A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 65
2x23 Coisas estressantes


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo prometido
Beijocaaas!



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Ross Copperman - Holding on And Letting go

–Bella, não brinque com isso, por favor. – Seth implorou. Suas batidas do coração estavam frenéticas.

–Eu jamais brincaria com isso. – respondi-lhe. – Ela está morta.

Enterrei a cabeça no peito de Edward e comecei a chorar sem lágrimas. A dor que eu estava infligindo a todos já era o bastante para fazer meu teatro.

–Não pode ser. – Nessie sussurrou. – Não pode ser!

Seth esse tempo todo, estava desnorteado.

–Foi a Tifanny, não foi? Aquela sanguessuga desgraçada quem a matou, não foi?

Eu assenti, tentando lamentar por isso.

–Infelizmente, chegamos tarde demais. – falei.

Seth não esperou mais nenhuma palavra. Saiu em disparada para fora. Ele mal havia saído pela porta e já era um lobo.

–Droga! Venha comigo, Jacob! Ele quer se matar. – Edward falou e saiu. Jake o seguindo.

–Mãe... – Nessie sussurrou, deixando sua frase morrer no começo. Ela veio até mim e me abraçou. Eu retribuí, muito culpada por estar fazendo-a sofrer.

–Eu tentei ir atrás dela, mas ela era mais rápida. – voltei a falar.

Todos estavam abalados com essa notícia. Literalmente.

–Ela levou minha filha. – fiz minha voz sair num sussurro.

Soluços saiam da boca de Renesmee.

Momentos depois, eles voltaram. Sem o Seth.

–Onde está o Seth? – minha filha perguntou, preocupada.

Até Rose, que tinha nojo – e implicância – com os lobos, estava com um vinco de preocupação no meio das sobrancelhas.

–Ele queria ficar sozinho. – Edward respondeu.

Eu abri a boca para começar meu protesto, mas Jake foi mais rápido, explicando.

–Ele prometeu que não faria nenhuma besteira.

–E vocês confiaram nele? – Esme interviu, preocupada e incrédula por eles terem confiado em um garoto que – pensa – acabara de perder o amor da vida que lhe era tudo.

–Fizemos chantagem emocional. – Edward explicou novamente. – Dissemos que isso não era o que Carlie iria querer, que ele se matasse.

Isso era bem verdade. Carlie nunca se perdoaria se fosse responsável pela morte do amor de sua vida.

–Depois, o lembramos de que ele tinha um filho para cuidar, e que Carlie iria querer que ele cuidasse dele. Eu li em sua mente que ele desistira da ideia maluca de acabar com a sua vida. Mas queria ficar sozinho com sua dor.

Renesmee se apertou em mim com o seu abraço.

PDV Renesmee.

Minha família estava no começo de superar o fato de que Carlie não estava mais entre nós. Não era exatamente superar, mas sim aceitar. Já havia se passado meses desde a tragédia. E ainda me parecia que ela estava aqui, com a gente. Cada lembrança de nós duas juntas, nunca me fazia encarar a realidade. As brincadeiras que fazíamos. Nossos risos bobos. Os sorrisos em nossos rostos apenas por uma estar na vida da outra. Nossas gargalhadas estrondosas ecoando pela casa.

Outra coisa que me irrita profundamente é que Tifanny sempre consegue um jeito de escapar das garras da minha família. A gente, inacreditavelmente, não conseguiu matar a desgraçada. Meus pais, tio Emm, tia Rose, tia Alice e tio Jazz ficaram dias perseguindo ela, e nada. Ela deixava rastro falso por onde passava. Meus avós só não foram para ficarem comigo.

Eu quase fui, mas eles não deixaram. Seth quase a matou ele mesmo, mas a filha da mãe usou seu poder contra ele, o jogando contra uma pobre árvore que se despedaçou, e o coitado acabou por quebrar duas costelas de tão forte que foi a pancada. Quando soube da morte de sua amada, tentou se matar de todas as formas, e tivemos que monitorar ele vinte e quatro horas por dia. Mas não tivemos mais como fazer isso quando ele ficou semanas correndo por aí, em forma de lobo. Carlie era tão amada nessa família, especialmente pelo Seth. Nunca a vi tão feliz como ele a fazia.

–Amor, vamos pra casa?

A voz de Jacob interrompeu minhas lembranças. Senti-o se abaixar e se aproximar de mim, beijando meu cabelo.

–Jake, você se importa de eu ficar aqui esta noite?

–Ainda querendo se torturar desse jeito pensando na Carlie? – ele me perguntou, num tom meio repreensivo.

Tentei segurar o choro quando ele disse isso. Eu estava sendo muito masoquista.

–Eu gosto de sentir essa dor... pois ela é uma lembrança de que a Carlie existiu. É uma dor prazerosa.

O ouvi suspirar pesadamente.

–Tudo bem. – falou e se levantou. – Vou levar a Sarah para casa. Harry vai conosco. Eles querem uma revanche de mim no xadrez, como se soubessem jogar.

Eu ri suavemente.

–Qualquer coisa, eu estou em casa. – ele me lembrou e me deu um beijo nos lábios, e outro na testa, e saiu, me deixando sozinha.

Nunca imaginei como seria tão doloroso perder alguém importante. Quase todos os dias, passa nos noticiários da TV, pessoas chorando por perdas, e a gente não faz a mínima ideia de como realmente é. Nunca pensei em como doloroso seria. É difícil. Dói, machuca, sangra. Provavelmente Seth está sofrendo mais do que qualquer um. Tenho que reconhecer isso. Ele tivera imprinting com ela.

Mas eu sinto que ela está viva. Não sei por quê. Eu sinto isso.

Já passara mais semanas desde que ela se foi. Minha foi família para Boston uma semana depois que a perdemos. Eles tinham que voltar, pois o boato que os Cullen haviam retornado já estava espalhado.

Os quileutes ficaram arrasados com a notícia da nossa perda, e vovô... Coitado, ficou destruído. Sue ficou muito ressentida, e depois preocupada com o desaparecimento do filho.

Jake e eu decidimos ficar por aqui. Seth ainda estava frustrado com isso, e sofrendo. Ele ainda não voltara.

Jacob me contou que ele estava pelo norte do Canadá. Ele conhecia aquele lugar.

–Você já esteve lá? – perguntei surpresa.

Ele assentiu.

–Quando soube que sua mãe iria se casar, eu fugi. Assim como Seth está fazendo.

Balancei a cabeça, compreendendo. O passado deles já não me importava mais. Seja lá o que eles tenham feito, já passou.

–Tem ideia de quando ele vai voltar?

Ele me deu uma resposta negativa.

–Vou à casa dele para limpar um pouco, evitar a poeira. – decidi.

–Tá bom. – ele me deu um beijo na boca e outro na testa. – Eu vou ficar um pouco com as crianças.

–Harry gosta daquele chocalho colorido que Carlie costumava brincar com ele. – o lembrei.

–OK. – disse e foi para o quarto.

Ao passo que eu dava para ir em direção a casa da minha falecida irmã, várias lembranças vieram a minha mente, e pareceram dezenas de agulhas sendo enfiadas no meu peito. A primeira foi quando metemos eles dois numa enrascada com a ideia maluca de nos casarmos.

“Flash Back on”

Eles tinham vindo há poucos minutos. Estávamos falando sobre casamento.

–Quando eu crescer, vou me casar com o Seth. – Carlie falou enquanto estravamos na cozinha para lhes contar a novidade a tempo de ver Seth se engasgar com o sanduiche. Jacob deu-lhe um tapa forte nas costas, zoando com a cara dele. Vovó riu.

–Se Edward souber, você está ferrado. – ele riu.

–Eu não entendi esse comentário, mas você também vai se casar comigo, Jake. – dei a novidade a ele, apontando o dedo em sua cara. Ele me olhou, apavorado. Desta vez, quem riu foi o Seth.

–Marco!

Carlie e eu nos sobressaltamos, pois não ouvimos a porta sendo aberta. Era o papai. Ele, mamãe, e meus tios tinham ido caçar.

–Polo! – gritamos as duas juntas e fomos correndo para a porta da frente. Eu comecei a falar. – Papai, papai! Nós duas estamos noivas do Jake e do Seth!

Ele nos olhou confuso, e depois para trás da gente. Como a gente não entendeu onde ele olhava, viramos nossas cabeças para trás e encontramos Seth e Jacob, com suas expressões apavoradas.

–Seus pulguentos pedófilos! – papai rosnou para eles. Ele tinha acabado de chegar da caça e seus olhos estavam negros. Uh-oh. Ele estava com raiva de alguém. Pelo jeito dos dois.

–Não foi nossa ideia, eu juro! – Jake exclamou, desesperado.

–Não foi?! – mamãe protestou, também irritada. Ela começou a andar na direção dos dois, passo a passo. – Então de onde surgiu essa ideia sobre isso?

–Foram elas mesmas! – Seth bradou, dando passos para trás com medo da mamãe.

–Que lindo! – ela fingiu aprovar. – Colocando a culpa em duas garotinhas de apenas oito anos!

–Bella, você sabe que a gente não pensa nelas dessa forma. – Jacob tentou se explicar.

–Bella, foi ideia delas. – meu pai falou, e Jacob e Seth aliviaram a tensão do corpo deles. Foi engraçado de ver.

–Está defendendo eles, Edward? – ela perguntou-lhe, com descrença.

–Não, mas estou lendo a mente do cachorro. Eles também foram pegos de surpresa por elas duas.

Ela parou com os seus passos e veio até nós – claramente mais calma – e nos pegou no colo.

–Por que fizeram isso?

Apontamos para uma revista em cima do sofá, onde estava aberta numa página sobre vestidos de casamento.

–Gostamos de alguns desses vestidos e decidimos que vamos nos casar com Jacob e Seth para usar os vestidos.

Titio Em gargalhou alto, e os outros seguiram-no com uma risada bem menos exagerada.

–Se livraram dessa, hein, pulguentos. – ele falou, tirando uma com a cara deles.

“Flash Back off”

Meses atrás quando mostrei esta lembrança para Jacob, ele me confessou naquele momento, nunca ficara tão feliz – ele e o Seth – em meu pai ler mentes.

Outra lembrança foi quando começamos a gostar do One Direction. Passamos o dia todo em frente ao computador, assistindo a vídeos das músicas e de palhaçadas dos cinco.

Flash Back On

–Vou fazer isso quando encontrar um pombo na rua. – falei, rindo quando o Louis gritou “Kevin” com um pombo de mentira.

–Vamos as duas. – ela corrigiu, rindo.

Riamos e riamos mais e mais assistindo palhalhaçadas dos cinco.

–O que estão assistindo? – a voz do Seth entrou no quarto, e Jake o seguindo.

Carlie não aguentava de rir, e a cadeira foi para trás, levando ela. Mas a doida ainda gargalhava alto.

Seth não perdeu um segundo, foi imediatamente ajudá-la a se levantar, enquanto eu quase me engasgava de rir com a cena. Ri tanto que desceram lágrimas pelo meu rosto.

–Qual o motivo para tantos risos? – Jacob perguntou, nos observando.

–A banda One Direction. – falei, entre risos. – Eles são muito bestas. Somos as mais novas Directioners. A gente adora eles!

Carlie, ainda rindo, confirmou com a cabeça, já de pé. Ela riu mais, e quase caiu para trás, se Seth não a tivesse segurado de novo.

Eu não conseguia cessar os risos. A gente ficou o resto da tarde assistindo muitos vídeos deles, e Seth e Jacob nos acompanharam, pois queriam ficar conosco e nós duas queriamos assistir.

“Flash Back Off”

Também teve uma vez que fizemos a maior bagunça na cozinha, tentando fazer cookies.

“Flash Back On”

–O que está havendo... aqui... – vovó foi falando enquanto entrava na cozinha, e sua frase foi perdendo vida quando ela estava no batente da porta. – O que vocês fizeram com a minha cozinha?

Mamãe deve ter ouvido as palavras dela, pois ela estava ao lado dela em dois segundos.

–O que vocês estão aprontando? – ela perguntou, tentando ficar brava conosco. Ela ficou um pouco na frente da vovó, a impedindo de nos ver.

–Eu estava fazendo bolinhos pra gente comer... – comecei a falar, mas Carlie me interrompeu.

Eu estava fazendo os bolinhos, você estava atrapalhando!

Eu estava fazendo! – bradei, com raiva do fato de que ela queria todo o crédito apenas para ela. Eu ajudei bastante. Então peguei a bacia com a massa dentro.

–Ei, isso é meu! – ela gritou e puxou a tigela da minha mão.

–É meu! – gritei de volta, puxando também. A mão dela estava cheia de manteiga, então a vasilha escorregou de sua mão, e como eu estava ainda puxando, tentando pegá-la, veio em minha direção, e passou por cima de mim, escapando das minhas mãos também.

Virei para trás assistindo-a, meio em choque. Mamãe se abaixou a tempo de não ser atingida. E a tigela decidiu ir direto no rosto da nossa avó. Bem, ela ficaria bastante furiosa, pois ela adorava essa tigela. E ela se quebrou quando atingiu seu rosto.

–Carlie, Nessie, venham agora se limpar. – mamãe falou e pegou em nossa mão para nos levar dali.

–Hey, você não vai escapar! – vovó avisou e pegou um ovo em cima da mesa.

–Não, Esme. Por favor. – ela pediu, mas foi em vão. Logo uma mão pálida estava esmagando um ovo em sua cabeça. Todos explodiram na gargalhada. Até o Seth que havia acabado de entrar na cozinha com o pedação de coxa de frango que vovó tinha feito para eles se alimentarem.

–É engraçado quando não é com você. – mamãe vociferou, ainda na brincadeira, e roubou a carne das mãos dele.

–Hey, devolva isso! – ele exclamou, e parou de rir na hora. Ele a derrubou no chão, e ficou por cima dela, se esticando para pegar. Ela colocou a mão acima da cabeça, lhe impedindo de capturar. – Agora que sou seu meio irmão, posso brigar com você e Edward não pode fazer nada comigo.

Aproveitei a distração do meu tio, assistindo a cena todo divertido, e agarrei um ovo em cima da mesa. Mirei em sua cara e arremessei. Bem, ele desviou, mas caiu no tio Jazz.

No final, todos foram atingidos por alguma coisa. E minha mão parou de lutar com o Seth e deixou que ele recuperasse o frango.

Depois tivemos que passar umas duas horas dentro da banheira para que o cheiro de ovo saísse dos nossos cabelos.

“Flash Back Off”

E quando Jake foi nos visitar no chalé. Ele me pegou no colo e nos cumprimentou casualmente, mas quando foi na vez do papai...

“Flash Back On”

–Oi, Bells. – ele falou, e meu pai entrou na sala após a mamãe. – Ei, sangues...

–Jake! – mamãe o interrompeu. O que ele ia falar é um palavra feia para ela não o deixa-lo continuar? – Não diga essas coisas perto dela.

Ele revirou os olhos e voltou a falar.

–Oi, Edward. – não sei não, mas ele falou o nome do papai com sarcasmo na voz, e Carlie veio correndo para a sala.

–Larga ela, larga ela! – ela puxava a bermuda de Jake, como se estivesse lhe causando alguma dor. – Ela e eu vamos brincar, apenas ela e eu!

–E por que eu não posso? – ele perguntou.

–Porque você não vai querer brincar de casinha e de bonecas. – ela cruzou os braços, o desafiando a querer brincar.

E ele topou. Apenas para ficar comigo. Isso causou muita diversão para os nossos pais. Mas depois nos convenceu a irmos brincar no jardim de algo menos feminino.

“Flash Back off”

–A vida é cruel. – falei comigo mesma e entrei na casa deles. Tive uma surpresa chocantemente surpreendente. A sala estava uma completa bagunça. Garrafas de uísque, energético, 51 e outras bebidas fortes espalhadas por todo chão, e pela mesinha de centro. O sumido do Seth estava esparramado no sofá, virando uma garrafa de vodka de uma vez.

–Seth, o que diabos você pensa que está fazendo? – perguntei chocada, e irritada pela bagunça. Eu não estava afim de limpar isso não. Imediatamente, retirei a garrafa de suas mãos.

Ele ficou furioso.

–O quê que tem? – perguntou, não dando a mínima de eu estar ali. – Meu metabolismo não me deixa ficar bêbado.

–Mas eu não vou limpar isso tudo. – falei.

–Não estou te pedindo para fazer nada. – ele resmungou. Isso me magoou um pouco.

Ele se levantou e tentou pegar a garrafa das minhas mãos. Isso teria sido possível, mas aparentemente ele sentiu uma tontura e pareceu prestes a colocar tudo para fora.

–Oh, não! Não mesmo!

O puxei até a cozinha a tempo de ele vomitar na pia.

–Você está dando muito trabalho ultimamente, hein! – o reprovei, dando-lhe uma bronca. – Some para sei lá onde e faz Jake se transformar de hora em hora para ver se você não está tentando se matar, volta uma semana depois e enche a cara fazendo a maior bagunça na casa, o que você tá pensando?

–Talvez se eu morresse, simplificaria alguma coisa para vocês. – ele sussurrou. Ele não estava se abalando com as minhas palavras, mas de ter lembrando-se da morte da semana passada.

–Seth, não está sendo fácil para ninguém. – falei. Ele colocou a boca próxima a boca da torneira e a abriu, fazendo gargarejo e lavou a pia. – você está sendo egoísta se pensa que é só você que está com esse peso.

–Escuta, não quero ouvir essas baboseiras, só quero ficar um pouco sozinho, tá legal?!

Não me abalei com o tom que ele usou. Passei seu braço pelos meus ombros – ele estava esgotado – e o carreguei até seu quarto segurando em sua cintura.

–Vem, tire essa roupa para tomar um banho.

Ele me olhou como se eu fosse uma louca.

–Olha, apenas tome o banho e vá dormir, tá legal? Vou avisar para o Jake que você voltou. Depois passe lá em casa. Harry sente sua falta.

A menção do nome de seu filho o fez derramar lágrimas. Fiquei curiosa se era porque ele estava ausente na vida do Harry, ou se ela porque Carlie quem escolhera esse nome, e ele estava lembrando-se dela.

Dei-lhe um beijo na bochecha e comecei a sair, o deixando sozinho.

–Nessie. – ele chamou antes que eu atravessasse a porta de madeira do quarto. Parei e girei a cabeça para olhá-lo. – Me desculpe pela minha estupidez.

–Eu te entendo.

E saí.

Antes de ir para casa, fui muito solidária recolhendo as garrafas vazias – era dezenas delas, e todas vazias – e as colocando dentro de um saco preto de lixo, e joguei no latão de lixo do lado de fora.

–Jake, Seth está de volta. – falei alto, já que ele estava no quarto. Provavelmente ele ouviria num murmuro baixo.

–Ele está bem?

–Ele está quase bêbado. – confessei, com um pouco de remorso por ele. – Bebendo tantas garrafas de álcool, poderia ter morrido se fosse completamente humano.

–Avise aos Cullen que ele está de volta. – ele falou de volta. Eu sabia o quanto ele estava preocupado, aliás ele era quase como um irmão. – Eles estão preocupados. – nesse meio tempo curtíssimo que ele ficara calado, houve uma pancada, parecendo de um chacoalho em algo duro - Au! Você é forte, moleque.

Eu ri, balançando a cabeça. Peguei meu celular em cima da bancada e disquei o número do telefone fixo de casa.

–Residência dos Cullen.

Reconheci de imediato a perfeita e aveluda voz do meu pai.

–Oi, papai. É a Nessie.

–Olá, querida. Como você está?

–Bem. Liguei apenas para avisar que o Seth está de volta.

–Ele está bem? – ele perguntou.

–Hã, só poderei dizer realmente amanhã, pois ele estava enchendo a cara quando fui à casa deles.

–Puxa vida. – ele lamentou – ele está destruído.

–O coitado bebeu umas quarenta ou mais garrafas de bebidas alcoólicas. Tudo misturado. Ele tem sorte que tem o metabolismo que aguente, ou a bebida já teria atacado o fígado dele.

–Com certeza.

–Só liguei dizer isso. Agora vou descansar um pouco, pois passei vinte minutos da minha vida tirando as garrafas dos cantos, e limpando os líquidos que foram derramados.

–OK, meu anjo. Tenha uma boa noite.

–Você também.

Fui para o meu quarto e me deitei na cama. Estava cansada demais para dar boa noite a qualquer um.

A morte da Carlie estava me deixando exausta e sem vontade de fazer nada. Desde a sua morte, Jake e eu nunca mais transamos. Eu sinto falta disso, mas nem me incomodo. Ele já tentou para me distrair nem que fossem poucos minutos, mas eu recusava. E ele respeitava.

–Tá dormindo? – acordei com uma voz baixa e rouca no meu ouvido.

–Não mais. – falei e me virei.

–Você está mais tranquila?

–Agora que o palerma do Seth voltou, estou um pouco mais aliviada.

Ele sorriu e me deu um beijo na testa.

Coloquei a mão em sua nuca e o puxei para um beijo ardente. Bem, depois disso, decidi me render ao nosso amor.

PDV Seth.

Desculpe-me, se eu não aprendi a viver com a sua ausência. Meses se passaram desde que você se foi, e me deixou pra trás, mas é que eu ainda não consegui superar, não consigo esquecer tudo que nós prometemos um dia, de tudo que vivemos. As lembrançascontinuam aqui, me atormentando, me impedindo de te esquecer. Não consigo aceitar o fato de que você foi embora, por mais que eu tente, eu... não consigo.

Por que ela tinha que ir? Por que a vida tinha que me apunhalar desse jeito? Eu tentei me matar de tantas formas... pulando do penhasco, batendo minha cabeça numa árvore, e outras formas. Mas sempre me curava, ou a dor passava rapidamente. Edward e Jake realmente acreditaram que eu não iria tentar me matar. A razão da minha existência se foi, agora sou apenas mais um entre sete bilhões.

–Droga!

A água caia gelada em minha barriga. Minhas costas imploravam para que eu me levantasse do chão e a tirasse de perto da parede, mas eu estava literalmente esgotado. Nada mais nesse mundo me importava mais. Exceto meu filho. Mas ele estava melhor com Jake e Nessie do que com o pai louco e transtornado que ele tem.

Minutos depois, finalmente me levantei e desliguei o chuveiro. Nem me importei de pegar a toalha. Fui direto para o meu quarto e peguei a primeira roupa que vi pela frente. Uma bermuda confortável par adormir. Agradeci que foi isto, porque eu não pegaria outra.

Joguei-me na enorme cama e olhei para o teto.

Estupidamente, minha cabeça virou para o lado, encontrando uma foto minha e da Carl. Essas lembranças pareciam me dilacerar lentamente, tornando tudo mais doloroso.

PDV Renesmee.

Jake saiu cedo de casa para ir se transformar. Pedi para ir junto, mas ele me lembrou que eu tinha que cuidar das crianças. Mais tarde Seth apareceu, e um sorriso quase rasgador de bochechas brotou no rosto do Harry.

–Seth, fique um tempo por aqui. – pedi. – Pode não saber, mas ele sente sua falta.

–Eu sei que sente. – ele sussurrou, emocionado. Ele balançava seu filho em seus braços, enquanto o mesmo ria engasgadamente, fascinado. – Vou fazer o que Carlie gostaria que eu fizesse: cuidar do nosso filho.

Sorri, aprovando. Não sei de onde ele tirava essa calma toda, mas era bom.

PDV Carlie.

Saco de vida. Saco, saco, saco. Nada para fazer. Eu poderia estar curtindo minha vida de casada, mas não! Estou presa nessa casa para não arriscar minha vida e nem de quem eu amo.

Mais duas semanas e nada de eu poder sair. Eu sinto falta de colocar os pés no mato, tocar nas árvores cheias de musgo. Correr e sentir o vento em meu rosto, andar montada em cima do lobo castanho cor de areia que eu amo tanto. Isso tudo faz doer. Faz-me chorar, por que eu não posso fazer nada disso.

A porta foi aberta, me dando um baita de um susto, mas eu tive tempo suficiente para me esconder atrás do sofá. Bem, isso seria inútil... nenhum humano sabia que eu estava aqui, ou que havia essa cabana, mas apenas vampiros ou híbridos poderiam vir aqui. E mesmo que eu tentasse me esconder, escutariam o som do meu coração batendo e sentiriam meu cheiro.

–Relaxa, sou apenas eu. – fiquei aliviada de ser Jacob.

Suspirei, livre de um encargo nas costas e me levantei, me jogando novamente no sofá.

–Você quer que eu morra de vez, me assustando desse jeito. – falei, pegando o controle remoto da enorme TV de plasma e mudando novamente de canal. Até que achei um dos meus seriados preferidos: Friends.

Ele revirou os olhos, com algumas sacolas de supermercado nas mãos.

–E o que aconteceu com a oficina, obviamente sem o Seth lá?

Ele revirou os olhos.

–Não dependemos dele para trabalharmos. – ele respondeu.

–Idiota. – falei pelo jeito que ele se referiu ao Seth. – Uau. – falei, impressionada, indo até ele e vasculhando dentro delas. – Como você conseguiu carregar todas elas até aqui?

–Pode me chamar de Super Jake. – ele se gabou, e eu ri. Fiquei quase eufórica quando meus olhos pousaram do meu bolinho de chocolate preferido. – Você lembrou! – saiu mais como uma exclamação do que uma pergunta, como eu queria.

–Bem, eu pedi para Bella fazer uma lista dos seus doces e comidas preferidas, e passei no mercado antes de vir para cá.

–Seria mais fácil pedir para Nessie. – ponderei, abrindo rapidamente o pacote e mordendo um pedaço do delicioso bolo de chocolate.

Ele me olhou como se eu tivesse deixado passar algo óbvio demais.

–Ela iria desconfiar, cabeça de vento. – ele exclamou com ironia.

–Mas pense bem, as comidas preferidas dela são as mesmas das minhas, certo?

Ele deu de ombros, em indiferença.

–Então. – continuei, dando outra mordida no doce. – Não teria sido mais fácil e menos perda de tempo se você tivesse pensado nas coisas que a Nessie gosta e as comprado para mim em vez de ligar para minha mãe e pedir para que ela anotasse tudo?

–Perda de tempo está sendo você, falando isso para mim, considerando que já estou aqui com suas comidas.

–Nossas situações são completamente diferentes. – discordei, de boca cheia. – Eu estou aqui, sem ter como sair, presa, sem nada para fazer.

–Não começa com drama, por favor. – ele pediu e se dirigiu a cozinha para descarregar suas mãos.

–Drama. – bufei, o seguindo.

–Carlie, não vamos precisar manter essa farsa por muito tempo. – ele prometeu. – Quando a sanguessuga movedora de coisas cruzar nosso caminho novamente, ela já era.

–E se nunca mais ela aparecer?! – perguntei, começando a me alterar. – E se nunca mais eu poder sair dessa casa, pensando que um dia ela voltará, mas não vai? Seth vai ficar sofrendo para sempre? Eu não vou poder acompanhar o crescimento do meu filho? Rever meu pai? Minha irmã? É isso que está querendo me dizer?

Ele colocou as sacolas em cima da mesa e veio até mim, parecendo muito culpado. Talvez estivesse. E me abraçou.

–Ó, vamos esperar apenas mais um tempo. – ele começou. – Sei que pode aguentar a barra mais um pouco. Você é forte. Apenas queremos garantir que não corra risco novamente.

O choro me dominou, e eu apertei sua cintura. Naquele momento, era tudo o que eu precisava. De um abraço.

–Eu até poderia aguentar toda a eternidade, se fosse preciso. – engasguei entre meus soluços. – Mas acontece que não sou só eu que estou sofrendo. Minha família toda está lamentando pela minha morte, eu tenho certeza disso.

–E está mesmo. – ele ressaltou. – quando Bella estava aqui para cuidar de você, eu fui para Boston por alguns dias com a Nessie. Eu até me assustei com o clima pesado que estava entre eles. – Jacob confessou, aparentemente abalado com o que viu. – Juro que nunca vi os Cullen tão devastados. Nem quando a Bella estava toda acabada quando estava grávida de vocês duas.

Eu chorei mais ainda. Não por dizer sobre o quanto machucamos a mamãe durante a sua gravidez, mas sim sobre minha família.

–Seth sumiu por semanas desde que dissemos para ele que você estava morta. – ele continuou. Eu achei que ele queria retratar todos os acontecimentos que estive por fora. – Harry ficou conosco aqui em La Push, e Nessie e eu tivemos que cuidar dele todo o tempo que seu marido esteve fora. Agora ele está mais controlado, e parece, parece mais calmo.

A esse ponto, eu estava encharcando a pele dele de lágrimas. Meu rosto ficaria todo inchado quando eu me recuperasse da crise de choro. Entretanto nada mais me importava, além de tirar a dor que todos estavam sentindo por minha causa.

–Talvez ele tenha aceitado o fato de que você já se foi. – prosseguiu com ao seu relato. – Mas ele anda muito desconfiado de que você não morreu.

Isso me surpreendeu, e as lágrimas de tristeza se transformaram em lágrimas de alegria e esperança.

Eu me afastei um pouco do abraço para olhá-lo em seus olhos, para ter certeza de que ele não estava brincando com isso. Estupidamente me surpreendeu ao ver que não, pois ele não se atreveria a zombar de mim desse jeito.

–Sério isso? – perguntei, a felicidade me rasgando por dentro.

Ele assentiu com a cabeça, confirmando sua versão que ele mesmo disse.

–Mas o que o levou a ter essa desconfiança? – falei, agora curiosa.

–O fato de ele não ter parado de sofrer, já que na cabeça dele, quando a pessoa do imprinting morre, o imprinting da gente tem que morrer junto.

A alegria me tomou conta. Mas ainda havia algo em seu rosto que não demorou muito para decifrar. A relutância.

–O que mais você tem para me contar sobre isso? – pressionei, e ele respirou fundo por perceber que eu não deixei passar em branco.

–Ultimamente ele tem novamente raciocinando que, como o imprinting é para toda vida do lobo, ele está destinado a sofrer com a sua morte.

Cambaleei um passo para trás, e se não fosse pelos braços de Jacob me segurando, eu teria levado um tombo feio. Minhas pernas enfraqueceram e eu não estava afim que tentar me ajudar a levantar caso eu caísse. Por um segundo, só por um segundo eu pensei que ele tivesse deixado de lado a dor da minha perda. Mas ele voltou a padecer. Ótimo.

–Senta um pouco. – ele aconselhou.

Fiz o que ele me pediu. Depois de alguns minutos, falou que tinha que ir, ou então Nessie iria desconfiar de sua demora. Ficou culpado por me deixar sozinha naquele estado, mas garanti que não havia problemas, já que aguentei semanas e semanas assim.

Mais uma vez, a dor de ficar sozinha – talvez para sempre – me dominou novamente. Sem ninguém, nem mesmo meu filho. Meu pai. Meus avós, meus tios, minha irmã, meus amigos. Talvez esse fosse meu destino.

Peguei meu violão e toquei minha nova música: Mixed Up.

Miley Cyrus – Mixed Up


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