Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 47
Maldosa inocência


Notas iniciais do capítulo

.*Tem uma explicação do que é "Abeoji" que mia fala para o pai nas notas finais pra qm nao souber



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Rômulo estava chegando cansado em casa finalmente, depois de um exaustivo treino.

A noite já tinha caído, estava escuro, mas extremamente quente, então dispensou seu chofer, que atualmente ficava mais com a Emilly do que com ele e foi a pé.

Não tinha tido tempo de ver sua namorada direito hoje, estava tão preocupado com o treinamento para o torneio escolar amanhã, que até se esqueceu de ligar para ela, para pelo menos ver como ela estava.

Ele sabia que ela não precisava disso, mas ele simplesmente gostava de fazer. Havia a visto no stand de Jenipás que tinha sido aberto no pátio antes do almoço.

Tinha ido beijar ela e conversar um pouco, ela estava especialmente deslumbrante aquela manhã, naquela estranha roupa que a deram, mas Emilly parecendo voltar a trata-lo com frieza, só disse, entre um sorriso e outro para os cliente, que estava trabalhando e que depois eles se falariam.

Havia pedido para ela ir almoçar com ele, mas sem nenhuma novidade ela simplesmente não apareceu.

Suspirou cansado e abriu a grande porta branca no nártex da mansão, entrando no hall.

Só queria poder dormir, muito e profundamente em um quarto escuro até amanhã. Mas logo que abriu a porta ouviu uma discussão que vinha de uma sala ao lado:

– Por favor, abeoji... - Uma voz conhecida pedia meio chorosa. - Eu vou voltar antes das dez. É só uma pizza com meus amigos do clube... Abeoji...

– Já disse que não, Mia. Se eu disse que não, é não. Eu não conheço seus amigos e nem onde você está indo. Você não vai sair a noite aqui sozinha... - Gritava Choi até ser interrompido por uma voz feminina mais serena, tentando apaziguar a situação.

– Querido, deixe ela ir. Eu conheço essa pizzaria, ela é muito boa e segura. Mando o chofer leva-la e busca-la na porta...

– Não, Maísa! Minha filha não vai ficar sozinha em um bar com um bando de estranhos e adolescentes loucos.

Mia o olhou com os olhos extremamente tristes, não esperava ser chamada para participar desse tipo de confraternização nem tão cedo. Estava tão feliz por começar a fazer amigos e ser incluída. Mas seu pai sempre agia assim, querendo cortar suas asas. Ela entendia que ele só queria a proteger, mas ela também não queria nada além de poder ser normal.

Principalmente agora em uma escola nova, em um país diferente, era difícil para ela se enturmar e seu pai acabaria fazendo disso impossível, de uma vez por todas...

Mas para sua felicidade, Maísa sentiu-se totalmente solidária à bonitinha menina de longos cabelos pretos que só queria um pouco de liberdade para ser adolescente e fazer amigos.

– Ela só quer se divertir um pouquinho, Choi. Já estuda tanto... Os garotos do Instituto são bons garotos, enquanto ela estiver com eles ela vai estar bem.

Choi não estava nem um pouco afim de ceder, ainda mais porque ele mesmo já conheceu um aluno do Instituto, no caso o filho dela, e não o achou nem de longe uma boa companhia para sua Mia.

Mas dessa vez quem falou foi uma voz debochada passando pelo corredor.

– Mãe, você realmente não conhece ninguém daquela escola ou só está mesmo afim de mentir? - Disse rindo seguindo para a câmara que leva ao seu quarto.

Porém quando Maísa o viu passar teve a mais incrível das idéias, correu atrás de seu filho e o puxou pelo braço para dentro da sala, exclamando animada:

– Já sei! Não haveria oportunidade melhor de vocês dois se conhecerem. - Rômulo olhava para sua mãe agarrada em seu braço como se não entendesse o que ela fazia. – Por que você não leva a Mia nessa pizzaria, filho? Então eu e o Choi poderemos ficar tranquilos com vocês dois estando seguros.

Choi realmente não se sentiria seguro com seu filha com aquele menino, por mais que não queria admitir isso em voz alta e magoar sua esposa. Só permaneceu com uma cara surpresa buscando uma solução.

Felizmente para ele, ela chegou do próprio garoto.

– Nem morto. - Rômulo disse se desvencilhando da sua mãe e dando as costas para eles para sair dali.

Mia resmungou, mas Maísa não desistiu.

– Por que não meu filho? - Segurou sua mão. - Tenho certeza que você e a Mia vao se dar tão bem...

Mia sorriu meiga, ele riu irônico.

– Primeiro porque você deveria começar me perguntando se eu tenho algum interesse em ir em uma pizzaria agora e a resposta seria não. Segundo que eu já conheço a Mia e não é por isso que eu tenho qualquer vontade de sair com ela.

Ao ouvir isso dele os olhos da menina brilharam, assim como seu coração que se apertou quando ela pensou sobre o que ela fez de errado para ele odiar ela assim.

Maísa percebeu no rosto da garota que aquilo a afetou, então olhou de volta para Rômulo decepcionada pela grosseria, com que ele se expressava nesse momento.

– Rômulo! - Exclamou Maísa chamando sua atenção. Então virou-se para a menina novamente. - Você não se importa se ele for com você, não é Mia, querida?

A menina prontamente balançou a cabeça, agradecida pela Maísa parecer ser uma pessoa tão bondosa e afim de lhe ajudar. Ela realmente poderia ser feliz com uma mãe dessa...

Não havia conhecido sua própria mãe, morreu muito cedo, Mia nem se lembrava dela, mas pensar sobre isso a fazia ficar desnecessariamente triste. Ela e seu pai sempre cuidaram bem um do outro, independente do jeito dele, ele só agia querendo sempre seu melhor, mas nem sempre sabia fazer isso da melhor maneira...

– Então Rômulo, você vai leva-la e trazê-la de volta.

O garoto riu indo perguntar por que ela pensava que ele faria isso, quando ela o cortou irredutível:

– E eu não estou pedindo ou perguntando sua opinião mais, me ouviu? Quero vocês dois de volta antes das dez.

Choi não sabia como lidar com isso, ficou só vendo Maísa resolver e agora não tinha mais como discordar. Devia ter inventado outra desculpa para Mia não ir, uma que Maísa não pudesse achar estar resolvendo só incluindo aquele menino delinquente, que ela chama de filho.

Rômulo ainda olhava com raiva para todos daquela sala quando simplesmente disse:

– Esteja aqui embaixo daqui exatamente meia hora, senão eu desisto disso e vou dormir. - Saiu de lá indo em direção ao seu quarto, praguejando sua mãe por lhe meter nessa situação bem hoje quando estava nervoso e sem humor para nada.

E principalmente, por lhe obrigar a aceitar ser incluído nessa família sem sentido, que ela estava brincando de criar.

Ele não tem porque, não nessa idade, continuar sendo arrastado para qualquer nova loucura que ela inventar, ela em algum momento teria que entender isso, nem que ele tivesse que fazer algo para lhe explicar.

Quando Rômulo terminou de tomar um banho para ver se se animava, um pouco que fosse, para aguentar essa noite e tudo que ela prometia guardar, trocou de roupa colocando uma camiseta qualquer e um jeans escuro e saiu de seu quarto.

Então indo pelo corredor até a câmara à frente, já ouvia uma bonita e calma música sendo tocada em um piano. Imaginou já saber o que é. Quando apareceu na câmara e viu Mia sentada em frente ao Stainway preto de sua mãe, tocando uma música que ele simplesmente chamou de velha e chata, pegou o braço da menina e a puxou seguindo para fora da câmara.

– Ahh, o que voce está fazendo? - Assustou-se a menina quando foi tirada de sua inércia em seu mundo, que havia se permitido entrar, enquanto tocava e fechava os olhos, só deixando as sensações dos sons lhe preencherem.

– Estamos atrasados. - Ele somente disse.

– Não, não. Eles pediram que chegássemos lá às oito...

– Foda-se. Quanto antes a gente chegar e comer essa pizza, antes a gente poderá voltar.

Ela se assustou inicialmente pelo palavrão, então deu de ombros indo simplesmente emburrada atrás dele.

Então depois dele largar seu braço, a menininha agora simplesmente apertava seu passo, com dificuldade para acompanhar o andar rápido que ele adquirira até o carro do lado de fora.

Estavam os dois entrando agora, em um bonito local colorido, cheio de luzes e bem iluminado; parecendo lotado de jovens.

Provavelmente um ponto de encontro ali da região. Rômulo vinha com as mãos nos bolsos enquanto a garota olhava admirada a todo o seu redor, em seu vestido com uns detalhes rendados e de manga curta.

Até que uma garçonete em um pequeno shortes e um patins veio até eles, na verdade, até Rômulo e sorriu perguntando:

– Posso ajuda-lo? Quer uma mesa?

Rômulo suspirou e olhou para o lado procurando Mia, quando ele fez isso sentiu algo sendo colocado na sua mão. Olhou para baixo e viu a menina garçonete lhe passando um pequeno papel discretamente, ao encara-la viu um sorriso travesso nos seus labios.

– Eu tenho namorada. - Disse secamente, não é como se essa fosse uma atitude rara das meninas ao redor dele, mas hoje em especial ele estava com ainda menos humor para isso.

No entanto, ela só disse:

– Tudo bem. Não tenho ciúmes.

– Essa é a resposta mais clichê de todas... - Resmungou olhando para trás e percebendo sua "irmã" ainda na entrada admirando os abajures.

Gritou para ela:

– Então Mia? Seus amigos já estão aqui ou a gente pega uma mesa?

A menina seguiu em sua direção e começou a procurar pelas mesas com os olhos enquanto dizia:

– Só um minutinho. Deixa eu vê se eu acho eles...

Porém o que o garoto reparou foi que com seu grito para ela, ele chamou a atenção de uma mesa ao lado, lotada de gente, onde umas garotas meio exaltadas olharam para ele parecendo o reconhecer e emitindo pequenos gritos agudos.

Rômulo já via que aquilo podia dar confusão, então tentando se afastar rapidamente dali, foi andando para o fundo do estabelecimento empurrando Mia ao dizer:

– Vamos indo. Eu acho que eu vi eles ali... - Amassou o pequeno papel em sua mão e jogou na lixeira quando passaram ao lado de uma.

– Onde você os viu? Não estou vendo... - Ainda perguntava a garota levantando o rosto para tentar ver melhor as pessoas do fundo.

Então andando entre aquelas mesas, felizmente para eles, Pedro que estava sentado com várias outras pessoas do clube de aves migratórias ali, avistou Mia andando no corredor, a frente de Rômulo.

Pedro sacudiu suas mãos chamando a atenção dela, para que fosse se sentar à sua mesa.

Mia então os viu e correu até lá. Pedro percebeu Rômulo ali, mais atrás, mas o ignorou e puxou a pequena garota para sentar ao seu lado pegando em volta de seu ombro.

Rômulo estava já muito propenso a sair daquele lugar e só voltar para busca-la, para que sua mãe não lhe enchesse tanto o saco. Mas então Mia falou para Pedro, fazendo na verdade toda a mesa escutar:

– Espero que não se incomodem. Esse é meu meio-irmão, ele veio comigo.

A mesa que até então estava um falatório, parou com o barulho e todos os pescoços se viraram para onde ela mostrava.

Quando viram então Rômulo, o capitão de Jump Contact do Instituto, em pé, parado ali do lado deles e parecendo ineditamente deslocado, os queixo de todos caíram imediatamente.

– Mia, vou ficar te esperando lá fora. Quando for embora me avisa... - Rômulo disse a ela entre a música alta do local.

– Mas você não vai ficar? – Perguntou Mia sem entender.

Então aproveitando a deixa da menina, outras garotas da mesa que mal podiam se conter nesse momento, disseram prontamente:

– Sim, claro! - Uma das garotas, Paola, que naquela mesa do clube de aves migratorias, naquele dia eram em sua maioria garotas, gritou afirmando.

– Fique! Sente-se aqui! - Vanessa também correu para confirmar.

Elas começaram a agilmente se espremer para que ele sentasse entre elas, no sofá que cercava parte da mesa.

Rômulo olhou para Mia ao lado de Pedro que ainda mantinha um braço escorado no encosto da cadeira dela, com a mão depositada em suas costas. O garoto não saberia explicar direito o que sentiu, mas não gostou.

Então talvez não foi só o sorriso largo que Mia lhe deu quando ele a olhou, que o fez aceitar se sentar ali e ficar de perto vigiando essa sua irmãzinha que era inacreditavelmente e irritantemente inocente na maioria das vezes.

Decidiu então que se teria que ficar ali, com aquelas pessoas que não conhecia e que falavam de assuntos que ele nunca tinha ouvido falar, que no mínimo poderia fazer disso mais divertido chamados seus próprios amigos.

As meninas ao seu lado debruçavam nele por toda e qualquer coisa, tentavam a todo custo incluí-lo na conversa, enquanto ele só sorria amarelo, sem achar a menor graça no que falavam e digitava em seu celular.

Eles até começaram a querer falar de alguma coisa que ele entendesse, começando então uma conversa sobre esportes. Mia também parecia um pouco deslocada enquanto ria sem graça e tentava explicar que ela realmente gostava de excercícios e esportes. Que achava importante e:

– Eu até fiz cinco anos de Hapkidô. - Disse assustada consigo mesma, pensando que aquilo realmente havia sido muito tempo. Rômulo olhou para ela tentando imagina-la como um lutador.

Mas era tão pequena e fofa, era só uma boneca. Ele simplesmente não conseguia.

Vanessa estava sentada ao lado de Rômulo, realmente não acreditava que fosse ele ali. Pegava em seu braço a todo minuto tentando se convencer que aquilo era real. Olhava para ele deslumbrada e fazia os tipos mais idiotas de perguntas, assim como todas as outras meninas ali também faziam, que talvez até percebessem, mas não ligavam, da forma com que ele suspirava antes de responder a elas.

– Você também fez Hapkidô, Rômulo? - Vanessa perguntou.

Sem tirar os olhos de seu celular ele disse:

– Não, já fiz algumas lutas. Mas essa aí não. - Pegou um pedaço da pizza na mesa e colocou na boca.

– Aah... Ele é tão perfeito! - Gemeu uma menina da mesa, Clara, olhando para ele ainda deslumbrada.

Ela esticou o braço para tocar nele e ela estava sentada lá do outro lado. Rômulo só olhou para aquilo enrugando a testa e se perguntando porque aquelas garotas tinham que ser tão estranhas.

Havia mais três meninos na mesa, contando com Pedro ao lado da Mia, que só revirava os olhos à atenção exagerada das meninas sobre esse cara e tentava puxar um assunto mais pessoal somente com Mia ao seu lado.

Sua mão raspava no ombro dela fazendo um carinho que tirava Rômulo do sério a cada minuto mais.

Enquanto as quatro outras garotas do clube de aves migratórias que estavam ali com a Vanessa, fazendo perguntas para o líder de Jump Contact como nunca tiveram em nenhuma vida a oportunidade de fazer e se considerando as pessoas mais sortudas do IGE; Alexander, Renata e Diego apareceram atrás deles.

Rômulo também não se surpreenderia de ver Ana Lúcia surgindo de um canto que ele não reparou ainda, a qualquer momento.

– Por que demoraram tanto? - Perguntou Rômulo saindo do aperto entre aquelas garotas para cumprimenta-los.

Ele tinha enviado uma mensagem para Emilly também, mas pelo jeito ela não tinha vindo.

– Quem convidou esses? - Então Pedro levantou a voz dizendo e assustando a todos da mesa.

Paola só disse:

– Quem se importa! Sentem-se aqui! - Ela estava adorando ser popular por um dia. Os meninos populares eram ainda mais legais e bonitos do que ela poderia imaginar.

– Já pensou se a gente fica amiga deles? - Sussurrou uma empolgada Rafaela para Paola ao seu lado.

Mas quem respondeu foi Vane:

– Eu saiu desse clube e vou pro Jump Contact amanhã! Se eles me convidarem! - Então elas riram.

Mas enquanto as meninas sussurravam, Alex bagunçou o cabelo de uma delas, só dando um de irritante como normalmente faz, e disse para Pedro que havia levantado a voz para eles:

– Por que tanta irritação, cara? A pizzaria é sua por acaso?

– Poderia ser. - Disse Pedro provocador.

– Ei! Vocês viram que está tendo uma disputa de casais no vídeo-game ali de dentro? Rô, vem comigo?

– Como assim, Renata? Seu namorado está aí. - Diego namorado da Renata tinha chegado da Europa hoje, onde ele supostamente deveria ter passado as férias treinando.

– Está com medo Rômulo? Vamos fazer isso. Você e essa menina, contra eu e a Mia, o que você acha? - Pedro se levantou entrando na conversa deles.

Pedro estava realmente parecendo irritado e não era à toa, considerando a reviravolta no simples e divertido jantar que ele tinha programado para o clube, que foi transformado em "vamos inflar o ego do líder de Jump Contact".

Rômulo só olhou para ele e foi o tempo de Vanessa propor:

– Não precisa disso, Pedro. Eu vou com o Rômulo, contra vocês dois! - Ela falou tentando resolver a situação, permitindo que a Renata fosse com o namorado. Mas como a própria Renata não queria isso, só olhou feio para ela.

Diego era um pouco baixinho e de porte largo, estava com os olhos meio vermelhos e completamente avoados.

– Posso até ir contra você. Mas EU vou fazer dupla com a minha irmã. Sabe como é... Já viemos treinando isso em casa há muito tempo, somos uma dupla imbativel. Não conseguimos disputar um contra o outro.

Ao final desse discurso veio seguido de um "Aaah" apaixonado das meninas sentadas em volta da mesa.

– Não é, Mia? - Tentou Rômulo confirmar.

– Você quer ir com ele ou comigo, Mia? - Pedro então perguntou olhando para ela.

Ela se levantou finalmente, mas sem saber o que dizer.

Não fazia idéia de onde Rômulo tirou tudo aquilo, ela nunca jogou nada com ele, então quando foi perguntar:

– Rômulo...?

Ele a interrompeu antes que ela continuasse, dizendo:

– Boa escolha. - E puxando ela pelo braço, em direção as máquinas de vídeo-game do fliperama que havia ali, mais para dentro.

Pedro os seguiu acompanhado de Vanessa e se aproximou dos dois irmaos. Ele e sua parceira então decidiram entrar primeiro. Foram para dentro de uma espécie de simulador, que lembrava antigas câmaras de tirar fotos. Havia um banco para dois, um volante e umas alavancas e botões. Na entrada era fechado com uma cortina preta.

Pelo lado de fora Rômulo e Mia podiam assistir em uma tela a performance do casal. Não mostrava os dois jogando, mas mostrava o resultado de seu trabalho de equipe através do jogo que passava para eles assistirem dali.

Iria ficar guardada a pontuação, por isso quando uma outra cabine vagou, Rômulo e Mia também entraram para jogar, mesmo sem os outros dois terem acabado.

– Rômulo... Eu nunca joguei isso... - Ela disse com medo de que ele estivesse mesmo acreditando que os dois juntos fossem imbativeis e que poderiam ganhar...

– Tudo bem, eu vou dirigir e você vai ficar apertando isso aqui e puxando a alavanca, toda vez que vier algum obstáculo ou algo for atirado na nossa direção.

Ele deu mais algumas instruções rápidas para ela daquele jogo e logo começaram. A velocidade ia aumentando de acordo com os acertos deles, que na verdade não estavam deixando mesmo passar nada errado, estavam indo com uma precisão incrível!

Rômulo podia não ter jogado nada com ela ainda realmente, mas ele tinha uma impressão, de alguma forma, que eles iriam muito bem juntos.

A menina só se desesperava um pouco, jogando o corpo de um lado para o outro, junto com a alavanca, para desviar dos obstáculos e outras coisas que eram projetadas e pulavam na sua cara.

Até que a própria alavanca que Mia mexia voou. Rômulo olhou para aquilo voando próximo ao seu pé. Mas ele não podia parar, o veiculo deles estava em uma velocidade incrivel, já que eles não tinham errado nada ainda, mas também os obstáculos surgiam cada vez mais dificultando para ele se desviar.

– Ah não! O negocinho quebrou! - Mia exclamou alto se sentindo culpada. - E agora?! - Perguntou ainda extremamente envolvida no jogo sem tirar os olhos da tela.

– Tudo bem. Eu consigo desviar dos obstáculos por um tempo. Pega ele no chão e encaixa de volta que a gente consegue continuar.

Então a menina tentou se abaixar para pegar a alavanca, que foi parar do outro lado. Aquele negócio estava mais perto de Rômulo e para que ela pudesse pega-lo teve “meio que” passar por cima do garoto.

Se escorou ali do lado esticando sua outra mão para baixo, na direção dos pedais que Rômulo dirigia. Se esticou mais, muito concentrada em pegar a alavanca rapidamente.

Então quando conseguiu alcançar sorriu e se levantou olhando para ele.

– Consegui...!

Mas quando ela se virou para ele, provavelmente o carro já tinha batido, pois agora Rômulo só estava olhando para ela, parecendo tenso e sem respirar.

Ela ficou olhando para sua expressão séria sem entender o que tinha acontecido. Foi quando olhou então para sua própria mão, que ainda estava onde tinha se apoiado, com um susto a retirou de lá imediatamente.

Ele ainda a olhava e abriu um pouco a boca, como se ele buscasse ar tentando respirar novamente. Mas a garota agora só parecia entrar em pânico. Mia fechou os olhos e balançou a cabeça não acreditando que fez aquilo.

Porém a mão do Rômulo cobriu sua bochecha levemente com um carinho, como se tentasse acalma-la.

Seus dedos se encostaram na pele dela tão delicadamente que a menina sentiu seu corpo inteiro se arrepiar.

Sua própria respiração fugiu agora e ela abriu os olhos. Percebendo ele tão perto, Mia foi para trás, quase caindo então para fora do simulador, atravessando a cortineta preta que fechava o local. Para recuperar o equilíbrio saiu totalmente dali e ficou de pé do lado de fora.

Rômulo, não mais que um segundo depois, também já estava do lado de fora e percebendo ela extremamente vermelha disse alto com um sorriso de canto:

– O que foi Mia? Você não vai terminar o jogo?

A menina sacudiu a cabeça, olhou o relógio e gritou que estavam atrasados. Então correu para fora da pizzaria.

Rômulo demorou um pouco mais para sair. Ele deixou um dinheiro para pagar as contas da mesa e se despediu de seus amigos.

– O que aconteceu?! Vocês estavam fazendo um record incrível! - Exclamou Alexander indignado. - Eu quero ela como parceira também! - Ele disse pensando em bater o record daquela pizzaria que era extremamente alto.

– Não mesmo. Ela só joga comigo. - Rômulo disse debochado, dando um sorriso malicioso.

– Eu aposto que se eu pedisse ela jogaria comigo. - Desafiou Alex também rindo.

– Eu sou seu irmão. Eu teria que autorizar antes.

Então os dois riram e Renata chegou ali cobrando de Rômulo uma partida, pois seu namorado era horrível e eles não passaram nem do primeiro nível.

– Foi mal, joga com o Ale. Tenho que ir agora.

Provavelmente não viu Pedro por lá, porque mesmo os dois não tendo terminado a partida, ele e Mia tinham ido bem longe naquele jogo. Tinham ido inacreditavelmente bem. Ela era mesmo surpreendente.

Quando ele chegou lá fora, viu seu carro parado a frente. O chofer lhe abriu a porta, ele entrou e Mia estava lá dentro concentrada no banco da frente.

Para provocar, Rômulo entrou e se aproximou dela, sentando-se muito perto. A menina se encolheu e virou o rosto para o lado, se escondendo entre o cabelo.

– Qual é, Mia? - Perguntou vendo a crise que ela estava dando, perante sua aproximação. - Eu estou com sono. Me deixa dormir, garota louca. - Então puxou o braço dela e encostou a cabeça no seu ombro, como ele lembrava ser muito bom de fazer.

Pensou que era o mínimo que ela poderia fazer por ele depois de tudo.

Ele estava com muito sono antes sim. Mas agora estava simplesmente confortável ficar ali e sentir seu cheiro. Por que aquilo parecia criar vida aos seus pulmões?

Se pegou pensando que podia ficar assim para sempre. Infelizmente sua casa era bem mais próxima daquela pizzaria do que os dois se lembravam dela ser...


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Notas finais do capítulo

Abeoji é pai em coreano, como adultos chamam seus pais. Mia faz isso pq ela quer parecer adulta, pelo menos naquele momento



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