Instituto Gore escrita por JWHFhiiii
Rômulo parou em frente a uns armários do corredor, logo depois de entrarem no prédio principal onde tem o refeitório.
Seus amigos continuaram seguindo em direção a comida, mas ele e a garota permaneceram no corredor.
Tirou sua blusa molhada, com o intuito de colocar a outra. Mia parou ali com ele e só esperou, tentando parecer entretida olhando para o corredor vazio e seus armários fechados.
Ele não parava de encarar a menina a sua frente, que parecia tentar ignora-lo nesse momento.
Era realmente estranha toda essa história, mas não tinha dúvidas de que estava certo sobre ela. Por mais que pudesse ser inacreditável, fazia sentido para o garoto.
Ele lembra um pouco dessa menina, tem quase certeza de que ela era a garota da noite passada, quando ele estava bêbado. Achou ter certeza no momento em que ela esbarrou nele e pôde sentir seu cheiro. Aquele aroma doce, mas muito gostoso que ele já vinha sentindo algumas vezes, durante esses dias que sua "nova irmã" deveria estar na sua casa.
E o fato de que ela tinha uma blusa sua na mão, deixava essa sua teoria ainda mais difícil de se negar.
Não fazia idéia do porquê ela tinha essa blusa, mas o garoto pretendia descobrir.
Então Rômulo ainda a olhando virada de costas para ele e apreciando impacientemente o nada, enquanto o esperava se trocar, se aproximou dela a deixando de frente para ele.
Quando Mia o olhou e percebeu que ele estava vestido já, disse com um sorriso tentando disfarçar seu inevitável nervosismo:
– Que bom! Ficou ótima em você essa blusa... - Ela não entendeu porque estava dizendo aquilo, só que o silêncio e os olhares dele sobre ela a estavam deixando completamente nervosa.
– É, talvez porque ela já fosse mesmo minha... - Ele falou se aproximando de Mia e fazendo-a se inclinar para trás.
Rômulo levantou sua mão até o rosto dela e a menina parecia se afastar com medo. Ele tirou o cabelo dela de perto do rosto, levando-o para trás. Aproximava também seu rosto, junto com sua mão.
Mia não sabia o que deu nele. O que ele estava fazendo se aproximando tanto assim dela? Do nada.
Ela fechou os olhos quando viu o rosto dele se aproximar demais do seu e percebeu seu coração disparar. Deveria empurra-lo, mas naquele momento nao quis fazê-lo mesmo que soubesse ser o certo.
Então o garoto afastando ainda mais o cabelo dela para trás de seu ombro, deixou o seu pescoço amostra o bastante para ele ver uma pequena mancha roxa em seu pescoço.
– Eu sabia! - Então ele disse rindo.
Mia abriu os olhos de uma vez e gritou sem graça quando viu ele rindo tão perto de seu rosto. Puxou seu cabelo de volta para o lugar tampando seu pescoço.
– O que você está fazendo? - Ela perguntou soando nervosa e constrangida.
– Eu que deveria perguntar isso. Qual é o seu problema garota? Você achou que eu fosse beija-la?
Mia ficou completamente sem graça e sentiu seu rosto esquentar intensamente. Abaixou o rosto e iria se virar fugindo dele.
Mas Rômulo ergueu seu rosto com um dedo em seu queixo, voltou a se aproximar e a respiração da garota sumiu e ela nem achava que pudesse sequer pensar sobre coisas tão banais como respirar, com ele chegando tão perto.
Ele pegou em seu cabelo de novo e foi aproximando-se do rosto dela, dessa vez olhando para seus lábios e com o rosto calmamente sério.
A garota tinha certeza do que ele faria e novamente se viu desejando que ele realmente fizesse, então nem chegou a tentar impedi-lo. Só congelou, parada, sem ar, até que o garoto a poucos centímetros de tocar seus lábios, abaixou o rosto caindo em uma gargalhada nada divertida para Mia.
Ela abriu a boca, desacreditando no garoto a frente. Ele estava descaradamente brincando com ela!
– Você acreditou mesmo, não é? - Rômulo ainda ria muito, mal conseguindo ficar em pé pela gargalhada. - Tão bobinha. Por que eu beijaria uma garota como você?
Mia então que estava sem graça, nesse momento só se sentiu verdadeiramente ofendida pelo garoto a sua frente, seu novo meio-irmão pateta!
Então ela o empurrou, irritada.
Rômulo parou de rir e se ergueu novamente mais sério, só olhando profundamente para ela, que se sentiu arrepiar com aquele olhar penetrante.
– Ei, baixinha. O que pensa que está fazendo encostando em mim assim?
Mia pareceu se revoltar novamente, bateu o pé e gritou com ele:
– Você não devia ficar brincando sobre coisas como essa! – Deu um tapa no braço dele, que nem ao menos o faria cócegas, mas ele fingiu doer e riu. - Isso não tem nada de engraçado! Você é um... - A palavra feia que ela iria proferir travou em sua garganta, não conseguindo emiti-la naquele momento...
– Bobo, feio e gordo? - Ele completou a frase dela debochado, ao ver o ataque que aquela pequena criatura estava dando.
Então ainda a vendo com os olhos apertados e fuzilantes sobre ele, o garoto riu e pegou na cabeça dela, bagunçando seu cabelo.
– É o seguinte baixinha. Eu sou seu irmão mais velho, então você me deve respeito.
A menina enrugou a testa estranhando essa sua fala, porque ele não era mais velho que ela, por mais que pudesse até parecer por ela ter cara de criancinha. Então ela tentou:
– Você não é mais velho!
Ele ignorou.
– Não sei porque você andou mexendo nas minhas coisas. Mas é melhor que não faça isso de novo. Me ouviu? - Perguntou inquisitivo se aproximando dela e lhe arrancando um pequeno susto com seu grito.
Mia não tinha como explicar o assunto da camiseta. Tudo que ela podia imaginar para falar sobre isso, começava péssimo.
– Então... Por que agora você só não me acompanha até o refeitório e me deixa te pagar um almoço, maninha? Aproveite que eu to de bom humor hoje...
– Eu trouxe meu almoço. - Ela disse cruzando os braços.
– Tudo bem. Mas eu estou dizendo que eu vou te pagar um... - Ele dizia então passando o braço ao redor do ombro dela e a puxando, andando em direção ao refeitório.
– Eu não quero, eu fiz meu almoço. Eu deveria comer o meu, senão ele vai estragar. - Mia disse lutando contra o "abraço" que ele dava nela, tentando leva-la ao o refeitório.
Então ele a soltou e perguntou:
– E daí?
– E daí o quê? - Ela perguntou confusa.
– E daí que vai estragar.
– É comida! - Disse como se aquela resposta fosse simplesmente a coisa mais óbvia do mundo. - E eu preparei ontem para eu trazer... - A menina realmente estava ansiosa para comer seu almoço desde que o fez ontem, havia ficado além de com um cheirinho ótimo, mas também tão bonitinho. Ela havia feito pequenos coelhinhos com cenoura e tudo mais. - Está muito boa! Eu posso dividir com você.
Ele pareceu ignorar essa parte e só seguiu para o refeitório dando as costas para ela ao dizer:
– Que seja então. Não quero sua comida esquisita.
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