Ninguém está pronto para a vida escrita por Kori Hime


Capítulo 14
Ninguém está pronto para: Punições divinas e você sabe...


Notas iniciais do capítulo

Ninguém esta pronto para um castigo. Mas tem o lado bom disso.



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Argos ia dirigindo a Van e ao seu lado estava Butch, o filho de Iris. Ele vestia a camisa do acampamento com as mangas dobradas. Em seu bíceps, a tatuagem de arco-íris chamava atenção. Ele deu uma olhada para trás, e seus olhos negros se encontraram com os sonolentos olhos de Leo Valdez.

— Hey, cara dos pôneis coloridos. — Ele mal conseguia erguer o braço para cumprimentar o colega campista, mas Butch não parecia muito preocupado com isso.

— Por que você o chama assim? — Alex perguntou baixinho para que o filho de Íris não ouvisse.

— É um lance do passado. — Leo respondeu, bocejando. Ele realmente estava com muito sono. Já fazia mais de trinta horas que não dormia.

— Vocês tiveram um lance? — Alex não estava entendendo nada.

— Não desse tipo que você está pensando. — Leo deu um sorrisinho. — Quando Annabeth e ele nos resgataram no Grand Canyon, nós tivemos um pequeno desentendimento quando eu comentei sobre ele curtir pôneis e arco-íris, essas coisas bem masculinas.

Alex não conseguiu evitar a gargalhada, Butch olhou para trás, e com um olhar nada contente. A van ficou em silêncio novamente, ou pelo menos até Drew e Dante iniciarem uma nova discussão. Ninguém entendia quais eram os motivos para eles brigarem tanto, mas tinham certeza de que os dois gostavam daquela situação. Deviam ter prazer nisso.

— Butch, você encontrou Annabeth no acampamento? — Percy perguntou, sabendo que Argos não iria responder nada.

— Sim. — Butch respondeu, olhando para a estrada. Estavam viajando para o acampamento. D não deu chance para que os cinco meio-sangue fossem em suas casas preparar malas ou o que precisassem, queria-os imediatamente no acampamento, para dar início ao castigo que a muito não fazia.

— Então ela sabe de tudo o que aconteceu?

— Sabe, e pediu para eu avisar que vocês estão muito ferrados. — Butch virou-se, ainda sério. — Seja lá o que fizeram, chamaram muita atenção.

— É, eu tô sabendo. — Percy voltou a sentar em seu lugar, ele olhou pela janela da van e pensou em Nico. Ao menos um deles não ficaria de castigo. A viagem prosseguiu em silêncio, finalmente Drew levantou-se e foi se sentar longe de Dante, então o clima de tensão amenizou.

Assim que chegaram ao acampamento, Percy foi o primeiro a sair da van, e ele ajudou Drew a sair.

O chalé de Afrodite estava em peso aguardando sua conselheira, assim que Drew pôs os pés na grama, ela foi capturada pelos irmãos que a encheu de mimos. Os irmãos de Alex e Leo estavam ansiosos por notícias e assim que eles saíram do carro, foram bombardeados por perguntas. Dante recebeu uma saudosa reverência dos filhos de Ares. E Percy... bem, ele estava sozinho.

O senhor D. não gostou muito da forma como os campistas os saudavam. Eles haviam se metido em problemas e as consequências caíram sobre suas costas. Transformaria todos em pinguins caso Zeus o castigasse com mais cem anos naquele lugar.

— Percy! — Percy ficou aliviado, ele não estava sozinho. Annabeth estava ali, com uma cara preocupada.

— Percy! Seu maluco. — E Rachel também estava.

— Oi. — E Nico.

Não, espera. Nico? Está fazendo o que aqui rapaz?

— Como? — Percy estava tão confuso quanto eu, você e todo mundo.

— Annabeth me avisou que vocês estavam encrencados. Então eu achei que deveria me apresentar ao time.

— Você poderia ter escapado do Senhor D., mas preferiu ficar comigo? Acho que é isso o que os bons namorados fazem. — Percy não teve tempo de fazer o que queria, beijar Nico, isso porque o Senhor D. ordenou que todos se preparassem para o jantar, e claro, seis deles deveriam prestar contas à diretoria do acampamento.

Quem narrou toda a história foi Alex. Ele foi muito bom em contar detalhes incríveis que Percy sequer havia percebido. E toda aquela falação não serviu para amenizar o problema. Ao contrário, o Senhor D. sequer estava prestando atenção, quem estava interessado na aventura era Quíron.

— Já entendi. — D. gesticulou com as mãos. — Vocês abalaram a cidade porque umas Harpias roubaram um certo produto ilegal de nossa queria Daniela.

Drew não se deu ao trabalho de corrigi-lo.

— Mas eles conseguiram as poções de volta. — Quírion, como sempre, utilizava sua gentileza nas palavras. — E ainda trouxeram o livro das Hárpias.

— Trouxeram apenas um. São no total doze. O que aconteceu com os outros onze? — D. olhou para os jovens. Percy desviou o olhar, não era um bom momento para dizer que tudo estava imerso nas águas do esgoto. — E mais uma coisa. — Ele se levantou e caminhou de um lado para o outro. — Minha pequena Andrômeda está passando por uma fase desagradável. Parece que foi vítima de uma de suas poções, senhorita Hatake.

— Tanaka. — Drew bufou. — Andrômeda pode superar, como fez da primeira vez.

— Que primeira? — Parece que os deuses não sabem tudo mesmo. — Não importa. Sua mãe retirou seus poderes, eu sei. E me permitiu que eu dê o castigo que achar necessário para você. Aliás, todos vocês. Muito bem, sem demora vou passar a lista de afazeres.

Ele pegou um pergaminho e o abriu. O pergaminho foi se desenrolando até a porta do escritório. Eram muitas tarefas e nenhuma agradável.

Percy trabalharia no estábulo com os cavalos. Alex e Leo iriam trabalhar na Forja, Nico di Ângelo ficaria responsável pelo pavilhão do jantar e finalmente Dante e Drew limpariam o galpão do Arsenal.

Sob protestos, D. desejou boa sorte para todos, e ordenou que fossem logo tomar um banho, pois fediam a esgoto de Nova Iorque.

***

Trabalhar no estábulo não era ruim, pelo contrário. Percy possuía uma ligação com os cavalos, além do mais, BlackJack estava na liderança e o filho de Poseidon não precisou fazer muita coisa. Assim que eles terminaram de ajeitar o lugar, Percy distribuiu cubos de açúcar. Ele limpou a testa suada com a barra da camisa e decidiu ir tomar um banho.

O acampamento não estava diferente da última vez que visitou. Havia alguns novos campistas que já o conhecia e cumprimentava animados. Felizmente, eu acho, não havia ninguém novo no chalé de Poseidon, Hades e Zeus. Não pensem que Percy se sentia feliz em viver sozinho naquele chalé. Mas ele preferia ficar sozinho, do que descobrir que existe mais alguém no mundo que poderia passar pelos mesmo problemas que ele.

Depois do banho, Percy enrolou a toalha em volta da cintura e saiu do banheiro. Suas roupas do acampamento estava dobradas sobre a cama, assim como um par de tênis. Ele vestiu apenas a calça e deixou a camisa para depois, fazia um pouco de calor. Percy jogou um dracma de ouro em sua fonte e fez uma chamada para a mãe. Sally estava preocupada, mas Percy resumiu toda a história, embora tenha ocultado as partes mais perigosas, ele não queria deixar a mãe mais nervosa do que ela ficava.

— Cuide-se querido. — Sally fez uma lista de recomendações, coisas de mãe. — Ah! E quando você voltar, nós precisaremos ter uma conversa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Sim, digo, nada grave. — Sally estava sentada na mesa da cozinha, com um copo de leite sobre a mesa e biscoitos no prato, ela estava aguardando que Percy retornasse a qualquer momento.

— Então me diz.

— É que... bem. Não sei como falar isso. — Ela mexeu nos cabelos e passou a ponta dos dedos sobre a testa, como sempre fazia quando estava nervosa. — Hoje cedo eu fui ao médico.

— Mãe! Você está doente? Eu posso voltar agora mesmo e...

— Não! Eu não estou doente. — Sally juntou as mãos sobre a mesa da cozinha. — Eu, eu estou grávida.

— Grávida? Certo, entendi. Espera, não, eu não entendi, como?

— Como o que? Eu não sou assim tão velha para ter um filho, sou? Você acha que eu sou? Será que vai acontecer algo ruim? Oh meu Deus.

Percy conseguiu deixar Sally completamente desesperada e ela queria justamente o contrário, mas vamos dar uma segunda chance para ele.

— Não, não está velha não. É que essas coisas para um filho é estranho.

— Você me acha estranha?

Percy estava piorando as coisas e Sally já chorava copiosamente.

— Mãe, por favor. Me desculpe. — Percy suspirou. Definitivamente ele não era muito bom com isso. — Você não é estranha, pelo contrário, é a mulher mais forte que eu já conheci. Vai ser uma mãe maravilhosa, mais do que já é.

— Vou?

— Vai. E Paul já sabe?

— Ainda não, eu estava esperando falar com você primeiro.

— Conte logo para ele, mãe. — Percy sorriu, ele desejou poder abraçá-la naquele momento.

— Eu vou falar ainda hoje.

— Tudo bem. Eu te amo, mãe.

— Eu também te amo, filho. Manda um beijo para Annabeth e o Nico também.

— Sim, eu mando.

— E para o Leo também. Ah! E aquela moça bonita, asiática.

— Drew. Ok! Vou distribuir beijos pelo acampamento. — Percy sorriu, Sally fez mais algumas recomendações e a mensagem de íris finalizou.

O silêncio dentro do chalé era triste. Percy pensou na felicidade e desespero da mãe ao contar sobre a novidade. Ele ficou feliz, e muito. Sally teria a chance de viver uma maternidade mais calma, já que, com ele, era como uma montanha russa.

Vestiu a camisa e deixou o chalé. Percy caminhou sem pressa para o pavilhão do jantar, onde Nico deveria estar ajudando. Ele foi animado para encontrá-lo.

Os campistas conversavam, comiam e bebiam. Normal em um acampamento. Percy avistou Nico em sua mesa, ele estava concentrado nas páginas de um livro. Vestia a camisa do acampamento e o tom alaranjado do tecido deixava sua pele ainda mais pálida, contrastando com os cabelos negros.

Percy sorriu abobalhado. Coisas de gente apaixonada.

— Oi, Jackson. — Percy olhou para trás e deparou-se com uma garota de cabelos castanhos. Ele não conseguir recordar-se de seu nome, o que parecia ser grosseiro de sua parte. — Lembra-se de mim?

É, isso não ajudava muito. Percy não era bom fisionomista e odiava esse tipo de situação.

— Sim, sim. Oi, como você está? — Mentiu, o que mais ele poderia fazer?

— Bem. — Ela sorriu, olhando para o lado. Percy acompanhou seu olhar e, ao que parecia, aquelas meninas rindo como gralhas eram as amigas dela. — Estava pensando se você não poderia me ajudar com os Pégasos. Eles não gostam muito de mim.

— Ah! — Percy coçou a cabeça, sem jeito. — Eles são um pouco sensíveis, sabe. Poucos aceitam ser montados. Mas você pode procurar o Butch amanhã de manhã, ele é o responsável pelas aulas de hipismo.

Percy só deu um adeus breve para a moça que não lembrava o nome e então ele foi para a mesa de Nico.

— Ela estava pedindo o seu autógrafo? — Nico perguntou, sem nem erguer os olhos para ver Percy sentando-se na sua frente.

— Não. Ela queria umas aulas de hipismo. — Percy não estava com fome, pelo menos até sentir o cheiro da comida. — O que você está lendo?

— Nada importante. — Nico fechou o livro, dando total atenção para o namorado.

— Então, como foi o trabalho?

Nico preferia não falar sobre aquele assunto, Percy até deixaria de lado se não fosse por um comentário de Vivian, do chalé de Apolo, que se aproximou deles.

— Não ligue para o que os outros dizem. — Vivian deu um sorriso para Percy. — O que importa é que vocês estão juntos e provando para todos que o amor acontece independentemente de seus pais, ou de quem são. — Ela deixou a mesa e Percy olhou sério para Nico.

— O que é? — Nico evitou o contato visual.

— Você quer falar sobre isso?

— Não, eu não quero. — Nico se levantou e saiu do refeitório. Percy notou que algumas pessoas olhavam para eles. A única coisa que o filho de Poseidon pensou, foi ir atrás do namorado.

Nico era rápido nas sombras, Percy mal o acompanhou com os olhos, mas ele sabia onde encontrá-lo. O único lugar no acampamento que ninguém se atrevia entrar.

O chalé de Hades.

À primeira vista ele era bem assustador, mas as únicas pessoas que tiveram a oportunidade de entrar no chalé, puderam ver que o herdeiro de Hades não era assim tão maligno e assustador como todos pintavam em suas cabecinhas.

Percy Jackson abriu a porta e sabia que para entrar no chalé, precisava de um convite do anfitrião.

— Me deixa entrar. — Ele pediu.

O chalé estava na penumbra e alguns segundos depois, chamas azuis em tochas de bronze clarearam o ambiente. Nico estava no meio do chalé. Havia apenas uma cama de ferro com dossel em formato de caracol e um armário ao lado. Prateleiras de livros e algumas fotografias, como no quarto de Nico no mundo inferior.

Percy não costumava visitar o chalé de Hades, eles se encontravam no chalé de Poseidon. Ou quando fazia uma visita ali, estava sempre na companhia de algum amigo, como Rachel ou Annabeth.

Isso porque Nico preferia manter uma distância leve de Percy, enquanto estavam no acampamento.

Até uns dias atrás, Percy não sabia o motivo, mas depois de ler aquelas anotações de Nico em seu quarto, e o que Vivian falou no refeitório, Percy compreendeu o porquê daquela distância.

— O que aconteceu? Pode me falar.

— Não foi nada demais. — Nico sentou-se em sua cama e olhou para a lareira de fogo esverdeado. — Você não tem que se preocupar com o que Vivian disse, ou com o que as pessoas pensam sobre nós.

— Ao contrário, eu acho que tenho sim. — Percy se sentou ao lado de Nico. Ele não podia esconder a verdade. Acreditava que um relacionamento deveria ser baseado em confiança, seja lá o que venham a fazer, a verdade é a única coisa que pode compartilhar sem medo.

Quando contou para ele que leu seu caderno, a primeira reação do rapaz foi ficar irritado. É claro, talvez qualquer um ficaria bravo com alguém mexendo em algo pessoal. Em seguida, Nico esfregou os olhos, cansado. Ele sabia que poderia confiar em Percy, e confiava muito nele. No entanto, alguns assuntos erram irritantes por si só. E falar sobre eles apenas causava mais irritação.

— Eu estava limpando as mesas quando Rose Green e as amigas dela chegaram no refeitório. Elas se sentaram e começaram a falar sobre você.

— Quem é Rose Green?

Nico olhou incrédulo para Percy, como se não acreditasse naquela pergunta. Percy balançou os ombros, ele não tinha culpa de não lembrar quem era Rose Green, tinha?

— Você falou com ela quando entrou no refeitório.

— Ah! Então esse é o nome dela.

Nico suspirou, deixando de lado esse assunto. Percy teve que insistir um pouco mais para que ele continuasse a falar.

— Eu não quero mais falar sobre isso. É sério. — Nico soltou os ombros, voltando para sua cama. — Acho melhor você sair, ou alguém pode contar para o Senhor D. e vamos ganhar mais advertências.

Percy pensou sobre aquilo e ignorou complemente as outras pessoas. Ele se deitou na cama de Nico e o abraçou, fazendo-o recostar a cabeça em seu peito.

— Seja lá o que as pessoas falam. Eu não me importo. — Ele beijou os cabelos de Nico, fazendo um carinho em seu braço.

— Eu também não me importo com o que falam, é só que... queria que cada um cuidasse da sua vida.

Percy riu.

— Tem razão, eu também queria que cada um cuidasse da sua vida. Mas o que podemos fazer se a nossa é muito melhor que a deles? — Percy girou na cama e se deitou sobre Nico, sem soltar o peso de seu corpo. Com o dedo, ele enrolou uma mecha do cabelo negro. — Quero te contar uma coisa.

— O que é? — Nico aconchegou-se melhor na cama, abraçando as costas de Percy, ele enfiou as mãos por dentro da camisa do namorado, gostava de ter contato com a pele quente dele.

— Falei com minha mãe. — Percy apoiou o queixo no peito de Nico. — Ela está grávida.

— Sério? Isso é bom. Eu acho.

— Sim, eu também acho. Mas isso me fez pensar em outra coisa. — Percy rolou na cama, ele não costumava ficar na mesma posição por muito tempo. Ele se deitou ao lado de Nico, pegando uma de suas mãos, cruzando seus dedos nos dele. — Agora que um bebê vai chegar, eu acho que o apartamento vai ficar muito pequeno para todos nós. Só tem dois quartos. Onde o bebê vai ficar?

— E o que pretende com isso?

— Pensei em alugar um apartamento só para mim. — Percy virou o rosto, para saber a reação de Nico que ficou em silêncio. — Não acha uma ideia boa?

— Sim, sim. É uma boa ideia. Você vai achar um lugar bem legal para morar. Eu tenho certeza.

— Você me ajuda a procurar?

— Claro. — Nico afundou a cabeça no travesseiro.

— Ótimo. Vou falar com o Valdez depois, ele andou procurando um apartamento novo também para morar. Acho que aquela oficina não está dando conta. É um espaço pequeno.

— Sim. — Nico respondeu.

— Tudo bem eu falar com ele? — Percy captou um tom de desanimo, mas não entendeu ao certo o porquê daquilo.

— Tudo bem, Percy. Tudo ótimo.

É. Percy precisava interpretar melhor os sinais. Mas ele sabia de uma coisa que poderia animá-lo. Segurou as mãos de Nico sobre o travesseiro e começou a beijá-lo pelo pescoço. Nico ainda tentou, inutilmente, fazê-lo parar, mas não era uma tarefa fácil. Percy ergueu a camiseta que Nico vestia, até conseguir tirá-la.

O beijo de Percy fez Nico esquecer o motivo de estar zangado com ele alguns minutos atrás. Ele conseguiu soltar suas mãos, sentando-se na cama. Puxou a camisa de Percy e a retirou. Pensou naquele instante, quando estavam no esgoto, e que Drew o abandonou, seu coração deu um salto dentro do peito. A mínima ideia de perdê-lo era dolorosa demais para suportar.

Nico empurrou Percy para trás, fazendo-o se deitar na cama. Existia uma restrição no acampamento quanto as visitas noturnas nos chalés vizinhos, por culpa deles dois mesmo. Mas quem se importava com essas regras naquele momento? E depois de tudo o que já aprontaram?

— Eu não trouxe nada para a gente usar. — Percy falou, entre um beijo e outro. — Aquela outra vez foi um pouco... cê sabe. Eu não quero te machuca.

— Fica quieto, Perseu.

Nico saiu da cama e andou até o armário.

— Eu não quero que você fique muito animadinho com isso. — Ele falou abrindo uma das gavetas. — Mas eu tenho algumas coisas aqui, porque não acho que você seja o único que deve comprar camisinha e essas outras coisas.

— Ah! É? O que você andou comprando? — Percy se levantou da cama e foi espiar a gaveta, mas Nico a fechou antes. — Privacidade. Saquei.

Nico o calou de vez com um beijo e eles retornaram para a cama.

***

— É disso que eu to falando. — Era quase dia e Percy esticou os braços para cima. — Quando você for morar comigo, não vou te dar sossego nunca mais.

— Morar? — Nico ainda estava buscando controlar a própria respiração.

— É! Você não vai querer ir morar comigo? — Percy o olhou com tranquilidade.

— Não é isso, é que... eu achei. Achei que você quisesse morar sozinho.

Percy Jackson riu, não antes de puxá-lo para um abraço.

— Eu só quero duas coisas nesse momento. — ele o beijou. — Sexo no banho e que você fale sim, e que venha morar comigo.

— Foram três coisas.

Nico jogou a cabeça para trás. Ele havia ficado tão chateado com Percy por não ter incluso ele nos planos de se mudar, que agora não sabia o que dizer.

— Nessa mesma sequência?

— Não. Eu preciso de mais dez minutos para dar conta de você no banheiro.

— Então eu acho que sim.

— Sim?

— Sim. — Nico o encarou seriamente. — É mesmo isso que você quer?

— Tá brincando? — Percy ficou de pé e o puxou pela mão, na direção do banheiro. — Acho que dez minutos é tempo demais, vamos agora mesmo. — Ele riu. — Espera, você disse sim para o sexo ou para morar comigo?

— Para tudo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura, voltem sempre ♥