Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 38
Quem temer? Os raptores ou a raptada


Notas iniciais do capítulo

Eis a questão xD



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A primeira coisa que ela fez foi mandar uma mensagem para o... Seu empregado. Dizendo:

– Tássio, me encontra na estação de metro perto da minha casa AGORA!

Porém o garoto, em aula, recebeu em seu celular novinho a mensagem, sem entender quem era Tássio.

Da onde aquela menina tirou essa idéia de que seu nome fosse Tássio? Ela nunca sequer tinha se preocupado em pergunta-lo seu nome.

Mas obviamente logo que ele recebeu, não precisou de nenhum tempo a mais para saber que era a garotinha mimada para quem ele trabalhava, que havia lhe enviado aquilo.

Independente do erro dela, ele não iria jamais sair da sua aula, para ir atrás de uma criança feito ela, em alguma inutilidade que estivesse inventando.

Por mais que o fato de te-lo chamado de Tássio, reforçou essa sua decisão.

Talvez em algum momento ele só devesse pelo menos informa-la, mesmo que ela pudesse simplesmente esquecer no próximo minuto, que seu nome na verdade era Eddy.

Então tentou voltar a prestar atenção em sua aula, quando percebeu que não iria conseguir antes de mandar para essa menininha irritante, uma boa resposta.

***

– Talvez você quis dizer Eddy? E não espere que eu vá te encontrar agora. Quando começar meu expediente eu posso até pensar em ir até esse metro te achar, caso eu esteja afim. Porque isso não faz parte do serviço para o qual fui contratado.

O quê???? Ele estava negando ajuda-la? Agora?!

Ela já estava na estação sozinha, o esperando a mais de dez minutos e ele simplesmente dizia que não iria vir?

Quem ele pensava que era? Ela era sua chefe! E estava com tanta vontade de demiti-lo... Demiti-lo e ver sua cara ao ouvi-la dizer que não queria gente folgada como ele trabalhando para ela.

Em sua raiva, localizou seu ex-celular pelo GPS e perguntou para um guardinha da estação, como ela deveria fazer para chegar naquela rua.

Isa podia não conseguir achar o Chace mais, mas pelo menos iria descarregar sua raiva.

O que aquele bobão, chamado Eddy, podia estar fazendo àquela hora, que poderia ser tão mais importante assim a ponto de deixa-la esperando desse jeito?

Então o moço a recomendou um ônibus que a deixaria na frente do número que ela indicou. O guardinha realmente conhecia aquele lugar, pois era um lugar relativamente requisitado.

Isadora percebeu logo que o ônibus se aproximou, que ali era uma escola, estava inclusive cheia de jovens em frente. Jovens em um bonito uniforme preto e branco, indicando ser um colégio de elite.

Isa o conhecia, era o colégio de Ladário.

O ponto onde ela desceu era mais na esquina da rua, então foi andando, voltando o caminho até a frente da escola, onde indicava no seu GPS que Eddy estaria perto.

Andando naquela rua, a menina não conseguia deixar de reparar três garotos de roupas largas, meio mal vestidos, que ficaram olhando para ela quando desceu do ônibus no ponto, onde eles estavam.

Isadora ia preocupada olhando para trás, ainda com medo deles, quando sem perceber o que aconteceu, alguém a segurou tampando sua boca e levando-a a força para um outro lugar, colocando-lhe uma venda, para que não pudesse ver mais nada.

–----

A menina ouvia risadas e conversas meio irreconhecíveis, enquanto inutilmente se debatia para se soltar dos braços fortes que a pegaram.

Colocaram ela sentada em uma cadeira, prenderam suas mãos e suas pernas. Além de colocarem um pano na sua boca.

Sentiu uma mão pegando seu tornozelo e a amarrando-o ao pé da cadeira.

Um dos meninos que a levou para lá tentou passar a mão por sua perna, fazendo-a se arrepender de estar usando saia. Felizmente não durou muito tempo até que um outro, mais consciente, bateu na cabeça do aproveitador e disse para ele parar.

Isadora tentava se soltar, realmente morrendo de medo e no fundo, com muita raiva da situação que tinha se metido.

Puxava-se de suas amarras que raspavam em sua pele só lhe machucando. Sentiu que uma lágrima ia cair de seus olhos, mas não iria lhe permitir chorar, não em uma hora dessas. Primeiro deveria tentar se acalmar e pensar em um jeito de sair dali.

O problema é que ela não conseguia ver nada, não conseguia gritar. O desespero que isso a dava, não permitia que conseguisse pensar também.

Sentiu alguém passar a mão nela de novo, dessa vez pelo seu rosto e sentiu seu coração pular de ódio naquele momento.

Ela não sabia, mas estava em um galpão do colégio de Ladário. O maior rival, rival nacional, do IGE.

Os meninos que a haviam capturado, riam agora, ajeitando a manga com abotoaduras de seu uniforme elitista.

Eles a viam lutando na cadeira para se soltar enquanto se parabenizavam felizes, sem conseguir acreditar em suas sorte.

Foi então que um menino com cabelos meio cobres e meio longos, hoje amarrado em um rabo, entrou no galpão, também parabenizando seus colegas, quando olhou assustado quem era o refém.

– Não é possível. - Ele deixou escapar de sua boca, vendo Isadora em sua cadeira ainda lutando para se soltar.

Ele chamou seus amigos para longe e perguntou, parecendo meio desesperado, por que ela estava ali.

– A gente te avisou que tinha um IGE andando pretensiosamente por nossa área, você falou para a gente trazer ele para cá. - O ruivo, Jefferson, explicou.

– ELE! Entendeu? Eu não sabia que era uma garota. Não sabia que era ESSA garota!

– Qual o problema? - Adilson que tinha um cabelo preto escorrido perguntou, sem entender o porquê do escândalo.

– Ela é linda, não? - Jefferson falou de novo.

Eddy pegou na sua cabeça, pensando no que deveria fazer. Então olhou para ela e Isadora parecia apavorada e mais indefesa do que ele nunca viu.

Não saberia explicar exatamente o que sentiu, mas precisava ajuda-la, com uma urgência e intensidade que lhe foi inacreditável e inclusive inédita.

O problema é que ele não tinha muita coragem para fazer isso naquele momento.

Isadora tinha um cabelo com ondas de cor de chocolate, caindo ao redor de seu rosto. Com um grande e lindo lacinho azul, preso do lado do seu cabelo, o que lembrava o garoto aos laços no pijama de ursinhos, que ele a vira usar de forma completamente informal ontem a noite.

Hoje ela estava diferente, em toda sua pose e máscara de perfeição, mesmo naquela situação horrível e mesmo que o desespero parecia se apossar dela a cada segundo mais.

Então quando ela começou só a gritar abafada pela mordaça e bater o pé, ele decidiu que deveria solta-la logo, que não teria jeito a não ser se responsabilizar pelo seu erro.

Imaginava, conhecendo essa garota, que ser demitido agora, seria o menor de seus problemas.

Se aproximou temeroso, como alguém que se aproxima de uma fera, mesmo ela estando completamente inconsciente da aproximação dele e indefesa naquele momento.

– Ei, Isa. Como vai? - Eddy disse completamente sem graça, enquanto retirava sua venda, ainda se mantendo meio longe dela.

Achou que a venda seria o menos pior para se retirar primeiro.

Seus amigos só o assistiam sem entender. Mas também não tinham nenhum intuito de questiona-lo.

A garota percebeu sua venda sendo retirada e piscou os olhos, tentando ajusta-los novamente a claridade. A primeira coisa que viu foi o rosto de Tássio, ou melhor, era Eddy.

Quando sua visão se focou e pôde enxerga-lo, sentiu inexplicavelmente uma tranquilidade enorme por ver um rosto conhecido. Esvaindo todo o desespero que sentia. Ele sorria confortante para ela.

E o alivio e calma que sentiu naquele momento havia sido impagável.

Foi aí que ela olhou ao redor e percebeu onde estava. Não era um lugar tão ruim quanto ela imaginou, por mais que fosse escuro e estranho como esperava.

Viu também, mais alguns outros meninos atrás de Eddy e sabia por alguma razão, que aquilo era culpa deles. Talvez tivesse algo haver com a cara de culpados com que eles a olhavam agora.

Virou para Eddy de novo, quando se tocou que não teria chance de falar porque ainda estava com a mordaça.

Ele então parecendo respirar fundo e tomar coragem, desamarrou a mordaça.

Isadora agora só o fuzilava com os olhos, ficando ineditamente quieta. O que sem dúvida parecia algo muito mais perigoso do que ela falando.

Ele sorriu novamente e disse meio incerto se abaixando para desamarrar seus tornozelos:

– Espera só mais um pouco que eu vou te soltar...

Ela percebia que ele parecia estar com medo dela. Era bom que estivesse mesmo. Estava meio confusa nesse momento para conseguir pensar no que deveria fazer, mas sabia que era melhor que ele tomasse muito cuidado com o que ia dizer, qualquer um deles!

Então quando acabou de se libertar, a menina se pôs imediatamente de pé. Eddy ainda estava com receio de se levantar e encara-la, foi quando ela levantou seu próprio pé percebendo que o salto de sua sandália havia quebrado durante toda essa confusão.

Mais isso! Isadora só pensou, ao se escorar no ombro de Eddy ainda ajoelhado no chão, para retirar suas sandálias.

Deixou as sandálias quebradas ali do lado e saiu andando para fora daquele lugar.

Mas então Eddy logo foi atrás dela e Isa percebendo se virou.

Ele havia retirado seus tênis, porém vendo como ela o olhou, não conseguiu dizer nada, só os colocou muito calmamente no chão, em frente a menina.

Isa os pegou e saiu pela porta.

Eddy ainda coçava sua cabeça sem saber o que fazer. Estava muito ferrado.

Aquela garota, aquela de ontem a noite lhe pedindo biscoitos, aquela que não para de falar. Havia saído dali sem dizer uma só palavra.

Ele estava muito ferrado! Então percebeu que não deveria ter ficado parado em frente a porta, porque não muito depois que ela saiu, voou para dentro do galpão um par de tênis voadores, acertando bem na cabeça de Eddy.

Eram seus tênis, lhe sendo jogados de volta.

Tinha sido realmente estranho ela os ter aceitado daquela forma. Talvez ela joga-los tão educadamente de volta como fez, fosse na verdade uma boa noticia. Aquilo era mais a cara dela...

Pelo menos assim ele queria pensar.


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