Mia agora já estava saindo do IGE, ou talvez eu devesse dizer, estava FINALMENTE saindo do IGE.

Tinha acabado de terminar a reunião do clube de aves migratórias, realmente aquela tinha sido a sua melhor escolha do dia.

Pensando distraidamente sobre seus novos conhecidos, ainda com um sorriso no rosto por finalmente ter dado certo, por agora parecer realmente que aquele poderia se tornar um bom lugar, abriu a porta para sair do banheiro e logo na porta ao lado saía um conjunto de enormes garotos com roupas numeradas que esbarraram com tudo nela.

Mia tentou se segurar na parede atrás, mas percebeu que a parede acabava estando mais longe do que esperava, deixando-a simplesmente cair com tudo no chão.

Ninguém ao menos pareceu ter visto que isso aconteceu, ter parado para ajuda-la ou sequer pedido desculpas. A menina só então se levantou tentando aceitar que eles deviam estar muito ocupados com um assunto muito importante para andar tão distraídamente assim.

Então alguém lhe estendeu a mão. Olhou para cima e viu Vanessa rindo discretamente da situação dela. Mais atrás dela estava Pedro esperando ao lado das escadas.

– Ah, os meninos do futebol são assim mesmo, muito sem educação.

Mia olhou para onde eles foram, mas nem ao menos podiam mais ser vistos.

– Vamos o Pedro já está ficando cansado de ficar esperando. – Vanessa riu.

– Oh. Obrigada por esperar! – Mia agradeceu com um enorme sorriso logo depois de correr ao encontro dele.

Se sentia bem entre eles. Gostou mesmo de ter feito essa escolha de participar desse clube, todos pareciam amigos e simpáticos, adoraria fazer efetivamente parte disso.

Agora o céu lá fora já estava escuro então Vanessa e Pedro disseram que iriam voltar a pé também então poderiam lhe acompanhar parte do caminho.

Vanessa dizia que iria ter que sair agora com seus pais para um jantar, indo com eles só até a primeira esquina onde logo virou correndo em direção a sua rua.

– Ainda não entendi onde é sua casa? Pelo o que você está falando é a rua das Alfândegas.

– Ah... É que eu não lembro o nome. – Sorriu Mia meio sem graça.

– Bom, se for isso que eu estou pensando mesmo, minha casa é depois da sua. Então posso te acompanhar até a porta.

– Certo. – A garota sorriu para ele e continuou andando seguindo ao seu lado.

Estava calor, muito calor esta noite, ela não estava aguentando ficar andando e olha que estava de noite! Começou a se abanar.

Não sabia como Pedro podia estar aguentando, ele nem aparentava sentir nada diferente. Será que as pessoas por aqui estavam mesmo acostumadas com esse calor?

– Está calor hoje né? – Comentou ele olhando-a de forma divertida.

– Muuuito. Acho que eu não vou me acostumar com isso.

– Ah! Acostuma sim. Já estamos chegando na sua casa né? É virando essa esquina aqui.

– Isso! É essa rua mesmo.

Então ouviram um barulho de sininhos tocando. Avistaram ali próximo a esquina um sorveteiro.

– Ali está vendendo sorvete! – A garota disse animada.

– É, quer comprar um?

Ela instantaneamente ficou sem graça e já não sabia mais o que dizer. Não queria incomodá-lo ainda mais... Talvez não fosse uma boa ideia...

– Vem, eu pago para você. – Ele a puxou pela mão.

De qualquer forma ela ainda não queria se despedir também. Assim, um sorriso verdadeiramente grande se abriu nela.