Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 22
Ninguém está pronto para: Jogos Vorazes Grego




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Dionísio retornou ao acampamento contra sua vontade, foi solicitado que ele deveria abrir mão do castigo e mandar alguns meio-sangues de volta para Nova Iorque. Mas ele não deixaria passar em branco a despedida. Por isso decidiu criar uma competição arriscada onde dois representantes de cada chalé participariam de um jogo. E somente uma dupla venceria. O prêmio era secreto, mas segundo D. valeria a pena.

O fato era que ninguém poderia escapar dessa, pois era obrigatório a participação de pelo menos um membro do chalé. Nesse caso, Percy e Nico estavam em desvantagem porque eram únicos em seus chalés. Além de Jason. D não queria saber, ele era obrigado a representar Zeus e pronto.

— Tá de brincadeira? — Percy levou as mãos na cintura, estava um pouco atrás da multidão de campistas que ouviam atentamente as regras do jogo. — De onde ele tirou essa ideia estúpida?

— Um dos filhos dele trabalhou em um filme recentemente. — Rachel, a única que conseguiu se livrar dos jogos, estava ao lado de Percy para dar apoio. — Senhor D. assistiu ao filme e achou a ideia muito boa. — Ela apontou na direção do rapaz que estava cercado de garotas querendo um autógrafo. O filho de Dionísio não era lá muito bom com armas na vida real, mas pelo que se sabia, era um ótimo ator.

Percy deu uma olhada ao redor. A ideia de um jogo naquele momento parecia ser uma pirraça muito bem plantada.

— Preciso achar alguém para ser meu par. Tá afim?

— Nem pensar. — Rachel deu um beijo na bochecha de Percy. — Somos amigos, mas não abusa. Nico já conseguiu alguém para fazer dupla?

— Já sim. — Percy coçou o queixo, não havia tido tempo para fazer a barba nos últimos dias, então estava crescendo. A parte boa era que Nico gostava da barba. — Dante vai ajudar.

— E Leo vai ajudar Jason. Só falta você.

— Eu pensei na Drew mas ela vai representar o chalé com uma irmã, e Annabeth tem o próprio chalé pra cuidar e… — Antes de Percy terminar, ele teve uma boa surpresa.

— Soube que estava precisando de uma ajudinha. — Era Grover. Ele vestia uma camisa havaiana e um chapéu de palha ridículo. Mas sua presença ali era animadora.

— Você voltou. — Percy o abraçou fortemente. — Como foram as férias?

— Foi legal. — Grover tirou o chapéu e entregou para Rachel. — E aí? O que eu perdi?

— Muita coisa. — Percy narrou os acontecimentos dos últimos dias. Enquanto isso, os representantes dos chalés estavam organizando suas parcerias e estratégias.

Drew escalou Charlote para ajudá-la. Ela era uma das poucas filhas de Afrodite que possuía um poder muito especial de distorcer a névoa até mesmo para os semideuses mais experientes, assim poderiam passar desapercebido por qualquer um.

Tom, o representante do chalé de Ares, escolheu Miguel para ser seu parceiro. Jason estava aguardando Leo, mas acabou recebendo a ajuda de outra pessoa. Uma surpresa não muito agradável para ele.

— Hoje vou ser seu parceiro. — Alex parou ao lado de Jason, que estava dobrando as mangas da camisa do acampamento.

— Você o que? — Jason olhou para os lados, achando que era uma pegadinha e que Leo apareceria atrás de alguém. — Leo vai ser meu parceiro.

— Infelizmente, ele não pode. A dupla que representaria o chalé de Hefesto acabou sofrendo um acidente com um mini robô e ele foi substituído. — Jason trincou os dentes, pensando qual era a de Alex decidir por ele. — Não se preocupe, eu sou bem competitivo, vamos ganhar.

Alex falou sem modéstia.

— Não precisa se incomodar filho de Atena, posso encontrar alguém para me ajudar.

Alex riu nervosamente. A verdade era que ele queria ajudar Jason por causa de Leo. Um pedido irrecusável para agradar o rapaz.

— Vamos lá! Para de ser machão. Deixa eu te ajudar. — Alex deu seu melhor sorriso, que nem mesmo o filho de Zeus poderia negar. — Vamos aproveitar para nos conhecermos melhor. Eu acho que você teve uma impressão errada de mim.

— Ah é? E o que te faz pensar assim?

— Talvez o jeito que você me olha como se quisesse arrancar meus olhos...

Jason riu. Porque era a simples e pura verdade.

— Tudo bem, pode fazer dupla comigo. — Ele estendeu a mão para Alex. — Vou tentar manter nossas diferenças de lado.

Ambos apertaram as mãos com um sorriso congelado.

As duplas se encontraram na faixa inicial que dava para a entrada da floresta, onde havia sido construído um labirinto com grossas trepadeiras, presentinho de Steve, um dos filhos talentosos de Deméter, que também trabalha no Café Crepúsculo dos semideuses. Não se esqueceram dele, né?

Dionísio fez um breve discurso e atirou para o alto, dando inicio aos Jogos Vorazes Grego.

— Aqueles que ficarem por último serão obrigados a trabalhar até o final do verão. — Ele anunciou, porque alguns (Percy Jackson) não pareciam muito interessados em correr na largada.

Percy encarou o deus e continuou andando tranquilamente. Já estava cansado de ser tratado como uma criança. Precisaria salvar o mundo quantas vezes para ter um pouco mais de respeito?

— Vamos logo Percy. — Grover o animou, dando pulinhos. — Quanto mais rápido terminarmos, mais rápido você irá para casa.

Esse era um motivo para competir. Percy se animou e entrou na floresta.

Dionísio caprichou na brincadeira. Havia todos os tipos de monstros soltos pela floresta. Armadilhas muito bem planejadas. Grover estava seguindo por uma trilha ao qual conhecia muito bem. Percy agradeceu o fato dele ser a sua dupla. Quem melhor do que Grover para andar pela floresta?

Ou não. Percy deveria ser menos arrogante no pensamento, pois os dois caíram em uma armadilha no minuto seguinte. Ficaram de cabeça para baixo, pendurados no topo de uma árvore.

— Vou comer essa corda. Talvez consiga… — Grover estava sacudindo o corpo, mas o nó só ficava mais apertado.

— Fique parado. — Percy tentou ajudar. Ele ouviu passos sobre as folhas secas, mas antes de pedir ajuda, Percy mandou Grover ficar quieto para que não suspeitassem que estavam ali em cima.

Lá embaixo estavam Tom e Miguel.

— Deixe essas armadilhas, Miguel. Drew e Charlote não são um alvo fácil. Mesmo sem poderes, Drew pode quebrar sua espinha ao meio. — Tom repreendeu o irmão, mas não parecia surtir efeito. Miguel estava abaixado no chão, mexendo na armadilha.

— Não sei o que Dante viu nela.

— Isso soa como ciúmes. — Tom riu, mas logo parou de falar, acenando na outra direção. Percy e Grover ainda estavam de cabeça para baixo no alto da árvore.

Houve um grito e logo depois o barulho de uma armadilha ser executada. Mas antes de comemorar, Miguel recebeu um golpe no peito e caiu para trás com violência.

A armadilha havia capturado alguma coisa sim, mas não era quem ele esperava.

— Você acha mesmo que essa coisa estúpida vai me prender? — Drew cortou o cipó com a adaga, deixando cair o tronco de madeira que havia sido capturado na armadilha de Miguel. — Para trás, Tom. Eu não quero te machucar.

— Eu também não quero te machucar. — Ele falou, erguendo as mãos.

— Ótimo. Vamos cada um para um lado. Mas se a gente se encontrar de novo, eu não vou ser tão boazinha. — Drew deu uma piscada para Tom, mas não baixou a guarda. — Charlote, pega a mochila deles. Desculpe, querido, mas eu não jogo para perder.

Charlote aproximou-se de Miguel, a mochila estava no chão, ao lado dele. Drew apontava sua adaga na direção de Tom, a ponta afiada estava a poucos milímetros de seu olho direito.

Assim que Charlote se abaixou para pegar a mochila, ela segurou a mão de Miguel e ajudou-o a se levantar. Miguel arremessou duas bolinhas de gás na direção de Tom e Drew, quando Charlote usou seu poder para distorcer a névoa, mas não contava com a velocidade da irmã.

Drew vociferou enraivecida uma maldição por traição, atacando a irmã. E mesmo que Charlote estivesse em desvantagem naquela luta, por uma distração criada por Miguel, Drew foi capturada em uma armadilha. Seu corpo girou e a perna foi presa em uma corda. O movimento causou uma dor lancinante. Ela deixou a adaga cair no chão e após um golpe na cabeça, desmaiou.

Do alto da árvore, Percy estava quase conseguindo soltar o pé daquele nó apertado e protegido por algum tipo de feitiço. Quando conseguiu, caiu no chão, só não foi pior a queda porque havia água abaixo daquele solo, e ele fez emergir da terra. Em seguida Grover conseguiu escapar, ele ajudou Percy desamarrar Tom e Drew que ainda estavam inconscientes.

— O que aconteceu aqui? O jogo não era assim. — Grover revirou sua mochila e encontrou um tubo de vidro com uma boa dose de ervas misturadas, ao qual tinha o poder de despertar qualquer um.

— A perna dela está feia. — Percy queria levá-la para a enfermaria, mas também estava louco para ir atrás de Miguel e Charlote. — Precisamos avisar os outros. Alguma coisa me diz que eles estão atrás do livro.

Tom já havia despertado, mas Drew ainda estava inconsciente. Ele se levantou e concordou em levá-la para a enfermaria, pegando-a no colo. Aquele não era o melhor momento para Dante aparecer. Mas foi exatamente isso que aconteceu.

Nico estava com ele, ambos possuíam uma péssima aparência, como se tivessem lutado com algum bicho nojento. Havia gosma de restos de monstro por todo o corpo deles.

— Ela está bem, só a perna que foi ferida. — Tom adiantou-se na explicação, antes que o irmão surtasse, achando que foi ele quem machucou Drew.

— Quem fez isso. — Dante exigiu um nome, e pela cara dele era melhor não negar.

Percy tentou explicar tudo o que viu, mas Dante não era bem o tipo de pessoa que escutava história. Ele partiu na direção que Percy apontou, não antes de ordenar Tom levar Drew em segurança para a enfermaria.

Grover foi designado a falar com Quíron, pois Dionísio poderia nem se importar com isso. Nico ficaram de rastrear mais problemas na floresta, o que não era uma tarefa muito fácil, eles não sabiam quantas pessoas ainda poderiam ser traidores.

Percy ouviu um estrondo vindo na direção do centro da floresta. Chamas imensas subiam aos céus. E isso só podia ser uma pessoa.

— Leo! — Nico olhou assustado. — O que está acontecendo? Isso é um ataque?

— É o que parece. — Percy e Nico correram naquela direção. — Ah! Por acaso eu sonhei com sua madrasta essa noite, faz sentido?

— Também sonhei com ela. — Nico estava com um zunido no ouvido por causa da explosão muito próximo dele. — Eu não gosto do jeito que as coisas estão encaminhando.

— Eu também não gosto. — Percy parou a corrida e se deparou com um Minotauro com chifres pegando fogo. — Sabe aquela sensação de déjà vu? — Percy tirou sua caneta do bolso. — Eu odeio Minotauros.

Nico estava ao lado dele e compartilhava o mesmo sentimento sobre Minotauros. Mas a situação parecia ter sido controlada por Leo. Ele conseguiu chamuscar os chifres do Minotauro e Nyssa, sua irmã, estava com uma arma muito estranha de eletrochoque.

— Alguma coisa me diz que eles não precisam de ajuda. — Percy guardou a espada-caneta no bolso da calça. — Que tal ver se Dante precisa de ajuda?

— Que tal ver se ele não matou o Miguel? — Nico acentuou com um tom sarcástico. — Infelizmente não dava para fugir da competição, pois o labirinto estava cheio de monstros. Antes de deixarem o labirinto, uma bela macieira cresceu diante dos olhos dos dois rapazes.

Ao redor deles, várias flores coloridas de diversas estações do ano afloraram e então Perséfone apareceu, com uma cesta de colheita. Ela colheu algumas maçãs da macieira, enquanto cantarolava uma antiga canção.

— Eu amo o cheiro das maçãs. — Ela aproximou-se e entregou uma maçã para cada um. — Como vai Nico? — Perséfone criou uma bela cadeira a partir das flores e se sentou. — Comam, faz bem.

— Por acaso não sabe o que está acontecendo aqui, sabe? — Percy deu uma mordida na maçã, porque não se recusa uma, principalmente entregue por uma deusa.

— Sim, estou sabendo. Nunca gostei muito desse tipo de diversão, mas se é atrativo para os semideuses.

— Não é isso. — Nico chegou perto da madrasta, ele tinha mais intimidade. — Todo mundo surtou e estão atacando os próprios irmãos. O que você sabe sobre isso?

— Vocês fizeram bem me chamar aquela noite. — Percy e Nico não compreenderam inicialmente o que aquilo queria dizer, mas a deusa resumiu os fatos. — Às vezes os deuses gostam de brincar…

— Não é muito divertido ser uma marionete.

— Concordo, querido. — Ela tocou a face gelada de Nico. — Nós não podemos interferir nas decisões de vocês, mas isso não significa que não podemos persuadi-los. E alguns acreditam até mesmo que são mais importantes. Vocês sabem, por amor e poder, somos capazes de tudo...

— Mais charadas. — Percy terminou de comer a maçã. — Dá para ser mais clara?

— Foi como eu disse, não podemos interferir nas decisões. — Perséfone suspirou. — Mas imagine se você fosse possuído por alguém tão poderoso que não conseguisse lutar contra sua força?

— Ela está nos testando por amor? — Percy odiava as charadas. Gostaria de pelo menos uma vez na vida fosse dito o que realmente deveria ser dito.

— Antes, você precisa descobrir quem é “Ela”. — Perséfone tocou o dedo no nariz de Nico, sussurrando para somente ele ouvir. — Ela não vai te poupar.

A deusa foi embora, deixando para trás um Percy confuso e um Nico atemorizado.


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Notas finais do capítulo

Quem descobrir quem é "Ela" ganha um beijo (q) e nem adianta falar Afrodite :v se fosse tão fácil eu não me daria o trabalho uhehue

Mad, agradeço sua recomendação, mesmo ter chamado a fic de Droga viciante :v HUSAUHHUASUHAUHS brincadeira, eu ri bastante com isso.

As vezes acho que as pessoas não tão muito animadas ou entendendo, mas tem um público cativo que me faz sorrir sempre nos comentários então eu acabo não me preocupando :D

Agradeço a gentileza de vocês.
beijos.