Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Demorei? :3
Este capítulo está mais curto que o normal, mas espero que gostem. O proximo já está a caminho.



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Mas uma vez a respiração dele estava afetada, seu coração batia tão forte como na primeira vez que olhara para seus filhos. E lá estava ele mais vez, encarando-os através do vidro, sentindo aquela sensação irritante de borboletas em seu estômago, com suas mãos tremendo violentamente.

― Há algo errado com eles.

Ele se sobressaltou e fitou, desconfiado, a dona da voz. A enfermeira carregava uma prancheta onde havia uma pena descansando, como se estivesse grudada.

― O que quer dizer? ― questionou.

― Eles quase sempre estão chorando, mesmo já alimentados ― recomeçou a enfermeira ― Como se... alguma coisa doesse o tempo todo neles.

O silêncio voltou. A mente de Snape estava povoada com perguntas sobre o assunto, enquanto a enfermeira apenas se perguntava porque o pai esperou tanto para ir pegá-los. E foi ela que quebrou o silêncio.

― Está pronto?

Snape acenou em afirmação quase imperceptivelmente.

Ela abriu a porta e deu passagem para que ele entrasse. Mas ele paralisou assim que o choro de ambos os bebês chegou em seus ouvidos.

― Eu percebi que eles são os seus primeiros filhos ― a enfermeira comentou gentilmente ― É normal se sentir nervoso, ainda mais na sua situação.

Ainda mais quando a mãe deles está em coma, foi o que quis dizer, completou Snape mentalmente.

― Não se acanhe senhor Snape ― ela continuou enquanto se aproximava dos bebês e pegava a menina no colo ― Tudo tem uma primeira vez.

Ela se aproximou cautelosamente de Snape e sorriu em encorajamento, inclinando a pequena em direção a ele.

Ainda tremendo ele se aproximou e ainda tremendo, pegou a recém-nascida com extremo cuidado.

Carregá-la foi uma experiência única, Snape não ia esquecer isso. Ele quase não podia senti-la em seus braços de tão leve que ela era. Então percebeu que a pequena parara de chorar quase no mesmo instante que chegara em seus braços, e agora o fitava, como se realmente soubesse que aquele era seu pai.

― Parece que eles apenas queriam o pai por perto ― comentou a enfermeira rindo suavemente ― Eles precisão de um nome e não pode ser RN de Hermione Snape ― disse indicando a pequena pulseira no braço do bebe, onde havia escrito com todas as letras “RN de Hermione Snape”.

Então um nome veio na mente de Snape, um nome que surgiu de uma conversa que agora parecia tão distante.

Flash back

― Tem certeza que vai conseguir comer tudo isso Hermione? ― Snape questionou pela segunda vez.

Hermione estava sentada na cama com uma pizza de jujuba tamanho família e com um pote de leito condensado ao lado, que ela usava como um molho qualquer. Era quase três da manha quando ela timidamente cutucara Snape e fizera esse pedido estranho. Depois de entregar o pedido, ele preferiu ficar sentado na poltrona ao lado da cama, usando apenas sua camisa branca e uma calça jeans.

Ela o fitou divertida, um sorriso brincando em seus lábios.

― Eu sei que quer um pedaço, por que não pede de uma vez?

Como resposta ele fez uma careta nada discreta, fazendo-a rir ainda mais.

― Estou com medo de você passar mal de tanto comer isso.

― Que tipo de grávida eu seria se não passasse mal depois? ― ela questionou ainda rindo da expressão que ele fazia.

De repente o sorriso dela sumiu, o que fez Snape ficar mais atento e ajeitar-se na poltrona.

― Essa é a hora que você passa mal? ― questionou hesitante.

― Não, não ― ela negou sorrindo levemente enquanto passava uma das mãos em sua barriga ― Estou apenas pensando nos nomes...

― Nomes?

― Eles precisam de um nome Severo! ― Hermione repreendeu.

― Pensei que já tivesse escolhido... ― Snape disse com sinceridade.

― Eu não escolheria sem você ― ela retorquiu séria ― Tem alguma ideia?

― Rose ― Snape disse quase imediatamente.

― Já tinha pensando em um nome? Quando?

― Não foi tão difícil, nosso jardim mostra que você adora rosas.

Hermione sorriu. Desde quando o “seu” se tornara o “nosso”? Desde quando ele passara a prestar tanta atenção nos detalhes da vida e da personalidade dela? Era uma transição que Hermione não acompanhara, mas se acostumara com as consequências dela sem perceber. Ela gostava daquilo.

― Rose é perfeito...

Então Snape sorriu de uma forma serena e gentil, tão espontâneo, como a muito tempo não fazia. E ela amava aquele sorriso, ele percebeu, pelo brilho no olhar dela.

Todas as respostas estavam ali, no olhar dela.

― Ainda falta um ― comentou Snape ainda sorrindo.

― Eu pensei... em homenagearmos Dumbledore.

Ele arqueou a sobrancelha, questionando o obvio.

― Eu não estava pensando em Alvo ― ela se apressou em dizer ― Ele tem mais três nomes e um sobrenome.

Snape precisou de alguns segundos para rever o nome completo de Dumbledore em sua mente e escolher aquele que Hermione poderia escolher.

― Brian.

Hermione sorriu em resposta. Ele acertara. E se ela fosse dar aquele sorriso toda vez que ele acertasse... Snape nunca mais quer errar.

Flash back

Snape acordou do transe quando sentiu uma pequena e desajeitada mão agarrar seu polegar fazendo-o sorrir, de repente ele não sabia o motivo de ter demorado tanto para ir pegá-los.

― O nome dela vai ser Rose ― anunciou sem deixar de fitar a garotinha. Então se aproximou do outro e com cuidado passou a mão carinhosamente na cabeça dele, fazendo-o parar de chorar aos poucos ― E este será o Brian.

***

Eileen andava de um lado para o outro, nervosa. Seu filho saiu há horas para buscar os bebês e ainda não voltara, será que algo dera errado? Ele disse que não ia precisar de ajuda, mas e se de fato precisasse? Como ele ia trazê-los?

Já estava anoitecendo quando ela ouviu o motor de um carro. Mas que carro? Eles não tinham um. Correu para o lado de fora a tempo de ver Snape abrindo a porta do passageiro.

― Um carro? ― ela questionou se aproximando ― De quem é esse carro?

― É meu ― ele respondeu já com Brian no colo ― Eu comprei para facilitar as coisas.

Mas Eileen já tinha parado de prestar atenção quando viu o pequeno Brian nos braços do pai. Snape percebeu o olhar brilhante da mãe e sorriu.

― Pode me ajudar aqui mãe? Ainda tenho que pegar a Rose...

Ela não esperou nem mais um segundo e se apressou em pegar o pequeno.

― Rose? Brian? ― ela questionou já com ele no colo.

― Eu e Hermione escolhemos há muito tempo...

― Por que demorou tanto?

― Fui comprar o carro antes de ir pegá-los, depois fiquei um tempo com Hermione... e só então os peguei.

― Certo, vamos entrar ― Eileen apressou percebendo a tristeza nos olhos do filho ― Eles não podem ficar aqui fora.

***

Snape não sabia porque aqueles bebês estavam fazendo um complô contra ele, e com certeza estavam. Era o único motivo para chorarem e sentirem fome exatamente na mesma hora. Ele não podia se dividir em dois!

― Deixa que eu cuido dessa menina linda aqui ― anunciou Eileen em tom infantil ― Eu sempre quis ter uma menina.

― E teve a mim ― retorquiu Snape crispando os lábios.

― Por que acha que eu deixei você ter o cabelo desse tamanho desde pequeno? Pena que nunca pude fazer tranças ― ela continuou divertida.

― Acho que vou cortar meu cabelo...

Eileen riu suavemente.

― Estou brincando Severo... Anda, me dá logo essa mamadeira antes que ela comece a comer minhas roupas.

Foi a vez de Snape rir e entregar uma das mamadeiras que estavam em sua mão.

Minutos depois ele estava sozinho com Brian, logo se apressando em sentar na poltrona e alimentá-lo, não pode deixar de fitar aqueles olhos que tanto conhecia, eram os olhos dela, herança dela.

Flash back

Ambos estavam deitados na cama, os ombros se tocando e posteriormente as cabeças também.

― Severo...

― Sim?

― Acha que podemos ser felizes?

Ele virou-se de lado para fitá-la, apoiando sua cabeça em uma das mãos.

― Por que pergunta isso?

― Estou apenas pensando em tudo o que aconteceu até agora ― ela começou fitando intensamente ― Nada foi planejado, nem mesmo nosso casamento foi... e aqui estamos, casados, esperando dois filhos e com a Helena correndo pela casa.

― E o que isso significa?

― Eu acho que significa que podemos ser felizes... sem planejar absolutamente nada. E você? Acha que podemos ser felizes?

Snape voltou a fitar aqueles lindos olhos castanhos e quase sorriu, quase, pois ainda se lembrava da enorme lista de pessoas que o odiavam, ex-Comensais da Morte, o próprio Potter...

― Eu não sei Hermione...

Pois não sabia o que aconteceria quando todo o Mundo Mágico soubesse que eles estavam juntos.

Mas viu os olhos dela se entristecendo e se repreendeu pela resposta. Aquele parecia o momento certo para beijá-la e declarar o que senti por ela, fosse o que fosse, mas, respirando fundo, optou por depositar um beijo no topo da cabeça dela, como sempre fazia.

Com um barulho estrondoso de alguém abrindo a porta com violência, eles se sobressaltaram.

Era Helena entrando e saltitando pelo quarto todo, esboçando um enorme sorriso, que desmanchou ao ver a cena.

― Opa... estou atrapalhando alguma coisa?

Hermione riu e se sentou com dificuldades por causa de barriga de oito meses.

― Não está, não se preocupe.

Snape a acompanhou e questionou;

― Qual o motivo de tanta alegria?

― Agora eu tenho nove anos!

Hermione e Snape se entreolharam e suspiraram, era sempre assim, Helena de alguma forma sabia quando sua idade mudava, mas ele nem se importavam com isso, o importante era que eles nem sabiam como ela crescia tão rápido.

Mas a cada aniversario eles faziam algo, nem que fosse singelos bolinhos para comemorar.

Flash back

De uma coisa ele tinha certeza: estava com saudades de Hermione.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

P.S. Filha de Hermes, ainda está ai? A pizza com jujuba foi especialmente para você kk obrigada pela ideia, bjs