A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 9
Palavra de três letras - Arriscando


Notas iniciais do capítulo

Eu adicionei um capítulo como extensão desse porque a história marcada como terminada não tem como adicionar capítulos. Desde que eu estou a editando e postando tudo novo, eu tinha esse capítulo guardado e decidi que ele está pronto para participar da fanfic!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432577/chapter/9

 

—É o meu celular, podem atender? – tia Alice disse sem sair de lá.

—Claro – eu disse o pegando. Atendi sem ver quem era. – Alô.

—Carlie? – meu coração acelerou quando ouvi quem era.

Pai? – eu perguntei nervosa.

—Carlie? Onde você está?

—Ahh... Estou no shopping com minhas tias, vovó e Ness. E estou ocupada. Tchau – e desliguei antes de ele falar alguma coisa. Respirei fundo para me acalmar.

—Carlie, o que houve? – Renesmee pressionou, agora muito perdida.

—Agora não, por favor. – implorei.

—Sabe que ele não ficou satisfeito, não sabe? – perguntou tia Alice saindo do provador com um vestido lindo. Não tinha outras pessoas por ali. Era seguro. – O que vocês acham? – ela deu uma volta para mostrar melhor.

—Não ligo. – dei de ombros. – Não infringi a regra estúpida dele.

—Está lindo, tia. – ela falou, deitada em um pufe enquanto esperávamos tia Rose vir. Eu sabia que por pouco Renesmee não pulava do sofá e arrancava de mim.

—Obrigada. Carlie, isso só piora o que aconteceu.

—Eu não vou falar com ele enquanto ele não retirar a besteira que fez.

Franziu os lábios.

—Vou me trocar. Esme e Rose não gostaram de qualquer coisa dessa loja.

Assim que ela disse, minha tia loira saiu do provador fazendo uma careta para as roupas em suas mãos.

Aproveitei esse tempo e contei para minha irmã os acontecimentos daquela tarde. Claro que tudo a chocou.

—Como ele pôde exagerar assim? Quando beijei Daniel, ele só ficou bravo. Claro, quase proibiu de ir para a praia, mas isso foi antes. Eu era mais nova. E Daniel certamente não era meu melhor amigo pelo qual eu estava apaixonada.

Suspirei. Ela estava certa. Por que só ele não entendia? Não podia aceitar que eu não era mais uma criança?

Deitei minha cabeça em seu ombro.

—Não quer mesmo experimentar nada?

Balancei a cabeça. Não estava no clima.

Saímos.

E foi aí que eu tive uma ideia brilhante.

—Tia Alice, pode me emprestar seu celular?

—Claro. – ela o jogou pra mim

 

Boys like Girls – Someone like You.

Afastei-me um pouco delas até que eu tivesse privacidade disquei o número que eu queria.

Tocou umas dez vezes, e quando eu ia desligar...  

—Alô – meu coração disparou. Senti um sorriso crescer em meu rosto.

—Sua voz está meio sonolenta, me desculpe por te acordar.

—Carlie – ele disse engasgado.

—Oi – sussurrei.

—Como você está? É tão bom ouvir sua voz. Fiquei preocupado com você. Seu pai ficou com muita raiva? Era para isso ser direcionado a mim, não a você.

—É bom ouvir sua voz também. - suspirei. - Eu... estou péssima. - murmurei, cruzando as pernas no banco que eu estava sentada. - Meu pai está me tratando como uma criança. Ele não tem direito de estar com raiva.

—Ahh, se eu pudesse mudar o que aconteceu...

—Você se arrepende? - o interrompi, com medo da resposta.

—De ter te beijado? Nunca, sua boba. Foi o dia mais feliz da minha vida.

—Agora quem está sendo bobo? - ri.

—Eu estou falando sério. - sua voz fazia jus as suas palavras. - Eu não me arrependo de nenhum segundo daquele momento. Só desejo que não tivesse tudo saído do nosso controle.

—Isso seria perfeito.

—Quando você vai vir aqui? Quero dizer, você tem Charlie, Sue e Leah para visitar, Billy também gosta de você.

—Não vou mais. – funguei, sentindo as lágrimas voltarem. – Estou de castigo por três meses. E é muito provável que a gente se mude muito antes disso.

—T-três meses? Assim eu não vou mais te ver em anos.

O nó em minha garganta me impediu de mostrar como isso me matava.

—Ah, meu amor, eu sinto tanto. – sussurrou. – Queria que você não sofresse.

—Não é culpa sua. – garanti, sem passar despercebido que meu coração se aqueceu com o que ele me chamou. – Eu vou sentir sua falta.

—Eu também...

—Adeus, Sethie.

—Tchau, Carlie...

Desliguei antes que eu tornasse tudo mais difícil.

Andei até onde minha família me esperava.

—Você está bem? – tia Alice perguntou olhando para o meu peito.

—Estou melhor. – sorri, entregando seu celular. – Despedaçada por dentro, mas melhor.

—Vamos lá, te trouxemos aqui para você ficar bem. – vovó me abraçou de lado durante a caminhada para o estacionamento.

—Eu agradeço vocês. Consegui ficar melhor.

—Então... – dizia Ness. – Vocês se beijaram, uh?

As três se viraram para me olhar ao mesmo tempo, esperando uma resposta.

—Então, fala aí, ele beija bem? – assim que minha tia loira disse isso, eu corei.

—Aposto que beija, Carlie ficou toda envolvida. – minha irmã riu.

—Beijar um cachorro? Não teve gosto estranho?

—Tia! Eu sou parte humana! – ri. – Ele não cheira para mim o que cheira para vocês. E... o b-beijo também é muito bom. – no momento que eu disse isso, meu coração disparou só com a lembrança.

—Já era hora. – tia Alice falou, me deixando confusa. – Não sei porque Edward implica tanto.

—Hora? – perguntamos Ness e eu, em uníssono. O olhar repreensor de minha avó me deixou com uma pulga atrás da orelha.

—De se apaixonar. – tia Rose explicou. Apesar disso, achei por um momento ter visto uma pontada de pânico nos olhos de tia Alice. Foi muito rápido para eu ter certeza.

Ouvi a mesma música que tocou quando estávamos na loja e meu coração disparou espontaneamente

—Alô? – tia Alice atendeu – Ah, sim, ela está aqui... Vou passar pra ela. – ela me deu.

—Alô? – atendi.

—Ei, Carlie.

—Ei – meu coração acelerou ainda mais.

—É... Eu acho que vou ter que comprar outro celular para você, né? A gente foi nadar, e você ainda estava com ele no bolso...

Não consegui segurar o sorriso que brotou em meu rosto. Agora ele provavelmente estava no lixo junto com as roupas molhadas e sujas.

—Não tem problema algum, Seth, eu já estava de olho em outro. Ia me desfazer daquele de qualquer maneira. Você só deu um empurrãozinho. – eu ri e ele também.

—Então está tudo bem mesmo? Quero dizer, você não está com raiva de mim ou...

—Raiva? De você? Por causa de um celular? Claro que não. – eu o interrompi enquanto minhas tias reviravam os olhos, Nessie prendia a risada e minha vó sorria docemente.

—Ah, que bom – ele parecia aliviado.

As quatro mulheres que estavam comigo no carro sorriam empolgadas. Sabia que iam me encher até eu transbordar.

—Eu realmente vou sentir sua falta. Se divirta, seja lá para onde se mudar.

—A gente vai conversar, como antes. – prometi.

Ficou um momento em silêncio. Até achei que a ligação tinha caído.

Só que o que eu ouvi me surpreendeu mais do que tudo.

—Eu te amo. – ele disse e eu mordi o lábio escorregando no meu banco e sorrindo não acreditando no que estava ouvindo.

—Eu também te amo.

As palavras eram espontâneas. E eu não tinha incerteza de dizê-las.

—Tchau.

—Tchau. – sussurrei emocionada, depois desliguei. Elas deram um gritinho estridente e eu sorri. A tia Rose era surpresa pra mim, ela não gostava dos lobos. Mas resolvi não questionar. Ela devia se importar só com a minha felicidade. – Ah, gente, não é para tanto. – falei constrangida.

—Não é? Espera, o que é isso na sua bochecha? - Renesmee me cutucou no rosto. - Ahh, é você ficando vermelha! E com cara de boba quando ele disse que te amava. O garoto sabe como mexer com você.

Minhas tias concordaram.

Afundei mais no meu banco meio envergonhada.

—Você o ama mesmo, né? – tia Rose perguntou, desta vez séria.

—Sim. Ele é incrível.

—Ahhh, nossa sobrinha está amando. – tinha Alice falou nisso com um gritinho.

Elas trocaram um olhar, que Ness e eu não deveríamos ter visto.

—Que? – ela perguntou irritada. – Carlie conta os segredos dela para vocês, nossas tias preferidas, e vocês ficam de segredos entre si?

—Primeiro, somos suas únicas tias.

—Não. – discordei. – Leah é nossa tia, ou algo assim. Desde que Charlie casou com Sue.

Eu sabia que a tinha deixado sem argumento.

—Vocês têm um ponto. E obrigada. Segundo, não é nada demais. Só estamos preocupadas com Edward estar sendo duro demais com você.

Eu suspirei. Estava morrendo de sono. Soltei um bocejo e deitei no ombro da minha irmã. Adormeci assim que ela colocou a cabeça sobre a minha.

...

Acordei com alguém me balançando levemente pelo ombro.

—Carlie, acorda, chegamos – tia Alice disse.

Abri levemente os olhos bocejando e me espreguiçando.

—Sua mãe está aqui te esperando por vocês.

—Mamãe está aqui? – perguntei feliz. Não queria que fosse meu pai.

—Sim, agora vamos, sua preguiçosa – ela me ajudou a levantar.

Entramos na mansão Cullen, e como hoje à tarde, todos estavam lá.

—Então é verdade. Foi feito a lavagem cerebral. – tio Emmett lamentou, brincando.

—Há, há Emmett, muito engraçado.

—Ei, querida. – minha mãe disse vindo até mim – Você está bem?

Me limitei a dar de ombros, sabendo do que se tratava.

—Então vamos?

—Vamos, tchau gente. – dei um abraço e um beijo na bochecha de cada um.

—Tchau, gente. – minha mãe disse.

Fomos andando em silêncio. Mamãe abraçando nossos ombros.

Chegamos lá e meu pai estava andando de um lado para o outro na sala.

—Vai cavar um buraco aqui em casa? – perguntou Ness, hesitante com o humor dele.

—Pensei que tivesse te colocado de castigo. – falou com a voz dura, a ignorando.

Isso fez meu sangue ferver.

—Não se preocupe. Eu entendi muito bem sua definição de castigo. – frisei bem a palavra de castigo. – Não pus os pés em La Push, mesmo com vovô Charlie lá. Fomos até Seattle. Pelo menos elas se preocupam com meus sentimentos, e queriam me ver melhor.

Andei para o meu quarto, murmurando um breve "boa noite". Não queria falar mais com ninguém.

Tomei um banho rápido e, quando eu fui ver, acabaram as séries que eu gosto. Fui dormir de madrugada assistindo nada na TV. Meus pensamentos estavam em um único foco: como eu iria ficar anos sem ver Seth novamente?

Eu estava andando pela floresta. Estava tudo muito escuro e eu não sabia pra onde estava indo. Pela primeira vez, minha visão noturna não estava comigo. Meus pés que me guiavam e eu não sabia para onde eles me levavam. Era como se eles tivessem vida própria.

Foi quando eu cheguei numa clareira que de repente ficou clareada, e que eu reconheci de imediato. Era a minha clareira e do Seth.

Vi uma figura ali perto e quando eu chego, ele se virou pra mim com um sorriso mais lindo do mundo. Eu me inclinei por impulso colocando os braços ao redor de seu pescoço e ele me abraçou. Inalei seu cheiro – mesmo que não fosse o mesmo -, que era bem parecido. Ele se afastou um pouco sem desfazer o abraço e me deu um beijo na boca...

Acordei me sobressaltando e ofegante. Eu sonhei com ele. E de novo. Como era bom isso. Fui relaxando aos poucos. Dormi espontaneamente.

 

...

 

PDV Carlie.

Mais que insuportável meu pai está comigo. Agora com esse maldito castigo, ele fica me seguindo para todo lugar. Ele pensa que eu não sei a definição de castigo?! Está redondamente enganado.

—Pronto. – falei me virando para o meu pai. – Estou entregue.

—Não vim aqui para te “entregar”. – ele fez aspas no ar. – Eu vim passar um tempo com a minha família.

—Claro. – falei o “óbvio”. – Você quer ficar aqui apenas por isso. Sei.

Dei-lhe as costas e entrei em casa.

Vovó havia pedido ajuda para fazer a comida. Não neguei, queria passar um tempo com ela. Desde que revelei meu interesse pela culinária, ela adorou.

— Eu estava pensando em fazer um pesto. Ou um caldo, hoje está frio, acho que Charlie vai adorar.

—Acho perfeito. – sorri. Ela me mostrara um vídeo da receita, e ainda bem que eu tinha vindo cedo. Era simples, porém demorado.

Enquanto a primeira parte estava sendo feita, Nahuel entrou na cozinha.

—Isso está realmente cheirando bem. – elogiou, me dando um abraço.

—Espero que o gosto fique tão bom quanto o cheiro. – falei rindo.

E continuamos a conversar, e depois tive que voltar para o restante da receita.

Quando estava tudo quase pronto, ouvi os pneus de um carro. Meu coração acelerou. Não tive uma confirmação de que Seth viria, então não sabia o que esperar.

O carro estacionou, e meu avô Carlisle foi recepcionar meu avô Swan. Ri com isso.

Voltei a me concentrar na fritura do bacon, temendo queimar por mera distração. Bacon era o que não faltava, mas não queria ter que fazer por várias vezes.

Logo aquele cheiro amadeirado invadiu as minhas narinas. Então vovô Charlie, sem saber a fundo o que rolou, insistiu em trazer Seth e Leah.

Engoli em seco.

Concentra, Carlie. Fritar bacon não é difícil.

Peguei o prato com o papel toalha e fui tirando os cubinhos já prontos.

—Deixa que eu termino, amor. – minha vó disse, pegando o pegador de mim. Eu ia negar, mas queria dar um abraço no meu vô.

Me virei.

Nossos olhos se encontraram naquele momento. Eu sentia tanta falta deles. Depois daquele nosso beijo maravilhoso. Ele sorriu para mim, aquele sorriso que eu tanto amava. Olhou para abaixo do meu rosto, e seu sorriso ficou terno. Curiosa, abaixei o olhar e então vi; o colar que ele me dera. Mandei-lhe um sorriso agradecida.

Eu, com certeza, fiquei o olhando feito uma boba, pois só parei de olhá-lo quando ouvi uma voz me chamando.

—Carlie. – ouvi a voz do meu avô.

—Vovô! – respondi desviando o olhar dele para olhar em sua direção.

—Oi, minha querida. – ele falou me dando um abraço. – Por que parece que toda vez você cresce mais um pouco? Isso é normal? – questionou, olhando para o anfitrião da casa.

—Sim, ela está quase em seu completo desenvolvimento. – e beijou minha testa.

—Minha neta linda! – vovô Swan me abraçou novamente. – Estou feliz por Sue ter uma folga na cozinha. Além do mais, Seth me garantiu que Esme é uma ótima cozinheira.

—Ela é, mas hoje quem cozinhou também fui eu.

Seu olhar foi direcionado a mim surpreso.

—Uau, por essa eu não esperava. Estou ansioso para provar sua comida. – ele sorriu gentil para mim, e eu agradeci.

—Ei, Sue, Seth, Leah. Hoje teremos a mesa cheia. – sorri, contente.

—É bom ter sua companhia, vampirinha. – Leah sorriu.

—Como está Jayden?

—Está ótimo. Sam e Emily o levaram para passear. Decidi que devia deixá-los um pouco.

—Você é uma ótima prima. – garanti.

—Mal posso esperar para ver o que Carlie preparou. Aliás, cadê Renesmee?

Meu avô perguntou.

—Se trocando – papai respondeu. – Ela derramou leite em sua roupa.

Fomos nos sentar, uma vez que vovó serviria a comida. E então Ness chegou e cumprimentou todos. Seth ficou na minha frente, e Nahuel se sentou ao meu lado.

Eu odeio comer quando tenho dois olhos em mim, pensei olhando para o meu pai, que estava atrás de mim no sofá da sala. Tinha uma visão muito boa da cozinha de lá.

—Se ficar sendo engraçadinha, vai passar o resto do dia no chalé. – ameaçou baixo, sua voz não tão serena como o de costume.

Olhei para a mesa a minha frente, sentindo minha cara se fechar, a raiva ardendo em mim. Eu sabia que mereci aquilo, pois fiquei o provocando. Apesar de tudo, era meu pai. Eu não devia o desrespeitar.

Seth me olhou por um segundo, confuso por isso de repente. Desviei o olhar. Aquilo já era doloroso o suficiente, capaz de papai me trancar no quarto só de o olhar demais.

Nós comemos e rimos muito, como sempre fazíamos. Comer em família era caloroso. Eles elogiaram bastante minha comida. Mesmo eu dizendo que vovó me ajudou, ela disse que eu fiz a maior parte.

—Edward. – ouvi a voz da Mamãe. – Ela não vai fugir. Vamos deixá-la um pouco aqui.

—Eu não vou a lugar nenhum enquanto Carlie estiver aqui.

Com Seth, Pensei para mim mesma completando a sua frase.

—Edward, você vai e agora.— ela deu um ponto final nessa história.

Levantei-me como se não tivesse ouvido nada e fui colocar meu prato na pia. Senti os olhos de Seth em mim o tempo todo.

PDV Seth.

Uma parte que faltava em mim se completou por um momento só de estar no mesmo aposento que ela. Vê-la depois do que aconteceu era um alívio. Eu odiei como o pai dela se revoltou, sendo que aquilo era para mim. Para ele ficar bravo comigo, não com ela.

Mesmo que eu não pudesse a beijar como da última vez que a vi, já estava de bom tamanho a observar. Ver seu lindo cabelo num penteado que eu nem me arriscaria a dizer o nome. Só sabia dizer que eram duas tranças repartidas ao meio, desde a frente do cabelo até a sua nuca pareciam duas cordas presas, e o resto era solta até sua lombar. Duas mechas de cachos caiam com suavidade da linha da sobrancelha até suas bochechas. Seus olhos verdes ali, num brilho majestoso que quase me hipnotizavam. Seu sorriso mostrando os dentes brancos e alinhados que habitavam aquela boca carnuda. As maçãs de seu rosto com um leve corar por ter estado cozinhando.

E o que eu tentava não pensar muito era em como aquele vestido preto colado ao seu corpo a deixava formosa. O decote reto ainda lhe dava um ar sexy e ao mesmo tempo discreto. As alças finas deixavam a mostra todo o seu colo.

Me obriguei a desviar o olhar assim que ouvi um rosnado baixo. Somente nossos ouvidos sensíveis e atentos ouviriam.

Pela primeira vez, Edward tinha um sério problema comigo. Ele sempre foi gentil, mas agora, mal olha na minha cara. Isso também me deixava mal.

—Edward. – Bella falou baixinho. – Ela não vai fugir. Vamos deixá-la um pouco.

—Eu não vou a lugar nenhum enquanto Carlie estiver aqui.

Comigo, Pensei. Edward me ignorou.

—Edward, você vai e agora.— ela deu um ponto final.

Carlie tinha o semblante triste, que eu desejei poder tirar. Ela se levantou e foi lavar o prato. Nahuel me olhou de triunfo e se levantou. Seguiu Carlie até a pia e começou a conversar com ela. Como sempre, ela ria do que ele dizia.

Por que isso Edward não ligava??

Charlie ainda estranhava Nahuel, mesmo depois de dizer que ele era da mesma espécie de suas netas.

Observei de canto de olho, e senti o ciúme queimar dentro de mim. Carlie rindo daquele idiota, e ele com um ridículo sorriso sedutor em seus lábios.

Ela não percebia que era seu jogo?

Mereço...

Resmunguei em meus pensamentos.

Se Edward fazer com que Carlie mude o que ela sente por mim, eu nunca, jamais o perdoarei.

PDV Carlie.

Eu estava num duro dilema interno. Estava com medo dos meus pais chegarem para buscar nós duas, mas queria vê-lo. Uma última vez. Eu sabia que não o veria de novo em anos. E não sabia se aguentaria.

Os outros já estavam no carro para ir embora.

Dane-se!

Mandei em sua mente, o local. Não soube qual seria sua reação, pois havia me despedido dos outros na sala mesmo. Meus avós desceram para dar tchau aos convidados.

Ao ouvir o carro se afastando, falei que ia dar uma volta e entrei na floresta. Não estava de noite ainda, então eu sabia que ninguém iria atrás de mim.

E então corri com todas as minhas forças. Eu não tinha muito tempo. Eu ainda ia ter que tomar um banho quando chegasse à casa da vovó para o meu pai não perceber o cheiro.

Eu nem sabia se Seth iria. Meu peito se afundou em resposta.

Meu coração batia a mil. Quanto mais eu corria, mais eu sabia que o relógio estava contra mim. Por mais que a minha velocidade fosse mais do que o ser humano mais rápido do mundo, ainda não era nada comparado as pernas vampirescas.

Avistei as árvores familiares, e inspirei. Soltei o ar, maravilhada.

Ele estava sentado na grama, perto do lago que nos beijamos.

—Oi. – murmurei baixinho, o fazendo se levantar sorrindo e vir até mim. – Pensei que não ia vir.

—Claro que eu viria. – ele disse. – Depois do que aconteceu, eu apenas queria olhar mais uma vez para você. Para saber que está tudo bem.

—Eu queria muito mais que olhar para você. – falei sem pensar e ele riu.

PDV Carlisle.

—Edward? – o chamei. Segundos depois a porta se abriu.

—Olá Carlisle. – ele me cumprimentou.

—Será que podemos conversar? É sobre a Carlie.

—O que ela já disse?

—Ela me disse apenas a verdade. Não vai me convidar para entrar?

—Claro. Desculpe-me. Entre.

Entrei e me sentei no sofá, sendo seguido por ele.

—Seja lá o que você tiver feito com a sua filha, você precisa reconsiderar. Seth e Carlie se amam muito...

—Carlisle. – ele me interrompeu. – Você não veio aqui apenas para me pedir isso, foi?

—Edward, pense bem no que você está fazendo. – pedi novamente. – Carlie está muito triste com essa situação...

—Ela tem apenas seis anos, Carlisle. – ele explodiu. – Você não entende?

Você não entende. – corrigi. – Ela é a sua filha e você devia respeitar suas decisões e sentimentos. Essa idade dela é apenas cronológica. Você sabe que ela e Renesmee são extremamente inteligentes para a idade delas. Elas não aparentam a idade que realmente têm.

—Isso não é desculpa. – ele já estava amenizando suas emoções. – Ela é apenas uma criança.

—Edward. – falei calmamente. – Eu sei que você sabe que está errado. Dê uma chance a ela. Por favor. É só o que eu te peço. Seth ter sofrido imprinting pela Carlie torna tudo mais doloroso.

Ele hesitou.

Ao mesmo tempo em que Carlie estava magoada com o seu próprio pai, meu filho estava se sentindo imponente com sua filha se envolvendo em um relacionamento amoroso. Eu podia entender o quão difícil isso era para os dois.

—Eu... Vou dar uma chance a eles. – Edward se rendeu.

Um sorriso cresceu em meu rosto.

—Você verá. Ainda vai me agradecer por isso. – prometi.

—Obrigado por abrir meus olhos, Carlisle. – ele disse.

—Não há de que.

PDV Carlie.

Ficamos um tempo nos beijando.

—Posso te fazer uma pergunta? – falei quando nos separamos do beijo.

—Pode. – ele sussurrou sorrindo.

—Você ficou com ciúme do Nahuel?

Nesse momento ele abriu os olhos e me encarou.

—Você deve estar brincando, né?

—Não entendi. – falei confusa.

—Estamos aqui nesse momento tão bom e você vem falar desse híbrido idiota!

—Eu também sou híbrida – apontei.

—Mas você sabe que eu me refiro unicamente a ele.

—Eu vi a sua cara quando Nahuel estava te deixando com ciúme. Sabe que não precisa disso, né?

—Sei? Eu estava com tanto medo de ele mudar o que você possivelmente sente por mim...

—Nada. – o interrompi. Peguei seu rosto entre minhas mãos, o trazendo para perto. – Nada nesse mundo irá mudar o que eu sinto por você.

Suas mãos seguraram meu rosto e ele me beijou.

—Se você soubesse o quanto isso é importante para mim... Se você soubesse o que você significa para mim...

—Eu sei o que você significa para mim.

—Você está comparando um edifício a uma cidade inteira.

—Não sei bem disso..., mas eu tenho que ir.

—Não tem não.

—Tenho sim. Meu pai não sabe que vim até aqui. E ele confia demais neles. Eles não podem desconfiar que eu vim te ver. Ninguém vai esconder isso do meu pai.

—Tudo isso para me ver? – ele perguntou surpreso.

—Eu enfrentaria qualquer coisa nesse mundo, apenas para te ver.

Ele sorriu e me beijou novamente.

—Seth, é sério, eu realmente preciso ir. – cortei o beijo, mesmo não querendo. – Se meu pai desconfiar que eu não estou mais em casa, não sei o que ele é capaz de fazer. Você não quer descobrir, quer?

—Sabe que não. – ele me olhou como se isso fosse óbvio. – Ok, então. É melhor você ir. Mas antes...

E me beijou longamente. Um beijo apaixonado, tirando nossa saudade um do outro.

Ele me libertou.

—Eu te amo. – ele falou, enquanto eu me afastava.

—Também te amo.

Corri até ele e o abracei. Seria difícil aguentar mais um tempo sem ele depois de vê-lo. Ele fundou seu rosto em meu cabelo.

—Amor, você tem que ir. – ele me lembrou, e eu fiz que sim com a cabeça.

Desta vez me afastei e realmente deixei o lugar.

...

Cheguei na casa dos meus avós e fui direto para um banho. Depois fui para a minha casa. Me dirigi para o meu quarto, e fiquei mexendo no meu notebook.

Quando tive a surpresa de vê-lo entrando em meu quarto. Quando falava comigo era para me dar broncas, já que eu não demonstrava querer conversar com ele.

Se sentou em minha cama, seus olhos dourados me trouxeram uma paz. Ele não estava mais zangado comigo. Se desculpou por sua explosiva comigo e com Seth. Meu coração se aqueceu, e eu o perdoei. Recebi um abraço apertado.

—Sinto muito, meu amor. – afundou o rosto em meu cabelo. Meu coração quase parou e meus olhos arregalaram quando me lembrei de que Seth fez o mesmo mais cedo.

Meu pai se afastou de mim, fazendo uma careta, tanto pelo cheiro, tanto pelo fato de ele estar ali.

—Mas o que...?

Eu abri a boca para falar algo, mas nada saiu. Eu me esqueci de lavar o cabelo, e me esqueci mais ainda de que Seth tinha estado tão perto.

—Vocês ficaram juntos debaixo dos olhos dos seus avós? - indagou.

—Claro que não! - exclamei, sem pensar. Ele não se enganou.

—Eu não acredito que ainda reconsiderei te tirar do castigo! – ele exclamou, chocado, se levantando da minha cama. – Você passou por cima da minha ordem! Eu sabia que não devia ter tirado você do castigo. Eu sabia.

Se virou e foi em direção a porta, enquanto eu estava paralisada com o que acabou de acontecer.

Antes de chegar lá, ele me olhou.

—Não tivemos essa conversa. – murmurou. – Nada mudou. Se quiser ver Charlie, ele virá até nós.

E se foi.

—Argh! – falei alto, com raiva, e peguei um travesseiro, o jogando em direção a porta, agora fechada.

Droga, droga, droga! Eu estava com tanta raiva que eu estava chorando. O arrependimento bateu tão forte que eu precisei me segurar para não sair destruindo meu quarto aos socos.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.