Loucuras À Meia Noite escrita por Mrs Trent


Capítulo 48
Bônus - Juntos


Notas iniciais do capítulo

BÔNUS BÔNUS BÔNUS BÔNUS!!!!

FINALMENTEEEEE! Entonces, eu decidi fazer o bônus sobre a Astoria e o Draco, por que né >
Espero que gostem!

XOXO>> Angie *-*



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Draco Malfoy passou anos e mais anos nas sombras da sujeira de seu nome. Após a batalha de Hogwarts, ele não pôde concluir seus estudos, mas seu pai deu um jeito para que ele conseguisse seu diploma.

Ah... Seu pai.

O homem por trás de tudo.

A relação de Lucius e Draco só esfriou cada vez mais, o que foi basicamente o que fez Draco sair de casa assim que completou dezoito anos. O loiro viveu sozinho num apartamento em Londres, era grande, mas ele o odiava por ter que conviver com os trouxas todos os dias. Sua mãe estava constantemente mandando dinheiro, então não lhe faltava nada.

O tédio o atingiu de tal forma que ele começou a aproveitar a companhia dos trouxas. Morando sozinho ele teve muito tempo para refletir, tempo para pensar em seu passado, em suas atitudes, em seu jeito frio de ser. Ele viu como é ruim ser solitário, não ter amigos de verdade... Como o dinheiro não pode comprar tudo. Não se compra lealdade ou felicidade, ao menos não as genuínas, e ele descobriu isso na prática, infelizmente.

Durante o tempo que morou sozinho, Draco tentou se inscrever desde nas melhores até as piores faculdades do mundo mágico, nenhuma o quis. Ele foi desprezado, até mesmo humilhado em várias entrevistas, e dessa vez as trevas não poderiam ajuda-lo. Isso o fez se afastar ainda mais do mundo mágico, afinal, não havia mais nada lá para ele. Havia errado, ficado do lado errado e agora pagaria por isso.

Contudo, apesar disso, os Malfoy ainda eram uma família com muito dinheiro e ainda assim influentes. Draco conseguiu algo por si só: uma vaga em uma universidade trouxa.

Ele escolheu fazer medicina, havia errado muito em sua vida, havia feito mal... Agora queria ajudar pessoas, curá-las, mesmo que fossem trouxas.

Ele estudou arduamente por anos, chegando a se tornar o melhor aluno por dois anos seguidos, e bem... Talvez e apenas talvez um pouquinho de magia tenha o ajudado de vez em quando. Um ano após terminar a faculdade, ele se tornou um ótimo pediatra, e vários podem afirmar como ele ama a sua profissão. Um pouco depois se especializou em cirurgias e se tornou um dos médicos mais bem pagos do hospital onde trabalha.

Então ele voltou para casa em um feriado... Sua verdadeira casa. Surpreendentemente, era de conhecimento quase geral o sucesso dele em sua vida profissional, muitos não acreditavam, outros já podiam afirmar. Sua reputação ruim permanecia no mundo mágico, mas agora já não era de tanta importância, o assunto era antigo. Afinal, seis anos depois alguma coisa deveria ter esfriado.

Enquanto ia para o banco de Gringotes, ele foi parado por uma jovem. Sua beleza era inegável. Cabelos escuros suavemente ondulados e olhos cor de mel. Um belo corpo esbelto e estrutura baixa.

— Você é Draco Malfoy, certo? — ela indagou com sua voz de sinos e um sorriso lindo.

Draco chegou a se assustar. Há anos ele não recebia um sorriso, quem dirá um tão verdadeiro e contagiante.

— Depende, quem é você? — indagou ele desconfiado.

— Astoria Greengrass, sou uma escritora. Ouvi falar muito sobre você, Sr. Malfoy. Poderíamos conversar?

Draco bufou então.

Outra jornalista querendo saber sobre sua vida, se meter em suas coisas e estragar o que estava perfeitamente bom.

— Desculpe, mas não tenho tempo para pessoas enxeridas, tenho mais o que fazer. — o loiro respondeu friamente, virando as costas para ela e continuando seu caminho.

— Espere! — ela entrou na sua frente e ele parou subitamente ou a atropelaria. — Cinco minutos do seu tempo, é tudo o que eu te peço. Eu não procuro difamar a sua imagem, eu não sou Rita Skeetter. Sou uma escritora. — ela repetiu. — Sou fascinada pelo mundo trouxa e soube que você vive lá há mais de seis anos. Não conheço qualquer outro bruxo que esteja disposto a me ajudar.

Ele rolou os olhos.

— E por que acha que eu estaria disposto?

— Por que eu acredito na sua mudança. — ela disse rapidamente, conseguindo a atenção do loiro. — Eu acredito que as pessoas podem mudar e eu vejo isso em você. Eu posso não ter convivido com você, mas eu estudei com você em Hogwarts, eu te via de longe, eu ouvia os rumores e continuei ouvindo até hoje. Eu acredito.

Ela fitou profundamente os olhos de Draco. Havia algo expresso naqueles olhos claros, uma verdade totalmente inegável. Ela era a primeira pessoa a dizer isso a ele. Nem mesmo seu pai ou sua mãe confiaram em sua mudança, qualquer pessoa que conhecesse seu passado riria quando ele dissesse isso, mas ela tinha uma convicção tão grande. Uma completa estranha.

— Cinco minutos. — ele concedeu.

Ela suspirou totalmente aliviada e sorriu novamente.

Eles andaram juntos por um tempo, conversando. Astoria lhe contou mais sobre sua fascinação para com os trouxas e, de alguma forma, conseguiu fazer com que ele mesmo contasse um pouco sobre si mesmo, algumas coisas de seu passado relacionadas a esse mundo. Quando ele começou a falar sobre a medicina e sobre as crianças que tratava, Astoria começou a perder o interesse na cultura trouxa e ela se via fazendo mais e mais perguntas sobre ele. O homem misterioso. Ele fugia dos detalhes, o que ela odiava, mas continuava insistindo. Havia um brilho no olhar dele, ela podia ver como ele amava o que fazia, e então ela via o mesmo brilho sumir sempre que a morena perguntava sobre seu passado.

Aquele dia foi o mais rápido da vida de ambos, acabara em um piscar de olhos, mas ela queria saber mais, estava intrigada. Antes que pudesse se conter, quando estavam se despedindo, ela disse:

— Quero escrever sobre você. Os outros precisam saber da sua história... Precisam saber o quanto você mudou.

— Ninguém acredita nisso.

— Eu acredito! E eu posso mostrar a todos. Se você ao menos me desse permissão...

Ele negou.

— Até mais, Astoria. — dito isso, ele apenas se foi.

Astoria não sabia quando o veria novamente, mas estava determinada. Ela daria um jeito.

No dia seguinte ela o encontrou novamente, fazendo uma nova proposta: ela usaria a história dele como inspiração para um livro, prometeu que não usaria seu nome. Só havia um problema: ela queria voltar com ele para o mundo trouxa. Ela queria ver por si mesma tudo o que ele lhe disse, queria viver aquilo, sentir aquilo, e após uma semana de insistência e muita conversa, Draco aceitou.

A morena passou a morar no apartamento ao lado do dele e eles se tornaram amigos então. Ela se tornou a única com quem ele podia conversar. Ela o visitou no trabalho como se fosse uma estagiária e tomava notas de tudo, até mesmo das pequenas mágicas que Draco fazia ali.

O tempo foi se passando, o livro ia terminando e os dois só ficavam mais e mais próximos. Astoria começava a se sentir diferente perto dele. Ela notou em como era perceptiva com cada ato do loiro... Em pouco tempo já conhecia todas as suas manias, podia indicar seus piores defeitos e suas melhores qualidades, às vezes se encontrava perdida nos olhos dele durante uma conversa e seu corpo começou a reagir de outras formas a seus toques e palavras.

Com Draco foi diferente. Ele não conhecia ou sabia muito sobre amar ou ser amado, não dessa forma. Ele não notou nada no início, na verdade, ele não notou nada até que ela confessasse seus sentimentos por ele. Foi quase engraçado, ela tremia e suava, não conseguia olhá-lo nos olhos na maior parte do tempo, ele chegou a pensar que ela estava passando mal e até mesmo quis examiná-la. Quando ela soltou o “estou apaixonada por você”, Draco congelou. Primeiro ele ficou perplexo, depois ficou irritado. Gritou com ela que esses tipos de brincadeiras não eram engraçadas e que ele não as aceitaria mais. A morena se levantou e pegou o rosto dele entre as mãos, ela olhou profundamente em seus olhos como no dia em que se conheceram e lhe disse:

— Não é uma brincadeira, eu estou apaixonada por você.

Ele ficou em silêncio por um tempo, encarando seus olhos. Ele não via medo, ela apenas queria colocar para fora o que sentia e não tinha medo de ele não corresponder. Ainda assim, doeu quando ele disse que não sentia o mesmo, mas ela estava preparada para aquela dor, ela foi forte, apenas sorriu e disse que tudo bem, poderiam continuar sendo amigos, ela seguiria em frente.

Ao menos tentaria.

A partir desse dia, a convivência dos dois se tornou diferente. Cada contato parecia proibido, e quando acontecia de suas peles se tocarem, um clima estranho se instalava no ar; todavia, um tempo depois, Draco começou a perceber algumas coisas que ele sentia há um tempo... Começou a reparar em como era atraído pela beleza dela, pela sua personalidade, seus sorrisos sempre largos e sinceros, suas atitudes otimistas e seu jeito persistente. Antes que percebesse, o livro estava publicado, as pessoas o amaram e ela se tornara uma escritora de prestígio, muito importante.

Ela ficou fora de alcance por um tempo, cheia de entrevistas e até mesmo alguns prêmios para receber. Eles não se falaram por quase dois meses inteiros. Draco estava sempre tentando ligar ou mandar cartas, mas elas nunca eram correspondidas. Seu coração doía e ele se afundava na solidão novamente, era estranho não ter mais a animação dela por perto, sua felicidade contagiante... Entretanto, ela não se esquecera dele.

Logo ela o visitou novamente, e dessa vez ele não perdeu tempo. A beijou assim que a viu e disse o quanto sentira sua falta.

Um ano depois eles se casaram e dez meses depois Astoria descobriu que estava grávida. Draco não poderia ter ficado mais feliz com a notícia. Ele prometera várias coisas a Astoria e a si mesmo, estava determinado a ser um bom pai, a não criar seu filho como havia sido criado, a lhe dar o máximo de amor e carinho que pudesse.

Ficou um verdadeiro bobo quando Scorpius nasceu. Era a cara do pai, exceto, claro, pelos olhos verdes. Astoria brincava dizendo que era uma mistura mágica da cor dos olhos dos dois.

Draco se lembra de cada detalhe: o primeiro sorriso, as primeiras palavras, os primeiros passos... Esteve presente, sempre o incentivando, o ensinando. Ele se lembra de quando Scorpius tinha apenas cinco anos e ele brigou com o filho. Foi a primeira vez que ele ouviu o clássico “eu te odeio”. Isso o feriu profundamente. O fez se sentir um fracasso como pai e como marido, principalmente, como homem. Ele havia prometido a si mesmo que faria de tudo... Onde havia falhado?

Astoria o consolou, como sempre, ela era a única que podia fazê-lo se sentir melhor, com seu carisma inegável e suas palavras doces. Juntos, eles criaram Scorpius da melhor forma que puderam.

Ela, a salvação dele.

Ele, seu melhor amigo.

Ela, a que descongelou seu coração.

Ele, seu maior amor.

Ela, a primeira que o compreendeu.

Juntos, eles puderam superar tudo.

Juntos, o covarde se reconstituiu, e a escritora sonhadora conquistou seu próprio conto de fadas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? *-*



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