Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 36
"-Estranho seria se não brigássemos."


Notas iniciais do capítulo

Volteiiiiii depois de um mês e um dia!!!!!
Gente, o tempo n passa atualmente...
Parece que tem meses!!!!
Muito obrigada pela força, queridas leitoras!



Boa leitura!

Ps. Ficou bem grandinho...



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POV LUKE (mas com foto da Rachel, porque sim)

"E as garotas amam um menino mau. -A Marca de Atena."

“-Não damos certo! Nunca iremos dar certo, Luke! Somos como… água e vinho. -ela se jogou em minha cama, bufando.

–Sara, não é verdade. As vezes penso que somos muito parecidos. Você álcool e eu gasolina, talvez?

–Você acetona e eu vinagre? -ela perguntou, com a expressão mais branda.

Sorri. Sara era sensacional.

–Acho que podemos colocar dessa forma, sim. -aproveitei a oportunidade para me jogar ao seu lado.

–Você é um babaca, sabia?

Coloquei a mão sob o coração, dramatizando.

–Uau! Recebi essa facada sem poder me defender?

–Não. -ela sorriu. -Mas você é.

–Eu sei. -sorri de canto.

–Cuidado, Luke. Tenha muito cuidado. -Sara ficou séria novamente. -Isso é sexy, mas destrutivo.

–Você as vezes fala demais para uma garota de quinze anos, sabia?

–Eu tenho meus momentos. -ela sorriu, triste.

–Sara, eu faço o possível para não te machucar ou decepcionar. Você sabe disso. Não é algo que eu queira… Eu faço no automático, entende? É algo meu. Juro que já tentei me livrar disso, mas…

–Eu acredito em você, baby. Entretanto, você precisa se esforçar mais. Você tenta por um tempo, consegue e depois esquece. Assim não dá!

Instintivamente, tirei meu braço que encostava ao seu.

Sara se retraiu. Ela percebera o movimento e se ressentia por isso. Eu sempre voltava a machucá-la.

–Eu me importo com você, Luke. -ela disse, magoada.

–Eu amo você, Sara.

–Eu sei. Eu sei. E eu também amo você, mas não suporto mais ser tão destruída.”

Eu nunca sonhava com ela quando ela sonhava comigo, na época em que ficamos juntos. Desde que ela se foi, comecei a sonhar com lembranças nossas. Perdi a conta de quantas mil vezes considerei voltar a procurá-la, implorar perdão por todos os acontecimentos. Desde a última vez que nos vimos, entretanto, eu sabia que não deveria mais vê-la. Se tivesse que acontecer futuramente, que fosse por obra do destino.

–Miau. -um felino espreguiçou em minha barriga.

–Bom dia, Deanzinho. Como andas?

–Miau.

–Estou indo também. Vivo um dilema atualmente, sabe?

Ele piscou os olhinhos.

–Com a sua dona. Não sei o que fazer entende? Não, você não entende. Mas preste a atenção… Eu gosto dela. Odeio admitir, mas gosto. Ela provavelmente também gosta de mim, mesmo não querendo admitir também. É perceptível… O problema todo, meu caro amigo peludo, é que não vamos dar certo. A probabilidade é mínima. Eu não quero terminar como o James. Melhor, não quero que a Rachel termine como o James. Sejamos francos, na nossa possível relação, ela sairia magoada. E eu não quero fazer isso com ela.

–Miau…

–Não é tão simples mudar. Se eu conseguisse já teria feito, ok? É só que… Não se encontra pessoas que te amem pelo o que você é. Babacas como eu tendem a deixar oportunidades como essas passarem.

–Então não seja um babaca. Não deixe isso passar, Luke. -Kate disse séria, no vão da porta.

–Kate…

–Você dá um jeito, Luke. Se quer, vai ter que fazer por onde. Pois Papai Noel não vai trazer ninguém pra ti de presente.

E saiu da sala, indo para a cozinha.

Ponderei suas palavras.

Levantei do sofá em um salto e fui até o quarto de Rachel. Abri a porta apressadamente, sem bater.

–Rachel?

Sua cama, porém, estava arrumada e o quarto vazio.

Fui para o quarto de Kate, no fim do corredor. A ruiva estava deitada na cama, mexendo com o celular. Provavelmente conversando com Emily.

–Onde está a Rachel?

✶ ✵ ✴

POV RACHEL

–Como odio jornalismo! - Missy disse, jogando o livro contra a parede.

–Latina, foco na matéria.

Ela bufou e se jogou na cama espaçosa de casal, estilo “dossel”.

Cierto. Me diga a definição, então.

Limpei a garganta.

–Comunicação Comparada é basicamente processos sociais e processo de comunicação. Condições de produção, circulação e consumo de mensagens. As políticas que determinam e condicionam o processo desinformação. As diversas formas de controle da informação. O processo de internacionalização da comunicação, sua relação com os processos sociais, econômicos e políticos. Ordenamento e estrutura internacional de comunicação.

Ela arquejou. Levantei-me do chão, e deitei ao seu lado, com o livro sobre a barriga.

–Eu sei que é chato, mas…

–Não é só chato, compañera. É algo que sou obrigada a fazer. Nem na escola somos obrigados a aprofundar em matérias que não gostamos! Eu fazia teatro na escola. Não escrita avançada. Não o jornal da escola. Não o grupo acadêmico…

O pai de Missy era um dos sócios da ABC, o canal. A Missy, nunca se interessou por jornalismo. Seu sonho na verdade, era ser atriz. Seu pai, um imigrante mexicano, não entendia isso. Infelizmente, não apoiava a filha. E a “obrigou” a fazer jornalismo, com intuito de “continuar o legado”.

Eu suspirei.

–Sinto muito, Missy.

–Obrigada. Só não é como se…

Meu celular começou a tocar. O toque de “Imagine Dragons” ali colocado por Luke, ecoou pelas paredes do cômodo.

Missy olhou para a tela, onde a foto de Luke dormindo de boca aberta indicava sua ligação.

Mira, um gostoso está te ligando…

Revirei os olhos para a minha perturbada amiga.

–Oi, Luke.

–Aonde você está?

–Oh Díos Mio! -Missy se abanou.

–Aconteceu alguma coisa?

–Não. -ele respondeu seco, do outro lado.

–Quer saber onde estou à toa, então?

–Você não pode sair assim sem falar nada, cabelo-de-capim.

Fiz uma careta.

–Na verdade, eu posso sim. Eu me sustento e sou maior de idade, se você não se lembra…

–Não importa. Você mora com outras pessoas. E se algo acontecesse a você? A Kate está preocupada!

–Eu não! -Kate gritou ao fundo.

–O que foi, Roach? A ruiva esqueceu te lhe dar a ração da manhã? -provoquei.

–Vai a merda, Carell! -ele gritou.

–Vai você! Me ligou para cuidar da minha vida, cretino idiota? Quando você sai, eu não fico surtando.

Missy me observava de olhos arregalados.

Luke suspirou profundamente do outro lado da linha. O imaginei passando a mão pelos cabelos. Seu sinal de nervosismo.

–Por que a gente é assim, Rach?

–Porque despertamos o pior um no outro. -respondi.

–Você volta hoje?

–Sim, Luke.

–Pode voltar a tempo de irmos para o pub?

–De novo?

–Sim. Quero que você vá.

Supeito.

–Hmm… Certo.

–Certo. -ele respondeu.

–Tchau, Luke.

–Tchau, Rach.

Desliguei o celular e respirei fundo.

–Vocês brigaram? -Missy perguntou.

–Estranho seria se não brigássemos, Missy.

Ela assentiu.

Olhei para todos os livros e cadernos abertos no chão do quarto. Uma vontade imensa de voltar para casa me invadiu.

–Bom… O que me diz de depois de estudarmos o dia todo, passarmos lá no pub?

A latina abriu um sorriso maior do que seu rosto.

✶ ✵ ✴

Após estudar até depois do almoço, tirar um cochilo de duas horas e voltar a estudar, decidimos que merecíamos algumas horas no pub.

–Chica, vamos direto daqui. Avise o Luke. -Missy disse e entrou no banho.

–Mas eu não trouxe roupa! -gritei.

O som da ducha abafava sua voz, tornando-a de difícil compreensão.

–Eu te empresto um vestido!

–Missy, você é um dublê dos sete anões!

–Só vai ficar um pouquinho curto, relajarse.

–Relaxa nada… Beeem curto, você quis dizer.

–Bom para o Luke. -ela riu.

Bufei.

Uma hora e meia depois, estávamos no grande salão da família de Missy, esperando seu namorado chegar.

Nós olhamos no espelho gigante de moldura dourada. Missy estava com um vestido azul marinho meio florido de costas praticamente de fora e usava um par de salto alto roxos. Os cachos estavam gigantes e seu sorriso, estonteante. Eu, por outro lado, fiquei com o maior vestido que a latina tinha no gigantesco closet. Ele era da cor pêssego e de alcinhas. Meu cabelo estava penteado em uma trança de lado.

Finalmente, ouvimos uma buzina nos jardins. Um ruivo chamado Bart Goodwin beijou Missy nos lábios e cumprimentou-me com um aceno de cabeça.

O casal conversou animadamente durante todo o trajeto. Ele até prometeu “aquela bebida azul que você adora” por Missy ter estudado o dia todo.

Finalmente passei pela porta de ferro e o segurança Bob, entrando no pub.

O local já tão conhecido por mim, estava com a mesma cara de sempre. Pessoas jovens dançando e bebendo, casais tomando drinks e trocando olhares em uma área mais reservada, Miranda limpando o balcão enquanto os clientes davam de cima dela e garçons, andando de um lado para o outro…

Mas não vi o Luke. Fomos então para o bar. Miranda não fez uma expressão amigável ao meu ver. Era recíproco. Completamente recíproco.

–Então a Rach começou a dizer os conceitos em voz alta, enquanto eu anotava. Depois, ela perguntava cada um novamente e eu tinha de saber.

–E se não soubesse? -Bart perguntou.

–Ela arremessava uma almofada na minha cara.

Eles riram e eu sorri de lado.

–Ótima maneira de fazer alguém aprender a matéria, Rachel. -ouvi uma voz atrás de mim.

Em pé, usando calça e blusa azuis claro, que destacavam seus olhos, estava Benjamin. O mesmo cara da noite anterior, que por acaso eu descobri ser um inimigo declarado do Luke.

–Ben, oi…

–Oi. Pensei que você estaria aqui e resolvi vir conferir, já que fomos interrompidos noite passada…

–Ah, sim. -respondi, um pouco desconfortável.

–Olha, Rachel, você está estranha. Eu não sei o que o Luke lhe disse, mas…

–Ele não me disse nada.

–De qualquer forma, eu não sou o vilão. Eu posso te contar a história se quiser…

Meu lado curioso ativou com um “clic”. Eu não tinha motivos para achar que o Luke era o “mocinho”, afinal de contas. Também não tinha motivos para não conversar com Ben. Não parecia ser do tipo encrenqueiros, mentiroso ou qualquer coisa do gênero. Bem diferente de outro certo alguém…

Ele sorriu, docemente.

–Qual bebida vai querer? Um martíni?

–Sim. Sem azeitona.

Ele pediu a bebida e Miranda a preparou com a cara fechada, logo em seguida, deslizou a taça até que parasse em minhas mãos.

–E a história? -perguntei.

–Curiosa você, hein? As melhores pessoas são. -e sorriu, novamente.

–Não me enrola, Benjamin.

–Vamos dançar e quando voltarmos, eu prometo te contar.

–Eu já te deixei me pagar um martíni, agora eu quero saber o seu conflito antigo com o Luke…

–O martíni foi por me deixar sentar ao seu lado.

O encarei, ponderando.

–Vamos, Rachel… O que pode acontecer de demais? É apenas uma dança.

Assenti e me levantei, pegando a mão de Ben.

–Já volto. -falei a Missy, que assentiu freneticamente com a cabeça, empolgada.

Andamos em direção a pista de dança. Ben ia na frente, me guiando como se eu não soubesse onde ficava. Mesmo segurando minha mão, ele olhava para trás o tempo todo, lançando-me sorrisos durante todo o trajeto.

No mesmo lugar do último confronto, Luke surgiu, entre nós dois, separando as mãos. Vestia seu uniforme de garçom e o cabelo estava bagunçado.

Ele primeiramente olhou para Ben, travando a mandíbula. Depois, olhou-me de cima a baixo e uma confusão de pensamentos e sentimentos passaram por seu rosto. Luke por fim, respirou fundo e passou as mãos no cabelo. Estava profundamente tenso.

–Rachel, precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Ai, um mês escrevendo isso...
Bom, vc já sabem o motivo da demora né? Enfim...
Tá mto ruim, gente?
A história com esse Ben é legal u.u
Vcs vão descobrir no próximo capítulo TAN-DAN-DAN-DANNNN

Deixem reviews, estou morrendo de saudades de vocês!!!!!!!!!!!!!!!!!
Me digam tudo o que acharam, sim?

Bjinhossssss
~Samyni, Fred (o dinossauro) e Liriel (a versão feminina do Deanzinho)



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