela tinha certeza de que havia anotado no número certo. Não era possível que se enganara. Mas ninguém atendeu a porta. Butch a convenceu de que eles não estavam no quarto, afinal, era Vegas. A filha de Atena concordou e decidiu reunir o restante do grupo, eles precisavam tomar alguma providência e armar um plano para resolver o desaparecimento do livro de poções, o retorno de Luke e os poderes de Drew. Mas essa era fácil de encontrar, ela deixou claro que estaria no bar do hotel.

O que Annabeth não previu, foi que Alex e Leo estavam sim ali dentro, mas não queriam ser interrompidos.

Em seu quarto, Alex não estava muito interessado em sair por Las Vegas e se divertir com os demais. Algo mais importante o prendia ali dentro. No outro quarto estava Leo. Ele tentava entrar em contato com Jason, que estava na Califórnia.

— Alex? — Leo abriu a porta devagar, colocando somente a cabeça para dentro do quarto.

— Estou aqui. — Alex respondeu. Ele estava sentado na poltrona, com um livro na mão.

— Não consigo falar com o Jason. Ele praticamente está desaparecido há dois dias. Hazel me falou que a última vez ele estava em uma pista importante em direção ao Texas. Mas sinceramente não sei o que isso pode significar.

Alex ainda segurava o livro, seu sorriso havia morrido nos lábios assim que Leo falou o nome de Jason. Sim, ele disse que estaria ali aguardando até que tudo fosse resolvido. Mas isso não quer dizer que ele tinha sangue frio para ouvir as lamúrias de Leo e seu namorado desaparecido. Para tudo existe um limite. E mesmo que Alex fosse uma pessoa muito paciente, o limite dele estava perto de ir para os ares.

Leo notou o desinteresse de Alex no assunto e pediu desculpas, falando que não era um problema que ele precisava se preocupar. Estava já de saída quando Alex pediu para que ele ficasse.

Quando estamos apaixonados, geralmente fazemos papel de otário, para variar.

— Você quer encontrar ele para dizer o que exatamente? — Alex perguntou, fechando o livro e colocando em cima da mesinha de cabeceira.

— Ainda não pensei nisso. — Leo declarou, o que não deixou Alex contente. Ele esperava que Leo já tivesse uma resposta para dar. — Quero contar a verdade para ele, e depois decidir o que fazer.

Alex deu uma risada sem graça, balançando a cabeça negativamente.

— Acho que é melhor você ir. — disse, sentando-se na cama e esticando as pernas no colchão, sem olhar para Leo.

— Como é?

— É melhor você voltar para seu quarto. — Alex jogou a cabeça para trás, seus cabelos loiros caíram pela lateral do rosto — Eu já entendi tudo, Leo. Você jamais vai conseguir se livrar desse sentimento. Ele é viral, parece que você ama sofrer, se humilhar e se arrastar implorando por atenção de uma pessoa que sequer se importa. — Alex não queria ter dito tudo aquilo, mas ele já não estava mais a fim de segurar seus pensamentos.

— O que você pensa que eu sou? Um cachorro?

— Não era o que eu queria dizer, mas se continuar abanando o rabo para Jason, é como um cachorro que será tratado.

Ok! Ele sabe que foi longe demais. Leo também não acreditava no que estava ouvindo. Logo de Alex, que lhe transmitia calma e força.

— Eu fui claro com você. Disse que amava Jason, e que sentia atração por você. Não falei que eu te amava.

Alex estreitou os olhos e moveu os lábios num sorriso sem emoção.

— É. Eu já entendi essa parte — ele se levantou da cama. — Você ama ser rejeitado. Deve gostar mesmo de receber migalhas de amor. Para quem sempre foi solitário, deve achar o máximo.

— Qual o seu problema? Por que está sendo tão babaca? — Leo abriu a porta, mas não saiu.

— Eu que te pergunto, qual é o seu problema? — Alex avançou até a porta e fechou-a com violência. — Por que você se sujeita a viver de migalhas quando existe uma pessoa ao seu alcance disponível a dar tudo o que tem? Não metade, ou uma parcela, mas tudo. Amor de verdade não parcelado no cartão, como se fosse um sapato caro na loja. Não se oferece amor aos poucos.

— O que você sabe sobre amor? Você mesmo me disse que nunca se apaixonou. — Leo sentiu o ar faltar. Ele respirou fundo. Sentiu-se acuado naquele espaço pequeno entre a cama e a porta do quarto. Alex o impedia de sair.

— Só porque eu nunca amei uma pessoa, não significa que eu não vá entender quando acontecer. — Alex virou-se com as mãos nos cabelos. Ele deu uma gargalhada alta — Essa situação é ridícula. Pelos deuses, será que você é tão cego assim por esse Jason que não consegue ver mais nada ao seu redor?

Valdez fechou as mãos em punho, ele podia sentir o calor de seu corpo superaquecer. Não era uma boa hora para ficar nervoso e queimar tudo. Definitivamente, ele não queria queimar Alex.

— O que você quer ouvir de mim? Quer uma declaração? Quer que eu abandone tudo o que conquistei para ficar com você agora?

— Tudo o que conquistou? — Alex perguntou de maneira debochada. — Você não merece o que conquistou. Você trapaceou com aquela poção. Sequer passou pela sua cabeça que Jason merecia o direito de escolher por si só?

— Mas ele escolheu.

— Não por seu mérito, e sim da Drew. — Alex tentou se acalmar, os ânimos dos dois estavam exaltados. A primeira coisa que fez foi baixar o tom de voz. Ele olhou para Leo, que estava com uma expressão abatida e surpresa pela discussão. Dava para perceber que ele se sentia totalmente desconfortável e seu rosto mais parecia uma chaleira prestes a explodir. — Desde quando as coisas foram fáceis para você?

Leo não respondeu de imediato. Alex aguardou pacientemente pela resposta.

— Quase nunca.

— E por que agora seria diferente? Qual a vantagem nisso?

— Foi um erro, eu sei. Mas um erro feito por alguém que está desesperado.

— Eu poderia ter usado uma daquelas poções, sabia? — Alex andava de um lado para o outro, pisando firme o pé descalço no carpete. — Estava nas minhas mãos. Eu poderia ter feito você se apaixonar por mim naquela noite em que estivemos nos esgoto. Mas a simples ideia de enganá-lo me deixou enojado. Pois o que eu sinto por você é real. Tão real quanto nossos corpos, nossas almas. Eu jamais poderia sujar meus sentimentos com uma poção e transformar o meu amor em algo artificial. Sem méritos.

A primeira lágrima escorreu dos olhos de Leo. Foi uma lágrima amarga, infeliz. Ele secou com as costas da mão. Alex não se mexeu, ele não estava arrependido de falar aquilo. Tinha certeza de que Leo precisava ouvir a verdade. Pelo seu bem, e pelo próprio bem de Jason.

Alex aproximou-se de Leo com passos largos e rápidos, tomando-o nos braços. Apertando suas mãos em volta do corpo do rapaz, fazendo-o se encaixar perfeitamente em um abraço. Ele respirou fundo, sentindo a loção de Leo entrar pelas narinas.

Seu coração estava pesado, batia acelerado. Ele jamais desejou magoá-lo daquela forma. Queria abrir seus olhos, mas nunca o tratar mal.

Alex não mediu suas palavras, sequer agora se preocupava com o que faria dali em diante. Ele segurou o rosto de Leo, com uma urgência indescritível. Beijou-o da maneira que sempre desejou poder beijá-lo.

Leo se rendeu ao beijo, embora lutasse internamente com o que era certo e errado naquele momento. Alex não deixou que ele escapasse de seus braços.

Os dois caíram na cama. Nada foi planejado, mas essas coisas não vem com aviso prévio. Alex enfiou as mãos por dentro da camisa de Leo, puxando-a para cima, retirando-a de vez. Beijou o pescoço dele, voltando até a boca, mordendo seus lábios. Alex buscava aplacar aquela urgência que sentia em poder tocá-lo. Sua camisa também foi removida facilmente. Eles rolaram na cama, até que Leo ficou por cima. Seus olhos ainda estavam avermelhados, ele abriu o botão da calça jeans que Alex vestia, e passou a mão em seu abdome, subindo até o peito. Alex segurou suas mãos, fazendo-o desequilibrar e cair sobre ele.

O filho de Atena afagou os cabelos encaracolados de Leo, passando os dedos por suas costas, causando um arrepio na pele morena. Alex o beijou na curva do pescoço, até o peito. Leo era mais magro quando se conheceram, e nos últimos meses ele ganhou mais peso, embora isso não fosse importante agora. Estava excitado e, pelos deuses, a calça jeans incomodava. Queria retirar toda sua roupa, toda a roupa de Leo. Mas estava tão bom aquela posição, o corpo de Leo se movimentando sobre o seu. Alex passou as mãos pelas costas de Leo mais uma vez, apertando o traseiro sobre o jeans. Já era hora de retirar aquilo.

Mas o momento passou. Pior, o momento foi quebrado.

Foi uma rajada de vento que colidiu contra a janela de vidro do Hotel Cassino. O vidro temperado suportou a primeira rajada. Mas não resistiu aos danos causados pela fúria de um filho de Júpiter.


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Notas finais do capítulo

GENTE!!! Oi :D
Tanta coisa acontecendo aqui. Rolou o casamento do meu cunhado, fui madrinha, minha filha a dama de honra, coisa linda demais.
Fora o desafio que eu inventei né? Vocês já viram?
Eu estou participando também com uma fanfic de Percy e Nico (para variar)
LEIAM TA FOFAAA

http://fanfiction.com.br/historia/541410/Eu_quero_a_sorte_de_um_amor_maluco/


Agora vou voltar para os estudos, esse ano farei novamente o Enem. Queria mudar de carreira rsrs

BEIJÃO!! Ahhh o próximo capítulo tem tapa e soco na cara HSUHAHUSAUHSAUHSHUA
O que acham? Tá tudo muito parado. Tem um monte de coisa escrita, mas eu quero mudar tudo. Sdds lemon.