Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, voltei! Primeiramente quero agradecer a todos que leram e comentaram essa fic até agora, que tiveram paciência. Muito obrigado mesmo!

P.S. Mil perdões pela minha imensa demora. Explico minha situação lá embaixo. Aproveitem o capitulo =D



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Hermione fechou a sua ultima mala e olhou em volta, dando uma ultima olhada em seu quarto para ter certeza de que nada ficaria para trás. E nada mais estava ali.

Uma lágrima escapou discretamente. Era ali que Hermione Granger dava adeus a sua antiga vida. Era ali que ela deixava uma simples garota para trás e se transformava na futura mãe e esposa. Uma Snape. Sentou-se no chão perto de sua cama e respirou fundo tentando prender o resto das lágrimas, sem muito sucesso ela admitiu. Virar a página, seguir em frente, manter-se inexpressiva estava sendo mais difícil do que pensara.

― Filha?

Abriu os olhos lentamente e não se surpreendeu com sua mãe parada a porta já de olhos vermelhos, com um sr. Granger contido ao seu lado.

Contar a eles sobre sua gravidez não foi tão difícil, Hermione apenas teve que lidar com as perguntas e a nítida surpresa, o pior foi contar as consequências que sua decisão de ir embora traria para suas vidas, principalmente para ela.

Rapidamente Hermione se levantou e os prendeu em um abraço que, tinha certeza, ficaria guardado em suas mentes por muito tempo. O ato só fez a sra. Granger permitir que suas lágrimas caíssem livremente.

― Vou sentir saudades de vocês...

― Nós também filha ― seu pai garantiu ― Nós também.

Quem visse a situação externamente poderia dizer que não havia motivo para tantas lágrimas, seria menos de um ano longe, como um ano letivo em Hogwarts. Mas os Granger sabiam que tudo estava prestes a mudar drasticamente.

A garota respirou fundo mais uma vez e virou-se para pegar suas malas, olhou uma última vez e se despediu:

― Adeus...

E aparatou.

***

Já estava pensando no que falar a Snape que justificasse seu atraso. A culpa não era dela se foi forçada a passar na casa da sua avó para pegar mais alguns pertences. Bufou novamente. Ela podia até ter visitado Merlin, não seria motivo suficiente para ele.

― Onde estava senhorita Granger?

Ela paralisou no mesmo instante. Espera ouvir aquela voz daqui a alguns minutos e não em um dos becos de Hogsmeade.

― Professor Snape? O que faz aqui?

― Eu lhe pergunto o mesmo ― ele respondeu saindo da sombra do beco.

― Apenas fui comprar comida para Bichento e aparataria no Largo Grimmauld ― a garota respondeu quase imediatamente, por um momento se sentindo nervosa.

― Não vamos mais para o Largo, seus amigos estão lá ― avisou Snape crispando os lábios ― Entre no carro.

Quando ela já ia questionar algo como “Que carro?”, ele já tinha agarrado seu braço e aparatado. Só teve tempo de olhar em volta para perceber que estavam na King Cross trouxa e que ele abrira a porta de um carro preto, quando ele insistiu:

― Entre logo no carro.

― Desde quando você dirige? ― questionou assim que ele sentou no banco de motorista.

Snape segurou uma resposta grosseira, onde deixava claro que não era da conta dela, ao perceber que em poucos dias estaria casado com a mesma.

― Tive que aprender a conviver no Mundo Trouxa, dirigir estava na lista.

***

A viagem demorava cerca de cinco horas. Cinco horas sentada ao lado de Severo Snape. Para Hermione aquilo estava sendo torturante. O silêncio estava sendo torturante! Ela olhava para as árvores que passavam rapidamente por seus olhos e em algum momento entediante começou a conta-las, até que em certo momento apareceram os bosques e ela teve que desistir de seu passatempo, então tentou lembrar de qualquer música para cantar mentalmente e logo depois até isso se tornou irritante. Mexeu-se no banco mais uma vez, encostou sua cabeça no banco e tentou cair sono... também não conseguiu. Olhou no seu relógio de pulso e percebera, com horror, que não haviam completado nem uma hora e meia de viagem!

Buscou ajuda nos bancos de trás, devia ter uma revista, um jornal, um bilhete qualquer que poderia distraí-la, até uma nota fiscal serviria, mas percebeu que o carro do Snape estava irritantemente limpo.

― Por Merlin! ― ela explodira ― Fale alguma coisa!

Snape a olhou, questionador.

― Não me olhe assim ― pediu Hermione, embaraçada ― Eu não aguento mais esse silêncio...

― Sobre o que quer falar? ― ele perguntou, voltando sua atenção para a estrada.

― Não sei... talvez possamos nos conhecer melhor. Oras, vamos nos casar semana que vem e eu nem sabia que o senhor dirigia.

― Esse não é um casamento completo ― ele respondeu indiferente.

― Não, não é ― Hermione concordou, revirando os olhos pelo obvio ― Mas não muda o fato de que é um casamento e que por muito tempo teremos que aturar a presença do outro. Se você tiver alergia a alguma coisa, eu posso matá-lo sem saber.

― Sabe cozinhar? ― questionou Snape surpresa.

― Claro que sei ― a castanha respondeu quase indignada.

― Ótimo, jamais me dê amendoins, nozes ou aqueles malditos feijões de todos os sabores.

Hermione o olhou, espantada:

― Tem alergia àqueles feijõezinhos? ― quis saber, esquecendo o cordial “senhor” pela segunda ou terceira vez.

― É um veneno para mim ― ele respondeu, tentando manter a expressão dura.

Hermione segurou o riso para não piorar o humor do professor.

― Então amendoim não entra no nosso cardápio, pois também sou alérgica ― ele arqueou uma sobrancelha ― Assim como morangos.

― Que tipo de pessoa tem alergia a morangos?

― E que tipo de pessoa tem alergia a feijõezinhos de todos os sabores?

Ele bufou e ela riu.

― Do que está rindo? ― Snape quis saber.

― Eu quero chocolate...

Ele a fitou por alguns segundos, para ter certeza de que ela não estava brincando.

― Acho que esses desejos começaram cedo demais, sobreviva sem eles por enquanto.

― Sabe que se não me der eu vou perturbar você pelo resto da viagem, pelo menos até eu conseguir o chocolate ― Hermione esclareceu em tom de ameaça. Um pequeno sorriso brotava em seus lábios.

Snape bufou e buscou todo seu auto controle. Onde estava esse maldito autocontrole naquela noite??, ele pensou enraivecido.

Até que surgiu uma explicação para aquele irritante sorriso dela.

Por acaso está falando daquele chocolate que por acaso está dentro da sua mala que por acaso está embaixo de todas as outras malas?

Ele não acreditava em acasos, mas acreditava no azar.

― Esse mesmo... ― o sorriso dela aumentou.

Snape revirou os olhos enquanto encostava o carro.

***

O restante da viagem não foi diferente, Hermione perguntando, Snape se irritando, e os dois se conhecendo. O chocolate já estava nas mãos da castanha, e ela agora se deliciava tanto com ele quanto pela situação de Snape. Apesar de tudo, ele ainda insistia em mostrar que nada seria um conto de fadas e que ele nunca seria seu príncipe encantado. Mas Hermione ignorava magnificamente qualquer tentativa dele quanto a isso, ela sabia muito bem o que a esperava depois desse casamento e já havia decidido que desistir estava fora de cogitação. O resto da sua vida, e também de outra que está vindo, dependiam de sua capacidade em tentar seu máximo e de sua paciência, e cada motivo para desistir se tornava insignificante se comparado ao que poderia ganhar.

Em algum momento Snape decidiu atualizá-la sobre os próximos eventos. Com muito custo, ao que parece, contou que no casamento deveria ter algumas testemunhas, ou melhor, haverá, entre elas estarão Gina e...sua mãe.

― Sua mãe? ― Hermione questionou o fitando imediatamente. Ele tem mãe?!

― Não precisa ficar com medo... ela é uma boa pessoa, sempre prestativa ― ele disse, mas Hermione percebeu, ele mesmo estava tentando se convencer do que disse.

E pela primeira vez sentiu medo. A mãe do Snape. Sempre ouvira falar que ela tinha morrido, até leu sobre isso no sexto ano enquanto procurava informações sobre o Príncipe Mestiço. Eileen Snape, esse era o nome dela, lembrava perfeitamente agora, e estava começando a rezar para que a personalidade dele não fosse herança dela.

― Não se preocupe, só passaremos uma noite na casa dela ― ele disse.

***

Hermione simplesmente não acreditou quando desceu do carro. A casa estava longe de ser simples, na verdade mais parecia uma mansão. Dois andares, um jardim enorme e recheado de flores, protegida por um enorme muro e um único portão.

― Essa é casa da minha mãe...

Ela rapidamente esqueceu a “casa” e o chocolate que tinha em mãos. Seus olhos claramente questionavam “Quem é sua mãe?!”.

― Já disse para não se preocupar...

Ela começou a procurar pelo ar rapidamente, respirou fundo repetidamente e olhou ao redor atordoada. Eileen Prince. Snape. E se ela não gostar de mim?

― Respire fundo... ela não vai matar você.

Mas o olhar de Snape a preocupava e só piorou quando ouviram a porta abrir e o viu ficar notavelmente mais pálido.

― Filho?

***

A casa era uma típica Mansão Snape, ou não. Sinceramente Hermione esperava menos flores e mais emblemas Sonserinos, menos cortinas vermelho-vinho e mais verde. E o que a mais surpreendeu foi que na sua frente não havia uma bruxa horrenda com uma risada maligna e um olhar congelante, e sim uma mulher que parecia bem jovem para ter Snape como filho, os olhos negros estranhamente lhe davam um ar mais sereno e calmo, seus cabelos escuros presos em um coque mostravam que apesar de tudo quem mandava ali era ela. Só então a castanha começou a prestar atenção na cena que se seguia e pela primeira vez se sentiu “A” excluída.

Eileen prendeu Snape em um abraço tão forte que por um momento Hermione perguntou a si mesma se ele ainda respirava. Quando Snape já estava ficando roxo, a mulher o soltou, somente para apertar suas bochechas e lhe dar um leve tapa, ou nem tão leve assim.

― Nunca mais suma por tanto tempo Severo Snape! Nunca mais!

O pequeno choro chamou a atenção da castanha. Para não atrapalhar o momento familiar, silenciosamente ela se afastou da casa com a varinha em mãos. Seguiu os soluços que a levaram até o terreno externo, hesitante ela travessou o portão, deu uma ultima olhada para trás...felizmente ninguém notara sua ausência ainda. Já fora, ela se aproximou das árvores. Quase uma mini floresta, pensou. Engoliu em seco e seguiu em frente, quando percebeu uma pequena movimentação a poucos metros, apertou ainda mais a varinha, temendo o que viria.

Mas o que escutou não foi gritos, nem uma voz fria ou mesmo feitiços... e sim apenas um choro mais uma vez. O choro de uma criança,

Encostada a uma arvore e entre soluços, estava uma garotinha.

― Tudo bem?

Ela levantou a cabeça assustada. Hermione logo reparou em seus olhos castanhos e cabelos negros ondulados.

― Mamãe! ― Sua voz assustou a castanha. A voz da criança demonstrava o quanto estava fraca. Hermione quase virou para olhar atrás de si, procurando alguém além dela.

― Como veio parar aqui? ― era uma pergunta sensata, na visão de Hermione, já que a ultima cidadezinha que viu foi a bons quilômetros dali.

― Minha tia me mandou correr o mais rápido que pudesse e para bem longe ― disse a garota infantilmente ― Corri e meus pés ficaram assim.

Ela mostrou seus pés, bem machucados. Hermione se aproximou e enxugou o rosto coberto de lagrimas da pequena, e perguntou:

― Qual é o seu nome?

― Helena Jones.

― Consegue andar? ― perguntou Hermione pegando na mão da garota.

Ela respirou fundo e se pôs de pé, fazendo uma careta de dor logo em seguida.

― Não vamos correr, vamos? ― perguntou chorosa.

Hermione riu e negou.

― Mamãe... ― ela choramingou.

Quando ela insistiu puxando sua mão, a castanha notou que o termo se referia a ela. No entanto não teve tempo de questionar o motivo de ser chamada assim. Um rosnado já era resposta suficiente.

Um cachorro, ninguém podia negar. Mas não era um simples cachorro, era o maior cachorro que Hermione já vira em toda a sua vida enfiada nos livros. Aquele não era apenas negro, e chama-lo de enorme seria apelido, e pelo visto estava feliz em mostrar seus enormes e afiados dentes.

Antes que Hermione conseguisse pensar em um feitiço qualquer, o cão a atacou e tudo o que ela ouviu foi os gritos da pequena Helena.

***

Snape logo estranhou quando não viu mais Hermione Granger parada na porta.

― O que foi filho? ― Eileen questionou ao perceber a expressão dele.

― Onde está Hermione?

Eileen também olhou em volta a procura da futura nora. Mas logo gritos responderam a qualquer pergunta.

― Mamãe!

― É a voz de uma criança? ― Eileen questionou confusa.

Mas Snape nem parou para pensar em alguma hipótese, apenas sacou a varinha seguiu em direção aos gritos da suposta criança. Seu coração acelerado, seus passos rápidos, tentando não pensar o pior. Logo no primeiro dia...

Agora os gritos eram seguidos de choro. Ele se apressou atravessando o portão. O que ela foi fazer fora dos terrenos? Por algum motivo ele não conseguia se acalmar em relação a maldita grifinória.

A cena que presenciou jamais passaria em sua mente se não estivesse ocorrendo naquele exato momento.

Hermione lutava com um enorme cachorro que teimava em tentar mordê-la, com a varinha perdida em meio as folhas, usava as próprias mãos para se proteger. Para seu horror, quando conseguiu afastá-lo por alguns segundos, a garota correu ao seu encontro.

― Mamãe... ― choramingou mais uma vez.

Com um estalo, Snape saiu do transe e facilmente lançou um feitiço paralisante no animal e se aproximou das duas.

― Vocês estão bem?

Mas Hermione não conseguiu responder, Snape viu sua expressão de dor e não soube o que fazer.

― Filho, ela está sangrando! ― exclamou Eileen aparecendo do seu lado.

Logo depois sentiu Hermione cair em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, bom vou me explicar. Nada vai compensar minha demora, eu sei, mas tenho motivos. Meu pen drive estava desaparecido e meu computador quase faleceu, fiquei sem tempo e eu não conseguia abrir nenhum dos meus arquivos. Resultado: várias fanfics incompletas e absurdamente atrasadas e um caderno cheio de rascunhos sem nexo.

Mas... problema resolvido! Consegui tudo de volta (quase tudo), bom, menos o tempo que ainda me falta. No entanto, farei de tudo para postar pelo menos um por mês ou mais que isso. Nessa aqui tentarei postar o quarto ainda esse mês. E responderei todos os reviews!

Espero que me perdoem e continuem tendo paciência. Bjs.

KPrince