Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 19
Capitulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, me desculpem pela demora. Eu não tive acesso ao meu pc durante esses dias. Perdoem.
Olhem...esse capitulo é meio curto, no entanto revela algumas coisas. Espero que gostem!
P.S. Eu escrevi parte desse capítulo ouvindo Take me to church do Hozier, a letra não tem relação, mas gostei da melodia ^^

Mais uma coisa...

Chegamos a mais de 300 comentários!!! = D Muito obrigada por cada um que comentou pelo menos uma vez e muito mais agradecida por aqueles que comentam sempre que podem e insistem no proximo capitulo. Obrigada de verdade :-*



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O reflexo do espelho mostrava uma garota de quatorze anos, cansada. Quem poderia negar que ela não era filha de Hermione e Severo Snape? Os cabelos negros e meio ondulados, uma mistura perfeita dos dois. E aqueles olhos castanhos que eram tão parecidos com os da sua mãe?

Estava naquela mesma mansão e com seus oito anos de idade já sentia que havia algo errado, algum problema sério que colocava em risco a vida dos seus pais. Mas para o bem da única filha, Hermione e Snape tentavam viver da melhor forma possível.

― Ela se parece tanto com você Hermione ― lamentou Snape suspirando, mas ela percebeu que ele estava brincando. Então riu.

Ele estava sentado em sua poltrona, enquanto lia um livro. Hermione, que tentava limpar algo no chão com a varinha , subitamente levantou a cabeça e sorriu divertida para o seu marido.

― Mas infelizmente herdou o gênio do pai Sonserino.

― Mamãe ― chamou sua eu mais nova ― Quando poderei ir para Hogwarts?

Helena nunca lembrava que Hogwarts era um assunto proibido naquela casa, não como algo a temer, mas como algo que trazia dor. E com isso o sorriso de Hermione sumiu, então aproximou-se da sua filha e sentou-se no chão a sua frente.

― Querida, sabe que não poderá ir a Hogwarts ― ela começou no mesmo tom de sempre, suave e cauteloso ― Lembra dos homens maus que falei para você?

A menina acenou a cabeça confirmando.

― Então ― recomeçou Hermione ― Eles ainda estão atrás do seu pai.

― E ainda podem fazer mal para mim e para a senhora ― Helena completou. Já havia gravado quase toda aquela conversa.

― Isso mesmo.

Helena nunca esqueceu a maneira como seu pai saiu da sala depois dessa conversa. Ele não ficara furioso, nem chateado com a insistência da filha, apenas triste. Ela nunca esqueceria a tristeza e a culpa no olhar daquele grande homem.

Somente mais tarde ela descobrira o motivo de toda aquela culpa. A morte dos seus irmãos.

Snape estava no balcão de suas poções terminando de guardar alguns objetos, Helena esperava pacientemente ele terminar.

― Aqui ― ele chamou minutos mais tarde, mostrando-lhe uma foto bruxa de dois bebês, eles não ficavam quietos ― Esses são seus irmãos, Rose e Brian.

Helena olhou a foto atentamente. Dois bebês, eram gêmeos ela percebeu imediatamente. Mas uma pergunta ficou em sua mente.

― Onde eles estão?

Então os olhos negros de seu pai ficaram nublados novamente, da mesma forma que ficara toda a semana.

― Eles morreram... por minha culpa.

― Morreram? ― lagrimas vieram aos olhos da menina.

Snape rapidamente a abraçou, murmurando um “Tudo vai ficar bem...”.

― Quem fez isso? ― ela quis saber enquanto soluçava.

Ela nunca conseguia lembrar o nome do assassino dos seus irmãos, por mais que tentasse, insistisse, nada vinha. Como se o destino estivesse pregando uma peça, estivesse jogando com ela.

Mas não havia jogo maior do que a morte de seus pais.

A situação pediu um céu coberto de nuvens e uma noite chuvosa, mas não, na verdade estava um “lindo dia”, ensolarado, sem nuvens e calmo. Tão calmo que o barulho da porta sendo arrombada pareceu uma bomba em seus ouvidos.

― Helena! Suba! ― era o grito de sua mãe.

Esse era o plano: se algo desse errado, se alguém entrasse, deveria subir até o quarto e de lá todos sumiriam via pó de flu.

Mas ela já sabia que algo daria errado. Seu pai não estava em casa, fora chamado pelo Ministério da Magia, e a sua mãe estava agora nos braços dos Comensais da Morte.

― Corre!

Helena decidiu obedecer sua mãe e correr para o quarto, mas não iria sem ela, não conseguiria sozinha.

Eles invadiram o quarto com sua mãe ainda presa aos braços deles. Helena rapidamente tentou se esconder no armário mais próximo da lareira.

― Onde está a sua filhinha Granger? ― um deles perguntou jogando Hermione no chão.

― Provavelmente bem longe daqui ― Hermione rosnou.

A menina olhou furtivamente através de uma brecha e percebeu que sua mãe estava com alguns machucados, mesmo assim tinha plena certeza que ela permaneceria firme até o fim.

Mas ela não podia deixar que sua mãe tivesse um fim. Então pegou um pouco de pó de flu da bolsa que segurava e deu uma olhada na sua mãe. Agora um deles estava rasgando a roupa dela violentamente enquanto a mesma gritava.

Suas mãos tremeram como naquele mesmo dia, maldito dia.

Ela caiu dentro da lareira, ofegante e com os joelhos sagrando. Não conseguia levantar, seu corpo não obedecia.

― Papai! Papai!

Não sabia se seu pai estava perto ou não, não se importava. Só queria que alguém ajudasse.

― Helena! ― era a voz de seu pai, assustado, preocupado ― O que faz aqui? O que houve? Fala comigo!

― E-Eles entraram...na casa ― ela gaguejou enquanto chorava ― Tinha...luzes em... todo lugar. Rasgaram as roupas...dela.

Mais tarde ela soube que não havia somente Snape ali, ouvindo tudo, mas também Harry Potter e Rony Weasley, assim como outros Aurores. Mas infelizmente, Snape, movido pelo medo, fora o mais rápido.

Ela ainda se lembra de pessoas a segurando com todas as suas forças, mas o medo dela era maior, o medo de perder todos que amavam.

A casa estava destruída, os moveis quebrados e espalhados pelo chão. Um rastro de sangue pelo corrimão da escada...

A visão dos dois corpos caídos no chão ainda se repetia em sua mente, de novo e de novo...

Como em um pesadelo infinito. Que ela tinha que esquecer, tinha que se preocupar no agora, na chance que tinha. As lagrimas que caiam agora mostrava que ela não iria esquecer, mas ainda era um motivo. Um belo motivo.

Abriu os olhos quando ouviu barulho de estilhaços, o espelho havia quebrado.

― Droga.

Com um aceno de mão o espelho voltou a ficar inteiro novamente. Era mais um truque que Dumbledore lhe ensinara. Apenas mais um truque.

― Senhorita Snape?

Ela se virou, como se Dumbledore estivesse mesmo ali lhe chamando. Mas não, era apenas uma lembrança, mesmo que a voz dele ecoasse no quarto, não passava de uma lembrança.

― Oi professor ― ela disse fracamente.

Olhou ao redor, estava no St. Mungus com certeza, não tinha certeza de como fora parar ali, mas ao lembrar-se dos pesadelos e do que tinha acontecido, rapidamente sentou e fitou o diretor de Hogwarts, da escola que nunca iria frequentar.

― Cadê eles?

O olhar triste e os ombros caídos de Dumbledore já eram uma resposta, mas mesmo com as lagrimas já caindo ela precisava de mais, precisava ouvir.

― Cadê eles? ― gritou.

― Eles se foram.

Eles se foram.

Eles se foram.

Apenas se foram.

O espelho se quebrou novamente, dessa vez com o murro dela mesma. As lagrimas caiam sem permissão, mas ela não se importava mais. Não podia ficar sem fazer nada diante daqueles pesadelos que ainda a seguiam.

― Eu faço qualquer coisa ― ela anunciou ao diretor.

Estavam no escritório dele, em Hogwarts, onde nunca pensou que iria entrar.

― Tem certeza senhorita Snape? ― questionou Dumbledore mais uma vez.

Helena acenou confirmando. Então ele apenas entregou o vira-tempo e explicou:

― Irá voltar no tempo até a época em que seus pais estavam começando a se relacionar, quando sua mãe está esperando os seus irmãos. Provavelmente aparecerá ainda criança, mas rapidamente ganhará idade. Leve essas cartas ― ele entregou um pequeno monte de cartas ― Tudo está explicado aqui.

Ela pegou as cartas e passou a mão no bilhete que estava na primeira delas, um simples LEIA-ME.

― Sua memória voltará com o tempo. Boa sorte.

As cartas agora estavam jogadas no chão, algumas amassadas, outras anteriormente molhadas por lagrimas e agora manchadas.

― Senhorita Snape?

Ela arfou, dessa vez parecia real. Mas se virasse, encontraria Alvo Dumbledore ali?

― Não precisa temer o desconhecido ― ele disse, como mais uma prova de que estava mesmo ali.

E estava. Quando virou-se Helena encontrou o diretor de Hogwarts sentando na poltrona que ficava perto da porta, mantinha a postura natural e os olhos calmos, como se já estivesse acostumado com a situação.

― O desconhecido? ― ela questionou assim que o fitou.

― O futuro, é claro.

― Meu futuro?

― O futuro de todos vocês ― Dumbledore respondeu serenamente.

Helena bufou, odiava os enigmas de Dumbledore e apostava que havia vários deles ali, prontos para serem usados.

― Não há enigmas minha cara ― defendeu-se o diretor.

― Não leia minha mente ― Helena pediu veementemente ― Eu apenas não sei o que fazer. Como mudar o futuro? O fato de eu estar aqui já não devia mudar alguma coisa?

― O fato, senhorita Snape ― começou Dumbledore se levantando ― É que há sempre um ponto crucial na história que dará origem a todo o resto, uma situação e talvez até uma simples palavra que faz a diferença. Você só precisa achar esse ponto.

― Pode ser qualquer coisa! ― ela exclamou exaltada.

― Pense comigo... ― o diretor pediu ― Se seus pais não estivessem casados, nada daquilo aconteceria.

― Mas não haveria filhos, e eu quero nascer! ― rebateu ela.

― Se você não tivesse pedido ajuda, seu pai continuaria vivo.

― Por pouco tempo, com minha mãe morta ele mesmo se mataria.

― Se Voldemort não morresse...

― Ele mesmo mataria toda a família Snape ― Helena completou impaciente.

― Mas se Voldemort morresse da forma correta...

Helena o encarou com o cenho franzido.

― Como assim? Não foi morto da forma correta?

Dumbledore lançou um breve sorriso de compreensão para a garota a sua frente.

― Do que adiantará matar o líder se os seguidores ficam com o desejo de vingança?

Ela cruzou os braços, tentando acompanhar a linha de pensamento.

― Então... antes de matar Lord Voldemort, temos que dar um jeito nos seguidores.

― E que não fique um grande espaço entre esses dois acontecimentos ― Dumbledore adicionou ― Não adianta prender dez seguidores se no mês seguinte ele conseguir mais vinte.

― Então temos que dar um jeito agora ― Helena anunciou já indo em direção a porta, mas Dumbledore a impediu.

― Infelizmente nada vale a palavra de uma garota de quatorze anos.

― Mas a palavra de um secular Diretor de Hogwarts, sendo ele o bruxo mais poderoso do mundo, deve valer alguma coisa, não? ― a morena rebateu arqueando a sobrancelha.

Dumbledore riu suavemente e explicou:

― Se alterarmos algo agora seus conhecimentos sobre o futuro serão inválidos, pois ele não existirá mais. Portanto, não saberemos o que irá acontecer.

― E o que sugere?

― Esperar e agir no momento certo.

― Esperar? ― Helena desacreditou ― Pode ser tarde demais.

― A melhor maneira de impedir que algo aconteça é simplesmente deixar acontecer até o ponto crucial.

― Deixar acontecer? ― Helena estava começando a pensar que o diretor enlouquecera.

― Naquele dia que os Comensais invadiram sua casa... ― ele esclareceu com os olhos cintilando ― Suponha que ninguém estava, que os Comensais a encontraram vazia. Ou mesmo que a família Snape estava acompanhada por amigos e Aurores.

Helena finalmente estava entendo onde o diretor queria chegar, finalmente aquilo estava fazendo sentindo.

― Você é a única que sabe exatamente o que vai acontecer, temos isso em vantagem. Por enquanto...

― Vamos apenas deixar as coisas acontecerem... naturalmente ― completou Helena.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem o que acharam.
Ah... eu quero pedir sugestões a vocês sobre a fic, o que vocês acham que devia acontecer? Vamos, soltem a criatividade e me respondam por email: karen.c.s.morais@gmail.com