Gostosuras ou Travessuras? escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Travessuras ou Gostosuras.


Notas iniciais do capítulo

Estava aqui sem nada para fazer e decidi escrever essa história fofa.
Não me baseei no livro, por isso não tem Spoiler nos avisos. Eu não li A Casa de Hades, só sei que quis colocar o Percy com 18 anos, sem explicação.
Não tem lemon '-' não peça por favor, é capítulo único rsrs



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O Halloween era uma das comemorações preferidas de Percy Jackson. Sua mãe nunca podia comprar uma fantasia especial para ele, mas isso não significava que o garoto ficava fora da festa. Afinal, andar pelo bairro ganhando doces de graça era imperdível. Ele inventava diversas fantasias usando tudo o que via pela frente. Geralmente o tema Múmias era sempre uma boa ideia.

Bastava se enrolar com as bandagens e pronto.

No entanto, esse ano, Percy estava muito velho para sair pelas ruas vestido de múmia, pedindo doces. Aos dezoito anos, seu trabalho era distribuir os doces na portaria do prédio onde morava com sua mãe e Paul.

Sugeriram que ele vestisse uma fantasia para assustar as crianças, mas Percy achou que era melhor não. Ele já estava envergonhado demais sendo o único jovem a não participar de uma verdadeira festa de Halloween com bebida, música e garotas... se bem que, a última opção não era de seu maior interesse.

Ele ficou ali, entregando os doces para todos os tipos de crianças. Das mais gentis até àquelas que mais se pareciam com Clarisse La Rue do Acampamento meio-sangue.

Falando nisso, naquele momento o Acampamento estava em festa, visto que o Senhor D. sabia como fazer uma. Mas Percy havia prometido à sua mãe que passaria em uma boa faculdade, por isso, nada de se divertir. Só entregar doces.

Quase meia noite, Percy verificou que os doces haviam acabado mais cedo esse ano. Isso porque alguns monstros, que aproveitavam o Halloween para também sair nas ruas, haviam levado todos os doces. A diferença era que eles não usavam fantasias e a névoa estava mais fraca também. Desse jeito, os mortais podiam vê-los.

Percy achava engraçado, alguns monstros filhotes realmente podiam se passar por novaiorquinos mirins.

Ele já estava fechando a porta quando sentiu um sopro frio e uma sombra surgir, segurando a porta. A princípio assustou-se, mas depois sentiu as sombras correm a sua volta. Percy reconheceria aquela sensação em qualquer situação.

Assim que a porta se abriu, Percy encontrou o visitante parado na escada de entrada.

— Gostosuras ou travessuras? – Perguntou Nico Di Angelo.

— Bem... acabaram-se os doces. – Percy coçou os cabelos, dando um sorriso sem graça.

— Então... travessuras. – Nico deu um passo a frente, subindo o degrau.

— Ok! Mas pega leve. – Percy balançou os ombros e deixou Nico entrar.

Eles caminharam em silêncio até o quarto andar. Para ambos era novidade o rapaz entrar pela porta da frente, já que nos últimos meses Nico vinha escalando a escada de incêndio algumas noites.

Sally e Paul estavam assistindo à um filme de terror na televisão. Na verdade somente Sally assistia, Paul estava dormindo.

Após Sally fazer algumas perguntas, que deixou Percy extremamente encabulado pela curiosidade da mãe, eles foram para o quarto.

— Não se preocupe. Sua mãe é bem legal. – Tranquilizou Nico, sentando-se na cama e pegando uma revista em quadrinhos que estava ali em cima.

— Eu sei, mas ela não precisava te interrogar daquela forma. Toda vez que ela te vê, pergunta como está o submundo.

— É uma curiosidade normal, eu acho.

— Você não me pergunta como está o mar, quando me vê, por exemplo.

— Isso porque você não mora no mar. Já eu, moro no submundo. – Nico largou a revista, quando Percy sentou na cama ao lado dele. O rapaz enfiou uma de suas mãos nos cabelos de Percy, acariciando os fios e depois bagunçou.

— É verdade o que você disse lá na sala?

— Sim, sua mãe cozinha bem e-

— Não. Eu sei que os biscoitos dela são bons. – Percy deitou na cama e Nico aconchegou a cabeça no peito dele, recebendo um abraço. – Falo sobre o submundo no Halloween.

— Ah! Meu pai odeia essa festa. Sempre aparece algum infeliz lá embaixo achando que não morreu e sim, foi levado para uma festa do dia das bruxas muito bem organizada. É cansativo, mas engraçado no dia seguinte quando eles descobrem que morreram.

Nico riu. Era raro vê-lo sorrir. E Percy não sabia se era bom ou mal vê-lo sorrir com algo tão mórbido como a morte de alguém. Mas o que poderia fazer? O rapaz era filho de Hades.

Eles ouviram batidas na porta, mas não se mexeram, Sally também não entrou, avisando que já ia dormir, e se desejassem comer mais bolo e biscoito, encontrariam na cozinha. Nico agradeceu e Percy só disse um “Ok, mãe.”

— Ela sabe. – Nico comentou.

— Sabe? Como assim, sabe?

— Ela simplesmente sabe. – Nico continuou com a cabeça no peito de Percy, enquanto ele mexia em seus cabelos. – Dizem que as mães sabem essas coisas. Que elas conhecem seus filhos melhor do que ninguém.

— Você acha que sua mãe também te conheceria bem? – Percy não costumava falar naquele assunto, mas como foi Nico que começou, não viu porque não poderia.

— Acho que sim. – Nico virou-se na cama, deitando sobre Percy. – Meu pai fala pouco sobre ela. A única coisa que diz, é que ela era uma mulher que apreciava a vida.

Percy deu um beijo em Nico.

— E quanto aquela travessura?

— Seus pais estão em casa. – Nico falou baixinho, sentindo-se corado.

— Ah. – Percy desanimou. – Mas você pode levar a gente para uma festa de Halloween no submundo. – Ele riu, apenas brincando, mas Nico acabou levando a ideia a sério.

Eles estavam no submundo. E a viagem não foi lá tão maravilhosa através das sombras. Percy sempre ficava enjoado.

Não era muito agradável aparecer ali sem ser convidado. Mas Hades e os demais deveriam estar muito ocupados com os mortos descrentes. Percy notou que havia algumas pessoas até dançando e jogando papel higiênico nos galhos secos de árvores.

— Como eles... – Era melhor deixar para lá. – Onde nós vamos?

— No jardim de Perséfone. – Nico andava na frente.

— E ela vai deixar?

— Nessa época do ano ela não fica aqui. Então está tudo bem. – Ele se virou e piscou para Percy, pegando a mão dele. Eles chegaram sem problema no jardim, era um dos lugares mais bizarros que Percy estivera antes. E ele já esteve em muitos lugares bizarro, vocês sabem.

Eles sentaram em um banco de ossos branco que se entrelaçavam em formas abstratas e arrepiantes. Percy tentou ignorar o clima macabro ao seu redor, principalmente quando Nico o beijou.

O beijo não durou muito, porque um certo deus do mundo inferior apareceu. Percy foi de caucasiano para branco, pálido quase morto.

Talvez se Hades não tivesse tão irritado com os mortos aquela noite... O deus desistiu do sermão, ele precisava de um bom coquetel de uísque duzentos anos com gelo. Saiu resmungando qualquer coisa, enquanto Percy recuperava sua cor.

— Acho que já está na hora de ir embora. – Ele disse, respirando fundo e sentindo o coração desacelerar. Nico riu baixinho. – Acho que esse Halloween foi bastante assustador.

— Não exagere. Você já lutou com deuses poderosos, vai ficar com medo do meu pai?

— Seu pai... exatamente por isso assusta.

— Oh! – Nico corou, sua pele pálida corada era uma cena bem inusitada para Percy. – Eu.. eu...

— Relaxa, acho que não é um dia bom para falar com o sogro, não é?

Nico sentiu um calafrio percorrer a espinha, era fato de que eles nunca tocaram naquele assunto antes... e não estava certo em falar sobre namoro. Mas Percy era assim, sempre o surpreendia.

— Acho, acho melhor esperar o carnaval, é sempre uma data divertida aqui no mundo inferior.

As sombras os envolveram novamente, e assim Nico levou Percy de volta para Nova Iorque.

Na escada de incêndio, eles se beijaram mais uma vez, antes do rapaz retornar para a escuridão, mas antes que ele desaparecesse completamente, Percy perguntou sobre a tal travessura...

— Dá uma olhada no seu quarto. – Nico sumiu.

Percy virou-se, encontrando um quarto decorado com papel higiênico azul pendurado no ventilador e em todos os cantos. Ele suspirou, afinal, travessura era travessura, por mais que ele quisesse que naquela noite significasse outra coisa.


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Notas finais do capítulo

O pessoal no EUA curte fazer uns trotes jogando papel Higiênico por aí. Tem até parques que eles colocam seguranças para não ser alvo de vândalos :D
É isso, beijos.
Para a Lele, que é companheira nas noites sem nada para fazer e a Andy tb ♥