Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oie ^^ hoje é domingo! Uma nova semana se inicia então aqui estou eu. Eu não ia postar agora, MAS recebi uma linda recomendação da EvilRegal *-* muito obrigada querida! Esse capítulo é especialmente seu.

Espero que gostem :-*



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Já devia ser mais de meia noite e ela ainda não conseguira dormir. Revirou-se na cama até abrir as cortinas e decidir sair dali. Apesar de que muito em breve vai estar fora de sua tão amada Hogwarts novamente e entregue ao mundo real da guerra, não havia um motivo especial para estar com insônia. Ela apenas estava...sem sono. Levantou-se e colocou seu sobretudo para esconder o vestido simples que usava como pijama.

Os corredores estavam, obviamente, vazios e escuros, até sentiu falta de alguns professores fazendo a ronda na madrugada fria. Sem o auxilio da varinha e da sua luz, ela caminhou rezando para não encontrar alguma pedra pelo caminho.

E ali estava ela, vagando sem rumo e com pensamentos confusos sobre o futuro... quando bateu em algo, ou melhor, em alguém.

Ela revirou os olhos pela sua sorte (ou falta dela), não estava andando nem a dez minutos quando bate em alguém.

― O que faz aqui senhorita Granger?

Claro que seria um professor, ela já sabia. Mesmo assim seu coração deu um salto ao ouvir a voz rouca e aveludada dele. Respirou fundo tentando reprimir o próprio corpo e pensamentos insanos.

― Eu...estava sem sono ― respondeu timidamente ― E o senhor?

Ela quase podia imaginar ele arqueando a sobrancelha com o pingo de ousadia dela. E foi o que ele fez.

― Eu estava entrando na minha sala.

Hermione o olhou confusa e virou a cabeça, agora podendo fitar a porta meio aberta dos aposentos dele.

― Posso entrar? Estou com frio.

E ali estava seu espírito Grifinorio mais uma vez. Por que não?

Respirou fundo esperando uma nova patada dele, mas para sua surpresa ele concordara.

― Tudo bem... mas não abuse da sorte.

Quase sem acreditar entrou nos aposentos dele, olhando em volta, tentando captar todos os detalhes daquele lugar sombrio.

― Admirando? ― ele provavelmente fizera essa pergunta para intimidá-la, mas a coragem já havia tomado conta dela.

Hermione o fitou a tempo de vê-lo enchendo seu copo de whisky e respondeu:

― É um ótimo lugar e ótimos livros ― apontou para a enorme estante de livros perto de sua mesa.

― Obrigado ― ele respondeu enquanto enchia seu copo mais uma vez.

Dessa vez, por impulso, ela se aproximou e roubou-lhe o copo.

― O que pensa que está fazendo? ― ele questionou semicerrando os olhos.

― Isso ajuda a esquentar ― ela respondeu tomando tudo em um gole só. Estava acostumada depois de tantos copos que George lhe dava apenas para se divertir com as caretas dela.

― Conheço várias maneiras de se esquentar alguém...

Hermione o fitou, havia notado malicia em seu comentário? Devia ser o whisky...

Por fim, decidiu ignorar o comentário. Meia garrafa depois ela estava começando a mudar de ideia.

― Você já está exagerando nisso ― comentou Snape em tom divertido enquanto pegava a garrafa das mãos da garota.

― Nem pensar! ― Hermione exclamou alto demais.

Ela viu Snape olhar o sobretudo dela jogado no chão, com certeza estava com medo dela tirar mais alguma coisa.

― Ou quer isso... ― murmurou.

― O que disse?

Hermione o fitou, um sorriso em seus lábios. Deixou a garrafa em cima da mesa e se aproximou dele, fazendo-o lançar um olhar desconfiado.

Ela ignorou a confusão dele.

― Sabe... tem uma coisa que eu sempre quis fazer. Só para ver sua reação Severo.

Ele recuou minimamente quando ela tocou-lhe o ombro, sem se importar com a informalidade que ela lhe dirigia.

― E o que seria?

Ela não queria mais falar, então em resposta apenas respirou fundo e avançou, ficando na ponta dos pés. Não soube explicar o que sentiu quando seus lábios se tocaram com urgência, parecia que ambos queriam isso há muito tempo. Percebeu quando Snape apertou sua cintura e quis aprofundar o beijo, desejo que Hermione lhe concedeu sem pensar duas vezes. Com uma mão ele a apertou contra si o máximo que pôde, como se quisesse impedir uma possível fuga e com a outra se deu a oportunidade de sentir a maciez dos cabelos dela.

Separaram-se apenas um pouco depois que o ar faltou, não queriam que aquele momento acabasse.

Snape apoiou sua testa na dela e, ainda ofegante, disse:

― Você deveria voltar para o seu dormitório.

Hermione riu.

― Eu sou maior de idade, eu posso fazer a porra que eu quiser.

Snape nem teve tempo de fazer o comentário irônico sobre Hermione Granger falando palavrão, pois ela voltara a beijá-lo. Decidido a facilitar as coisas, ele a segurou pela cintura e, sem quebrar o beijo, coloca-a sobre a mesa, logo depois ficando entre as pernas dela e aproximando seus corpos ainda mais.

Naquela noite nenhum dos dois se importou com as consequências do que falavam ou faziam, eles apenas viviam o momento como se fosse o último de suas vidas. Mas nenhum dos dois poderia imaginar que o espírito corajoso de uma Grifinória seria responsável pelo inicio de uma família.

***

Ela sentiu algo roçando sua mão, estava começando a fazer cócegas. Remexeu-se irritada, estava tendo um sonho bom, por que tinha que acordar?

― Hermione?

Aquela voz, que ela tanto conhecia e amava, a voz que a fez desistir de sonhar e abrir os olhos devagar. O quarto não estava tão claro como imaginava, então foi fácil. Abriu um enorme sorriso assim que o viu.

― Severo...

Ele parecia cansado, mas pelo sorriso que esboçava, estava feliz, muito feliz.

― Finalmente você acordou... Vou chamar o medi-bruxo.

― Não, não! ― ela segurou sua mão e o puxou para perto de si ― Vem aqui, por favor.

Snape voltou e sentou ao lado dela, na beira de cama. Reclamou quando ela ousou sentar.

― Não devia fazer isso, devia descansar.

― Estou bem Severo ― e era verdade, sentia-se bem disposta, com a energia renovada ― Onde eles estão?

― Rose e Brian estão em casa, com a mamãe.

O sorriso de Hermione se iluminou ainda mais.

― Você lembrou!

O abraçou, emocionada. Ele havia lembrado os nomes, estava com medo de que ele não guardasse essa lembrança.

― Eu nunca esqueceria o nome dos nossos filhos, nomes que escolhemos juntos.

Ela sorriu e tocou o rosto dele com carinho, ele fechou os olhos, apreciando o ato.

― Eu senti tanto a sua falta Hermione... ― ele confidenciou enquanto se aproximava.

Hermione sorriu pelo o que estava prestes a acontecer.

― E eu senti falta de algo seu.

― E o que é? Estou aqui agora.

Ambos estavam tão próximos que podiam sentir a respiração do outro. Eles queriam aquilo, ansiavam por aquele momento, sentiam falta do gosto um do outro, daquela sensação que sentiram na primeira vez...

― Olá! Como se sente senhora Snape? ― questionou o medi-bruxo entrando subitamente no quarto.

O casal se sobressaltou e se viram obrigados a se afastar pela entrada repentina do homem.

― Fui avisado que a senhora acordou ― disse o dr. Jackson enquanto se aproximava ― Então? Tudo bem?

Snape nunca teve nada contra aquele medi-bruxo em particular, estava sempre alegre e sorrindo, mas no momento a presença e o sorriso inocente dele eram o que mais o irritava. Ele se viu forçado a levantar quando Hermione teve que responder.

― Estou bem doutor, muito bem mesmo.

― Faremos alguns exames para ter certeza disso, tudo bem? Senhor Snape, pode esperar lá fora por alguns minutos? Há alguns papéis que o senhor precisa assinar.

Ele nem se importou quando Snape saiu da sala bufando e pisando fundo, praguejando, apenas começou a fazer os exames necessários.

A cada pedido ou exame que o tal Dr. Jackson fazia, era um xingamento que Hermione proferia mentalmente contra ele.

― Sente alguma coisa? Mal estar? Tontura?

― Vou colher um pouco de sangue, okay?

― Sente-se com as pernas para fora da cama, vamos ver como estão os seus reflexos.

― Você ficará em observação hoje, se tudo ocorrer bem, receberá alta amanhã!

Definitivamente ele não compreendia que ela estava perfeitamente bem e que ele estragara o momento perfeito que ela tanto esperou.

Quando ele finalmente saiu, respirou fundo, agora irritada e desejando sair dali o mais rápido possível.

― Finalmente sozinha.

― Prefere ficar só por enquanto?

Ela abriu os olhos imediatamente, deparando-se com um Snape em pé ao lado da cama. Hermione pensava que, depois de tanta demora, Snape tinha deixado-a sozinha. Mas felizmente estava enganada.

― Sua presença é muito bem vida Severo Snape ― ela confirmou sorrindo e afastando-se para ele sentar novamente, e ele o fez ― Pensei que tivesse ido embora...

― Eu não poderia ir embora sem fazer o que eu quero ― Snape respondeu sorrindo de lado.

Milhares de coisas passavam pela mente da jovem, coisas que ela queria fazer e coisas que ela queria que ele fizesse. Seria possível ter algum desejo realizado hoje?

― E o que você quer? ― questionou Hermione, confusa.

― Você.

Hermione não teve tempo de raciocinar o que foi dito, segundos depois estava sentindo os lábios dele contra os seus. Estava sentindo tudo ao mesmo tempo, e ainda uma maior urgência de beijá-lo novamente. Ele pediu passagem para aprofundar o beijo e ela concedeu mais uma vez. Então agarrou a nuca dela, prendendo-a ali. Ela gemeu involuntariamente quando ele apertou sua cintura. O ar começava a faltar, eles tinham que parar, mas não queriam.

― Por favor... ― ela pediu entre beijos ― Não me deixe sozinha...

Snape segurou as mãos dela carinhosamente e se afastou o mínimo que pôde.

― Hermione... precisa entender algumas coisas. Você me conhece, sabe que tenho dificuldades em confiar e em me expressar, isso é bem obvio, e eu não quero, de forma alguma, magoar ou machucar você. Eu passei muito tempo pensando em como seria esse casamento, como iríamos agir perante essa situação que não pode ser alterada ... E eu andei pensando que talvez... ― ele respirou fundo e apertou as mãos delas com força, mostrando a veracidade de suas palavras, sem deixar de fitá-la por um segundo sequer ― Que talvez seja melhor e menos complicado se seguíssemos nossa vida...juntos, como um verdadeiro casal.

Mesmo depois daquele beijo Snape a fitou incerto da resposta que receberia, havia algo nos olhos dela que ele não conseguia decifrar, não conseguia entender, unindo isso ao tempo que ela levou para dar uma resposta... ele com certeza estava nervoso.

― Severo... ― ela começou hesitante ― Eu acho que essa foi a ideia mais...

Maluca? Idiota? Estranha? Diversos adjetivos passavam pela mente dele.

― Mais magnífica que você já teve ― Hermione abriu o maior sorriso que conseguira ― Definitivamente foi sua melhor ideia até agora.

Ela não lhe deu chances de digerir suas palavras, já estava beijando-o novamente. Dessa vez depositou naquele beijo tudo o que sentia, o amor que guardou com tanto carinho, o desejo acumulado, a raiva contida depois de tanto tempo de espera quando ela mesma tinha que tomar alguma decisão e não o fez.

Snape não esperava tudo aquilo, não esperava sentir tudo o que estava sentindo naquele momento, os lábios macios dela estavam causando arrepios até em lugares adormecidos do seu corpo. Mesmo aprofundando aquele beijo de forma a sentir todo o seu corpo sendo tomado por um calor nunca antes sentido, ele sabia que não podia perder o controle, e sob muitos protestos internos, separou-se dela.

― Hermione... ― começou ofegante ― Não me faça perder o controle aqui...

Hermione sorriu maliciosamente, tocando a face dele mais uma vez:

― Então é essa a reação que causo em você... bom saber.

Snape riu suavemente, fazendo os pelos da nuca de Hermione se arrepiarem. Mas ele apenas beijou sua mão e depositou um beijo rápido em seus lábios.

― Não brinque com fogo Hermione.

Pelo menos não era mais um beijo na testa, ela pensou satisfeita.

***

Ela inspirou profundamente sentindo o cheiro das flores que impregnavam a Mansão Snape, sua casa. Finalmente iria ver os filhos, aqueles que carregou com tanto carinho. Já tinha falado com seus pais e com Eileen, mas queria mesmo ver aqueles pequenos.

― Hermione? ― era Snape chamando ―Pronta?

Mais do que pronta, ela queria responder, mas apenas acenou positivamente enquanto subia as escadas. O corredor estava mal iluminado, mas não se importou , seguiu o caminho que já conhecia até o quarto deles. O coração batia violentamente contra o seu peito quando Snape abriu a porta silenciosamente.

Ali estava, um berço próximo ao outro. Hermione apressou os passos até lá, lágrimas molhavam seu rosto ao ver a pequena Rose dormindo tranquilamente. Ela não se segurou e a pegou no colo, imediatamente sentindo a leveza de seu peso. Rose resmungou em protesto ao ter seu sono interrompido. Depois de alguns minutos Brian também resmungava.

Eles eram praticamente idênticos, reparou Hermione.

― Severo me ajude ― pediu enquanto se aproximava do filho ― Quero segurar os dois.

Snape a fitou hesitante.

― Consegue?

― Claro que consigo ― ela respondeu rindo ― E não vai ser por muito tempo. Quero apenas sentir os dois.

Snape decidiu atender o pedido da mulher e assim que ela sentou na cadeira de balanço, ele lhe entregou o pequeno Brian. E decidiu se afastar, para não atrapalhar o momento perfeito de Hermione.

― Severo o que está fazendo?

Ele acordou do transe ao ouvir a voz suave dele. Ele poderia dizer que estava observando a cena mais linda de sua vida, com ela falando com seus filhos de forma doce e infantil como se eles realmente a entendessem.

― Não quero atrapalhar seu momento ― ele preferiu dizer por fim.

Hermione sorriu, de uma forma tão doce e suave que Snape se sentiu inebriado por um momento.

― Eu quero que esse momento seja perfeito e ele não será se você não estiver aqui do meu lado.

Snape se aproximou lentamente, como se o elo entre o seu olhar e o dela fosse se quebrar. Mas continua ali, intacto, ela se passando segurança e ele demonstrando que se sentia bem com aquilo, muito bem. Desviaram o olhar apenas quando viram um flash de luz encher o quarto, seguido por um barulho rápido.

Eileen havia tirado uma foto e sorria com a cena, quase aplaudindo aquilo que tanto esperou.


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Notas finais do capítulo

Então?