Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora pessoal, eu sei que o capitulo está pequeno, mas eu estou reservando muitas surpresas para o próximo.



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― Surpresa! ― Hermione sentiu o rosto ser acertado em cheio por algo fofo.

Ela conseguiu pegar a almofada no ar e olhou desesperada para o seu atirador. Não sabia se gritava de susto ou de alegria por ver uma cabeleira ruiva se aproximar com rapidez.

― Gina!

― Mione! Ah meu Merlin, eu já estava morrendo de saudades e ai caramba, sua barriga está grande, que fofo! ― exaltou-se Gina colocando suas mãos sob a barriga já crescida da amiga.

Snape apenas observava as duas garotas se abraçando, com seus sorrisos e gritos ansiosos. Suspirou aliviado, finalmente tinha feito algo certo.

***

― Você acha que ela é mesmo nossa filha? ― Hermione quis saber.

Ela e Snape estavam observando Helena que brincava no jardim, seu lugar preferido. A pequena brincava ali todos os dias quase no mesmo horário e na maioria das vezes sozinha. E como um ato normal de uma família, Snape e Hermione ficavam ali, apenas observando a garota, as vezes pensando de onde ela surgira, tentando decifrar o enigma que ela se tornara e outras vez simplesmente a observando.

― Eu não sei o que responder Hermione ― ele disse tentando ignorar o vento que bagunçava seus cabelos ― Tudo indica que sim, mas não consigo pensar em uma forma disso ter acontecido.

― Talvez... um vira-tempo? ― ela sugeriu hesitante.

― Para isso devemos considera que, de fato, ela veio do futuro. E se ela é nossa filha no futuro, por que você está grávida de gêmeos? E se ela é um dos gêmeos, por que o irmão não está na foto?

― É uma típica foto de família... ― Hermione comentou quase num sussurro.

Snape não viu necessidade de confirmar esse fato obvio. Mas a questão era: eles eram uma família? Aquela foto mostrava que um dia eles iriam ser? Aquela fotografia nada mais era que um retrato de um casal que se amava e na companhia da filha.

Hoje Helena tinha como companhia Gina, e ambas não poderiam estar mais felizes, observou Hermione. Não se oporia a ter Helena como uma filha permanentemente, cuidar, proteger, amar como uma verdadeira mãe faria pelo resto da vida. Mas e se uma mãe por ai estivesse procurando por Helena? Hermione não se sentiria bem enquanto não descartasse por completo essa hipótese, mas isso só acontecerá quando descobrir toda a história dessa pequena menina. Mas parecia cada vez mais complicado. Ela surgira do nada, chamando-a de mãe e carregando uma foto da família que na verdade mais parecia Hermione e Snape mais velhos e felizes.

― Mamãe? ― chamou Helena quebrando sua linha de pensamento, e consequentemente a de Snape também ― Vamos fazer bolinhos, como a senhora sempre fazia no sábado?

Não era sábado, mas isso não importava, Hermione raramente fazia bolinhos, ninguém nunca pediu, ninguém nunca quis pedir e ela tampouco precisava fazer. Olhou para Snape quase que em completo pânico, nem sabia se lembrava de alguma receita.

Snape logo reparou no desespero gritante de Hermione e disse:

― Acho que sua mãe não lembra a receita, Helena.

― Já disse para me chamar só de Lena, pai ― a garotinha insistiu cruzando os braços, mas logo um sorriso brotou em seus lábios ― Não tem problema, eu lembro a receita, eu ajudo a mamãe.

Hermione engoliu em seco enquanto Gina apenas se aproximava com um sorriso triunfante.

***

― Você sabe muito bem que não sou boa na cozinha! ― protestou Hermione aos sussurros.

― Mas Helena acredita que sim, e que você é a mãe dela. Isso pode ser um caminho para tentar descobrir mais sobre ela ― Gina insistiu enquanto sentava encima da mesa.

Hermione se lembrava perfeitamente quando teve que explicar o aparecimento de Helena e porque a garota a chamava de mãe, teve que explicar duas vezes e garantir mais três que não fazia ideia do motivo para o que estar acontecendo. Mas Gina conseguia resumir toda a situação em uma única palavra: destino. Mas Hermione não acreditava em destino

― Que seja, mas eu não lembro como se faz isso e não consigo interrogar Helena como se fosse algo completamente normal!

― Mione se acalme ― a ruiva pediu ― Eu cuido disso.

― Não gosto quando cuida das coisas ― Hermione disse sincera enquanto colocava os pacotes encima da mesa.

Gina bufou antes que notasse a chegada de Helena.

― Mamãe, eu escrevi a receita para a senhora.

Hermione pegou o papel que a menina segurava, e imediatamente arqueou a sobrancelha lembrando nitidamente do próprio Snape, mas não se conteve. A letra naquele papel não parecia de uma criança de seis anos.

― Lena, quantos anos você tem mesmo? ― Gina a fitou confusa.

― Sete.

― Espera, você não tinha seis? ― a ruiva se sobressaltou.

― Tinha.

Hermione apostava que Helena não fazia ideia do quão sério era a informação que estava dando, para ela parecia algo completamente normal.

― Por que não vai ao banheiro lavar as mãos querida?

Assim que a menina saiu saltitante, Gina virou-se bruscamente para a amiga.

― Ela tinha seis anos até algumas horas atrás, como agora tem sete? É aniversario dela?

Sendo sincera, Hermione não tinha ideia de quando era o aniversario dela, xingou-se por nem lembrar de perguntar isso à menina. Mas apesar de tudo, sabia que hoje não era aniversario dela, Helena era uma criança e nesses dias crianças contam para todo mundo que é seu aniversário.

― Não é aniversário dela, mas não sei como isso foi acontecer.

― Helena me parece cada vez mais misteriosa e isso não me parece bom. Não gosto de mistério.

Quando Helena voltou a conversa já havia sido silenciada.

Hermione tentava seu máximo na cozinha. Helena fazia questão de rir quando a castanha derrubava algum ingrediente ou se sujava sem querer, ou quando Gina a sujava propositalmente, Hermione tentava na rir, mas Helena se soltava como se aquilo fosse sua brincadeira preferida.

― Vocês estão sujando toda a cozinha! ― Hermione ralhou.

― E daí? ― questionou Gina em tom divertido ― Você está parecendo tanto a minha mãe...

― Snape não vai gostar nada dessa bagunça toda.

― E desde quando se importa com o que ele pensa?

― Eu sempre me importei, além do mais, estamos na casa dele.

― Mamãe... ― Helena chamou sentando a mesa e parecendo muito com a própria Gina ― Você ainda gosta do papai?

Hermione paralisou, é claro que ela não gostava de Snape. Mas se para Helena eles eram os pais dela, consequentemente ela não devia achar que eles se gostavam? Pelo menos era essa a impressão que a pequena dava.

― Como assim Lena? ― questionou Gina igualmente confusa ― Sabe que seus pais são casados.

― Eu sei, mas um dia mamãe me explicou que o casamento deles não podia ser desfeito, e um dia papai me disse que ele precisava ir embora, morar em outra casa, porque a mamãe não gostava mais dele.

Gina fitou a amiga, ambas sem palavras. O que diriam a ela agora? Como explicariam?

― O que mais seu pai disse? ― Gina tinha que perguntar.

― Ele disse que nos amava muito ― Helena respondeu timidamente ― E que ainda se culpava pelo o que tinha acontecido com Rose e Brian.

― Rose e Brian? ― questionou Hermione.

― Meus irmãos, mamãe, me disseram que eles eram gêmeos.

O mundo pareceu parar para Hermione, ela quase sentiu a barriga pulsar e sua mente ficar em alerta.

― O que aconteceu com eles?

― Papai me disse que eles morreram ainda pequenos, bem antes de eu nascer.

De repente se tornou mais difícil respirar para Hermione. Ela não era a primeira filha, nem um dos gêmeos que esperava agora, vinha depois. E eles morreram, como?

Espera, ela não podia acreditar na própria mente. Helena não era sua filha que viera do futuro.

― Mamãe, estou com sono, posso ir dormir?

Hermione não confiava na própria voz, então apenas acenou concordando.

― Eu a levo para a cama ― Gina garantiu.

***

― Eu não entendo Severo, como isso pode acontecer?

Ela fitou o Mestre de Poções pela milésima vez, e pela milésima vez não obteve resposta. Ele parecia tão surpreso quanto ela, mas Hermione viera para ouvir certezas, certeza de que tudo aquilo era impossível, certeza de que Helena apenas estava perdida e que tudo não passava de coincidência.

― Não espere de mim uma resposta para tudo ― Snape respondeu entre dentes.

― Mas você sempre tem uma resposta para tudo! ― exaltou-se Hermione fechando a cortina da janela abruptamente. E de repente aquele quarto parecia abafado demais.

Snape bufou e se lançou contra ela, fazendo-a recuar assustada.

― E o que espera Hermione? Que eu diga que ela é mesmo do futuro? Se eu disser isso você vai querer mais e mais explicações, explicações que não tenho mais paciência para dar a uma irritante sabe-tudo.

Hermione sentiu que rapidamente seus olhos se encheram de lagrimas e se xingou por isso, respondeu com a voz embargada:

― Eu só fiquei preocupada ao saber que meus filhos estão destinados a morrer.

E bateu a porta, ouvindo um estilhaçar de vidro logo em seguida. Fechou os olhos com força e engoliu em seco, não a primeira vez que Snape perdia o controle de sua raiva, e não seria dessa vez que choraria por ele.

Sentiu a ânsia voltando e correu ao banheiro e cuspiu o que sempre vinha. Sangue. O sangue que indicava que havia 80% de chances dela morrer durante o parto, o sangue que indicava que ela estava morrendo. Não faz muito tempo que o Dr. Stevens lhe contou a verdade, que estava fraca demais para qualquer coisa, mas ela não ousara contar a mais ninguém, nem mesmo para Gina. Esse foi um positivo de sempre ir sozinha para as consultas.

Limpou tudo. Ninguém sabia e nem iriam saber. Mas estava na hora de parar de ser a mulher frágil e passar a ser a mãe protetora.


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Notas finais do capítulo

kk o que acharam?