A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 74
2x32 Criaturas Místicas




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PDV Renesmee.

Doeu tanto ver minha melhor amiga se mudar com outro cara para outra cidade. E justo o híbrido que nos sequestrou a mando dos Volturi. É nessas horas que eu penso: Ela ficou pirada? Ela bateu a cabeça em uma pedra depois de se jogar de um penhasco? Ela perdeu a memória? Está hipnotizada? Ficou louca? Ou a melhor das hipóteses; ela está sendo obrigada de alguma forma a ficar com ele?

Tirei o pé do acelerador quando meus olhos captaram de longe o bar que eu fui uma vez com a Carl. Ali era um lugar perfeito para soltar a voz. Já cantamos Stickwhtu das The Pussycat Dolls. Foi tão legal fazer dueto com ela nessa música.

Estacionei junto a calçada, e desci, com o meu Pen Drive no bolso da calça jeans. Se me desse coragem de cantar essa música, eu cantaria. Era sobre o meu ex namorado, Harry. Além daquela, eu fiz mais algumas músicas quando terminei com ele.

Era de noite que as pessoas gostavam de cantar. Olhei no meu relógio de pulso e vi que eram oito e quarenta e sete.

Tinha uma menina com um violão, terminando de cantar Apoligize. Eu percebi uma lágrima escapar de seu olho antes de ela acabar.

– I'm holding on your rope, got me ten feet off the ground...

Eu adoro essa música. Ela foi aplaudida e agradeceu, limpando a lágrima. Ela olhou para uma pessoa sentada em algum lugar do bar e engoliu em seco. Talvez alguém que a decepcionou estava aqui, e ela havia cantado como uma indireta.

Tomei coragem e me levantei, indo falar com o balconista e que atendia os clientes nas mesas.

– Olá, Jack. – o cumprimentei, e ele levantou o olhar para mim, e sorriu. – Lembra de mim?

– Claro. – ele falou, a lembrança lampejou em seu rosto. – Você e sua irmã vieram cantar aqui um dia desses, acompanhadas daqueles grandões, certo?

Assenti, rindo um pouco. Seth e Jacob vieram conosco.

– Eu gostaria de cantar de novo, posso? – pedi.

– Mas é claro! – ele falou rapidamente, largando a caneta e o caderno, cujo havia algumas anotações. – Venha comigo.

O segui até o palco. Da outra vez, o seu superior sugeriu uma proposta para que cantássemos todo sábado. A gente aceitou, mas depois paramos um pouco com tudo que vinha acontecendo.

– Será que tem alguma lugar para colocar esse pen drive? – perguntei, o tirando do bolso e mostrando. – Eu só não consegui colocar o som da guitarra aqui, mas o resto está prontinho. É que não teria ninguém para tocar os instrumentos comigo, então resolvi fazer esse pequeno ajuste.

Ele me olhou impressionado por um segundo antes de responder.

– Sim, bem ali. – ele apontou para uma caixa de som, onde dos lados tinham uma entradas para cabo USB, entre outras.

– Obrigada. – falei e conectei.

– Pode deixar que, quando você quiser, eu começo. – ele falou, sem formalidades, como eu pedi da outra vez.

– Obrigada. – falei e peguei a guitarra, colocando o cordão sobre meu ombro. O microfone já estava ajeitado devido a última apresentação.

Comecei com o som da guitarra e assenti, foi aí que a música começou.

Once upon time

(Era uma vez)

A few mistakes ago

(Há algums erros atrás)

I was in your sights

(Eu estava na sua mira)

You got me alone

(Você me pegou sozinha)

You found me

(Você me achou)

You found me

(Você me achou)

You found me

(Você me achou)

Cantar essa música me trazia lembranças tristes. Não de perder o Harry, mas sim de ter uma decepção com o meu primeiro namorado. Uma não, várias.

I guess you didn't care

(Acho que você não se importou)

And I guess I liked that

(E acho que eu gostei disso)

And when I fell hard

(E quando me apaixonei intensamente)

You took a step back

(Deu um passo para trás)

Without me, without me, without me

(Sem mim, sem mim, sem mim)

And he's long gone

(E há tempos está longe)

When he's next to me

(Quando está ao meu lado)

And I realize the blame is on me

(E eu percebo que a culpa é minha)

Eu gostava do toque dessa música, portanto da letra. Fazer o que?

Cause I knew you were trouble when you walked in

(Porque eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Algumas meninas, lindamente vestidas, se levantaram e foram para a pista de dança, balançando conforme a música.

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca tinha ido)

Till you put me down oh

(Até me colocar no chão)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca tinha ido)

Now i'm lying on the cold hard ground

(Agora estou deitada do chão duro e frio)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

No apologies

(Sem desculpas)

He'll never see you cry

(Ele nunca verá você chorar)

Pretend he doesn't know

(Finge que não sabe)

That he's the reason why

(Que ele é motivo pelo qual)

You're drowning, you're drowning, you're drowning

(Você está se afogando, você está se afogando, você está se afogando)

And I heard you moved on

(Eu ouvi que você seguiu em frente)

From whispers on the street

(Em sussurros na rua)

A new notch in your belt

(Um novo furo em seu cinto)

Is all I'll ever be

(É tudo o que serei)

And now I see, now I see, now I see

(E agora eu vejo, agora eu vejo, agora eu vejo)

He was long gone

(Ele havia partido havia tempo)

When he met me

(Quando me conheceu)

And I realize the joke is on me

(E eu perceb que a piada é sobre mim)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Nesse momento, olhei de relance para qualquer lugar dali. E me surpreendi quando reconheci justamente a “estrela” dessa música que compus. Talvez ele mora aqui, pois já o vi algumas vezes. Fingi que nem o notei e continuei sem interromper.

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca nunca tinha ido)

Till you put me down oh

(Até me por no chão)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca tinha ido)

Now i'm lying on the cold hard ground

(Agora estou deitada no chão duro e frio)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

When your sadest fear comes creeping in

(E o medo mais triste chega causando arrepios)

That you never loved me or her or anyone or anything

(Que você nunca me amou, ou ela, ou alguém, ou algo)

Yeah

(Sim)

Foi difícil me concentrar com ele me olhando. Eu estava nervosa, pois não queria que ele ouvisse.

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca tinha ido)

Till you put me down oh

(Até me por no chão)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

So shame on me now

(Vergonha para mim agora)

Flew me to places i'd never been

(Me levou a lugares que eu nunca tinha ido)

Now i'm lying on the cold hard ground

(Agora estou deitada no chão frio e duro)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

Oh, oh, trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

Trouble, trouble, trouble

(Problema, problema, problema)

I knew you were trouble when you walked in

(Eu soube que você era problema quando você apareceu)

Trouble, trouble, trouble!

(Problema, problema, problema!)

Eles me aplaudiram quando acabei. Realmente, a música era contagiante.

– Obrigada. – agradeci e me virei para desconectar os instrumentos. Agradeci ao Jack e peguei meu pen drive de volta.

Desci do palco enquanto começava uma música qualquer, que eu não reconheci de imediato.

– Olá. – uma voz falou perto do meu ouvido, e eu reconheci imediatamente.

– Oi.

– Posso me sentar? – ele perguntou, apontando para uma cadeira vazia ao meu lado.

Dei de ombros. Eu tinha esquecido que ele estava aqui.

– O que faz aqui, sozinha? – havia uma pontada de curiosidade em sua voz. O resto queria apenas puxar assunto.

– Vim espairecer. – respondi alto, já que a música não ajudava muito.

– Brigou com o namorado?

– Não briguei com o meu marido. – dei ênfase na palavra, para ele saber que eu era casada, e ele balançou a cabeça, assentindo. – Com a minha irmã.

– Oh. – ele respondeu, e tom compreensivo. Ficamos um segundo em silêncio, eu aproveitando a música. – Você não cansa de me colocar para baixo, né?

– Do que você está falando? – perguntei, surpresa.

– A música. – ele falou.

– Como soube que era sobre você? – perguntei, domada pela surpresa. Poderia ter sido qualquer outro.

– Não sou idiota. – ele falou.

– Eu nem sabia que você estaria aqui. – dei de ombros, nem me importando com o fato.

– Então... – ele parou um segundo, pensando em algo para falar. – Como está o seu filho?

Eu já ia perguntar, e parei quando me lembrei que eu já estava com barriga quando nos encontramos na praça de alimentação.

– Minha filha está ótima, obrigada por perguntar.

Ele riu.

– Já que estamos aqui, tem mais outras músicas me humilhando? – ele perguntou, porém seus olhos diziam que ele não estava bravo ou algo do tipo.

– Tem mais uma... – falei, me lembrando. Essa era mais animada.

– Cante. – ele pediu.

– Tudo bem. – falei e subi novamente ao palco. Com a ajuda do Jack, coloquei para tocar no meu Pen Drive.

I remember when we broke up, the first time

(Eu lembro a primeira vez que terminamos, pela primeira vez)

Saying "this is it I've had enough"

(Dizendo `` é isso, chega para mim ´´)

Ele riu com o fato de eu ter colocado isso na música. Talvez não fossemos mais como dois estranhos. Talvez pudéssemos ser amigos novamente.

'Cause like we hadn't seen each other in a month

(Porque, tipo, não tínhamos nos visto por um mês)

When you said you needed space... What?

(Quando você disse que precisava de espaço... O que?)

Quando a música acabou, recebi meus aplausos, e desci, novamente pegando meu pen drive.

– Uau. – ele falou impressionado. – Não sei exatamente o que mais mexeu comigo. O fato de você ter escrito numa canção um pouco de tudo que vivemos juntos, ou você ter escrito uma música.

Eu soltei um riso.

– Sabe, ultimamente eu tenho... mudado. Bastante. – ele confessou. Não parecia que estava dizendo isso para eu voltar para ele. E sim apenas confessando. – Depois que a Melissa entrou na minha vida, eu... eu nunca mais saí com nenhuma garota. Não tenho vontade de ficar com outra garota. O problema é que ela não acredita em mim, e eu não sei o que fazer.

– Olha. – segurei sua mão, olhando em seus olhos. – Você tem que mostrar que gosta dela. Temos que admitir que você tinha uma fama bem... você sabe. Então, vai ser difícil ela confiar em você, pois como dizem: “Confiança não se dá, se conquista”. Então, conquiste-a. Diga que a ama. Tenho certeza de que, se você não vacilar com ela, ela vai cedendo aos poucos.

Ele sorriu, dando um leve aperto em minha mão. E então eu me lembrei de que cometi um erro, e estaria ferrada se não fosse pelas minhas luvas, pois esta noite estava bem fria.

Assim como em um segundo ele sorria para mim, em outro ele olhou para trás de mim, e seu sorriso desapareceu. E ele soltou minha mão. Eu ia olhar para trás para ver o que ele tinha visto.

E então senti duas mãos quentes em meus ombros, reconhecendo de imediato o toque: Jacob. Virei a cabeça para olhá-lo, e tentei me levantar, e fui impedida por suas mãos que me fizeram sentar novamente.

– Não, fique. – ele falou. – Não quis atrapalhar seu momento.

– Jake, não é nada disso...

Não deu para falar mais nada, pois ele me deu as costas e foi para fora.

– Tenho que ir. – falei rapidamente me levantando, nem dando tempo de ele se despedir. – Jake, espera!

O alcancei quando ele andava apressado ao lado da porta do passageiro de seu carro.

– Jake! – exclamei e agarrei seu braço, e ele parou. – Me escuta, pelo menos?

Ele inclinou a cabeça para o lado, sem me olhar, dando um gesto para eu continuar.

– Não é isso que você está pensando. – comecei. – Eu o encontrei por acaso. Nem sabia que ele estava por aqui. – falei sincera. – Por que você está agindo desse jeito, seu idiota?

Pelo menos com essa ele me olhou.

– Eu vim aqui para ficar com você, e quando chego, te encontro segurando a mão do seu ex, o que quer que eu pense? Ah, sim. Obrigada por lembrar que eu sou um idiota.

– Será que dá para parar de pensar essas coisas sobre mim? Você acha o que? Que eu vim aqui para te trair? Me poupe, Jacob.

– Quero ver se fosse você que chegasse em um bar e me encontrasse segurando a mão de uma garota qualquer.

Respirei fundo, evitando gritar com ele.

– Pode parar com essa desconfiança? Porque...

– Nem cogite que eu esteja desconfiando de você, mas...

– Mas...? – o incentive a continuar.

– Escute, não é desconfiança. É ciúme. Não, não é isso também... – ele parou e respirou fundo, tentando não se atrapalhar. Agora eu estava curiosa para saber sobre o que era, se não era ciúme. – É apenas medo de te perder.

– Uau, Black. – falei, fingindo estar impressionada. – Não confia no seu taco? – mordi o lábio, o provocando.

– É meio difícil quando tem uma mulher perfeitamente maravilhosa ao meu lado. Sabe como ciúme é ruim.

Respirei fundo, evitando responder. Passei os braços ao redor de sua cintura, me lembrando da loira azeda da praça de alimentação, dando em cima do meu homem. Quase parti para cima daquelazinha.

– Vamos embora? – perguntou, quebrando o silêncio.

– Eu pensei que podíamos aproveitar, já que estamos sozinhos. – falei.

– Para mim soa ótimo. – ele falou, abrindo um sorriso tão lindo, que fez meu coração acelerar.

A gente andou por alguns minutos em silêncio. Era bom. Isso me fazia pensar em milhares de coisas. Sobre a minha irmã. Sobre como é difícil uma vida sendo uma vampira. A gente pensa que vai viver a eternidade em paz, e quando vê, a nossa vida vem com várias complicações de brinde.

– Eu não sei como dizer o quanto eu sinto muito pela Carlie. – ele falou. O olhei, surpresa por ele falar nela. Desde que ela se foi, Jacob cortou qualquer tipo de ligação que eles tinham. Ou seja, parou de falar com ela, pois ela magoou Seth profundamente.

– Não precisa. – falei, limpando a lágrima que eu nem percebi que tinha caído. – Carlie já grandinha para saber o que fazer da sua vida.

– Será que ela foi... hipnotizada ou algo do tipo? – ele perguntou.

– Jake, será que a gente pode parar de falar dela, por favor? – pedi parando, e percebi que minha voz saiu exausta. Bem, de certa forma eu estava. Estava cansada de falar sobre ela. O buraco no meu peito doía mais.

Ele assentiu, e me puxou para um abraço. Respirei fundo, retribuindo. Era incrível a capacidade dele de me fazer sentir melhor.

Depois de uns momentos ali, parados, abraçados, eu me separei delicadamente. Suas mãos seguraram as minhas.

– Eu sinto muito. – ele falou pela última vez, e eu sabia do que ele falava. Eu assenti. – Tem um ótimo restaurante para irmos. Bem, não é exatamente um restaurante. É meio que um bar. É logo ali.

Ele apontou com a cabeça para o bar do outro lado da rua.

– Parece ótimo. – falei, e fomos. – Já que vovó roubou a Sarah, vamos encher a cara?

Ele gargalhou. Quem me visse, diria “Essa menina é muito certinha”. Quem me conhece, saberia que, já que sou adulta, hã, fisicamente, eu seria desse jeito, meio... louca?

– Olá. – cumprimentei a balconista, enquanto nos sentávamos no banco. Ela seria muito nova para ser dona. A menina aparentava ter uns dezessete ou dezoito. E era linda demais para trabalhar num lugar desses. – Duas dozes de wisk, por favor.

Ele beliscou minha cintura de leve.

Ela se foi e voltou com o pedido. Virei o copo de uma vez, assim como o Jacob. Ele sorriu para mim, travesso. A nossa noite estava apenas começando.

– Achou que eu aceitei vir aqui por quê? – perguntei.

– Espere um segundo... – ela parou, me analisando.

– Sim? – falei, esperando ela dizer algo.

– Você é irmã daquela garota, a outra Cullen. – ela concluiu.

– Não somos mais Cullen. – a corrigi. – Ela é Clearwater, e eu sou Black. – falei, mostrando minha aliança.

– Hmm, legal. – ela sorriu, mas para mim foi forçado. Talvez ela não estivesse nem um pouco afim de saber sobre minha vida pessoal. – Por acaso você sabe o paradeiro da sua irmã?

– Me desculpe, nos conhecemos? – perguntei, estranhando essa desconhecida querer saber da minha irmã.

– Quem faz as perguntas aqui sou eu. – ela falou, rude.

– Quem você acha que é para falar assim comigo? – perguntei, irritada.

De repente, uma dor de cabeça horrível invadiu minha cabeça.

– Ahhh! – gritei, segurando-a como se a dor fosse passar.

Nada.

Eu não aguentei e fui para o chão, de tão grande a dor. Ele foi direto para o meu lado, espantado ao me ver daquele jeito.

– Jake, faz parar, faz parar!

– Calma, Nessie. – ele falou, desesperado ao me ver daquele jeito. – Pare com isso! – ele rosnou, e não parecia ser comigo.

– Não até ela me dizer onde a irmã dela está. – ela falou, e a dor parecia ficar cada vez mais forte. Caramba, nunca pensei que podia sentir uma dor tamanha grande.

– Ahhh! – soltei um grito mais alto do que antes.

– Pare com o que for que esteja fazendo. – Jacob grunhiu, tentando lhe causar medo.

– Só digo se me dizer o que quer com isso. – falei com dificuldade.

E então a dor parou. Ofeguei de alívio.

– Acho justo. – ela falou. – Eu quero o vampiro que está com ela. Quero o Henry.

– Ainda bem, pois isso pode abrir os olhos da minha irmã. – falei, me levantando com o apoio do Jake.

– Então me diga de uma vez. – ela falou, furiosa.

– Eles estão em algum lugar de Los Angeles; não sei exatamente onde eles estão. – falei meia verdade. – Não quis saber. Estava chateada demais para querer saber.

– Não quero saber dos seus problemas pessoais. – ela cuspiu. – É melhor você saber até amanhã de noite. – ela rosnou. – Ou então, você vai se ver comigo.

A porta foi aberta e um garoto moreno de olhos verdes entrou no ambiente.

– Oi, Lucy. – ele a cumprimentou.

– Oi, Jensey. – ela falou com um sorriso simpático.

Ele olhou para a gente, com um olhar confuso, e sussurrou para ela:

– Pensei que tivesse fechado o bar.

Ela o olhou e piscou o olho.

– Afinal de contas – me intrometi – é esse seu dom de vampira, Lucy?

Ela riu, e o Jensey a acompanhou.

– Honestamente, você vive num mundo onde há vampiros, lobisomens, híbridos e acha que esses são os únicos seres sobrenaturais da história mística?

Pisquei o olho, surpresa. O que eles eram?

– Sou uma bruxa, sua bobinha. – ela falou, antes que eu respondesse. – Quer dizer, nós dois somos.

Isso me deu o que pensar. Se essa garota aparentemente, apenas aparentemente normal, é uma bruxa, o que Henry seria? Um bruxo também.

Abri a boca para falar, só que ela foi mais rápida.

– Não tome conclusões precipitadas, querida. Henry é apenas um tipo diferente de vampiro. – ela respondeu. – Totalmente diferente.

– O que quer dizer com “diferente”? – indaguei, curiosa.

– Bem, digamos que ele tem um anel que o protege de virar pó no sol. – ela respondeu. – Ele só morre com uma estaca no coração, e sua aparência... hmmm, digamos que ela muda quando ele sente o cheiro de sangue. E se quiser chegar perto dele sem ser hipnotizada, tome verbena.

Sério que ela estava dando várias dicas para matar o cara que ela aparentemente queria?

– Mas escute bem: – ela foi chegando perto de mim, enquanto Jacob também o fazia, para me proteger. – Se fizer qualquer coisa, qualquer coisa que o machuque, vai se ver comigo.

– Não é muito inteligente da sua parte me ameaçar. – falei, tentando parecer tão ameaçadora quanto ela. – Minha família de vampiros é... digamos que mais resistente, bem mais resistente que essa outra raça, então se encostar o dedo em mim, é só estalar os dedos que minha família mata o Henry. E você vai junto.

– Amanhã. As oito da noite. Quero o endereço completo de onde eles estão. Ou então posso jogar uma maldição na sua família. A escolha é sua.

– Se colocar minha família no meio, você vai se ver comigo. – minha voz subiu três oitavas.

– Se acalma, Nessie. – Jacob murmurou perto do meu ouvido, e tentei fazer o que ele pedia.

– Vá embora do meu estabelecimento. – ela falou. – E não se esqueça.

– E o que eu ganho em troca? – perguntei, me perguntando também se eu ganharia algo com isso.

– Se a sua irmã ainda ama aquele lobisomem, é isso que você ganha. Agora saia.

– Tenho mais outra pergunta. – falei quase a interrompendo.

– Seja rápida. – ela falou, me apressando.

– Existe mais lobisomens... de lua cheia? – Falei, curiosa. Eu perguntei “mais”, pois eu me lembro de histórias que meu pai me contara, sobre os lobos de lua cheia estarem quase extintos.

– Depois que viemos para cá, apareceram os lobisomens também.

– E quantas de você existem?

– Não sei exatamente. Sei apenas do Jensey, e da minha avó, Emma. Ela é uma bruxa original.

– Original? – perguntei, confusa.

– Original quer dizer, a primeira. A mais forte de todas.

– Se ela é a primeira, quantos anos ela tem?

– Séculos. Principalmente de experiência.

Isso me fez perguntar se bruxas eram imortais, tais como vampiros.

– E sobre os outros vampiros? – Jacob se intrometeu, não me deixando continuar. – Eles também são... hã, originais?

– Sim. – ela falou. – Há originais também. Mas não podem ser mortos, a não ser que queira acabar com essa raça. Se um for morto, toda a sua linhagem morre com ele.

– Isso é... estranho. – falei.

– Agora dê o fora. E não se esqueça. – ela repetiu.

Engoli em seco e Jacob e eu saímos rapidamente de lá.

– Me desculpe por ter nos metido nessa. – ele falou. – Sou um completo idiota...

– Jake, não foi culpa sua. – o cortei. – Só temos que dar um jeito de Carlie estar longe seja lá onde ela estiver, nos próximos dias.

– Vamos dar um jeito nisso. – ele concordou. Por mais magoados que estivéssemos com ela, a gente não podia deixar minha irmã sofrer nenhum risco de vida. Tadinha. Ela ficaria traumatizada com algo mais acontecendo em sua vida. – Vamos, vou te levar para casa.

Concordei, e o abracei pela cintura todo caminho até o carro.

– Vamos dar um jeito. – ele murmurou, abrindo a porta para mim. – Eu prometo.

Eu assenti e afundei no assento do carro.

PDV Carlie.

Henry já estava sonolento por causa do sonífero. Ele havia bebido praticamente tudo! E o que ajudava era que ele não havia dormido muito bem a última noite.

Eu colocava pouco, com a desculpa de que não bebia, e quando ele estava distraído, eu derrubava de volta na garrafa, silenciosamente. E então... O bote final. Injetei verbena em seu organismo.

Quando ele estava já dormindo, abri os botões da sua camiseta, e da bermuda, juntamente com o zíper.

Eu estava com uma blusa e um short desde o começo, mas agora tive que ficar só de lingerie para reforçar a cena.

Quando ele deu os primeiros sinais de que acordaria, fiquei extremamente arfante, como se tivesse saído da melhor transa da minha vida.

– Olá, querido . – falei com uma voz sedutora, fingindo fazer um esforço para maneirar na minha respiração.

– Oi. – ele respondeu confuso, e eu tive que fazer um esforço para não gargalhar. – O que aconteceu? – perguntou, olhando para si mesmo, e depois para mim, cujo estava apenas de sutiã.

– O que? – falei, sem acreditar. Tirei meu sorriso do rosto e fingi frustração. – Você não lembra do que acabou de acontecer? Tá de brincadeira!

Me levantei, e comecei a recolher minhas roupas do chão.

– Não, não é isso. – ele falou, se levantando para me impedir. E parece que sofreu uma “pequena” dor de cabeça por se levantar depressa. – Ai, acho que preciso me sentar de volta. – e o fez, apertando os olhos com força, como se quisesse fazer a dor desaparecer.

– Acho que você bebeu tanto, que nem se lembra do que aconteceu. – falei, num tom decepcionado. Terminei de colocar a minha calça e minha blusa preta.

– Claro que lembro... – ele deixou sua voz morrer, não certo de continuar sua informação mentirosa.

– Ah, é? – cruzei os braços na altura do peito, o olhando de triunfo. – O que acabou de acontecer? – perguntei, o desafiando.

– A gente bebeu alguns copos de vinho... – ele falou, parando e fazendo uma força para se lembrar. – E depois... sinceramente, por que isso importaria tanto para você, eu lembrar?

– Eu só queria que você recordasse da nossa primeira vez. – falei, formando duas lágrimas a aparecerem nos meus olhos. Caramba! Como eu sei atuar.

– Para que? – ele perguntou, nem se importando. – Você ainda ama aquele cachorro pulguento.

– Em defesa dele, ele não tem pulgas, pois ainda é humano. – falei, tentando quebrar o clima. E guardando a minha raiva por ter insultado o Seth. Sim, principalmente isso.

Calma, Carlie. Respirei fundo, pensando comigo mesma. Não vai querer cavar seu próprio buraco.

– Você vai mesmo ir para Boston amanhã? – perguntou ele, totalmente desviando do assunto.

– O que? – desafiei. – Não é homem o bastante para continuar o assunto de ego ferido? Ah, esqueci. Nenhum homem é homem o suficiente para isso.

– Nem o Seth? – ele arqueou uma sobrancelha.

O Seth? É mais homem do que qualquer um por aí. Inclusive você.

Cara! Tive que me segurar para não soltar essa.

– O Seth? – bufei, como se tirasse sarro desse detalhe. Andei até ele, ficando a sua frente. – Muito menos o Seth. – me debrucei sobre ele, e deixei nossos rostos próximos.

Seus olhos voavam entre minha boca e meus olhos. Talvez ele estivesse tentando me beijar. Sonha, querido!

– Não, - me afastei, de repente, o surpreendendo com isto. – Está de castigo.

– O que eu fiz?

– Você não lembra da nossa transa e ainda pergunta o que fez? Se um dia você fizer novamente isso com uma mulher, fique preparado para ser expulso da casa dela a pontapés.

Ele riu, como se esperasse que fosse uma piada.

– O que foi? – perguntei, terminando de colocar minhas botas. – Acha que estou inventando? Meu bem, desse jeito, você vai precisar de muita lição sobre mulheres do que pensa.

– Vai sair? – perguntou, quando passei pela porta.

– Vou espairecer. – respondi, da soleira da porta do quarto. Eu não via a hora de deixar aquele lugar. Pelo menos, só por um momento, ficar longe desse idiota. – Tentar não me aborrecer com o fato de que você não lembra do que fizem...

– Tudo bem, tudo bem. – ele me cortou, como se tivesse arrependido de ter feito a pergunta. Era bem provável que estivesse. – Não demore.

Aquilo não era um pedido, e sim uma ordem.

Revirei os olhos e saí. Peguei minha bolsa em cima da cômoda e meu casaco no roupeiro, logo saindo.

Vasculhe pela minha bolsa, a procura da minha chave do meu carro alugado. Um presentinho do meu pai.

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Era um lindo modelo, porém eu sempre me esquecia o nome dele. Não devia ter recusado as aulas sobre “Car and Drive” quando meu pai me ofereceu anos atrás.

Suspirei, aliviada, quando a encontrei atrás da minha carteira.

– Olá, Sra. Cullen. – o porteiro me cumprimentou quando me viu.

– Clearwater. – corrigi-o.

– Ah, desculpe-me. O senhor Henry me informou que gostaria de ser chamada de Cullen.

– Engano dele. – forcei um sorriso e fui para o meu carro. Dirigi acima da velocidade permitida até um restaurante super refinado.

Parei o carro no estacionamento e saí. Nessa hora, eu me arrependi de ter vindo de calça e blusa. Tenho tantos vestidos, por que calça e blusa?

– Olá. – falei para o recepcionista. – Alguma reserva para Clearwater?

– Desculpe, senhorita. O restaurante está cheio no momento. Talvez se esperar um pouco...

Suspirei. Ele queria da forma difícil. Seria da forma difícil.

– E para Cullen? Imediatamente? – ele ficou meio pálido ao ouvir o nome. Poderia ser minha primeira vez nesse restaurante, mas meu pai sempre dava um jeito de a gente entrar em qualquer lugar que quiséssemos. – Tenho certeza de que meu pai tem algumas reservas aqui. Se quiser, pode telefonar para ele.

Ofereci meu telefone celular, e ele engoliu em seco.

– Não será preciso. – ele falou rapidamente.

– Talvez uma mesa dos sofá, perto da janela? – escorreguei uma nota de cinquenta dólares por cima do balcão.

– Hã, sim senhora.

Ele me acompanhou até uma mesa bem tranquila. Ótima para um pouco de privacidade.

– Quer fazer algum pedido? – perguntou formalmente, com as mãos em suas costas.

– Hã... vamos ver o que temos. – peguei o cardápio e folheei depressa pela parte da sobremesa. – Eu quero dois creps de chocolate, e esse mousse de limão e um de maracujá. Ah, e um petit gateau.

Ele assentiu e se foi. Esse era o meu jeito de ficar “bêbada” por amor. Se enchendo de doces.

Peguei meu celular e disquei o número que eu queria.

– Alô? – atendeu uma voz masculina.

– Oi, Jake. – falei, já me preparando para a provável mal educação que viria dele. – Ness está por aí?

– Não. – sua resposta foi rápida demais, mas acho que era a verdade. – Ela saiu e deixou seu celular em casa. Disse que queria espairecer um pouco depois de ter outra lembrança de vocês duas que reabriu o buraco em seu peito. Sabe, Carlie. Ultimamente você está sendo especialista em magoar as pessoas que ama.

Funguei, e limpei as lágrimas.

– Escuta, não precisa jogar isso na minha cara. – falei, e sem que eu quisesse, minha voz não passou de um sussurro.

– Ah, claro. – ele falou, sarcástico. – Disse a certinha.

– Eu não liguei para ficar ouvindo broncas de você. Quando a minha irmã chegar, diga a ela me ligar, diga que eu lhe implorei, por favor. Até mais.

E desliguei. As lágrimas vieram repentinamente, me deixando brava. Tinha que chorar logo em um restaurante?

Será que Nessie estava com o celular do Jacob para evitar de receber minhas ligações? Desde aquele dia que eles me encontraram na floresta com o Henry, Nessie parou de falar comigo. E a pior parte disso, é que eu me sinto mal, pois ela é a minha melhor amiga. E eu a magoei. Nesse sentido, mais do que qualquer um.

Nessie: Porque, além de não concordar com o fato de eu ficar com um ex Volturi, não entende porque diabos estou fazendo essas burradas. Ela acha que eu não sou mais a mesma por algum motivo.

Seth: Até uns dias atrás a gente estava feliz, casado. Com um filho maravilhoso e uma família incrível. Até a chegada do não totalmente desconhecido “mudar” o que eu sinto por ele.

Jacob: Eu magoei o Seth profundamente, e os dois têm um vínculo muito forte, como se fossem irmãos de sangue. Consequentemente o fato de eu ter o destruído por dentro, o deixa agressivo comigo. Sem tirar também o outro fato de que chateei minha irmã.

– Aqui está seu pedido, senhorita. – acordei do transe ao escutar a voz da garçonete. – Está tudo bem?

Assenti, sem querer dividir minha vida particular com uma estranha.

– Obrigada. – agradeci quando ela acabou de colocar os pratos em cima da mesa.

Ah, que se dane.

Disquei o número do Jacob, com esperanças de que ela quem atendesse. Comi o mousse de limão enquanto tocava.

– Alô? – ela falou, distraída. Duvido que ela tenha notado quem era no identificador.

– Hey, Ness. – falei, meio desanimada, esperando a linha cair.

– Carlie? Como soube que eu estava com o celular do Jacob?

– Não sou burra. – falei.

– Eu devia prestar atenção no identificador de chamadas.

Não falei? E ela falou aquilo de propósito, apenas para me atingir. E funcionou.

– Olha, sei que não quer falar comigo, mas se isso faz você fazer as pazes comigo, amanhã eu te conto tudo. Eu prometo.

– Amanhã? – ela perguntou, confusa.

– Eu estou indo para Boston, afinal, eu tenho um filho.

– Ah. – ela falou, compreendendo.

– Eu só espero que você me entenda. – sussurrei, enquanto uma lágrima deslizava pelo canto do meu olho. A limpei.

– Vou tentar. – ela prometeu.

– Te amo.

– Te amo.

E desligou. Respirei fundo, sentindo o alívio tomar conta de mim.

Amanhã eu teria minha irmã de volta. Parti para o bolo com o outro mousse.

– Hã, com licença. – uma voz masculina me tirou dos pensamentos. Olhei em direção a ela. Era um homem em torno dos seus dezessete, dezoito anos. Bem bonito. – Acho que eu te conheço de algum lugar.

– Eu... nunca te vi. Eu tenho certeza disso. – minha última palavra saiu como um riso, tentando quebrar o gelo.

– Vamos tentar de novo. – ele falou, tentando se lembrar. – Você conhece o Henry?

O meu sorriso simpático desapareceu assim que ouvi aquele nome. Foi como se ouvir ele de outra pessoa trouxesse a minha cabeça tudo o que ele tirou de mim.

– Conheço. – falei, tentando ao máximo lutar contra as lágrimas, fazendo meu olho arder por causa delas. – Senta. – ofereci, para não ser mal educada.

Ele o fez. O que me incomodava era o seu olhar curioso sobre o meu.

– Eu lamento pelo o que seja que ele tenha feito a você. – ele falou.

E ganhou meu olhar surpreendido.

– Como você sabe? – perguntei, confusa. Enfiei uma colher de mousse na minha boca.

– Não sei. – ele deu de ombros. – Talvez que desde que o transformaram em um vampiro, ele revelou seu lado... sombrio. Pareceu que desligou a humanidade, e só quer fazer mal.

– Sério? Porque, quando ele ameaçou minha família, disse que me amava.

– É, ele é bastante possessivo. Mas... você não acreditou nele, acreditou?

Balancei a cabeça, negando. Ele balançou a sua também, aliviado.

– Ele tirou tudo de mim. – deixei escapulir, e as lágrimas voltaram a encharcar meus olhos. – Toda a minha família, meus amigos, meu marido, meu filho. – parei, pois se fosse fazer uma lista, levaria uma hora.

– Eu acho que posso ajudar. – o olhei surpresa. – Eu o considero meu irmão, mas agora é do mal.

– Ah, então ele é tipo seu irmão? – ele assentiu. – De qualquer jeito, isso não explica como você me conhece.

– Ele me enviou uma foto sua via torpedo. – ele falou, e levantou um celular. – Sem ofensas, na hora eu pensei: Essa menina é azarada.

Eu ri. Era verdade.

– Pior que sou mesmo. – confessei. – Meu pai me disse que, quando minha mãe era humana, ela era um imã para problemas. Mas sabe, não faço a mínima ideia de onde eu herdei isso.

Ele riu de mim, e eu o acompanhei.

– Não foi nada bom para ele, virar um vampiro. – ele murmurou, parecendo intensamente ferido.

– Eu sinto muito. – falei, colocando minha mão por cima da sua. – Bem, minha irmã deve saber o que é perder alguém. Ela falou que não me conhece mais... porque até uns dias atrás Seth era o amor da minha vida, e de repente chega esse cara e me toma. Mas eu nunca quis isso. – sussurrei a última parte, por causa do nó na garganta.

– Vamos resolver isso. – ele deu um aperto na minha mão. – Se houvesse alguém mais forte do que eu...

– Minha família. – soltei sem pensar. E ele me olhou, surpreso. – Bem, ouvi falar que vocês morrem com uma estaca no coração, e a espécie de vampiros que minha família é, bem, tente enfiar uma estaca em seu peito e quem morre é você.

Ele sorriu, parecendo gostar da ideia dessa raça de vampiros.

– A pele deles é tão forte quanto mármore, quanto uma pedra daquelas inquebráveis, sabe? Apenas outro vampiro da mesma espécie pode matá-los. E eles só estão totalmente mortos se os queimarem.

Ele ouviu tudo com os lábios entre abertos, atento a cada palavra que eu dizia. E chocado também.

– E você é o que exatamente? – ele perguntou, extremamente curioso.

Eu expliquei tudo a ele. Sobre os vampiros, dos antigos e mortos Volturi. Sobre o que meu filho é, uma mistura de três coisas. Sobre meu marido e meu cunhado serem lobisomens... transfiguradores. E há mais deles.

Quando acabei, ele mordeu o lábio inferior, me olhando. Acho que eu seria flertada a noite inteira. Continue comendo para me distrair. Lhe ofereci, e ele recusou educadamente.

– Eu entendo porque ele te quer tanto. – ele murmurou, um sorriso brincando em seus lábios. – Você é absurdamente linda.

– Obrigada. – agradeci, me sentindo corar.

– Sem ofensas, mas é difícil imaginar alguém que tenha chegado perto de você por qualquer coisa além de aparência. Sabe, ficar interessado e tal coisa.

– Bem, meu melhor amigo não tinha interesse nenhum. Nem por mim, nem pela minha irmã.

– Como pode saber disso? – ele desafiou. – Ah, claro. Seu pai lê mentes.

Assenti, confirmando.

– E o lobo?

– Bem, na verdade, ele sofreu imprinting comigo. Eu não mencionei isso, né?

Ele negou com a cabeça.

– O imprinting acontece apenas uma vez na vida de um lobo, e é para a vida toda. Como se fosse amor a primeira vista. Só que não é um amor qualquer. É mágico. A grande maioria dos membros da matilha deles teve. O Seth teve comigo. Às vezes eu acho que ele merece qualquer coisa melhor do que eu...

– Ei, não diga isso. – ele me interrompeu, pegando minha mão por cima da mesa. – Vocês têm sorte de terem um ao outro. Não deixem nada atrapalhar o amor de vocês.

– Às vezes isso é meio impossível. – dei um sorriso forçado.

– Acho que já ouvi o suficiente por agora. – ele falou, e acho que essa era a sua deixa.

Nesse momento, meu celular tocou.

– Espere um momento. – falei, levantando um dedo. Ele assentiu e permaneceu sentado. – Hey, Nessie. Qual é a boa?

– A boa é que até amanhã de noite você precisa estar longe daí. Não importa que horas você tenha marcado para vir, tem uma bruxa que ama o Henry e você tem de estar longe daí quando ela aparecer para buscá-lo.

– Uma bruxa? – perguntei, surpresa. De início achei que ela estivesse insultando alguém.

– Esqueci de te contar sobre isso. – o quase irmão do Henry sussurrou.

– Carl, quem está com você? – Nessie perguntou. Com certeza ela ouvira a voz dele.

– É o irmão dele. – respondi.

– Carl...

– Relaxa. – falei, antes que ela dissesse algo a mais. – Ele... ele também quer isso. – falei em meio a um suspiro. – Ele quer matar o Henry.

– Droga. – ele exclamou baixinho, olhando para o lado de fora do restaurante. – Henry está aqui.

O que?! Como ele me achou?

– Carlie, quem está aí? – Nessie perguntou pelo telefone.

– Vem agora. – ele sibilou, e me puxou pela mão, dali. Até a porta dos fundos. E minhas guloseimas ficaram para trás. – O que ele está fazendo aqui? – ele me perguntou, num tom de acusação.

– Não foi eu quem disse a ele! – me defendi.

– Carlie Masen Clearwater. – agora era Jacob na linha. Coloquei o telefone de volta da orelha. – Me diga o que está havendo!

– Henry quase nos pegou no flagra. – respondi. – Não sei como ele nos achou. Escute, Jacob: precisamos da minha família para acabar com o Henry. Eu não aguento mais isso.

– Daremos um jeito. – ele prometeu. – Antes que a tal bruxa chegue até ele, Henry estará morto.

– Tudo bem. – sussurrei antes de desligar.

– Que surpresa, meu irmão. – nos sobressaltamos ao ouvir a voz de Henry do lado de fora também. – Não sabia que conheceu sua cunhada.

Torci a cara para ele.

– Richard, como vai? – perguntou Henry, cínico.

– Bem. – respondeu, sem querer prolongar mais a conversa. – Agora tenho que ir. Vou terminar com o meu plano de matança.

Caramba. Henry não fazia ideia de que era sobre ele.

– Está me devendo um jantar. – Henry cobrou. – Paguei o que você não comeu.

Assenti e caminhei para o meu carro – ele me seguindo.

Eu esperava que ele não tenha ouvido nada da nossa conversa.


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