Amor às Avessas escrita por Samyni


Capítulo 28
"–Sua vez de desabafar."


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi oieeeeeeeee!!!!!!!!
Não me matem, por favor!
Mas tive meus motivos, minhas últimas semanas foram impossíveis. Espero que finalmente tenham acabado.
Começou sendo um capítulo engraçado, então fiquei escutando música de gente problemática e resultou nisso dai. Ou seja, tirei a parte engraçada e deixei só esses problemas tensos mesmo.
Cap que vem é o engraçado, acho '-'
Beeeeeem-vinda:
—Laura Warner
e
—daiana



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"As pessoas têm o irritante hábito de lembrar-se de coisas que não deviam." –Eragon

O emprego de “Sapo” não rendia mais tanto dinheiro como antes. Eu ainda ganhava cerca de uns cinquenta, sessenta dólares quando permanecia lá o dia inteiro, contudo, eu já tinha beijado Nova York inteira e a grana que ainda aparecia eram de clientes “fixas”. Não estava mais satisfeito com meu ganha pão. Muito menos com as mulheres. Elas não eram nem de perto tão loucas quanto Anna, graças a Jeová, mas enjoava, sempre as mesmas. E Luke Dean Roach dificilmente era de uma mulher só.

Cheguei em casa cedo naquele dia. Minha decisão estava tomada. O emprego de sapo tinha ido para o ralo.

–Oi, companheiro. –cumprimentei Deanzinho afagando no alto da cabeça, entre as orelhas.

–Miau.

–Sim, cheguei cedo. Trouxe sardinha para você, –mostrei a sacola parda do supermercado– mas não conte a Rachel, por favor.

Fumaça foi rebolando até a cozinha, animado com sua lata de sardinha.

Gato esperto.

Abri a latinha, enquanto o felino roçava em minhas pernas e despejei o conteúdo em sua vasilha de comida.

–Bom apetite, Deanzinho.

Então, fui para minha cama –o sofá– e pensei em que poderia vir a trabalhar. Drogas não era uma opção, era muito problema, sempre queriam te matar depois. Dançarino de despedida de solteira ainda era uma opção a ser olhada, mas no momento, estava farto de mulheres carentes no meu pé. Eu poderia tentar segurança em boate, certo?

–O que você acha? De terno, óculos escuros e cara de mal em frente a uma porta pesada de boate? –perguntei a Deanzinho, quando ele voltou cerca de quase meia hora depois.

–Miau.

–Também acho que vou ficar muito sexy, parceiro.

Um ótimo lugar para se procurar era no pub que Miranda era DJ. Então assim que Rachel chegou, eu saí. Apenas gritei um tchau e bons estudos, pois ela já estava no quarto com a cara enfiada em um livro grosso e cercada de anotações. A faculdade estava "insuportável" nas últimas semanas, como a própria loira havia dito. Ela dificilmente fazia algo que gostava. Quando não estava estudando, fazia trabalhos ou pesquisas complicadas que requeriam entrar em contato com jornais de todo o Estados Unidos, algo assim, não sei ao certo. Seu único tempo livre era cronometrado entre o banho, comida e ocasionalmente, me xingar por dar alguma comida para Deanzinho que resultaria em vômitos e diarreias felinas.

–Oi, Miranda. –a cumprimentei assim que cheguei no local.

O cabelo curto da moça, como sempre estava solto, os lábios estavam pintados de vermelho e por cima de uma blusa cinza, usava um colete preto liso.

–Oi, Luke. –ela melhorou a posição atrás da bancada do bar. –Qual a honra?

–Preciso de emprego. –juntei as mãos.

–Muita gente precisa. –e jogou o pano encardido com cheiro de bebida alcoólica em mim.

–Mas nós somos conhecidos. –arqueei uma sobrancelha, me recordando daquela noite.

Ela olhou-me, se lembrando também.

–Certo. Posso ver com o proprietário.

–Eu queria de preferência ser segurança. –dei de ombros.

–Meu querido, se tiver algo para você, não vai ser segurança. Se você tiver muita sorte vai conseguir no máximo barman. Você quer emprego, não é? Então contente-se com ele, seja ele qual for.

–Certo, Miranda. Era só uma preferência. Topo ser barman também.

–Ser barman não significa foder com os outros no banheiro de funcionários, ok?

–Como se você não pegasse seus clientes. Eu era seu cliente! –lembrei-a

–Não foi aqui no pub. É diferente. Quer arranjar umas otárias para a sua lista na sua sociedade com o James Gostosão? Ok. Portanto que não seja aqui. Eu vou pedir o emprego para você, não me faça arrepender, Luke.

Levantei os braços em sinal de rendição.

–Fica calma, Miranda. Não vou foder seu emprego.

–Meu emprego não, mas te encontro em meu apartamento no final do meu expediente. –e jogou as chaves para mim.

✶ ✵ ✴

As estrelas pintavam o céu azul marinho com pequenos pontos brilhantes. A luz prateada da lua, refletia na cama, sendo assim, possível enxergar Miranda nua, apenas com um lençol branco jogado bagunçadamente sobre si, seu cabelo negro emaranhado e um cigarro entre os lábios.

–Não sabia que você fumava. –falei, simplesmente.

–Só às vezes, quando estou nervosa.

–Nervosa, é? Pensei que você não era virgem há alguns séculos.

Ela riu fracamente.

–Babaca. É só que... Cara, a vida é uma merda.

–Tô ligado, gata. Quer desabafar?

–Não é nada, entende? É só que... Tem dias que você simplesmente começa a rever seus fantasmas nas lembranças e aí você fica mal. Sem saber para onde fugir. E ai conclui que a vida é uma merda.

–Todos têm fantasmas. –balbuciei.

–E o problema, –ela continuou, tragando. –É que essas pessoas, essas pessoas erradas que entraram na nossa vida, nos mudaram. Eu jamais serei como eu era antes.

–Como você era antes, Miranda?

–Eu era alegre. Eu acreditava no amor. Eu faria qualquer coisa por ele. Qualquer coisa, Luke. Mataria até.

–Uau. Era um amor forte, então.

–Eu pensei que sim, mas só pensei. Acho que todo mundo tem uma história de fracasso do tipo.

Assenti. Era verdade. A minha tinha até endereço e lindas pernas.

–Eu tenho a minha. –ela tragou novamente. –James tem a dele... Oh, pobre James. Eu teria me matado, sinceramente, no lugar dele. Eu não aguentaria o sofrimento. Eu nem procuraria a saída do labirinto da angústia, teria simplesmente acabado com tudo ali mesmo.

–Qual a história de James?

–Não posso lhe dizer. É algo dele, entende? Quando ele estiver preparado, quando for necessário, ele irá te contar. Provavelmente quando você finalmente perceber que se não correr atrás daquela loira que estava lá naquele dia do jogo, ela vai te deixar.

–O-oque? D-do que você está falando, Miranda?

–Não se faça de idiota, não suporto isso. Você gosta dela, Luke. Só que você está tão submerso nos seus problemas, está tão pregado no passado, que não consegue dar um passo para frente sem dar dois para trás.

Ela suspirou.

–Nós três, eu, você e James, somos quem somos por motivos de intervenção de pessoas. Se ela nunca tivesse entrado na vida dele, talvez James não fizesse as coisas que faz. Ele não viveria basicamente de seu emprego medíocre, no seu apartamento que compraram juntos, fazendo o que faz com as outras mulheres. Mas seu relacionamento era insano, Luke. Era doente, explosivo, violento. Só podia resultar em desastre. E o pior de tudo, é que eles eram feitos um para o outro, juro.

–E qual a sua história, Miranda? –arrisquei.

–Um puta clichê. Daquele tipo que estava nítido que ia dar errado, sabe? Mas eu amava ele. Ele era mais velho, tinha carro, já era formado, enquanto eu era apenas uma colegial tentando aproveitar a vida. Nos conhecemos em uma boate e desde então começamos a sair. Ficamos alguns meses em uma bolha de amor que parecia nunca estar propensa a estourar.

“Mas as pessoas se revelam com o tempo. E o conto de fadas se desfez. Ben na verdade era um homem casado, com uma filhinha neném. Enquanto a mulher ralava de tanto trabalhar, ele usava o dinheiro comigo, comprando jóias, marcando jantares finos.

Mas eu só descobri isso depois. Depois que fizemos planos para uma vida melhor, bem longe daqui. Depois que me disse uma porra de um “eu te amo”. Depois... Depois da coisa boa toda, sabe? A esposa dele um dia veio atrás de mim, bateu na minha porta, falou com meu pai... Eu não sabia, Luke. Eu juro. Eu disse isso a ela, mas ela não acreditou. Me chamou de vadia na minha própria sala de estar e desferiu um golpe no meu rosto. Meu pai nada falou. Nada fez.

Quando eu comecei a chorar, desesperada, com meu coração despedaçado, ela disse que eu era apenas mais uma. Que o marido fazia isso desde que começaram a namorar, anos atrás, mas que eu tinha sido a mais burra até agora. Pois eu deixava marcas no corpo dele, perfume na camisa, sujeira de batom, o agarrava na frente de todos... Ela e o advogado tinham muitas provas contra o canalha.”

A voz dela falhou e começou a soluçar.

–Ele me usou. Sem pena ou consideração. E eu acreditei em suas palavras bonitas, seus sussurros na cama, suas malditas flores e na porra do plano de ficar comigo enquanto estivéssemos vivos! Não tem um dia que eu não me lembre disso. –ela deu de ombros e deixou o resto do cigarro no cinzeiro– Mas simplesmente não consigo pensar na hipótese de me envolver com alguém novamente com tanta força ou dedicação. Sem contar no meu pai, que até hoje me trata como uma perfeita vadia.

"Decepções amorosas existem por toda parte, Luke. E todo ser humano tem seu ponto fraco, aquilo que se acontecer, vai derrubá-lo. Pode parecer um motivo superficial para algumas pessoas, mas isso me destruiu de tal forma... Não atraio um tipo bom de homem."

–Eu sou a prova. –adivinhei.

–É verdade. Você também tem algo. Algo que lhe assombra, algo que te perturba, como eu já disse. Mas seu problema não foi do coração, como é o meu caso e do James, não é mesmo?

–Só em parte. Meu problema é um pouco complicado demais.

Miranda colocou em minha mão um cigarro não usado e o acendeu.

–Sua vez de desabafar.


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Notas finais do capítulo

Uiiiiiiiiiiiiiiii tenso pra caralhoooooooooooo....
O que acharam? TAO CHOCADOS ASSIM COMO EU?
Samyni, foi você que escreveu isso .-.
Poisé, mas minhas histórias têm vida, eu não as controlo. Simplesmente acontece e fico assim, chocada, igual vocês.
Me digam tudo, sim?
Fantasmas, pq vocês não vem para a luz? *--*
Cara, gastei 6 horas da minha vida fazendo esse capítulo, sim, quase 6 horas, não é exagero, então vamos deixar review para a Samyni que tá sendo engolida por um dinossauro aqui, certo? Obrigada. De nada.
Sério. Me digam tudo tudo tudo u.u
Bjinhosssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
~Samyni



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