Home escrita por Daiana Caster


Capítulo 20
Separados ?


Notas iniciais do capítulo

Faz muito tempo né gente kkk mais eu disse que não ia abandonar a fic. vou me planejar direitinho e tentar fazer desse o ultimo ano de Home. Como diz uma amiga minha já ta virando alem do tempo.Bom agente vai entrar numa fase meia dramatica da historia agora. afinal uma historia tem que ter drama né ?



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Narrado na primeira pessoa (Giane)

Queria ir embora sem me despedir. Eu já tava sofrendo demais, sei que ele também tava.Mais eu não podia pensar no sofrimento dele. Ele não pensou no meu quando fez tudo isso. A culpa era dele.Uma despedida com tudo o que precisava e queria falar,ia doer demais. Eu não queria aquilo.Não queria machucar ele.Mesmo que ele tenha me machucado.Viro,pra não ver ele começar a chorar,doía demais ouvir o choro dele,tanto, que eu também chorava.Por ele, por mim,por tudo aquilo. De cabeça baixa, levanto, secando meu choro. babaca, ele não pode me fazer chorar. não agora, na frente dele. Não pra deixar ele saber que não quero ir, que quero ficar com ele.abraçar, secar seu choro,dizer que amo ele.e que isso tudo vai passar,ficar pra trás. que tudo vai ficar bem.mais esse é o meu coração falando, o coração que ama ele, como nunca amou alguém. o coração que dói de ouvir ele chorar, o coração que é dele,e nunca mais vai ser de ninguém.mais é esse mesmo coração,que dói de saber que posso perder tudo isso. perder abrir os olhos e ver a risada dele pra mim.como se me ver acordando,fizesse todo seu dia cansativo de trabalho,explorando sua mente para ter ideias geniais pra vender,valesse a pena. perder nossos cafés da manhã,sempre tão cheio de brincadeiras, uma das marcas do nosso amor. Perder vêr ele bolar alguma ideia para não me deixar sozinha,preocupado comigo e com o filho. os filhos,que ele já aprendeu a amar. perder ele voltar pra casa e me beijar,como se fosse a primeira, ou a última vez. a última vez.esse era o meu medo.que os 5 meses que faltam da minha gravides,que mesmo sem eu nunca ter pensado,nunca ter sonhado,tinha sido tão comemorada. fosse o fim. o fim da minha vida, do meu sonho de família, de viver o meu amor com o ele. minha mãe morreu quando eu nasci,e se esse também fosse o meu destino ? viver meu amor com ele,esse amor ter dado dois lindos frutos,pra no fim eu deixar tudo isso. a família que lá no fundo,eu sempre quis. Família essa que eu nunca imaginei, seria com ele, aquele babaca que eu brincava e implicava na infância, odiava e batia na adolescência,e que hoje era o amor da minha vida. Com quem eu construí uma vida,uma família.Mais essa vida que sempre foi um sonho e agora eu realizei,Não vai ser minha. era por isso, por ele ter escondido isso de mim, que não volto, me jogo nos braços dele, e peço que me ame como nunca. Vou andando até a porta do carro,abrindo, entrando sem olhar pra trás.Isso ia ser o fim pra mim,pros meus planos, olhar e ver seus olhos implorando pra que eu fique. porque isso não vai acontecer, eu não vou ficar. entro, fechando a porta do carro, o vidro, e vou embora. da minha casa,a nossa casa.

Dirigindo pela rua escura e vazia, choro,como poucas vezes chorei. to sozinha , e ninguém vai ver esse momento de fraqueza. Vou embora deixando naquela casa,a minha felicidade.

— "Idiota ... babaca ... Cretino ...ridículo." esmurro o volante a cada palavra - "Você acabou com tudo Fabinho. agente tava tão feliz, agente ia ser uma família. porque cara,porque ? Eu te amo tanto, tanto,seu idiota." soluço em meio ao choro,encostando minha testa no volante do carro,quando estaciono em casa do meu pai. desço com a minha bolsa, já pegando as chaves de casa. abro o portão,entrando. antes de eu levar a chave,já é aberta por meu pai,que me olha surpreso.

— "Filha ? O que aconteceu ?"

Me jogo nos braços dele,deixando a bolsa cair no chão.

— "Porque cê tá aqui essa hora ?" meu pai me olha preocupado.

— "Ai Pai, o Fabinho me enganou,ele mentiu pra mim. Eu to sofrendo tanto pai, porque ele fez isso comigo ? Agente tava tão feliz, ele acabou com tudo,tudo pai." choro deitando a cabeça no colo do meu pai,era disso que eu precisava agora.

— "Filha você tá falando sobre a histórias dos bebês ?"

Cesso o abraço, olhando pra ele chocada.

— " Perai, o senhor sabia ?"

— "Sabia filha. o Fabinho me contou no dia que ele descobriu. e ...Giane ...fui eu que disse para o Fabinho não te contar."

— "Pai ? Como assim o senhor disse pra ele não me falar nada ?Que história é essa ? Por que o senhor fez isso ? "

— "Filha ..." Ele se aproxima de mim, indo comigo até o sofá. me sentando, e se sentando também. - "O Fabinho tava perdido, desnorteado, e eu reconheci naquele garoto, o que eu fui a mais de 20 anos atrás, antes de você nascer. eu tinha que ajudar ele."

Levanto, inconformada.

— "E o senhor acha que ajudando ele a mentir pra mim, ajudou ele pai ? Ele tá lá em casa agora, sofrendo. como eu aqui." choro olhando pro meu pai. - " Não ajudou pai,o senhor consegue ver " olho pro meu pai,incrédula.

— "Desculpa filha,eu achei que seria como foi com a sua mãe. mais eu esqueço que apesar de você ter muita dela, que você tem muita coisa diferente dela também."

Controlando o choro, olho pro meu pai,curiosa com o que ele tinha falado.

— "A mamãe sabia ? sabia que ela podia morrer ?"

— "Eu fiz como o Fabinho, mais contei a ela quando achei ser a hora. assim como tenho certeza o Fabinho faria com você."

Brava, olho pra meu pai.

— "Ia nada. fez porque eu tava quase descobrindo, e se sentiu pressionado. Aposto que ele ia me deixar morrer achando que eu ia ser feliz com ele com nossos filhos."

— "Não fala isso filha, Tenho certeza que ele te contaria. e senão contasse, seria pra te proteger, te poupar filha."

Olho pra ele com raiva.

— "Não preciso que ninguém me proteja,não. nem que me poupe. eu preciso que o meu marido, o homem que eu escolhi pra dividir a vida comigo, confie em mim, ele sabe disso. O que ia acontecer ? Ele ia me esconder isso, e quando chegasse a hora eu ia morrer enganada,achando que ia ter uma família ? Pode parecer que é bonito ele querer me proteger, mais é cruel pai. Ele me enganar desse jeito."

— "Saber,ele sabe.mais como homem que te ama, ele quer fazer isso,te proteger.cuidar de você. foi o que fiz com sua mãe. Eu entendo ele."

Olho pro meu pai com raiva

— " Entende ele ? E eu pai ? E em mim ? Você e ele não pensaram em como eu ia me sentir ? Em como essa mentira ia ser pior,acabar comigo ? É fácil dizer que entende ele,só que eu sou sua filha. "

— " Filha, calma. Isso pode fazer mal pra você, ficar nesse estado. " seu Silvério a ampara preocupado.

Olho pro meu pai,não conseguindo mais segurar de chorar.

— "E se eu morrer pai ? e se eu morrer, o que vai ser dele ? Com nossos filhos pra criar ?"

— "Giane,isso não vai acontecer, você vai viver filha. vai ver seus filhos crescerem, se tornarem pessoas maravilhosas.como você é,como ele é."

O encaro triste,voltando a chorar.

— "E senão pai ? O senhor acha que o Fabinho vai ter a força e coragem que o senhor teve pra me criar ? Ou os meus filhos vão crescer órfãos como eu e ele ?"

— "Ele jamais abandonaria os filhos de vocês filha."

— "Eu tenho medo pai,muito mais por ele,que por minha causa. Eu fui feliz.vivi minha vida com o senhor,aqui, num lugar aonde fui feliz, aonde tive tudo. Tive amigos, tive o Bento,tive a chance de fazer dele uma pessoa melhor, me apaixonei, casei,vou ter meus filhos. Eu to desesperada. eu imaginei uma vida com ele, mais eu to muito mais desesperada por ele pai.ele vive dizendo que sem mim,ele não tem chão. E eu tenho medo da força que isso pode ter.e se o Fraldinha não aguentar ?" Olho pra meu pai desesperada.

Ele me envolve nos braços.

— "Não pensa nisso filha, agora eu acho melhor você descansar, isso tudo não deve ter feito bem pra esses mocinhos aí. e você precisa repousar, vamos vou te deixar no quarto."

— "No meu quarto ?" Olho pra ele estranhando, era difícil ver aquele quarto como meu outra vez,acho que nunca veria.

— "No quarto que será dos meus netos, quando você voltar pro seu marido, e entender que ele fez isso por que te ama demais."

— "Tá,tá pai. brigada viu. Valeu ai. agora vai dormir." expulso ele do quarto deito na minha cama, choro pensando nele.

PdV Fabinho.

Depois de pedir um tempo,Giane vira para ir embora. não consigo me segura,choro. nunca fui de chorar, não sou disso, todo mundo sabe. mais aquele era o sinal implorando pra que ela ficar.vejo ela parada sem se mexer. Sera que ela tinha desistido dessa loucura de tempo ? Penso em chegar perto dela, mais o medo de ser rejeitado me faz ficar parado.também esperando que ela se vire,olhe pra mim, e me beije.ou que ela brigue, grite,esperneie. Qualquer coisa,menos ir embora. Mais pensando nisso, vejo ela se afastando, saindo pelo portão da nossa casa. como assim ela quer um tempo ? Já cansei de dizer a essa cabeça dura que não sou homem de dar tempo. por que ela não olha pra mim ? não grita, não me bate, e resolvemos nossos problemas como sempre foi ? Agora ouvir dela tudo o que ouvi.ela falando,enquanto tentava não chorar. me faz perder o rumo. ela é meu rumo. sem ela não sou nada. sei que o que fiz, mais fiz por que amo ela.amo demais. Só queria evitar que ela sofresse. Grande merda ! Agente ta sentindo agora.mais no fundo eu sabia não dava pra evitar. entro em casa, e me jogo no sofá.dormir na minha cama, sentir o cheiro dela,ia acabar comigo.

Me viro na cama, não consigo dormir. levanto num pulo, saindo de casa. olho a lua que brilha no céu. aquela lua,a lua que pedi ela,mesmo sem saber que era ela. mesmo sem saber o amor que eu daria tudo pra ter. caminho pela rua,e paro de frente pro cantai. sem pensar muito, entro, sento em uma mesa e começo a beber. Sem ela era o que restava pra mim,ver se aquela dor de merda que eu sentia podia passar.

Pdv Bento.

Eu tinha sido um idiota. briguei com a Malu. minha noiva, mulher que amo,mulher da minha vida. e porque ? Por um passado.Pra mim era isso que a Amora era, passado. vivi tudo o que tinha pra viver com ela.Ela era um amor de infância, um amor com o qual sonhei e idealizei,durante muitos anos, e que nunca se realizou.Ela não se encaixava e não aceitava meu mundo,e eu o dela. Malu era a minha alma gêmea. e só depois de muito tempo eu pude ver. após quase perder ela pro Maurício, eu vi era ela que eu amava. Que com ela construiria minha vida,e seria feliz. mais confesso que a volta do Maurício e da Amora a nossas vidas me balançou. não por mim, mais por ela, pela Malu. Eu tenho medo de perder ela outra vez.

Ela amou Maurício durante toda sua vida. se guardou pra ele, se entregou pra ele. aonde eu entrava nessa história ? caminho pelas rua e paro em frente ao cantai.nunca fui de beber, mais estar sem a Malu e com a dúvida me corroendo, decido afogar minhas mágoas.

Narração off.

Bento entra no cantai e vê Fabinho em uma mesa de cabeça baixa, bebendo. ele se aproxima.

— "Fabinho ?"

Fabinho levanta cabeça, vendo Bento a sua frente.

— "E ai flor ? Você por aqui ? A essa hora ? cadê minha irmã ?"

Bento se senta.

— "Vish,longa estória cara."

Fabinho bufa.

— "Qual é flor, conta ai. To com tempo pra longas histórias."

— "Eu e a Malu brigamos. Eu passei o dia todo atrás dela,mais ela ta fugindo de mim. não quer falar comigo, não quer me ver, ai eu resolvi espairecer. acabei aqui."

— "Perai,casal perfeição brigou ? É isso ? Maninha não quer te ver ? O que cê aprontou em zé florzinha ? "

Fabinho o olha espantado.

—" Para de zuar vai Fabinho, eu to mal."

— "To vendo. pra você ter vindo aqui beber a coisa foi feia.o que cê aprontou em Flor ?"

— "E porque você acha que fui eu que aprontei ?"

Fabinho bufa,olhando pra Bento.

— "Qual é Zé florzinha,minha irmã é uma santa, o que ela faria pra você ? Além do mais, sei que você é um idiota.então anda, desembucha."

Bento revira os olhos, respondendo:

— "A Amora."

Fabinho olha pra ele espantado.

— "Que ? Como é ? Achei que essa sua obsessão com a cocotinha já tivesse acabado. Perai, se a minha irmã ta tão puta assim com você, Cê traiu minha irmã com a cocotinha ? Se tá zuando né ? Eu vou quebrar tua cara,seu jardineiro de fundo de quintal." Fabinho levanta, e parte pra cima de Bento. já um pouco alterado, Bento o segura.

— "Hey, tá maluco ? para com isso Fabinho ! eu jamais faria isso, eu amo sua irmã cara."

— "Então o que cê ta fazendo aqui ? Porque a Malú tá tão puta com você ?" Fabinho pergunta,olhando pra ele confuso.

— "Sua irmã acha que eu ainda amo a Amora, que não esqueci ela.agora sou eu que pergunto, o que você aprontou ?"

Fabinho revira os olhos,se recompondo na mesa.

— "Nada digno da minha ex fama de mal flor. eu escondi uma parada ai dela,e ela não me perdoou."

— "Cê escondeu o que dela ?"

Fabinho olha pra Bento,triste.

— "A gravidez zé florzinha, a gravidez da maloqueira precisa de alguns cuidados. a Giane corre o risco de ter hemorragia no parto."

Bento olha Fabinho surpreso.

— "Caramba Fabinho, a Giane ... Ela ...corre algum risco ?" Bento pergunta preocupado.

— "O medico garantiu que não, que na hora do parto ela pode ser contida. e se ela for ter parto normal ajuda."

— "Então porque ela saiu de casa ?"

Fabinho bufa.

— "E cê não conhece aquela maloqueira cara ? Ela falou um monte pra mim, por ter escondido isso dela. ta toda paranoica, porque acha que vai morrer e não vai criar nossos filhos. assim como a mãe dela.ela ta me culpando e ela tem razão." Fabinho lamenta com Bento,com a cabeça abaixada,e as mãos sobre ela.

Bento se aproxima, colocando a mão no ombro de Fabinho.

— "Calma Fabinho ! vai ficar tudo bem. eu conheço a Giane,ela vai te perdoar. se desculpa com ela, diz tudo o que você sente. e eu sei, ela vai te perdoar."

Fabinho sorri animado.

— "Isso ! É isso mesmo que eu vou fazer, e vai ser agora." Fabinho levanta, batendo na mesa. deixando o dinheiro e saindo, cambaleando.

Bento levanta correndo, indo atras dele.

— "Cê ta louco Fabinho ? Aonde cê vai desse jeito ?"

Fabinho bufa,revirando os olhos.

— "Aode eu vou,aonde eu vou desse jeito. To indo atras da minha mulher. da mulher da minha vida, minha pivete, minha maloqueira, Giane de Souza Queiroz Campana sacou ? Bonito né !? ficou ela com os meus sobrenomes. Giane de Souza Queiroz Campana,nome de princesa. princesa maloqueira"

Fabinho ri sozinho.

— "Fabinho é melhor você ir pra sua casa. vem,eu te levo." Bento diz o pegando pelo braço.

— "Ih,ih,me solta flor.ta me estranhando ?Eu lá preciso de baba ? Que alguém cuide de mim ?" Fabinho olha pro nada,levantando o dedo,dando um sorriso bobo. - "Na verdade, eu até preciso. mais não é você. é uma baixinha,de cabelo curto, olhos de borboleta, narizinho arrebitado, e boquinha bonitinha. gostosa, com bundão. Que claro é a minha pivete, não você. então,vaza." Fabinho o empurra, o fazendo cair e sai. Bento se levanta rápido, vai atrás dele.

— "Giane ! Giane ! Gianeeee ! Piveteeeee! Maloqueiraaaa" Fabinho sai gritando pela rua,até chegar no portão da casa.

— "Que isso ?" Giane pergunta sentando na cama num sobressalto,colocando os chinelos,saindo do quarto.

— "Que isso o que filha ?" Seu Silvério pergunta, saindo do quarto também.

— "Não sei pai, parece a voz do Fabinho gritando aqui no portão. eu vou lá ver. não se preocupa, vai dormir,eu resolvo isso." Giane tranquiliza seu Silvério, quase saindo pela porta.

Ele a chama.

— "Filha" Giane se vira - "Eu sei que você ta chateada comigo, e com ele, mais da uma tregua pra ele filha.ele te ama. fez tudo isso porque é louco por você. e morre de medo de te perder."

Giane sorri com ternura,e o abraça o pai.

— "Desculpa pai, eu fui muito dura com o senhor."

Seu Silvério a afaga com carinho.

— "Oh filha, eu tenho culpa por essa briga sua com o Fabinho. você não precisa se desculpar, você tinha todo o direito de ficar brava comigo. eu é que tinha que me desculpar com você.mais é que eu como seu pai,achei que era o melhor entende ? e tenho certeza que foi nisso que o Fabinho pensou também."

Giane se aproxima do pai.

— "O senhor não tem culpa de nada entendeu Seu Silvério ? o Fabinho já é bem grandinho, sabe muito bem o que faz."

— "Conversa com ele filha.vocês se amam, vão ter um filho. precisam se entender."

— "Pai, eu não to me separando do Fabinho.eu só preciso de um tempo pra digerir essa historia, e ver se consigo perdoar ele. e vai ser bom também fazer o fraldinha pensar no que fez,e lutar pra eu perdoar ele." Giane sorri pro pai -" agora deixa eu ver o que esse maluco ta gritando a essa hora na nossa porta."

—"Giane !" Fabinho continua gritando empurrando Bento que tenta conte-lo.

Giane sai no portão.

— "Tá maluco cara, pirou ? O que cê ta fazendo essa hora gritando na porta da casa do meu pai ? assim cê vai acordar a casa verde toda. " Giane olha pra ele com um olhar repreensivo,saindo pelo portão.

Ele se aproxima dela, colocando o dedo em sua boca.

— "Shiii, cala a boca maloqueira ! vai,entra lá, pega suas coisas, e vamo embora .vamo pra casa." Fabinho pede com a voz enrolada segurando ela,a puxando pra dentro.

— "Que cheiro horrível é esse cara ? Cê bebeu Fabinho ?" Giane pergunta fazendo careta, tentando se soltar dele. que não a solta, e a puxa pra si.

— "Eu bebi, bebi sim.bebi porque você me deixou em casa,sozinho. Eu tava sofrendo, porque eu te amo,te amo pivete." Fabinho olha pra ela, como se a sua declaração,fosse mais como uma súplica pra que ela acreditasse.

— "Você me ama, e o jeito pra mostrar isso, é vim aqui na casa do meu pai,a essa hora ,bêbado ,gritando, pra que ? "

— "Pra te dizer que eu te amo. Eu te amo, te amo maloqueira." ele segura o rosto dela e começa a beijar seu pescoço - "Eu te amo te amo" ele desce pro colo, se ajoelhando, beijando a barriga dela, segurando suas pernas, olhando pra ela com o olhar pidão. - "Volta pra casa, volta pra mim Giane. Não me deixa,não faz isso comigo não."

Giane olha ele por alguns segundos,comovida com a situação.
Ele a olhava com tanta ternura, e piscava os olhos,parecia uma criança,prestes a sorrir, ou chorar.Giane segura os braços dele.

— "Fabinho chega! vem !" Giane o puxa Bento a ajuda - "Vem, vamo pra casa agora."

Fabinho a olha sorrindo,com cara de bobo.

— "Agente vai voltar pra casa ? Cê me perdoou maloqueira."

Giane revira os olhos.

— "Cala a boca fraldinha, e vem vai" ela arrasta ele pra dentro.

— "Filha o que ta acontecendo ?"

— "E ai sogrão ?" Fabinho sorri frouxo abraçado a Giane.

— "Relaxa pai,vai deitar. esse babaca aqui ja atazanou demais por hoje. eu vou jogar ele debaixo da agua fria, e jaja essa bebedeira passa. qualquer coisa o Bento me ajuda." Giane fala olhando pra seu Silvério, enquanto Fabinho está abraçado a ela.

Seu Silvério sorri.

— "Tá bom filha, boa noite pra vocês."

Seu Silvério sentia que devia ajudar a filha a cuidar do genro, mais se sentindo culpado,viu ali a chance deles talvez se acertarem,é resolveu não mais atrapalhar.

— " Boa Noite sogrão" Fabinho acena afobado para seu Silvério. - "Em fim sós pivete.vamos lá pro seu quarto que eu to com saudade " Fabinho pede, já começando a beijar o pescoço dela.

Giane empurra ele, impaciente.

—"O único lugar pra onde eu vou te levar, é pra debaixo da àgua fria, palhaço." Giane o puxa com força,andando com ele até o banheiro.

— " Giane, você tem certeza que cuida dele sozinha ?" Bento pergunta olhando

— " Tenho sim cara,pode ir. Valeu ai pela ajuda"

— " Imagina, olha qualquer coisa me liga "

— "Tá, valeu mesmo"

Bento sai pela porta.

— Agora vamo cuidar desse porre,palhaço.

Fabinho sorri frouxo.

— "Fala denovo."

Giane revira os olhos.

— "Que você é um palhaço ? você é um palhaço."

— "Um babaca, cretino , ridículo, fraldinha fala." Ele olha pra ela,em expectativa sorrindo bobo.

Giane ri incrédula,olhando pra ele.

— "Cê quer que eu te xingue ? Cê tá muito bêbado mesmo."

— "Quero,quero sim. você me xinga por que me ama. agora quando voce fica assim ,sem fazer nada, eu já não sei. Lembra quando agente decidiu ficar junto ? Quando eu fui me desculpar ?
Que eu te disse que aquele era o dia mais feliz da minha vida,e que eu tava apaixonado por você."

Giane sorri com a lembrança.

— "Você disse que tava gostando de mim, não que tava apaixonado."

Fabinho revira os olhos.

— "Você sabe que eu tava apaixonado, só não queria entregar o ouro pra você daquele jeito, tão cedo. Lembra ? Eu perguntei se você queria ficar comigo,aí você disse que claro que queria ficar comigo e me chamou de palhaço."

Giane sorri.

— "Você me chamou de maloqueira."

Fabinho ri.

— "Eu sempre te chamo de maloqueira. É isso que eu to falando. É desse jeito que é o nosso amor, é assim que agente se ama Giane. E eu amo isso. Então me xinga Giane, e fala que me perdoa."

Giane olha pra ele intensamente, bufa. Tinha ficado tocada, e muito. Mais agora era ela que não queria entregar o ouro.

— "Cala a boca,e entra nesse chuveiro vai."

Fabinho ri dela.

— "Se você prometer que agente vai ficar bem agarradinho, eu tomo banho até de gelo" ele vai caindo no colo dela que o empurra.

— "Ra,ra sonha. vê se eu tenho cara de quem toma banho com bêbado ?"

— "Eu só to bêbado, porque você saiu de casa, e eu fiquei perdido sem saber o que fazer, sem você eu não tenho chão Giane." Ele a olha triste.

Giane fica mexida com a declaração dele, mais desconversa.

— "Para de falar vai Fabinho.cê vai falar um monte de besteira ai, e amanhã vai se arrepender."

— "Eu não to falando besteira. E nunca vou me arrepender de dizer essas coisas pra você Giane, eu não sou nada sem você. antes de você, minha vida era vazia, com convicções vazias. eu era alguém que só queria dinheiro e status, você fez eu querer coisas de verdade pra minha vida. uma profissão que eu gosto, você me fez querer ter uma família Giane. uma casa. eu nunca me imaginei querendo essas coisas, ce tem noção do que é isso ? do que você fez comigo ? o bem que fez pra mim, pra minha vida."

Giane o olha emocionada, engolindo o nó na garganta.

— "Fabinho você tá bêbado cara, melhor você não falar muito."

— "Eu to falando o que sinto Giane, e é tudo verdade. meu maior medo é você não querer só um tempo, querer se separar de mim, me deixar de vez.perceber que sua vida é melhor sem mim. mais pra mim Giane, não tem vida sem você. eu não sei se eu vou reaprender a viver num mundo aonde você não faça parte dele."

Giane chora.

— "Pivete não chora " Fabinho leva a mão até o rosto dela, secando sua lagrimas. Giane fecha os olhos, sentindo o carinho, leva a mão a dele e a afasta de seu rosto, o puxando pro chuveiro.

— "Vai ,Vem" Giane senta, e o ajuda a tirar sua camiseta, os sapatos e a calça, o levantando, colocando debaixo do chuveiro. ele olha pra ela.

— "Cê tá grávida."

Ela ri.

— "Nossa Jura ? Nem tinha notado,boa sua observação.achei que você fosse o responsável por isso."

Ele ri também.

— "Eu não terminei de falar, grossa! eu tava falando que você tá grávida, era pra você tá dormindo, descansando, não aqui cuidando de um bebâdo irresponsável."

— "Quando você me enfiou na frente daquele padre a 4 meses atrás, eu jurei na saude e na doença lembra ?"

Ele sorri feliz com a declaração dela.

— "Eu nunca vou esquecer, naquele dia eu jurei que você ia ser minha pra sempre."

Giane desvia o olhar dele, que percebe e resolve mudar de assunto.

— "Mais bebedeira não é doença."

Giane revira os olhos.

— "Mais ser um babaca, cretino, ridículo, ė. então." ela revira os olhos.

Ele sorri. eles se olham profundamente. Fabinho levanta meio camabaleando, grudando seu corpo ao dela. Giane treme, e teme a proximidade .ela então o empurra, ligando o chuveiro.

— "Porra maloqueira, tá fria pra caralho essa agua."

— "Claro que tá fria, já viu curar bebedeira com aguà quente ou morna ? Não né ? Então larga a mão de ser fraldinha."

— "Eu não sou fraldinha não, vem você aqui tomar banho frio,quero ver" Fabinho reclama fazendo bico.

— "Eu não bebo pra precisar de banho frio, então fecha essa matraca e toma seu banho quieto garoto."

Durante alguns minutos, ela fica ali tentando segurar ele dentro do chuveiro. Fabinho a olha profundamente,Ela revira os olhos, o segurando. ele tenta puxa-la pra dentro do chuveiro, ela bate na mão dele.

— "Para, para, Fabinho. para com com isso. vem,vai. acho que já tá bom, tá frio, senão cê vai ficar doente." ela o tira do chuveiro, entregando a toalha pra ele, ajudando ele a ir até o quarto.

— "Senta ai vai, que eu vou vê se tem alguma roupa sua aqui."

Ela se afasta, se ajoelhando sobre o armário, procurando algo.

— "Achei ! to" ela lhe entrega uma bermuda,uma camiseta e uma cueca.

— "Nossa, tinha isso aqui ? " Pergunta ele olhando surpreso pra roupa.

Giane vira pra ele.

— "Acho que você foi meu namorado por alguns anos antes de agente casar né, tinha que ter alguma coisa sua aqui."

Fabinho sorri, arregalando os olhos.

— "Ah, eu lembro. essa foi a roupa que eu molhei a primeira vez que agente tomou banho junto, eu molhei e ficou aqui."

Ela revira os olhos, tentando conter o sorriso com a lembrança.

Flash back on.

15 de fevereiro de 2014

Giane acorda cedo. Se vira na cama,abrindo os olhos, aonde pela primeira vez na vida,estava acordando com alguém do seu lado.um alguém que ela escolheu, e principalmente escolheu estar ali. Não era como dormir com Bento, escondida na casa dele,na cama dele, tendo que fugir como uma clandestina,com medo de ele acordar. Fabinho queria estar ali, queria dormir com ela.abraça - lá,dormir com o rosto afundado em seu pescoço e ela naquele dia,resolveu dar mais isso a ele, perder mais um de seus medos,se entregar mais uma vez, se entregar aquele amor que crescia cada dia mais em seu peito. Aquele amor que era único,era verdadeiro,era deles.
Se espreguiçando na cama,ela vira de lado, e o vê dormindo sereno. Sabia que o sono do garoto era agitado,mais naquela noite, Fabinho dormirá como um anjo. Era como se precisasse dela pra ter paz. Ele precisava, e sabia. Ela não queria acreditar,mais sabia também. Mais do que saber,ela também precisava dele.sorri,levando a mão até o rosto dele, fazendo um carinho, dando um beijo na ponta de seus lábio ela levanta,abre a porta se encaminhando pro banheiro, escova os dentes, penteia os cabelos, e se olha no espelho, aonde acaba rindo,sempre achou uma babaquice essas meninas se arrumam para os namodados não as verem como são quando acordam. Mais agora estava apaixonada, era mais fácil de entender, você sempre que tá linda pra pessoa que ama. E apesar de Fabinho sempre repetir, que até vestida de maloqueiro ela era linda,ela a cada dia queria ficar mais linda pra ele.

Levantando o rosto rindo,Giane toma um susto ao ver ele parado atrás dela,com aquele sorriso no rosto. Aquele sorriso debochado e travesso que ela amava tanto.

— "Aí que susto garoto. Pirou de entrar aqui assim,parece um fantasma."

Se aproximando dela,Fabinho envolve sua cintura,por trás.

— "Hum,quem mandou se me deixar abandonado lá no quarto,tive que vim atrás de você né ." ele fala perto do ouvido dela, dando um beijo em seu pescoço. Giane cede, fechando os olhos, jogando a cabeça pra trás,num consentimento implícito pra ele ir além.Fabinho entende recado ,e vai descendo beijo pelo pescoço dela.

— "O que cê acha de aproveitar que agente já tá aqui,que seu pai ainda tá dormindo,e agente tomar um banho junto ?"

Giane arregala os olhos surpresa,se virando, e empurrando ele.

— "Cê tá doido ! Pirou cara ? eu tomar banho com você ? eu nem durmo com você, quanto mais tomar banho. Cê tá muito louco"

A puxando pele mão, colando seu corpo devolta ao dela, ele funga em seu pescoço, arrancando uma risada dela.

— Tá melosinho em Fraldinha.

Ela fala,enquanto ainda sente os beijos dele.

— Culpa é sua, que me faz te amar cada dia mais.

Ela sorri com a declaração, dando um beijo nele. Ele a vira de costas,beijando o pescoço dela.

— "Então,hoje é um bom dia pra quebrar tabu. Vamo quebrar tudo de uma vez logo." Fabinho sorri,mordendo a bochecha dela.

Ela vira pra ele.

— "Nem vem cara,eu não vou tomar banho com você."

Fabinho se afasta dela.

— "Tá bom, tudo bem,nem tava com vontade mesmo." Fabinho faz bico,dando de ombros.

Giane olha pra ele rindo,dando um tapa nele.

— "Seu cretino."

Sorrindo cheio de malícia pra ela,Fabinho a puxa pra si.

— "Mais cê sabe..."

Giane olha pra ele assustada. Tarde demais, quando vê ele já tava empurrando os dois pra dentro do box.

— "Fabinho,não! Para com isso ! Me solta !Fabinho,Não !"

Ele só para, quando encosta com ela no box.Giane abre a boca pra resmungar,quando ele abre o chuveiro e a beija. Um beijo tão voraz,intenso,A fazendo nem se lembra que minutos atrás resistia aquilo, se entregando. Tanto que é ela que toma a iniciática de tirar a camiseta molhada do corpo de Fabinho, a jogando pra fora do box,ele sorri e volta a beija - la, subindo a mão pela cintura dela,ele sobe sua blusa. Tirando dela. Giane sorri,jogando os braços e pernas envolta dele, quando ele joga sua blusa pra fora do box,voltando a beija - lá.

Flash back off

Giane e Fabinho estavam perdidos nas lembranças daquele dia,quando ela volta a si.

— "É, agora se troca ai,que eu vou precisar tambem. já que cê fez uma aguaceira no banheiro, e em mim tambem. Até parece criança" Giane tira a blusa e shorts do pijama, sem nem se importar com a presença de Fabinho, nem se lembrar que estavam separados. já era tão natural pra ela se trocar na frente dele ,que era difícil assimilar e se acostumar que estavam separados. ele a olha admirado, sorrindo. ela percebe.

— "Que foi palhaço ?" Ela pergunta sem entender o sorriso dele.

Tentando disfarçar o sorriso,Fabinho responde:

— "Não,nada."

Giane revira os olhos,impaciente.

— "Fala logo."

— "É que agente tá brigado, e cê nem se importou em trocar de roupa na minha frente."

Ela olha pra ele,como sendo pega de surpresa, e acaba revirando os olhos,mais fica envergonhada pela observação dele. pois pra ela era natural, esquecia que estavam separados. Ela acaba rindo.

— "Nem percebi."

Sorrindo,contente com a naturalidade da resposta dela,Fabinho responde.

— "É, eu notei."

— "Mais e dai ? Como se tivesse alguma coisa aqui que se já não tenha visto."

— "É, não tem. mais eu achei que ..."

— "Já que agente tá separado, eu não ia querer mais me trocar na sua frente ? " ela olha pra ele, esperando a resposta.

— "É né, achei que você ia ficar cheia das frescuras."

Giane bufa.

— "Frescura tem sua vó."

Fabinho deixa escapar um sorriso.sem jeito,Giane vira de costas pra ele.

— "Quer saber também, Não vai precisar. amanhã você já vai pra casa da sua mãe, e eu vou ficar aqui. não vai precisar eu lembrar de não me trocar na sua frente."

Fabinho fica serio e triste, abaixando a cabeça. Giane percebe,e sente mal também, mais não cede.

— "Bom, agora eu acho melhor agente ir dormir." ela se levanta da cama, aonde havia sentado, ele a segura.

— "Não Giane, por favor, fica."

Ela vira pra ele, e sorri.

— "Que foi cara ? Ta com medo do escuro ?" ela ri da própria piada, olhando pra ele,esperando a resposta.

Olhando nos olhos dela,enquanto ainda segura sua seu braço,descendo pra mão,ele responde:

— "Não. Eu só não quero ficar sem você

Giane tira sua mão da dele, não queria ser grossa,mais Também não podia ceder.

— "Fabinho, por favor. eu cuidei de você, cuidei do seu porre, mais nada mudou cara. eu continuo magoada com você, agente continua brigado."

Fabinho abaixa a cabeça triste, levantando devagar.

— "Eu sei Giane,eu não to te pedindo nada. só não quero ficar sozinho,fica comigo essa noite. só ficar comigo. eu não toco em você. eu juro. só quero sentir você aqui perto de mim, pro meu corpo descansar. por favor, fica."

— "Fabinho,eu acho melhor você descansar."

— "Eu não quero ficar sozinho,por favor Giane,fica. to te implorando." Fabinho a olha em súplica.

Giane revira os olhos.

— "Ta,ta, Não precisa implora Fraldinha. eu fico, ta bom."

Ele sorri.

— "Cê vai cuidar de mim durante a noite ?"

Giane olha pra ele,revirando os olhos.

— "Fazer o que né ? Aonde fui amarrar meu burro."

Ele sorri com carinho pra ela.

— "Valeu pivete" Ele sorri.

— "Tá,tá Fraldinha. Chega de enrolar, vai dormir " Giane se acomoda ao lado da cama, quase caindo.

— "Qual é maloqueira,vem mais pra cá, cê vai acabar caindo aí."

— "Fabinho,Não começa,."

— "Eu disse que não ia te abraçar ou beijar, não falei nada sobre dormir coladinho." Ele zomba, falando no ouvido dela,com aquele sorriso maroto,típico dele.

Ela fica brava, se sentando.

—" Cê já ta bem melhorzinho né ? melhor eu ir pro quarto do meu pai" Giane faz menção de levantar.

Fabinho a segura.

— "Calma pivete, eu to brincando. eu juro, não vou fazer nada com você. vem mais pra cá, a cama é grande, da pra agente dormir sem se encostar, agente já fez isso lembra ?"

Giane tenta conter as lembranças, que parecem brotar em sua mente.

— "Tà vai " ela vem pra frente, eles se olham por um tempo, até que Giane se vira, em poucos minutos dorme. Fabinho se aproxima com cuidado, e aspira o perfume nos cabelos dela. ele fica de barriga pra cima,e fecha os olhos,tentando dormir. Meia hora depois, Giane se vira na cama, o abraçando pousando a cabeça em seu peito. Suspira inconsciente. Fabinho sorri, fazendo carinho em seus cabelos.

— Como eu te disse uma vez, o subconciente da gente é uma coisa engraçada né ? Acordada fica aí cheia de mara, mais dormindo só dorme direito assim,grudada em mim, como é desde que você começou a me deixar dormir com você. desde de que eu comecei a quebrar seus muros,tirar as camadas dessa cebola ardida que você é sua pivete, e eu vou continuar tirando, até quando precisar.Cê vai voltar pra mim maloqueiro, é só uma questão de tempo." ele beija o topo da cabeça dela, e adormece também.

Giane começa a despertar, mexendo o corpo. Abre os olhos, quando percebe o corpo de Fabinho embaixo do seu.se levanta um pouco, ainda sonolenta,mais estranhando aquela situação. Será que Fabinho havia puxado ela ? Não,não faria aquilo. Tudo bem,ela sabe ele seria capaz,tem cara de pau o suficiente pra isso,mais não abusaria da trégua dada por ela. Olhando pra cima,o percebe ainda dormindo, e sorri. Como ele havia lhe dito uma vez, o subconsciente da gente era engraçado. Mesmo separados seus corpos se atraiam um pro outro. Quem dera ela fosse só os corpos, mesmo magoada,seu coração se recusava a ficar longe dele.

Espantando os pensamentos, que desde que sairá de casa se recusara a ter,Giane se levanta, ficando sentada na cama. o observando dormir sereno. ela sorri involuntariamente, se aproxima dele, fazendo um carinho em seu rosto.

— "Quem vê dormindo assim todo bonzinho, nem imagina que a peste passou a madrugada toda enchendo o saco" Ela sorri com ternura, continuando os carinhos. De repente para, ficando com cara de brava.- " Droga. Se eu mesma não cumpro as minhas regras, como quero que ele cumpra ?" , levanta de supetão, indo até a cozinha,. Quando sai,Fabinho ri,havia sentido o carinho, escutado tudo o que ela havia dito,ficado imensamente feliz.

— "Se depender de mim,eu vou colocar a baixo essas suas regras Giane, é só esperar." Ele sorri pra porta.

Giane encontra Dona Margot preparando o café.

— "Querida ! Vocês dormiram aqui ? Que horas chegaram ?"

— "É, eu dormi aqui sim, eu vim tarde. o Fabinho encontrou o Bento no Cantai,e veio atrás de mim." Giane responde a dona Margot sem jeito, sem olhar pra ela.

Margot a olha surpresa.

— "Calma ai, Você veio sem ele ? Sem ele saber ? E o Fabinho foi pro Cantai com o Bento ? O que tá acontecendo querida ?"

Giane respira fundo e se senta na mesa com a sogra.

— "Eu e o Fabinho brigamos Dona Margot."

Margot sorri pra ela

— "Oh minha querida,vocês brigarem é normal, ainda mais pra quem convive com vocês. acho que já é costume. e desconfio que vocês até gostam disso." Giane sorri fraco pra sogra - "Agora isso, você sair de casa de madrugada, gravida. meu filho sair com o Bento, vir atras de você, ele deve ter feito alguma besteira não é ?"

Giane suspira.

— "É Dona Margot, ele fez sim. mais que uma besteira, o Fabinho me enganou. mentiu pra mim, sobre algo muito serio. e eu ainda não to pronta pra perdoar ele. "

Margot a olha temerosa.

—"Não me diga que o Fabinho ... Não ! meu menino não fez isso. ele é louco por você,eu sei. ele jamais faria isso. ele nunca te trairia. eu coloco a mão no fogo por ele." Margot defende o filho, misturado agitação e surpresa.

— "Não Dona Margot,não foi isso que a senhora ta pensando. ele não me traiu,pelo menos não desse jeito."

Margot fica aliviada.

— "Ele jamais faria isso, ele te ama querida. como nunca amou na vida."

Giane respira fundo.

— "Mais ele me traiu sim, traiu minha confiança. mentiu pra mim Dona Margot,mentiu. escondeu coisas de mim, que não podia te escondido." Giane fica chorosa,olhando pra sogra.

Margot aproxima a cadeira da dela, pegando a mão de Giane entre as suas.

— "Olha meu bem, eu não quero me intrometer na vida de vocês. são casados,vão ter um filho, são uma familia. tanto eu, como seu pai estaremos sempre aqui para o que precisarem. mais não quero ser daquelas sogras que acha que ainda é dona do filho e se intromete."

Giane sorri com ternura para a sogra.

— "Oh Dona Margot,imagina. A senhora é a melhor sogra que eu podia querer. alias é mais que isso, é a mãe que não pude ter."

Margot sorri, a abraçando.

— "Então conte meu bem,conte o que ouve." Margot a olha com ternura, esperando que ela comece a falar.

Giane não consegue segurar as lagrimas e chora.

— "Eu to doente Dona Margot."

Margot sessa o abraço, a olhando profundamente preocupada.

— "Doente ? Como assim doente ?"

Giane funga,respirando fundo,olhando pra ela.

— "Ontem eu e o Fabinho, agente foi no medico tentar ver o sexo do bebe. a medica disse pro Fabinho que revendo meus exames e com o atual, não tinha duvidas, eu to esperando gêmeos Dona Margot." Ela sorri pra sogra mais contente. apesar de tudo que estava passando, toda vez que lembrava que tinha dois sereszinhos ali em sua barriga, fruto de seu amor por Fabinho, as tristezas e os problemas eram por aquele momento esquecidos.

Margot sorri encantada,a abraçando denovo.

— "Meus Deus ! dois ? Quanta felicidade. a Irene vai ficar radiante, vocês já contaram pra eles ?"

— "Não. nem meu pai sabe ainda."

— "Temos que pensar nos nomes " Margot já comenta com Giane, animada.

Giane esquece por um minuto a notícia contada a sogra, e com um sorriso deixa a animação dela contagia- lá.

— "Eu e o Fabinho tinhamos prometido a Malu que seria Ana Luisa, Annalu. mais o Fabinho vive falando que adora Luis, eu detesto, por causa daquele jogador mala do time de bambi dele. " Margot ri - "mais tava pensando em um nome pra vir junto, e pensei em Otavio. o que a senhora acha ?"

— "Otavio. é um bonito nome." Ela comenta. Ainda surpresa e encantada com a ideia de ser avó de dois. - " Na verdade, são todos nomes lindos meu bem, vou amar meu neto com qualquer um desses que você escolher.

Giane sorri com ternura pra sogra.

— "Pra menina, alem de analu, eu pensei em Bianca. pensei também em por só o Luísa, ou Heloísa. Ia combinar com o Luísa da Malú. Eu gosto muito de Felipe também,mais o Fraldinha vai encrencar com certeza, porque tem um monte de jogar do timão com esse nome. Já vai dizer que eu só penso em futebol,e Corinthians. E ficar enchendo meu saco." Giane revira os olhos.

Margot ri dela,era evidente o quanto ela amava seu filho. Mesmo brigados, Giane não parava de pensar e falar nele.

— "São lindos nomes meu bem. Felipe foi o que mais gostei,se tivesse adotado Fabinho ainda pequeno, teria dado esse nome a ele. E você sabe que meu filho só faz isso pra implicar com você."

Giane ri,sabendo que o que a sogra diz, é verdade.

— "Eu ainda nem sei se vai ser menino ou menina os dois, ou um de cada um, mais pensei nesses." Giane sorri.

— "Você já conversou com o Fabinho meu bem ? O que ele acha ?"

— "Não,não falei. agente brigou antes que eu pudesse falar."

— "Você não terminou querida, de falar, o que ouve ? Mais percebi que esse assunto te machuca,senão quiser falar, tudo bem." Margot afaga as costas dela.

— "Não dona Margot, faz bem desabafar. Agente foi fazer os exames,a medica a disse que eram gêmeos. o Fabinho ficou estranho sabe, pediu pra falar sozinho com a ela, eu não entendi nada,e desconfiei. ele não falou nada até agente chegar em casa. e quando chegamos, ele me disse que tenho o mesmo problema da minha mae." Giane já não evita as lágrimas nos olhos.

— "Oh Meu Deus !" Margot leva as mãos a boca surpresa.

Giane começa a chorar, mais controla respirando fundo.

— "A médica disse que eu posso ter emorragia no parto. ela pode ser contida, mais e senão for Dona Margot ? e se eu deixar os meus filhos como minha mãe me deixou ? e se eu deixar o Fabinho ? como vai ser Dona Margot ?" Giane pergunta a ela em meio lágrimas.

Margot abraça Giane.

— "Não pense essas coisas querida. reze, tenha fé. nada de ruim vai acontecer. foi por isso que você saiu de casa ?"

— "Foi. eu não suportei o Fabinho ter mentido pra mim, Dona Margot.Eu não suportava olhar pra ele,e ver a mentira estampada no rosto dele.

— "Querida, ele fez isso e proteger. ele queria te privar de todo esse sofrimento."

— "Eu sei. mais adiantou alguma coisa ? Eu to sofrendo agora, ele mais, agente ta sofrendo, pior ainda separados."

— "Por que então vocês não passam por isso juntos querida ?"

Giane chora.

— "Eu não consigo,não consigo perdoar ele. não agora. preciso de um tempo pra colocar minha cabeça no lugar, pensar direito. e ai dar tempo a tempo,e tentar perdoar."

— "Eu conheço meu filho, você sabe que ele não vai aceitar isso não é ?"

Giane búfa,revirando os olhos.

— "Sei. tanto sei,que ele tá lá no quarto, com a consequência disso tudo."

— "O que aconteceu meu bem ?"

— "Como eu tava contando,agente brigou, eu fiquei desesperada. só queria sair dali,esfriar a cabeça. peguei o carro e vim pra cá, não pensei muito,só agi sabe ? ai quando vim, acabei discutindo com meu pai, descobri que ele sabia de toda essa história, e ajudou o Fabinho a esconder tudo isso de mim."

— "Oh minha querida,seu pai assim como o Fabinho quer o seu bem."

— "Eu sei, já me entendi com ele. sei que a senhora vai me pedir pra perdoar, e entender o Fabinho tambem. mais eu ainda não to pronta. se eu voltar pro fraldinha agora,vai ser com essa magoa, com essa ferida, e eu não quero destruir o nosso casamento. Eu quero recuperar ." Giane chora - ,"Eu amo seu filho Dona Margot, amo o Fabinho como eu sei, nunca vou conseguir amar denovo. eu não quero me separar dele, mais pra isso eu preciso desse tempo. a senhora me entende ?" Giane a olha com os olhos cheios dágua.

— "Entendo querida, entendo sim."

— "Ontem o Bento encontrou ele no Cantaí bêbado. trouxe ele pra cà, ele gritava no portão,não sei como a senhora não acordou."

— "Meu Deus ! Mais como tá o meu menino ? ele tà bem ?"

Giane sorri pra sogra.

— "Tà sim, eu cuidei dele. ele tà cuidando tão bem de mim todos esses meses.não podia deixar ele naquele estado,eu ia me sentir culpada."

— "Não é sua culpa meu bem. Não se culpe, você já tá com culpas e pesos demais pra se culpar mais por isso ainda."

Giane sorri fraco.

—" Pode ser,mais eu quero cuidar dele."

Margot sorri com ternura pra nora.

— "Eu fiz café, tà bem forte. seu pai gosta assim, leva pra ele."

— "Acho que ele vai demorar um pouco pra acorda. mesmo assim, brigado Dona Margot. principalmente por ter me ouvido."

— "Não é só você que me vê como sua mãe, meu bem. eu tambem te vejo como minha filha."

Giane sorri e sai.

— "Ai ai que dor de cabeça" Fabinho agoniza,se sentando.

— "Ué,já acordou ? achei que ce ia dormir o dia todo." ela fala entrando no quarto não evitando implicar com ele.

— "Se eu soubesse que eu ia acordar com a minha cabeça fervendo, era isso que eu teria feito." Ele geme fazendo careta.

Giane búfa.

— "E o que cê esperava ? Encher a cara e acordar bem ? Senão é super heroi não meu amor."

Fabinho sorri, olhando pra ela.

— Super Herói não sou mesmo,nunca tive talento pra isso. Mais de uma coisa eu tenho certeza...

Giane revira os olhos.

— " De que você tem certeza ?"

Fabinho olha pra ela, a encarando com um olhar profundo.

— " De que seu amor eu sou. Não sou ? " Fabinho levanta a sombrancelha, deixando escapar um sorriso, que arranca um sorriso de Giane também.

— "Cala a boca vai garoto, e toma isso logo "

— "Me mandou calar a boca,vou tomar isso como um sim pra minha pergunta"

Giane revira olhos, estendendo a xicara pra ele. Fabinho sorri,pegando a chicara da mão dela, logo cuspindo o café.

— "Eca, tá melado de doce. cê nunca ouviu falar que café amargo que cura porre ?"

Giane revira os olhos.

— "Eu não tinha obrigação nenhuma de saber disso, já que não tomo porre . mais pra sua informação, doce tira o efeito de porre tà, então toma isso, e para de torrar meu saco."

Fabinho toma o café, fazendo careta.

— "Pronto enfermeira general, satisfeita ?"

Ela sorri.

— "Bom garoto,agora eu vo là ligar pro Erico e contar o que cê aprontou. não sai dai em ? "

— "Eu ganho o que se me comportar ? estrelinha de bom comportamento, um beijinho ?" Ele pergunta rindo.

— "Se de por satisfeito se eu não te encher de porrada" ela sai, ele ri.

Alguns minutos depois.

— "Pronto seu sócio disse que vai mais uma pra sua conta"Giane fala enquanto se senta na cama,nos pés dele.

— "Contou que eu to de porre ?"

Giane revira os olhos.

— "Não fraldinha, eu não falei nada. apesar de que pelo escândalo que cê fez aqui ontem,duvido que a casa verde toda não saiba.

Fabinho revira os olhos, fazendo careta.

— "To nem ai pro que vão falar de mim. quem nunca tomou um porre ? Quem nunca brigou com a mulher e foi beber ? Ninguém aqui nesse bairro pode falar nada de mim não,hoje não. Eu sei que eu não devia ter vindo fazer escândalo de madrugada, te acordado. mais eu não me arrependo do que fiz, e de nada do que disse. eu faria tudo denovo, eu te amo, e não me arrependo de nada o que eu faço pra te provar isso, e fazer você me perdoar."

Giane tenta não amolecer com as palavras dele,e como era tipico dela,deles. Usa o sarcasmo pra desconversa.

—" Hum, bêbado consciente." Giane brinca com ele, desconversando da declaração de amor.

Fabinho sorri.

— "Só me arrependo desse trabalho todo que to dando,a grávida aqui é você.cê que tem que dar trabalho."

Giane sorri sem jeito.

— "Relaxa fraldinha, cê tà quatro meses cuidando de mim, aguentando as minhas frescuras. como você diz, eu só to devolvendo. E eu aguento o tranco,não sou mulherzinha."

Eles olha pra ela.

— "Eu não cobro nada por cuidar de você maloqueira."

—" Eu sei" ela sorri pra ele,sem jeito. ele devolve o sorriso. E olhando um pro outro,era como se se beijassem só com o olhar. a química,sintonia que sempre existiu entre eles era provada a cada pequeno momento como aquele.Sabendo disso,Giane desconversa cortando o clima - "Bom chega de papo né... Vou ve se faço alguma coisa pra agente comer" Giane sai evitando a continução da conversa. Fabinho sorri a vendo sair, ela se encaminha pra cozinha,quando ouve a compainha tocar, vai atende-la e sorri ao ver Bento.

— "Bento ! " Ela exclama contente ao ver o amigo.

— "E ai Gi tudo bem ? "

Giane sorri contente.

— "Tudo sim cara e você ? "

— "To indo, E o Fabinho como tà ? fiquei preocupado com ele ontem."

Giane bufa revirando os olhos.

— "Tà otimo, aquele babaca. tà là no quarto. tenho que levar alguma coisa pra ele comer daqui a pouco. desculpa ai o trabalhão que ele te deu viu cara."

Bento sorri compreensivo.

— "Relaxa Giane, eu e o Fabinho tamo na mesma. acho que se eu não tivesse encontrado ele ontem, ia ter alguém cuidando de mim agora. mais pra variar ele que se deu bem né, tà aqui com você cuidando dele, enquanto eu to sofrendo pela Malu sozinho." Bento abaixa o olhar triste.

Giane revira os olhos.

— "To cuidando dele porque sou uma idiota, porque ele merecia era eu deixar ele curtir ressaca. ninguém mandou beber."

Bento sorri pra ela.

— "Qual é Giane, cê tà cuidando porque ama ele. por isso, pra mim cê não precisa mentir."

Giane revira os olhos.

— "Tà,tà Bento. não começa vai cara. e você em ? o que te deu pra brigar com a Malu, pirou ?"

— "Ah Giane,eu não quero falar disso não,na boa."

Giane bufa indignada.

— "Não quer falar sobre isso né ? Não quer falar sobre isso porque cê foi um baita de um idiota, desconfiando da garota incrível que a Malú é. quando era a bisca da Amora cê era um besta, agora que é a Malu se desconfia ? bem sua cara de tapado isso."

— "É, só que a Amora sempre me amou. fez de tudo por mim. eu nunca duvidei do amor dela, era o único na vida dela."

Giane bufa,olhando incrédula pro amigo.

— "Ah claro, tanto fez de tudo, que trocou o exame de DNA do Fabinho pra montar na grana do Plinio. e você se orgulha de ela fazer tudo por você ?" Giane o encara brava.

— "Não isso não, ela errou e ..."

Giane o interrompe.

— "E você desconfia da Malu porque não foi o único na vida dela ? Qual é Bento, cê vive em que época cara ? Só porque ela teve amores antes de você, não significa que não te ame, e que você seja o único na vida dela agora."

— "Pra você falar é fácil né Giane. você mudou o Fabinho, foi a única que ele amou, a única na vida dele."

— "Não Bento,não é facíl não. quando agente ama alguém,agente tem que confiar nessa pessoa,acreditar nela. cê ama a Malu ? confia no amor dela por você. e você não sabe o que eu tenho passado, então não fala do meu sofrimento como se fosse menor que o seu não." ela diz se encaminhando pra cozinha, batendo o pé, brava. deixando Bento sozinho na sala.ele a segue a vendo mexer na pia de costas.

— "Giane ... Desculpa esse seu amigo vai. eu não quis dizer que seu sofrimento é menor que o meu. por favor, me desculpa."

Giane se vira com a expressão triste.

— "Você não sabe o que eu tenho passado Bento. a sua briga e da Malu é algo que vocês resolvem se quiserem, se conversarem, se você parar de frescura."

— "Você fala isso pra mim, então porque não faz o mesmo com o Fabinho. Porque tá estampado na sua cara,o quanto você tá sofrendo"

Giane começa a ficar chorosa.

— "Porque a minha briga com o Fabinho, não é uma simples briga. ela é o divisor de aguàs. ela abalou tudo. e o meu medo é não ter mais volta." ela chora encarando o amigo. - " Eu to sofrendo sim,muito. Mais não posso perdoar o Fabinho assim,fingir que nada aconteceu,que tá tudo bem, não dá. " Ela chora desolada,Bento a puxa pra um abraço.

— "Que isso Gi ..Olha, cê sabe o quão foi difícil pra mim admitir isso, mais hoje é inevitável, ele te ama aquele peste. e olha pra você, o quanto cê tà sofrendo, é inegável que cê ama ele tambem,e não é pouco."

Giane se afasta dele, secando as lagrimas.

— "Chega né ? Chega de chorar, que isso e coisa de mulherzinha. vai là vê ele, que eu sei que foi pra isso que cê veio." Giane bufa, jà mais animadinha "- quando que eu ia imaginar que ia ser trocada pelo Fraldinha" ela faz uma falsa cara de drama.

— "Você foi trocada pelo Fabinho ? Acho que você tà esquecendo que cê me abandonou primeiro, lembra ?"

Giane ri.

— "Você mereceu, sempre me abandonou por todo mundo, então."

Bento a abraça denovo.

— "Uma hora agente tinha que cortar o cordão né Gi ? senão eu ia ser infeliz, você ia ser infeliz, e isso que agente tem aqui agora, não ia existir né ? Fora tudo isso que você construiu, seu casamento, esse garotão que tá aqui dentro." Bento fala enquanto leva mão a barriga dela, já levemente grande."

Giane sorri pra ele.

— "É cara, cê tem razão. agente precisava disso."

— "Pois é, agora cê tà ai uma mulher feita, casada, com a sua familia. isso é muito bom."

Giane sorri.

— "São dois sabia ?"

Bento a olha surpreso.

— "Jura ? Caramba,nunca imaginei você com um bebê, ainda mais dois."

As palavras de Bento entram fundo no coração de Giane, a fazendo ficar triste, Bento percebe, se aproximando, lhe dando um abraço.

— "Desculpa Gi, do jeito que eu falei parece... Esquece. Eu sei como você deve tá se sentindo, o Fabinho me contou tudo ontem."

Giane o aperta mais forte no abraço. Bento sempre havia sido um porto,naquele momento tão difícil precisava do amigo,ainda mais evitando Fabinho. Precisava ter um ombro pra chorar. Sabia que tinha pai,mais passada aquela paixonite sem sentido da infância,Bento era como seu irmão, sabia, podia contar com ele.

— " Aí cara, tá tão difícil pra mim, eu to sofrendo tanto Bento. "

— "Oh Gi,cê sabe que eu vou tá aqui sempre né ? Você é a irmã que a mel e o Tito nunca serão pra mim."

Giane desfaz o abraço,olhando pra ele com um sorriso irônico.

— "Como é a vida né ? Aquela lacraia é sua irmã e eu não."

Bento ri do jeito que ela chama Mel.

— "Pois é, vida injusta."

— "Mais uma coisa é certo, era seu destino ser cunhado do Fabinho." Giane ri,olhando pra ele.

— "Aquilo que o Fabinho tinha com a mel,não ia durar. E eu vivi coisas o suficiente pra saber, que mesmo sem acontecer tudo o que aconteceu, você e o Fabinho se encontrariam,e ficariam juntos."

Giane sorri sem jeito, também acreditava naquilo. ela e Fabinho sempre falavam disso,sobre como se encontrariam se tudo fosse diferente. Ela não sabia como se encontrariam, só que se encontrariam. Ele era o destino dela,é ela o dele, ela sabia. Mesmo agora com tudo aquilo ela nunca ia se arrepender deles.

Espantando os pensamentos, Giane revira os olhos.

— "É, e agora jà chega de melaçãozinha né cara ? vai là ver o são paulino de porre vai " Giane o empurra pra dentro.

— "Pivete quem tà ..." Fabinho pergunta e antes de terminar, Giane empurra Bento pra dentro do quarto.

Fabinho da um sorrisinho debochado.

— "É você flor ? Cê veio me ver ? perai, que acho que eu ainda to de porre , é isso mesmo ?" Fabinho sorri debocado pra Bento.

— "É Fabinho, vim sim. eu te deixei aqui ontem, cê tava mal, ai eu fiquei preocupado."

— "Demorou, mais eu finalmente ganhei moral aqui. o cidadão mais ilustre da casa verde preocupado comigo ? vindo fazer visita ?"

Giane revira os olhos.

— "Cê viu né, nada que se preocupar Bento. tà bonzinho já."

Fabinho sorri pra ela.

— "To melhorando, minha enfermeira é meio general, mais é das boas." ele fala, enquanto sorri pra ela.

Giane ri revirando os olhos.

— "É sou general mesmo, que cê não se comporta então ...Bom, ceis vão ficar ai conversando né ? e como eu não quero ninguém rodeando assunto pra não falar de mim, vou vazar. To indo là fazer alguma coisa pra esse palhaço comer." ela fala jà se retirando.

Fabinho ri.

— "Ela não muda né ? " Bento comenta olhando pra porta, que ela acaba de sair.

Fabinho sorri bobo pra porta.

—" Não, não muda. E eu não quero que ela mude nunca.cê acha ruim porque é um florzinha, e nunca saberia lidar com alguém como a maloqueira. eu amo esse jeito dela. cada revirar de olhos, cada bufada, cada batida de pé." Bento sorri compreensivo, Giane sorri com lagrimas nos olhos, atràs da porta, aonde ficou ao ouvir Fabinho começar a falar. Ela limpa suas lagrimas fungando, e se encaminha pra cozinha.

— "Sou um florzinha, mais cê que tà ai se declarando todo apaixonado, babão." Bento zomba dele,rindo.

Fabinho revira os olhos.

— "Eu sou sim apaixonado, amo a Giane mais que tudo nessa vida.mais cê ainda é um florzinha." ele ri,provocando Bento.

Bento ri balançando a cabeça incrédulo.

— "Cê tambem não muda né cara ?"

Fabinho bufa.

— "Mudar ? Pra que ? Pra agradar os outros ? Minha mãe me ama assim, minha maloqueira me ama assim."

— "Falando nisso, como vocês tão Fabinho ?"

Fabinho sorri.

— "Ela cuidou de mim, me deu banho, me colocou pra dormir."

Bento ri.

— "Igual criança ?"

Fabinho revira os olhos fitando Bento bravo.

— "Qual é flor ? vai ficar tirando com a minha cara ?"

Bento ri.

— "Só devolvendo os favores da infância, fraldinha."

— "Oh,oh a intimidade zé florzinha. não te dou essas liberdades. só minha pivete pode me chamar de fraldinha, ninguém mais."

Bento ri.

—" A rua toda te chama de Fraldinha cara."

— "Tudo culpa daquela maloqueira. Mais sou Fraldinha só pra ela."

Bento ri dele.

— "Você é Fraldinha só pra ela, vai dizer que não ?"

— "É, eu sou. Vamo parar né flor,vai achando que só porque to de porre, não te desço a porrada."

Bento dà uma gargalhada.

— "Ah claro, isso vindo do cara que apanhou a vida inteira da Giane."

— "Ha, cê fala como se fosse a coisa mais absurda do mundo, e como se metade dessa rua jà não tivesse apanhado da maloqueira."

Bento faz uma careta concordando.

— "Nossa,pior que é, acho que eu mesmo só escapei."

— "Porque ela era apaixonada por você " Fabinho o interrompe - " mais disse bem,era. hoje com que cê anda aprontando com a minha irmã, bem capaz de te descer o braço mesmo.

— "Eu não to aprontando nada com a sua irmã."

Fabinho revira os olhos.

— "Ah qual é cara,agente é homem. cê não precisa mentir pra mim. e ela é minha irmã, cê acha mesmo que eu jà não to sabendo ?"

Bento revira os olhos impaciente.

— "Que você sabe eu sei. mais eu não aprontei nada."

— "Cara cê colocou em duvida o amor dela por você."

— "Ah qual é Fabinho,você querendo me da lição de moral ?"

Fabinho ri debochado.

— "Dou mesmo. sempre fui mais esperto que você,desde criança. cê sempre foi um tapado."

— "Mais esperto, mais malandro, mais ardiloso, e tudo mais."

— "Isso mesmo,e olha aonde eu to agora. casei com a menina mais legal que cê jà conheceu, vou ter dois pivetes, que se eu der sorte, vão ser a cara dela, e puxar aquele sorriso lindo que ela tem. enquanto o miss salve a natureza tà ai,deixando a mulher dele escapar porque é um otário."

Bento levanta bravo.

— "Não dà pra ser seu amigo mesmo né Fabinho ?"

Fabinho ri incrédulo.

— "E sendo meu amigo se tava esperando o que de mim flor ? que eu aliviasse pra você ? Porque cê é o cidadão modelo, perfeitinho, sem defeito ? Se liga né Bento ! Eu não fazia isso nem quando agente era criança."

— "Quer saber Fabinho, não sei nem porque eu ainda to aqui, só vim ver se você tava melhor. e se não tava dando trabalho pra minha amiga gravida.jà que cê não tem consideração pelo estado dela."

Fabinho levanta da cama.

— "Eu to tentando te ajudar seu otario. agora não vem falar da consideração que eu tenho com a minha mulher não falo,pelo menos eu to aqui tentando fazer alguma coisa,jà você tà aqui só chorando as pitangas."

Bento sente o baque das palavras de Fabinho e se arrepende.

— "Cê tà certo,desculpa. acho que eu to assim, por que no fundo sei que cê tem certo."

— "Bento na boa, eu podia deixar você se ferrar cara. mais eu sei que minha irmã te ama, e sei que apesar de você ser meio trouxa,cê ama ela tambem. então confia nela."

— "É dificil Fabinho."

Fabinho bufa.

— "Confiar ? cê acha que eu não sei ? mais é o certo. como cê acha que eu ia tà com a Giane agora sem confiar ? Eu confiei em relação a você, ao Caio.porque eu sei Bento, ceis são importantes pra ela. Poxa, o almofadinha fez aflorar o lado mulher dela. e mesmo que eu nunca và admitir isso pra ele,sou grato por isso. mesmo que o meu lado preferido seja a minha pivete, eu amo ver ela toda arrumada, linda pra sair. ou qualquer outra coisa. e você cara, cê é o melhor amigo dela. cê acha que eu não demorei pra aceitar isso? Que agente não teve e tem varias brigas por causa de você ?"

— "Ainda ?" Bento pergunta surpreso com um sorriso incrédulo.

Fabinho revira os olhos.

— "Ainda, e vou ter sempre. é difícil aceitar esse grude que ela tem com você. mais eu aceito, amo ela, ela te ama e eu tenho que aceitar, por que ela não vai ser totalmente feliz se não tiver você na vida dela, e eu faço tudo pra Giane ser feliz Bento. to aqui pagando o pato por isso, pois nem tudo ela aceita e entende, que faço porque amo e quero o bem dela. mulher é bicho complicado amigo, e uma Giane ainda."

Bento ri.

— "Cê acha que vai se acertar com ela ?

Fabinho sorri convicto.

— "Eu vou ! A Giane vai me perdoar. Eu vou fazer o que tiver que fazer. E você devia fazer o mesmo."

— "Eu queria ter sua segurança pras coisas Fabinho."

Fabinho revira os olhos.

— "A minha maloqueira me fez ser assim. de você,eu só sei de uma coisa,não vai ser você ai chorando as pitangas que vai resolver alguma coisa."

Bento sorri se levantando.

— "É Fabinho, você tem razão. eu vou tentar me resolver com a sua irmã. e vocês dois se resolvam tambem,larguem de ser marretos."

Fabinho revira os olhos bufando.

— "Não vai dar flor, isso é o nosso charne. Marrentos, marrentos, marrenta é sua amiga. eu to aqui disposto a me resolver com ela. alias, como sempre dando o braço a torcer. ela que não dà uma chance."

Bento se aproxima, dando tapinhas no ombros de Fabinho.

— "Como você mesmo disse, cê consegue lidar com ela não é ?"

Fabinho revira os olhos.

— "É, eu disse. mais é difícil pra caramba ,marrenta demais."

Bento ri, divertido.

— "E é por isso que cê gosta,vai dizer que não."

Fabinho faz um careta e confirma.

— "Pior que gosto, amo ela ser marrenta. mais as vezes eu queria que ela fosse só um pouquinho condescendente sabe, entendesse as coisas que eu faço por ela."

— "Ai não seria a Giane meu amigo."

— "Pois é, tambem queria que sua irmã fosse condescendente com algumas coisas."

Fabinho bufa.

— "Ah qual é zé florzinha, a Malu é uma santa. na verdade, não sei como vocês se dão tão bem sendo tão iguais. deve ser muito chato ser tão igual, certinhos bonzinhos sempre. Concordar em tudo.'

Bento ri.

— "É, as vezes é. mais eu prefiro. depende do casal, eu acho que sou o tipo de pessoa que preciso de alguém parecido comigo. Acho que não conseguiria viver uma relação como a sua e da Giane, brigas, implicâncias,deboche."

Fabinho ri.

— "Você não é tão legal pra isso."

— "Vai te catar Fabinho."

— "Mais eu concordo com você,só é ver o que deu você e a cocotinha né ?"

— "Pois é, antes eu tivesse te ouvido là no começo né ?"

Fabinho bate na madeira do criado mudo.

— "Cê tà louco. jà pensou, cê tivesse sido esperto pra variar, e confiado em mim .? Eu ia tà amarrado na cocotinha e cê talvez tivesse com a minha pivete. cê tà louco, isola. Não troco minha Maloqueira por mulher nenhuma nesse mundo, nunca."

— "Acho que eu nunca ia enxergar a Giane Fabinho, não ... Não do jeito que cê enxerga."

— "Eu vejo o que ela é cara. a Giane é como uma cebola sabe, cê tem que tirar as camadas e chorar muito pra ver o interior dela. mais vale a pena."

— "É, eu sei. pra ela valeu tambem,pode apostar."

Fabinho revira os olhos desanimado.

— "É, agora jà não tenho tanta certeza disso não. mais se quer saber flor, nem que eu tenha que recomeçar do zero, eu vou ter a Giane devolta."

— "Cê vai, porque ela te ama. e se você dobrou aquela casca grossa, essa ai cê dobra fácil cara."

Fabinho revira os olhos.

— "Fácil,fácil, não vai ser né. mais desistir não faz parte dos meus planos." Fabinho se aproxima dele, dando tapinhas em seu ombro - " E não devia fazer parte dos seus tambem tà. minha maninha vale a pena."

— "É, cê tem razão. e quer saber, e vou fazer isso agora."

Fabinho sorri animado, balançando os ombros de Bento.

— "Isso ai zé florzinha. vamo a luta cara.'

— "Cê podia me ajudar né ?"

Fabinho olha pra ele sorrindo travesso.

— "Tudo nessa vida é uma troca cara."

Bento revira os olhos.

— "Cê não presta mesmo né ?"

Fabinho dà de ombros,fingindo inocência.

— "Pegar ou largar cara."

Bento bufa, vencido.

— "Tà,tà eu tento te ajudar. tà legal ?"

Fabinho sorri satisfeito.

— "Boa flor,é isso ai.'

— "Cê podia parar de me chamar assim né Fabinho, enfraquece a amizade."

Fabinho ri, o olhando incrédulo.

— "E eu tenho culpa de cê ser zé florzinha ? Cê fez a fama cara."

Bento revira os olhos vencido.

— "Tà,tà Fabinho. agora eu vou embora."

— "Tà, não esquece do trato."

— "Digo o mesmo."

— "Formou cara, e valeu ai por tudo." Fabinho aperta a mão dele dando um tapinha nas costas.

Fabinho o leva até a porta, a fechando. vendo Giane voltar na cozinha distraída,sorri olhando pra ela.

— "Ele já foi ?" ela diz entrando na sala.

— "Jà, que foi ? vai correr pra se declarar pra ele ?" Fabinho brinca com um sorrisinho debochado.

Giane revira os olhos.

— "Larga de ser idiota, e vem comer vai." Giane revira os olhos pra ele,dando meia volta pra cozinha

Fabinho entra,vendo uma mesa de café da manhã toda arrumada. Ele sorri feliz, vendo assim,pareciam que estavam em casa.

— "Hum,cê cozinhou pra mim é ?" .Fabinho pergunta sorrindo, olhando de esguelha a reação dela. que faz uma careta e revira os olhos,arrancando um sorriso dele.

— "Nossaaaa! como se isso fosse a novidade do ano né, do jeito que cê fala parece que nunca cozinhei pra você. E eu acho que não precisa ser uma chefe de cozinha pra fazer um café da manhã."

Fabinho ri da implicancia dela, se sentando na mesa começando a comer .Giane senta na outra ponta, comendo também. Durante o café, sempre levantava o olhar pra ela,quando a percebia distraída,Giane fazia o mesmo,sorrindo triste. Era tao bom tá ali com ele, como nos velhos tempos, mais não conseguia perdoar ele ainda. Mesmo que seu coração quase pulasse de ter ele ali, o amava demais,. E seu coração e sua razão estavam em guerra.

Após o café, ele senta no sofà, pegando o controle,zapeando pelos canais. Giane fica olhando pra ele, precisavam conversar,mais ela não tinha coragem, não agora. Esperaria mais algumas horas,ver se o efeito do porre realmente havia passado, aí sim, falaria com ele.

Fabinho assiste teve e acaba dormindo no sofá. Voltando da cozinha,ela o vê dormindo no sofá todo torto, acaba rindo. Indo até ele,o deitando no sofá, ela vai até o quarto pegando uma coberta, o cobrindo. Olhando pro rosto dele, ela acaba sorrindo, fazendo um carinho.

— "Fraldinha encrenqueiro."

Algumas horas depois, Giane tenta organizar um almoço,tinham algumas coisas em casa,ela resolve fazer um arroz com alguns incrementos, ela havia alguém chamar uma vez de arroz de entulho. Ela ri do nome,sabia que Fabinho zuaria também.

Fabinho acaba acordando com um cheiro gostoso vindo da cozinha.

— *Não acredito que dormi."

Giane vira pra ele.

— "Cê ainda deve tá de porre."

— "Cê cozinhou é ?" Ele fala entrando na cozinha.

Giane olha pra ele, revirando os olhos.

— "Nossa eu sou uma mulher tão ruim assim ? Quando cozinho se fica aí nesse tom de surpresa."

Fabinho acaba rindo.

— "Sei que você não gosta muito."

— "Não é uma questão de gostar, é uma questão de precisar.agora senta come." Giane vai até a pia, pegando o prato,colocando o conteúdo que estava com uma cara ótima,o cheiro melhor ainda.

— "O que cê fez aí maloqueira ?" Ele pergunta sentado na mesa batucando.

Giane se aproxima dele sorrindo,colocado o prato a sua frente.

— "Arroz de entulho Fraldinha, Fraldinha arroz de entulho."

— "Hum, a cara disso aqui tá bom,o cheiro também." ele fala,se aproximando do prato.

Giane sorri com o elogio.

— "Então come,anda."

Fabinho sorri,colocando o garfo na boca com a comida.

— "Hum, tá muito bom isso aqui. Demorou mais cê aprendeu a cozinhar em maloqueira."

Giane o olha brava, mais acaba rindo.

— "Cala a boca vai garoto e come isso logo."

Fabinho termina de comer, pousando os talheres na mesa.

— "To impressionado,tava muito boa essa sua mistureba aí."

Giane revira os olhos.

— "É arroz de entulho tapado. E impressionada to eu,cê é todo fresco ter gostado."

— "Tenho potencial meu amor."

Giane ri.

— "Potencial é, pra que ?"

Fabinho se aproxima, colando seu corpo ao dela,os dois encostados na pia.

— "Pra ser a cobaia oficial da sua culinária terremoto."

Giane ri,olhando pra ele.

— "Ah é ? Mais elas podem acontecer de madrugada e aí ?"

— "E aí,que eu posso exigir mais do que um pagamento em comida, talvez uns beijos." Giane olha nos olhos dele, que a olha devolta, com a respirações começando a sair do curso normal, eles olhavam intensamente um pró outro era sempre assim quando de aproximavam,quando ficavam perto demais, Giane sentia o respiração dele quente em seu rosto, os olhos em sua boca,e sabia não ia demorar pra resistir mais não podia,não agora. Ela sabia que senão saísse daquela situação,seria tarde demais.então o empurrando,ela diz sem graça:

— "Eu ... Eu vou arrumar aqui,vai lá pra sala,por favor."

Fabinho sentia a resistência dela, e não querendo quebrar a aquele momento ele resolve respeitar,indo pra sala.

Giane terminá de arrumar a cozinha,nervosa, quase a ponto de chorar. Respira fundo, quando termina, vai pra sala,decidida a falar com ele.

— "Fabinho agente tem que conversar."

Ele prevê a conversa,sabia que não seria fácil assim,como havia dito a Bento,conhecia muito a sua maloqueira, e sabia que não a dobraria fácil. Mais lá no fundo alimentou a esperança,de que ali com ele, em pequenos momentos, ela mudaria de ideia. Estava errado.tentando fingir naturalidade em não saber o assunto.

— "E tem alguma coisa pra agente conversar ?" Ele pergunta ainda passando os canais na Tv, não queria encarar ela,e ainda ver mágoa em seus olhos.

Giane se irrita. levantando, sentando na mesinha em frente dele. tirando o controle de sua mão.

— "Para de se fazer, que cê sabe muito bem o que eu to falando."

— "Que você quer saber ? O que aconteceu ontem ? Que que é, cê tà achando que eu bebi e peguei um bando de mulher é isso ?"

Ela revira os olhos impaciente, jà ficando brava. Fazendo uma cara meio que explicando pra ele. Deixandi a raiva tomar conta dela,a cegando.

— "É, né . no primeiro dia que eu te deixei, cê jà tomou um porre e jà tava voltando a dar trabalho, ou sejà o velho Fabinho de sempre." Giane fala nervosa,sem nem pensar.

Fabinho bufa,dando um sorriso incrédulo.

— "Ah tà,deixa eu ver se eu entendi, você é a baba, a guarda da condicional do bad boy é isso ? Ai sem você, eu volto a ser o idiota cretino de sempre é isso ?"

Giane revira os olhos impaciente.

— "Ai Fabinho, por favor. para de drama vai. você mesmo me disse a vida toda que mudou por mim, que eu te fiz mudar e ... Além do mais, não foi isso que eu quis dizer eu ..."

— "Isso mesmo, eu mudei Giane. mudei. não sou mais aquele cara. e sabe o que é mais incrível ? você saiu de casa,tà aqui no seu pai por me cobrar confiar, acreditar em você, mais você não acredita em mim, não confia que separado de você, eu vou continuar assim,manter o que você cultivou em mim todos esses anos. cê acha mesmo que depois de tudo, tudo que agente viveu Giane.eu ia me perder ?" Fabinho diz com lagrimas nos olhos.

Giane o olha com os olhos lacrimejados tambem.

— "Não foi isso que eu quis dizer Fabinho,mais o que eu quero dizer é, Você bebeu, veio aqui,eu cuidei de você. mais se isso foi uma tentativa desesperada sua pra fingir que nada aconteceu ... Tudo aconteceu Fabinho .E sabe o que essa nossa conversa prova ? O quanto tudo isso deixou a nossa relação frágil. O que só me faz acreditar ainda mais que agente precisa desse tempo."

Fabinho engole a seco triste.

— Você quer um tempo não é ?" Ele assente com a cabeça triste se levantando - "Você vai ter esse tempo Giane,eu amo você e quando agente ama ... agente tem que libertar" Fabinho volta a chorar - "Eu to libertando voce Giane."

Giane chora compulsivamente, olhando pra ele surpresa.

— "Perai Fabinho, cê sabe que eu não to me separando, Cê ... cê tá ...Fabinho cê quer se separar de mim ?" ela pergunta olhando decepcionada pra ele.

Ele vira denovo pra olhar pra ela, com o rosto cheio de lagrimas.

— "A ultima coisa que eu quero é me separar de você. só... que você não facilita, me quer longe,eu não vou ficar forçando. To fazendo a sua vontade. To te dando o bendito tempo. É isso o que você quer não é ? Então vou te dar. Mais eu te dou um aviso Giane, se depois desse tempo, você decidir se separar de mim....

Desesperada vendo o desespero dele,Giane pega sua mão.

— "Não! Eu não quero me separar de você Fabinho. Você foi tudo o que eu sempre quis."

Aproveitando a trégua dela, e num impulso desesperado,Fabinho pega o rosto dela em suas mãos.

— "Então para, para com isso maloqueira. Para de me torturar. Volta pra casa,volta pra mim."

Ele olha nos olhos dela,segurando seu rosto. Proferindo aquelas palavras com súplica.

Giane chora,segurando o rosto dele. molhando as mãos dele com suas lágrimas.

— "Não dá, não agora. Eu não consigo. eu não consigo olhar pra você, e não pensar que eu posso morrer. Que tudo o que agente construiu pode acabar. Agente se redimiu, se libertou das ilusões do passado,e pra que ? Cê pode acabar."

— "Não vai acabar maloqueira, não vai."

Giane sorri triste.

— "Você não sabe. eu,você,o nosso amor. Tudo pode acabar."

— "Olha pra mim. Essa não é você. A minha pivete,a minha Maloqueira, aquele moleque de rua por quem eu me apaixonei, é forte,é guerreira. você não pode se entregar assim."

— "Não sou mais. Não com isso. Eu olho pra você, e a primeira coisa que vem é isso. Eu penso que você ia me deixar morrer na ilusão que agente ia ser feliz,ter a nossa família. Dói dizer isso mais eu olho pra você e não consigo ver o Fabinho por quem eu me apaixonei,o Fabinho que eu confiava,em quem eu sempre acreditei."

Magoado com a declaração dela,Fabinho se afasta.

— "Mais ele tá aqui Giane,ele tá aqui. E ele vai tá aqui pra sempre. E eu vou te provar isso,provar que você pode voltar a confiar em mim." ele se aproxima dando um beijo na testa dela.

Giane fecha os olhos,com lágrimas escorrendo do seu rosto.

Fabinho de afasta, indo embora.

Giane o fica olhando ir,chorando ainda,suspira, engole o choro,entrando em casa. indo pro seu quarto, bem percebe o pai na cozinha,desaba na cama,e se permite chorar outra vez.

Preocupado,seu Silvério entra no quarto ouvindo os soluços da filha. Senta colocando a cabeça de Giane em seu colo.

— "Oh,minha menina!"

— Antes eu me bastava sabe pai,agora eu me sinto vazia,doi tudo aqui." Ela aperta a mão no coração." - "Sabe pai,eu descobri agora,eu nunca amei o Bento.Por que quando eu sofria por ele nunca era assim,não doia tanto como agora. Antes eu me bastava,agora depois de tudo o que eu vivi com o Fabinho, eu não me basto mais,eu não tenho chão sem ele pai. só que eu não consigo voltar e fingir que nada aconteceu, que tá superado,porque não tá." Seu Silvério faz carinho em sua filha que naquele momento,voltará a ser o bebê que ele ninava. E a ninando,ele a faz dormir.


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Notas finais do capítulo

Não fiquem com raiva da nossa Giane ok ? Ela tá magoada e esse é o grande conflito de Fabine na fic, em sb Giane e Fabinho terminaram por muito menos,então ... Quis também criar um conflito dela com seu Silverio,mais esse não vai durara muito não kkkk Bento e Fabinho, Bom eu amo a parceria do Pigossi com o Carrão, e ela sempre foi pro lado da rivalidade nas novelas. e aqui como eu shippava benlu e malu e bento são o casal,vou criar uma relação pra esses dois,fazer deles um brop. quem não ama os personagens do Carrão bebados ? eu amo e muito,sempre me renderam otimas coisas,megavi a prova kkk bom resolvi me inspirar bem em megavi nesse capitulo pra isso,vcs vão ver. cara eu amei escrever esse caps,amei fazer esses momentos do Fabinho bebado,espero que vcs gostem.sei que a giane ta bem sensivel,diferente da Gi que agente conhce,bom ela ta gravida né ? então, eu me aproveitei disso pra mostrar o lado melosinha da gi.bom, amei fazer flash back tb vai ter varios na fic,to ate pensando em criar uma fic mostrando o que aconteceu antes dessa. Quem resiste a um pedido do Fabinho ? nem Giane brava né ? quis explorara a relação da Giane com a dona margot tb. o nome dos bebes ainda não ta definido. bom eu queria nomes de personagens da isa e do carrão por isso pensei em anna e helo mais ainda não ta decidido só o felipe que eu ainda não achei nenem quem,e agrade mais,bom aceito sugestoes.Giane dando cascudo no bento kkk amo essa relação maninhos idem Fabinho dando no Bento shippo tb. e essa cena like megavi curtiram amo um crossover e amo fazer uma troca de shippers tb to com essa ideias de cena de um shipper em outro ? e ai ficou bom ?sei que o final não era o que vcs queriam,mais tudo vai se resolver. por favor comentem se não der aqui eu tenho o ig @humbelle_lovers ou o tt quero muito saber o que vcs pensam criticas sugestões opiniões quaqluer coisa kkk bom,vou tentar postar denovo semana que vem,espero que vcs gostem.



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