Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 40
Luke Joga Praga Igual Mãe


Notas iniciais do capítulo

Volteiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Gente, sou a pior do mundo com atrasos e compromissos kkkkkk
Bom, na véspera de viagem e no Natal, enquanto minha mãe me xinga, escrevi pra vocês.
Está curto, mas... Enfim.
Já aviso que nem revisei e nem vou HAHA

Boa leitura!



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POV RACHEL

"-A vida só é preciosa porque ela termina, garoto." –O Filho de Netuno

–Passa tudo, Docinho e não teremos problemas.

Chovia, eu estava encharcada, cansada, com o orgulho ferido e me recuperando do trauma de alguns instantes atrás. Minha paciência para lidar com um ladrão era inexistente.

–Olha, senhor assaltante, eu não tenho nada. –falei, sendo franca.

O moreno revirou os olhos e bufou.

–Docinho, eu realmente não estou a fim de lidar com você a força, sim? Infelizmente, serei obrigado se você não colaborar...

Meu sangue ferveu.

–Colaborar? Colaborar com o quê? Eu falei que não tenho nada! Nada de nada. Eu tive um dia horrível, ok? Luke tinha razão. Benjamin não presta! Me jogou em um lugar que eu não fazia ideia que existia, deixou-me sem dinheiro e celular, vagando nessa chuva. Eu não mereço ser assaltada, você está entendendo? Minha vida já está horrível o suficiente! O que você quer levar, moço? Minha dignidade? Pois ela está escorrendo junto com a minha maquiagem, se você não está vendo!

O ladrão me encarou, perplexo. Afinal, para ele, eu não passava de uma patricinha fazendo piti no seu território.

–Uau. Que dia, não? Você está no subúrbio da cidade, a propósito. Um bairro péssimo para se andar quando não pertence a ele...

Bufei.

–Ótimo. Bom saber.

O homem tirou aquilo que estava no seu bolso apontado para mim minutos antes e colocou na parte de trás da calça. Quando o objeto passou por meus olhos, brilhou, apesar da noite escura.

–Sinto muito, Docinho. Nem toda forma de conseguir dinheiro é digna. Muito menos por aqui.

Suspirei.

–Bom, quem sou eu para julgar? Caio na conversa de um babaca qualquer. Você rouba para viver. A sociedade é podre.

Me senti a Kate falando aquilo. Internamente, torcia para sobreviver e poder contar a ela o que eu havia dito.

–Sou o Thomas, mas pode me chamar de Tommo.

–É... Certo. Meu nome é Rachel.

–Onde você mora, Rachel?

Arqueei uma sobrancelha para o estranho.

–Eu não vou matar sua família, não se preocupe.

–Moro na região central de Nova York.

–Bem longe daqui... Eu até te levaria, sério, mas os ônibus não circulam nesse horário e mesmo assim, teríamos que andar quilômetros nessa chuva.

–Você não tem dinheiro para um táxi, Tommo? Eu devolvo tudinho depois. Deposito na sua conta!

–Foi mal, Rachel. Estou liso e nem tenho uma conta no banco, não preciso disso. –ele balançou os ombros e desviou o olhar.

Me senti mal por aquilo.

–Desculpe, eu não quis...

–Suave.

Um silêncio pairou sobre nós enquanto a chuva me castigava. Thomas se protegia embaixo de seu casaco.

–Ei, Rachel...

Olhei de súbito para o meu ex-assaltante. Ele tirava algo do bolso traseiro... Por susto, arregalei os olhos e um arrepio percorreu minha espinha.

Thomas tinha em mãos um aparelho celular pequeno.

Relaxei os ombros.

–Você pode tentar ligar para alguém...

–Aleluia! Muito obrigada!

Peguei o celular e tamborilei meus dedos por cima da tecla, em dúvida.

–Não deixe o orgulho falar mais alto, Docinho. Aqui é muito perigoso. Você pode topar com vários caras realmente da pesada se não der o fora o mais rápido possível. Eu sou fichinha, ok? Sou apenas um viciado inofensivo, na maioria das vezes. Mas há realmente uma galera do mal...

Fechei os olhos por alguns segundos, reunindo coragem e disquei o número, torcendo para estar correto.

Chamou e chamou.

Estava perdendo as esperanças quando uma voz embargada ecoou:

–Alô?

–Luke! Meu Deus! Luke! Estou tão feliz de ouvir sua voz!

–O mundo dá voltas hein, Rachel?

–Não é hora para brincadeira, Luke. Ben me jogou em um bairro no subúrbio após me atacar no carro. Meu celular e dinheiro ficaram com ele... Está chovendo, estou assustada e estou ligando do telefone do meu assaltante.

–Como é? Puta que pariu, Rachel! Eu te avisei, porra! Onde você está?

–Eu não sei... eu...

–Deixa que eu falo com ele. –Thomas disse, estendendo a mão para pegar o celular. –Alô? É, sou o assaltante. Não vou fazer nada com a sua mina, cara. Ela é gente fina. Vou te passar o endereço de onde estamos, ok? Fica frio aí.

Eu alternava o peso do corpo de uma perna para outra enquanto Thomas passava o endereço para Luke.

–Vou cuidar dela.

E desligou.

–Vem, Rachel. Vamos andar um pouquinho. Passei o endereço de lá para o seu namorado. É uma loja, tá bem? Tem cobertura.

Assenti e o segui sem contestar o fato de Thomas ter achado que Luke fosse meu namorado. Talvez fosse até mais seguro ele pensar que eu era namorada do homem irritado e boca suja que estava a caminho, para “resgatar-me”.

Andamos pelas ruas do bairro que parecia ser fantasma até paramos debaixo da lona de uma mercearia. Suspirei, aliviada.

–Ele disse que não demora muito, relaxa.

–Obrigada, Thomas.

–Uma boa ação faz bem, às vezes.

Fiz um esforço para sorrir.

–Você me salvou, de verdade.

–Só porque você não tinha nada. Provavelmente eu nem teria pensado na possibilidade de estar enrascada se tivesse pegado seu dinheiro e me mandado.

–Obrigada, de qualquer forma.

Thomas assentiu e eu observei a rua em que estávamos. No fim dela, havia uma casa completamente abandonada, o teto havia cedido e algumas paredes também.

–Queimaram aquela casa.

–Quem?

–Chefões do tráfico. Pagamento de dívida. Sem sobreviventes.

Arrepiei.

–Uma família?

–Um casal e um adolescente, acho. Eu moro para o outro lado. Essa rua é dos imigrantes mexicanos, em sua maioria. O adolescente que devia, entende? Mas quando se deve ao traficante mais poderoso, não tem isso de justiça. O adolescente não pagou com dinheiro... Ele e os pais pagaram com a vida. Aqui funciona assim.

–Que horrível.

–Sim. Já que estamos presos um ao outro até seu namorado aparecer... O que você faz, Rachel?

–Eu... Estudo jornalismo, sou um desastre na cozinha e cuido do meu gato. E você, Tommo?

–Eu trabalho em uma das estações de metrô de Nova York, na verdade. Mas sabe como é...

–Não é o suficiente. Isso me lembra um projeto da faculdade que eu fiz... Eu conversei com alguns moradores de rua e descobri várias coisas que os turistas nem imaginam. Sabia que retiram mendigos das regiões turísticas a força? De modo que não deixem a cidade feia para quem está vindo nos visitar.

–Os gringos acham que Nova York é moleza, é paraíso... Veem para cá a fim de melhorar a condição de vida. As vezes ficam mais na lama ainda.

Assenti, gostando do diálogo.

–No Brasil fazem reverência aos Estados Unidos. –bufei.

–Na Argélia também...

–Você é de lá, Thommo?

–Sim. Viemos quando eu ainda era criança.

–Arrependeram-se?

–Não exatamente. – ele olhou ao redor, atento. –É só que a violência está em todo lugar e o preconceito também. Não esperávamos isso daqui.

Um zumbido ecoou ao longe e rapidamente tornou-se incômodo, acompanhado de uma lanterna única.

Luke parou a moto e nos olhou.

–Tudo bem por aqui?

Respirei fundo.

–Graças à Deus!

–Chegou de pressa, companheiro. –Tommo disse.

–Conheço a região. Hm... Obrigada por emprestar o celular à ela. – Luke cumprimentou com a cabeça e virou-se para mim –Tudo bem, não é? Podemos ir, Rach?

–Fica frio, cara. Rachel está bem. Falei que ia cuidar da sua namorada.

Luke olhou desconfortavelmente para o lado.

–Estou muito bem graças ao Thomas, Luke.

Dei um abraço ao meu ex-assaltante e atual salvador e murmurei um “obrigada”. Thomas sorriu e respondeu com um “disponha, Docinho.”

Luke desceu da moto e despediu de Thomas com um aperto “de macho”.

–Obrigada, Thomas. –meus olhos perceberam uma espécie de “gorjeta” passando da mão de Luke para o argelino.

–De nada.

O moreno então virou-se para mim, apenas esperando na moto e tirou a jaqueta de couro, passando-a por cima dos meus ombros nus e gelados.

–Usa. Você doente tosse como se estivesse com tuberculose.

–Que gracinha, Luke.

Ele riu e sentou-se na moto. Eu vesti a jaqueta e passei os braços em volta da sua cintura.

Luke acelerou e eu mandei um último aceno para Thomas.

O vento pós-chuva cortante passava por meu rosto e o bairro tenebroso ficava para trás em forma de borrões.

–Eu te av...

–Cala a boca, Luke. Deixe os sermões para depois, ok?

Ele riu e aproximou sua boca da minha orelha:

–Fico feliz por você estar bem, moça.


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Notas finais do capítulo

Minha mãe vai me matar fodeuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
Até o proximo!!!!!
Beijo
—Samyni



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