Loucuras À Meia Noite escrita por Mrs Trent


Capítulo 49
Segredos


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEELLOOOOOOOOOOOO POTTERHEADS! Teve gente que pediu capítulos maiores nos comentários anteriores, daí aqui venho eu, com quase 4.000 palavras >< Avisando que em breve voltaremos para Hogwarts.........

XOXO>> Angie *-*



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P.O.V: Rose.

Eu sou definitivamente a pessoa mais azarada que existe na face da Terra. Sim, eu já sabia disso, mas parece que o universo continua apenas me relembrando disso a cada hora!

Então, digam-me, que tipo de pessoa consegue quebrar o braço do namorado na primeira vez em que vai visitar os pais dele? Isso mesmo, EU. Rose Weasley. Maravilhoso, não?

Foi tão rápido, eu convenci Scorpius a descer para continuarmos, mas claro que eu tive a brilhante ideia de ir de cavalinho nele. O retardado me fez cócegas e eu provavelmente fiz movimentos involuntários, como puxar seus cabelos e talvez me debater a ponto de nos fazer rolar escada a baixo... A próxima coisa que eu sei é de cair em cima de uma coisa meio dura e ouvir um barulhinho engraçado de “crack”, seguido por um grito alto de Scorpius. E só quando me levantei e vi que o braço dele estava numa posição nada natural, que eu percebi: eu caí (de alguma forma) sentada em cima do braço dele e o quebrei.

Céus, eu deveria ficar de quarentena.

Agora Draco está no andar de cima, no quarto, cuidando dele. A nossa sorte é que tem um curandeiro aqui, caso contrário Scorpius morreria de dor. Astoria continua me dizendo que foi um acidente, um acidente incomum, mas um acidente. Ainda não consigo me conformar...

— Ah, Rose, não fique assim, ele vai ficar bem. — ela me confortou outra vez ao ver meus olhos marejarem.

— Eu que deveria estar te consolando! Você é a mãe, céus, eu sou uma pessoa horrível! — senti uma lágrima escorrer e ela me abraçou, acariciando meus cabelos.

— Tudo bem, querida. Eu estou quase que acostumada a ver esse menino se machucando, ele nunca foi o tipo quieto. — ela riu. — Além do mais, Draco é ótimo no que faz. Scorpius nem está mais gritando, aposto que não sente mais dor.

Funguei.

— Mas fazem horas...

Astoria pareceu se tocar de algo.

— Horas! Oh, querido Merlin! Eu me esqueci completamente! Você precisa ir para casa, o que seus pais pensarão?

Casa...? Não posso ir para casa! Eu quebrei o braço dele, ele está em dor, não posso deixa-lo! Ele precisa de mim! Bem, talvez precise de mim longe dele... Suspirei ao pensar que Scorpius não deveria querer me ver nem pintada de ouro e com uma lingerie sexy. Ele deve estar meio puto comigo... Talvez eu deva mesmo ir para casa, acho que já fiz o suficiente. Tornei esse almoço, o primeiro almoço em que ele leva uma namorada, num perfeito e perigoso circo. Por que ele iria querer me ver? Não passo de uma desastrada.

— Rose? — notei que alguém me chamava. Era Draco, ele descia as escadas.

Me levantei rapidamente, quase caindo no processo, mas Astoria me segurou.

O olhei em expectativa.

— Como ele...? Ele está...? — meus olhos marejaram novamente e Draco sorriu levemente.

— Ele está bem, não era tão grave quanto pareceu ser. Ele já não sente nada além de dormência no braço, em uma ou duas semanas retiraremos o gesso — suspirei aliviada, colocando uma mão no coração e sentindo um pouco do peso nele se esvaindo. Astoria acariciou minhas costas. — Ah, e ele quer te ver.

— Ele quer? — perguntei totalmente perplexa e Draco assentiu.

Provavelmente está louco para gritar comigo até perder os sentidos, talvez até terminar... Não, ele não terminaria comigo por algo assim, certo? Quer dizer, eu só quebrei o braço dele!

Droga, acho que acabo de ficar solteira...

Meu coração se apertou ao pensar nisso.

— Pode falar com ele e te levamos embora depois, querida. — Astoria disse em um tom suave e doce.

Assenti de cabeça baixa e fui subindo as escadas devagar, com medo de acabar fazendo outra besteira. Eu parei na porta do quarto de Scorpius, respirando fundo. Estava com medo... Medo de perde-lo. Ficar sem ele... Por que será que a opção parece tão aterrorizante? Por que de repente não posso mais imaginar meus dias sem aquele sorriso torto, seus ciúmes irritantes e seus beijos doces e atirados? Seus toques... Seu jeito divertido... Aquela mania irritante de me deixar viciada em tudo nele.

Minhas mãos começaram a tremer de medo. O que ele diria ao me ver?

Você nunca vai descobrir se não abrir essa porta!

Cale a boca consciência, eu não preciso de você!

Tomando uma coragem que não faço a mínima ideia de onde tirei, eu abri a porta ainda trêmula, temendo pela reação dele...

Empurrei a grande porta devagar, espiando e o vendo deitado na cama. Seu braço estava com um material branco e grosso, ele tinha leves rastros de suor na testa e estava um tanto quanto pálido. Senti meu coração doer.

— Hey... — falei meio baixo.

Por Merlin, eu sou tão cara de pau!

Assim que aqueles olhos verdes chegaram em mim, eu vi uma certa urgência neles, ele me olhou da cabeça aos pés, se sentando na cama com dificuldade.

É agora... Pensei e me preparei, quase fechando os olhos sem querer ver o olhar de ódio, todavia, tudo o que ouvi foi:

— Você está bem? — num tom extremamente preocupado.

Olhei para ele, notando agora que ele procurava machucados em mim, achando alguns pontos feridos em meu corpo pela queda.

Senti meus olhos marejarem outra vez e dessa vez não pude conter as lágrimas, era apenas inaceitável! Ele deveria gritar comigo, droga, eu nunca pensei que poderia cogitar essa ideia, mas eu não mereço Scorpius Malfoy.

Ele arregalou os olhos.

— O que foi? Está com dor? — ele tentou se levantar, por isso fui até ele com pressa, me sentando na beirada da cama e o fazendo ficar onde estava, ainda chorando. — Rose, está me preocupando de verdade, eu devo chamar o meu pai?

Lhe dei um tapinha fraco no braço, querendo rir da situação.

— Eu quebrei o seu braço e a primeira coisa que você diz quando me vê é “você está bem?”, droga, Scorpius!

Ele me observa sem entender, passando a mão boa em meu rosto e limpando as lágrimas.

— O que há de errado nisso, ruiva? Eu estava preocupado, não tive tempo de checar em você e seria fácil para o meu pai mentir sobre o seu estado.

Eu senti um sorriso brotando em meus lábios sem que eu quisesse e ele sorriu levemente ao vê-lo, acariciando a covinha em minha bochecha. Me sentei melhor e peguei seu rosto entre as mãos, lhe dando um selinho demorado.

— Você não existe, senhor Malfoy. — murmurei contra os lábios dele, apoiando nossas testas.

— Eu sei, eu sou um partido e tanto, não sou? — ele sorriu torto e eu me afastei, dando um tapinha em sua mão.

— E o ego se manifesta! — exclamei limpando as lágrimas e rindo brevemente.

Estou tão aliviada que não posso colocar em palavras. Ele só estava preocupado comigo, só isso, a pura e mera preocupação. Como posso conviver com isso? Esse sonserino tem um coração maior do que se atreve a mostrar, de repente me senti privilegiada por estar nele, por fazer parte de sua vida. Não notei que o estava encarando até que ele pegou a minha mão e enlaçou nossos dedos, todo e qualquer contato com a pele dele me faz acordar.

— O que foi? — ele indagou curioso. — Está me olhando esquisito.

Peguei um pano que Draco havia deixado em cima da escrivaninha e limpei o rasto de suor de seu rosto com cuidado, como se ele tivesse se quebrado inteiro e não só o braço.

— Eu pensei que você fosse brigar comigo, gritar e terminar. — falei depois de alguns segundos.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Por que eu faria isso? Não foi sua culpa, eu que fiz as cócegas.

— Foi a minha bunda que quebrou o seu braço.

— Uma bela bunda, aliás. Maravilhosa com essa lingerie preta...

Me senti corar até o último fio de cabelo.

Ele e sua língua pervertida! Ainda não me acostumo com esses benditos comentários, e duvido que na verdade vá conseguir.

— Cala a boca, pervertido!

— Mas é só a verdade! — ele riu com a minha vergonha e ficamos em silêncio logo em seguida.

Minha expressão foi murchando enquanto eu olhava para seu braço, percebendo como deveria ter doído e até mesmo ainda estar doendo. Eu corri as pontas dos dedos levemente na textura lisa do gesso e mordi os lábios, me sentindo culpada.

— Me desculpe... — murmurei após um tempo e vi a mão dele indo para cima da minha, acariciando meus dedos.

— Não foi sua culpa, eu já disse.

Eu abri a boca para argumentar quando ouvimos batidas na porta.

— Posso entrar? — era Draco.

— Pode. — Scorpius permitiu e o loiro entrou, olhando diretamente para mim.

— Está tarde, podemos ir? — ele indagou a mim.

Scorpius correu o olhar pelo pai e depois para mim, ele ficou em silêncio por um tempo, nos olhando, antes de se dar conta do que Draco queria dizer.

— Ir? Ir aonde? Embora?! — assenti tímida e senti ele apertar minha mão. — Você não pode ir embora! — ele me olhou quase desesperado e me senti corar ainda mais.

— Bem, eu acho que já fiz o suficiente por um dia...

— Fica. — ele olhou em meus olhos com aquele maldito olhar de cachorrinho e depois olhou para o pai com o mesmo olhar. — Eu não ganho um desconto por ter quebrado o braço?

Draco se apoiou na porta com os braços cruzados, um tanto desleixado, não pude deixar de compará-lo ao filho. Ele tinha a mesma ruguinha na testa como Scorpius, aquela de quando estava pensando bastante.

— Tudo bem, mas...

— No meu quarto. — Scorpius já foi exigindo e eu arregalei os olhos.

— Scorpius! — adverti meio alto demais.

— O quê?! No meu quarto sim! Não vou conseguir dormir sabendo que você está no quarto ao lado. — ele insistiu o olhar em cima do pai.

Retiro o que disse, ele é que não me merece! Onde já se viu pedir uma coisa dessas para o pai?! Por que será que ele não pede logo um pacote de camisinhas junto?!

— Tudo bem! — quem disse isso foi Astoria, se intrometendo e saindo, literalmente, do nada! Sequer a vi aparecer.

Draco olhou para a esposa de forma reprovadora.

— Astoria...

— O quê? Depois que nos conhecemos você não conseguia manter suas mãos fora de mim! Quando começamos a namorar então... — ela se abanou e eu já estava prestes a explodir de vergonha. — Acha mesmo que eles já fizeram alguma coisa? Rose é claramente virgem apesar de Scorpius não ser, ela não parece ser o tipo de garota que faz esse tipo de coisa com dois adultos em casa, ou você acha o contrário? — ela colocou o marido numa bela encruzilhada e eu só queria um buraco no chão para me meter.

Abaixei a cabeça, deixando que o cabelo cobrisse meu rosto e ouvi Scorpius rindo baixinho, tive vontade de quebrar seu outro braço.

Draco nos observou por longos momentos antes de ceder, ele claramente não tinha poder para discutir com Astoria.

— Ok, mas a porta fica aberta. — ele impôs. — Rose, precisa escrever para os seus pais.

Assenti e Astoria já foi me arrastando para o andar de baixo, lá eu escreveria a carta e ela faria questão de que fosse entregue ainda hoje.

“Queridos papai, mamãe, e meu querido irmão intrometido que eu tenho certeza que vai abrir antes de mostrar a eles,

Aconteceu um pequeno acidente, e bem... Eu meio que... Quebrei o braço de Scorpius... Ele está realmente ruim e decidi passar a noite aqui. Em quartos separados, claro...

Eu provavelmente voltarei para casa amanhã, espero que recebam a carta ainda hoje.

Com amor,

Rosie”

Bem, uma mentirinha não vai fazer mal, certo?

Entreguei a carta a Astoria e ela a dobrou sem ler, a colocando em um envelope.

— Prontinho, querida, pode subir. Eu perguntaria se precisa de uma de minhas roupas para dormir, mas creio que uma camiseta de Scorpius deve ser o suficiente...

Corei mais arduamente ainda e ela riu, murmurei um “obrigada” e subi correndo. Draco não estava mais no quarto e Scorpius estava trocado e com os cabelos úmidos, provavelmente tomou um banho.

Eu sentia o seu cheiro de baunilha exalar e chegar até mim. Mordi os lábios e pensei no que vestiria se tomasse banho. Bem, uma camisa de Scorpius serviria sim, claro, mas e quanto às roupas íntimas? Céus, isso é apenas constrangedor demais, eu deveria ter ido embora quando tive a chance.

Ouvi os interruptores se desligando e um “boa noite” de Astoria e Draco antes de uma porta batendo. Engoli em seco e olhei para o meu namorado.

— Mamãe separou um conjunto de lingerie para você, está no banheiro se quiser tomar banho, é novo e é do seu tamanho.

Cruzei os braços.

— Como pode saber que é do meu tamanho?

Ele rolou os olhos.

— Rose, eu já dormi de conchinha com você, meus sentidos masculinos não mentem, é exatamente do seu tamanho.

Foi a minha vez de rolar os olhos para encobrir a minha vergonha e ele me jogou alguma coisa, agarrei ainda no ar e olhei, era uma camisa, um moletom grande e de mangas cumpridas... mas só tinha a camisa...

Ele colocou o braço bom atrás da cabeça casualmente e sorriu torto para mim, como se já me imaginasse no moletom. Corei e fui para o banheiro do quarto dele rapidamente, trancando a porta e respirando fundo.

Me olhei no espelho. Estou uma bagunça e meio suada... Definitivamente preciso desse banho. Meus olhos estão meio borrados graças a choradeira por ter quebrado o braço de Scorpius e meus cabelos antes arrumados estavam uma verdadeira baderna.

Respirei fundo.

— Tudo bem, Rose, você já dormiu com ele antes, não é nada demais... Nada demais... — sussurrei para mim mesma e comecei a me despir, olhando em volta.

O banheiro é bonito, sofisticado, claro.

O piso é preto e as paredes tem desenhos variando entre o branco e o preto, assim como os móveis dali. A pia era de vidro branco de uma forma oval encaixada num armário de tamanho médio preto. O vaso era branco também, o espelho abria para revelar uma escova de dente e pasta. Olhei para o boxe e encontrei uma banheira esperando por mim. Era quadrada e branca, mas o vidro que a separava do resto do banheiro era preto.

Tirei os sapatos, sentindo o chão frio e liso antes de me livrar do vestido, sentindo um peso a menos e suspirando aliviada. Em seguida soltei o cabelo, percebendo que a forma que o prendi já estava me doendo o couro cabeludo e me livrei das peças íntimas. Enchi a banheira e enquanto ela ia enchendo, olhei em volta, procurando a tal lingerie que Astoria separou para mim.

Encontrei um pedaço de pano vermelho pendurado junto com a toalha e arregalei os olhos. Levei as mãos a boca antes de me aproximar lentamente, como uma criança aterrorizada.

Peguei os dois pedaços de pano, bem, o sutiã é realmente bonito... É de bojo e é na cor de um vermelho sangue escuro. Tem algumas rendas na parte abaixo dos seios, agora a calcinha que me apavorou. Era... bem... quase transparente e bem menor do que as que eu costumo usar. Não chegava a ser fio dental, mas quase lá! O que Astoria tem na cabeça? A dela com certeza não trabalha como as das outras mães! Me pergunto o que Draco falaria se soubesse disso...

Sacudi a cabeça e pendurei a lingerie ali, prendendo meus cabelos (achei melhor não molhá-los a essa hora) e entrando na banheira e sentindo a água morna e relaxante envolvendo o meu corpo.

— Ah... — soltei baixinho e com os olhos fechados, me permitindo relaxar.

Tentei me distrair e realmente relaxar, mas quando estava quase lá, me encontrava olhando para a lingerie como se ela fosse um grande monstro que eu não queria encarar. Eu sabia bem que Scorpius nunca faria algo que eu não queira... O problema é que quando estou com ele é difícil pensar em “não querer” algo. Ele me deixa grogue, meus sentidos parecem mais aguçados e completamente fora de ordem ao mesmo tempo quando estamos juntos... Nunca consigo pensar claramente. Isso me assusta. Me assusta que eu não tenha o controle de mim mesma...

Bufei e decidi acabar logo com o banho, já lavando tudo o que tinha que lavar e cansada dos meus próprios pensamentos.

Me troquei sem pensar demais, pensar acaba nos deixando loucos. Vesti a lingerie tirando logo a etiqueta. Surpreendentemente, coube perfeitamente, na verdade até realçou o corpo que eu não tenho direito.

Olhei-me no espelho por alguns instantes, primeiro de frente e então de costas, lentamente a minha ficha caiu: Scorpius viu a lingerie. Ele sabia que caberia em mim...

Percebi meu rosto ganhando cor e coloquei o moletom rapidamente, ele me serviu bem, seria conservador se não fosse pelas pernas totalmente nuas.

Penteei meus cabelos e os deixei soltos, ondulados pelo penteado.

Puxei as mangas para cobrirem minhas mãos e tomei nota mental:

Não vou deixar nada demais acontecer, não posso deixar”.

Decidida a continuar virgem, eu deixei o banheiro devagar. Em passos lentos e silenciosos, esperando que ele já tivesse dormindo.

Soltei um som aliviado ao ver que o meu desejo se realizou.

Merlin, obrigada! Finalmente você joga a meu favor!

Sorrindo por não precisar passar por um sufoco essa noite, eu me aproximei quieta para não o acordar. Subi na cama engatinhando, tomando cuidado para o colchão não ceder muito sob meu peso. Me deixei bem devagar de costas para ele, tomando o cuidado de deitar onde o seu braço bom estaria perto de mim, dessa forma não correria risco de fazer mais estrago. Me ajeitei devagar, com medo de puxar a coberta pois o acordaria, então apenas me encolhi em posição fetal, tentando esquentar as pernas e sentindo o corpo doer um pouco.

Eu estava quase adormecendo quando ouvi uma voz rouca:

— Rose... Se deite do outro lado, quero te abraçar.

Meu corpo enrijeceu rapidamente e arregalei os olhos no escuro.

Merlin, você realmente me odeia.

Suspirei.

— Seu braço está ruim, Scorpius, sossegue e durma.

— Então vem aqui. — ele tentou me virar, mas com um braço só era difícil. Senti uma mão dele em minha coxa e mordi os lábios. — Está gelada, Rose. Está um frio dos infernos, vem logo.

Até cogitei não ir, mas não adiantaria... No instante em que apagasse, meu corpo agiria sozinha e acordaria agarrada a ele. Bufei e me virei, dando de cara com ele. Ele estava virado de lado também e me encarava com aqueles lindos olhos cor de esmeralda. Seus cabelos estavam totalmente desgrenhados, droga, isso o torna ainda mais atraente.

Ele jogou a coberta para cima de mim e depois apenas fechou os olhos, se contentando em pegar a minha mão e enlaçar nossos dedos. Observei seu rosto por alguns instantes, os traços masculinos e fortes... Ele tem traços bem de “homem” para um garoto de apenas 16 anos. Antes que pudesse evitar, eu levei a mão para o rosto dele, passando os dedos em sua bochecha. Continuei observando, o desenho de sua mandíbula, a pinta bem pequena que ele tinha abaixo do queixo, subi os olhos, me demorando no desenho de seus lábios. Perfeitos, como o resto dele... Em pensar nisso, eu desço o olhar para seu peito e só então percebo que ele está sem camisa.

Merlin, você definitivamente quer me matar.

Engoli em seco.

— Rose, é difícil dormir assim, estou quase te obrigando a dormir de conchinha comigo, então é melhor aproveitar a minha misericórdia.

Não pude evitar a risadinha que escapou de meus lábios ao pensar nele como alguém “misericordioso”. Ele espiou por um olho só, deixando o outro fechado, mas logo o abriu também.

— O quê?

— Ah sim, você é muito misericordioso. — ri novamente e ele sorriu levemente, erguendo uma sobrancelha.

— Não acha que eu seja? Qual é, você está há três peças de roupa de estar nua, estamos dividindo a mesma cama e tudo o que eu quero é segurar a sua mão, vai dizer que não sou o rei da misericórdia?

— O rei da compaixão, claro. Como espera que eu te chame? Vossa Alteza ou Milorde?

— Eu prefiro “my lord”. — ele sorriu travesso e rolei os olhos, não podendo deixar de sorrir também.

— E como você deveria me chamar, então? — perguntei brincando com seus dedos.

— “My lady”. — o som das palavras em sua voz me causou arrepios.

— Claro, a “lady” que quebrou o seu braço com a bunda.

Foi a vez dele de rir.

— Você sabe como quebrar o clima, Rosie. Deve ser um tipo de dom.

Senti um calafrio percorrer o meu corpo pelo frio e instintivamente me aproximei mais dele, ele se deitou de costas para que eu pudesse apoiar a cabeça em seu peito nu. Senti seus lábios roçando meus cabelos e sua mão boa em minha cintura. Seu corpo exalava um calor que o cobertor nunca me proporcionaria.

Fechei os olhos e passei os dedos suavemente em seu peito, contornando seus músculos. Sem perceber eu fui descendo os toques por seu abdômen, contando repetitivamente os “quadradinhos” de sua barriga. Percebi a respiração dele começando a descompassar e seus batimentos se acelerando enquanto ele se arrepiava.

Ele não disse uma palavra, em vez disso apenas começou a descer sua mão de minha cintura para minha coxa, e então adentrando o moletom. Senti seus dedos na pele nua de meu quadril, meu corpo já começava a responder como o dele.

— Scorpius... — suspirei o nome dele num tom baixo e ele murmurou algo baixo, e de repente eu estava em cima dele, com os joelhos em ambos os lados de sua cintura. Não sei como ele me virou, só sei que logo seus lábios estavam nos meus, ardentes, vorazes.

O gosto de menta invadiu a minha boca deliciosamente, serpenteando o desejo por todo o meu corpo enquanto a mão dele apertava minha coxa. Arfei contra sua boca e mordi seu lábio inferior, puxando-o lentamente entre meus dentes e passando a língua em cima dele em seguida.

Ele passou a mão em minha barriga, me arrepiei inteira enquanto sua mão subia e subia, até alcançar o sutiã. Ele apertou levemente o meu seio e estremeci, mas ao mesmo tempo foi como um sinal vermelho de “PARE!” gritando em minha mente.

Afastei nossos lábios e ele tirou a mão dali rapidamente, descansando-a em minha cintura sobre o moletom.

— Desculpe... — ele murmurou. — Não pude evitar... — o loiro ainda arfava, seus lábios estavam inchados e vermelhos, convidativos como nunca.

Lhe dei um selinho demorado e voltei a me deitar melhor me enrolando na coberta de forma que minhas pernas nuas não encostavam nas dele. Me aconcheguei em seu peito, sentindo que aos poucos nós dois relaxávamos.

— Sabe que é capaz de nunca conseguir isso comigo, certo? Os namoros de adolescência não costumam mais durar...

Ele acariciou meus cabelos.

— Não é isso que eu quero com você, Rose. Você é bem mais do que apenas sexo. Eu nunca tinha me sentido assim antes...

Ergui um pouco o olhar quando sua voz começou a morrer e fitei seu rosto. Ali estava, a expressão triste, preocupada, culpada. Ela sempre aparecia quando ele falava um pouco mais do que sente, como se isso o lembrasse de algo.

— Por que sempre faz essa cara quando fala do que sente? — indaguei cuidadosa.

Ele me olhou e sorriu levemente, mas era forçado, eu podia ver, não chegava aos olhos.

— Que cara?

— De culpa. — quando falei isso, senti seu corpo enrijecer rapidamente e logo ele se forçou a relaxar.

Franzi o cenho, sentindo que ele escondia algo de mim.

— Por que eu sentiria culpa? — ele riu brevemente. — Vamos dormir, Rosie. Temos um longo dia amanhã. — ele me deu um selinho e em seguida fechou os olhos.

Há algo errado, muito errado.

Estava errado desde o início, mas talvez eu estivesse apenas escondendo isso de mim mesma... Está claro agora. Scorpius esconde algo de mim.

E eu vou descobrir o que.


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Notas finais do capítulo

HMMMMM! Teremos treta!! Rosie está percebendo umas brechas do Scorp... Justo quando eles estavam tão bem, hein! (tirando o braço quebrado, por que a Rose é a pessoa mais delicada da face terrestre) KKKKK'

Vejo vocês nos comentários! :*



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