A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 62
2x20 Distrações (E)




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—Mas por quê? – rosnei.

—Não sabemos.

Minhas pernas ficaram enfraquecidas. Seth rapidamente segurou minhas mãos e meu pai me sentou no sofá.

—De novo não. – sussurrei, olhando para o nada.

Foi terrível e traumatizante quando eles foram a Forks. Quase travamos uma guerra; se não fosse pelo Nahuel, que é um híbrido como nós e se manifestou para mostrar que não é um ser descontrolado apenas por sermos desconhecidos, há uma grande possibilidade de essa sala não estar composta por todos os vampiros que estão nela.

Mas desta vez não há ninguém como Sarah e Harry. Não há ninguém de três raças: vampiro, lobisomem e humano. Era de uma convicção profunda e desesperadora que não havia ninguém dessas três raças para mostrar que não há nenhum perigo. Os lobos viviam apenas em La Push, e nenhum deles – exceto Jake e Seth – já tiveram relações sexuais com duas meias vampiras para terem filhos tri-mestiço.

—Carlie. Carlie. – ouvi a voz do meu pai. Eu me senti vagamente sendo sacudida.

—Ela está em choque? – Seth perguntou, a preocupação rasgando sua voz.

—Não. Talvez em transe. – meu avô esclareceu.

—Carl, meu amor. Olhe para mim. – ele segurou meu rosto e prendeu seus olhos nos meus. – Está me ouvindo? – perguntou. Vendo que não disse nada, tentou outro meio. – Se estiver me ouvindo, balance a cabeça, aperte minha mão, diga algo com a boca ou não, mas dê algum sinal!

Olhei em seus lindos olhos negros, vendo o desespero ali por me ver assim. Então foi com um esforço surpreendente que consegui me obrigar a balançar a cabeça para cima e para baixo.

Seth suspirou, aliviado. Esticou os braços em volta de meus ombros.

—Nunca mais me assuste desse jeito. – pediu ainda afetado a pé do meu ouvido.

—Não pode ser. – minha voz saiu num meio fio. Lágrimas escorreram pelos meus olhos e passaram em minhas bochechas.

—Estamos numa grande enrascada, não estamos? – Renesmee perguntou olhando para tia Alice.

Porém ela estava com o olhar desfocado outra vez.

—Não são Aro e a guarda. – papai disse confuso. – São alguns dos novatos com a autorização dele.

O perigo ainda estava eminente, com toda certeza. Mas só de saber que não enfrentaríamos a realeza dos vampiros, o clã mais forte do mundo, tirou um peso das minhas costas.

—Isso envolve uma loira e um moreno. São os vampiros de Nova York? – tia Alice raciocinou com raiva. – É ela, Carlie?

Eu sabia que ela não me culpava, como ninguém da minha família. Mas a culpa era minha. Totalmente.

Assenti, confirmando.

—Como eu já disse uma vez, ela quer me ver morta. – falei, tentando conter as lágrimas.

—E como também já dissemos, isso nunca acontecerá. – vovó falou convicta, e me confortou.

—De uma coisa eu tenho certeza. – falei para mim mesma, mas certa de que todos iriam ouvir. – Ela não vai machucar minha família. Para isso, precisará passar por cima de mim.

Nessie se sentou ao meu lado e me beijou no cabelo. Ahh, como eu adoro essa irmã.

—Vamos dar uma volta na praia? – ela sugeriu. – Jacke e Seth cuidam da Sarah e do Harry. Certo, meninos?

Eles confirmaram.

—Vá espairecer, meu amor. – Seth me beijou na testa. – Harry e eu precisamos de você bem.

Assenti.

—Beleza então. – respondi.

Arrumamos uma mochila com algumas guloseimas para levarmos e fomos de triciclo. Era libertador como podíamos andar nele agora sem o papai.

Ficamos surpresas ao encontrar Daniel. O primeiro beijo da Nessie.

—Daniel! – comemoramos assim que o vimos saindo da água. Suas pernas vinham a existência assim que ele saia do molhado, e uma bermuda acompanhava.

—Olá, sumidas. – ele abriu os braços num convite, e aceitamos no mesmo instante. – Como vocês vão? Vida de casadas?

Deu para ver claramente que ele estava brincando. E respondemos a verdade.

—Estamos casadas. – falamos juntas.

Sua expressão vacilou pela surpresa.

—E somos mães. – completei.

—Nossa. – ele falou chocado, tentando não mostrar o quanto estava decepcionado. Bom, decepcionado pela Ness. Ela teve o primeiro beijo dela com Daniel, mas ela descobriu que não gostava dele. O coitado até pensou que estivessem namorando. A tal enrascada que não contei para Seth por ser particular da minha irmã.

Ele lembrava um pouco Derek com seus olhos claros, mas suas madeixas eram loiras claras e haviam cachos que lhe deixavam com aspecto de anjo.

—E a Kassandra? – Ness perguntou, vendo seu desconforto.

—Está em casa. – apontou para trás dele, que onde se via o mar.

—Então esse é o jantar de hoje? – a voz de Derek surgiu no ar.

Nós duas gritamos nos sobressaltando com a sua aparição súbita.

—Quantas vezes devo dizer que não é para nos assustar desse jeito? – falei entre dentes cerrados.

—Eu não resisto. – falou entre risos.

—Nada dessas brincadeiras com ele. – avisei apontando o dedo em seu rosto.

—O que? – falou inocentemente. – Ele não é o jantar?

Eu abri a boca para falar algo, mas me interrompi quando ele enrugou o nariz.

—Pensando bem, eu não iria querer comer esse troço. Tem um cheiro horrível!

—Derek! – exclamamos nós duas em coro. Ele levantou e mão, se rendendo. Eu me desculpei com Dani. – Me desculpe pelo Derek, ele não faz mal nem para uma mosca.

—Acho que não estamos falando do mesmo Derek. – falou com um ar misterioso.

Revirei os olhos. O conhecíamos melhor do que a nós mesmas.

Daniel parecia não estar ligando para as palavras do vampiro, pois quando olhamos para ele, parecia hipnotizado pela Ness. Ela ficou constrangida e abaixou a cabeça.

—Bom, garotas. – Derek cortou o clima, e eu sabia que essa era a hora que ele salvava minha irmã. – Já está na hora de ir. O pai de vocês pediu para que eu chamasse vocês.

—Diga a Kassandra que talvez venhamos aqui mais tarde. – falei.

—Eu digo.

Ele disse. Observou-nos brincar enquanto íamos pelo caminho do triciclo. Bem, provavelmente não tirou os olhos da Nessie.

—Aquela sereia é caidinho por você. – Derek caçoou de Renesmee ao que chegamos em casa.

Na sala só tinha Jake e Seth nos esperando.

—Vocês se encontraram com aquele peixe? – Jacob perguntou, enciumado.

—Ele olhava para ela de uma forma preocupante. Deus sabe as cantadas que ela iria ganhar se eu não tivesse chegado a tempo. – Derek colocou lenha na fogueira.

—Parece que Nessie tem um ímã que atrai os caras para a vida inteira para ela. – Jacob reclamou.

Ela jogou seus cabelos para trás, fingindo se sentir com as palavras de seu marido. Ela deveria mesmo se sentir vaidosa, pois parecia uma modelo de capa da Vogue.

—O que eu posso fazer? – ela falou, dando um sorriso sexy. – Sou filha de um vampiro que era cobiçado por todos na escola, e filha de uma humana que era super paquerada pelos garotos da turma dela. É claro que os garotos que já fiquei ainda têm interesse por mim.

—É, mas apesar de você ser perfeitamente linda, não gosto dessa atenção toda que você recebe. – ele desabafou, sentando-se ao seu lado no sofá de dois lugares.

—Apesar de tantos garotos lindos nesse mundo – ela começou e se deitou no peito de Jacob – eu só tenho olhos para um.

—Bom saber. – sussurrou em seu ouvido.

Ele segurou tão delicadamente seu queixo para beijá-la.

—Argh. – reclamei, pegando no pé deles. – Parem! Que nojo!

—Vá beijar teu marido e deixe a gente em paz. – Ness sugeriu sem me dar atenção.

—Já que deu a ideia. – dei de ombros e me estiquei na poltrona e apoiei minhas mãos no couro do sofá para capturar os lábios mais fascinantes do universo.

Era incrível como todos pareceram que deixaram o assunto dos Volturi de lado por um instante. Eu me perguntava se era por causa dos relacionamentos de lobo com vampiro ou das crianças de três raças que eles decidiram vir. Ou se era algum plano da Tifanny de tentar me matar apenas.

—Aliás, onde está o nosso filho? – falei quando Seth me deu tempo, para beijar meu pescoço.

—Estão todos no quarto de brinquedos com as crianças. – respondeu contra a minha pele.

Segurou com firmeza a minha silhueta e me puxou por cima dos braços do sofá e da poltrona que eu estava sentada, para que eu me sentasse em seu colo. Como ele estava no lugar do sofá que ficava perto de mim, minhas pernas estavam descansando sobre o braço do sofá.

—Vamos passar essa noite juntos? – ele sugeriu, falando baixinho em meu ouvido. – Apenas nós dois.

—Vampiros. Super audição...

—A gente pede para eles saírem para nos dar privacidade. O que acha?

—Com licença. – Ness se intrometeu. – Estamos aqui, tá legal?

Só naquele momento me lembrei de que eles estavam no mesmo cômodo que nós.

—Não querem uma noite para vocês, não?

Tia Alice apareceu na sala, com um sorriso genuíno no rosto.

—Se quiserem, podem contar comigo.

—Queremos sua ajuda. – falamos Ness e eu, aceitando o que quer que fosse que ela faria. Depois acrescentei: - O que está pensando em fazer? – perguntei, curiosa.

—Deixa comigo. – ela piscou o olho em cumplicidade.

Surpreendentemente, ela não fez nada demais. Apenas convenceu a todos a irem caçar a noite toda. Por aqui não havia perigo nenhum em ficarmos sozinhos; e isso facilitou para ela – e para nós. Mendy e Embry ficariam no porão a prova de sons com as crianças. Nick saltitou de felicidade ao ouvir que ficariam a noite toda vendo desenhos. “Não quero ouvir nada demais” ela disse. Meu pai revirou os olhos. “Desculpa, tio Edward, sei que são suas filhas, mas não finja que não sabe o que elas vão fazer essa noite. Afinal, elas engravidaram de alguma forma”. “Mendy, informação demais, querida”, ele disse entredentes com um sorriso forçado no rosto. Ness e eu caímos na gargalhada junto com Tio Em.

Heather, Harry e Sarah tinham todo o preparo para passarem a noite tranquilos.

Agora estávamos apenas nós dois dentro do meu espaçoso quarto. Nessa hora, agradeci por eu ter o meu próprio quarto – nem precisava ficar agradecida dessa forma, pois em todas as casas, exceto a dos meus avós em Forks, Ness e eu tínhamos um quarto para cada uma – e manter a minha privacidade com o Seth.

—Beleza. – falei assim que a ideia veio a minha cabeça. Ele parou de beijar meu pescoço e me olhou nos olhos.

—Beleza o que? – perguntou, sem entender.

Impulsei minhas mãos na frente de seus ombros e coloquei força, o tirando de cima de mim e invertendo nossas posições.

—Fica só de cueca. – falei. Ele se levantou imediatamente, mordendo o lábio inferior com a minha proposta. Fez imediatamente o que eu pedi. Esse homem é uma perdição! Lutei para não me distrair com seu corpo seminu. O V entrando em sua cueca era muito tentador... – Deite e feche os olhos. – ordenei.

Ele fez o que eu mandei, e o sorriso em seu rosto revelou mais ainda a sua curiosidade e pensamentos maliciosos. Saí de cima da cama e fui para dentro do meu closet. Segui para a parte que havia meus lingeries. Escolhi o mais sexy de todos; preto – Seth ficava louco quando eu usava lingerie preto – com renda em toda a barriga e nas costas. Um laço no alto das coxas, nas pontas semelhante a um babado. Na parte do busto, era de seda. Enfim me troquei e fui para fora do meu armário de roupas.

Fiquei satisfeita quando o vi ainda de olhos fechados. Já havia se tornado comum essa posição dele; os braços atrás da cabeça, bem confortável e sensual. A definição do seu peitoral até seu braço ficava muito mais evidente.

Ali me lembrei que nossos problemas seriam esquecidos completamente por uma noite. Sorri um pouco.

—Eu sei que está aí. – Seth falou. Com certeza deve ter sentido que eu estava ali, mas não me aproximei. Apenas ri.

—Eu sei. – falei baixinho, calma. Andei até a minha cama macia de casal que ele estava relaxado. Subi em cima dele, roçando nossas intimidades que estavam separadas por finos pedaços de tecidos.

—Ahhh... – foi o que saiu da boca dele. Logo em seguida senti a pressão de sua cueca contra o meu sexo. Eu suspirei, ficando excitada.

—Abra os olhos. – mandei.

Ele o fez, e sua feição se tornou boba ao olhar para o meu corpo.

—Uau... – murmurou.

Soltei um risinho, rebolando de propósito, esfregando as nossas intimidades. Ele gemeu.

Fui surpreendida quando ele me pegou desprevenida, e me colocou por baixo dele.

PDV Renesmee.

Saí do banheiro com a minha fantasia sexual. Jacob riu quase alto com a minha roupa de policial. Balancei o chicote, fazendo cena. Isso o fez rir ainda mais. Eu ri também.

—Não sei porque está rindo, senhor Black. Você foi um moço muito, muito mau e vai ser punido.

Revelei as algemas em minha mão e fui em direção à cama. No meio do caminho, me livrei da máscara e do chicote que faziam parte da fantasia. Não sei como, mas Jake conseguiu tomar as algemas de mim. Agarrou minha cintura e me prendeu na cama com o seu corpo. Meus pulsos acima da minha cabeça. Me contorci, meus hormônios se agitaram de prazer.

—Quem está merecendo punição é você, Renesmee Black. Você cometeu o crime de ser gostosa em excesso.

Em segundos, eu já estava ofegante quando ele começou com beijos do meu pescoço para baixo. Permiti livrar minha mente de todos os meus problemas e deixar a noite nos guiar pelo prazer.

PDV Edward.

Já passei da fase de pai ciumento. Quando Alice chegou em mim com aqueles olhinhos que ninguém resiste, ela conseguiu me convencer a deixar a casa para os quatro, considerando que Mendy e Embry ficariam de babás. Apenas por esta noite. Não é de se espantar que eles ficaram surpresos pela minha liberdade para as meninas.

Considerando que temos muito mais com o que nos preocupar, deixei que eles tivessem uma noite a sós depois dos últimos acontecimentos. Nunca quis ser invasivo, mas não é segredo para ninguém que eles nunca mais tiveram seus “momentos” juntos desde que elas criaram barrigas na gravidez.

Saí dos meus pensamentos, me entretendo com o palhaço do Emmett brincando com um javali.

—Pare com isso, Emmett. – falei.

—Fica mais divertido brincar um pouco com a presa antes de devorá-la. – ele falou, e desviou de um ataque que iria levar. Olhou em minha direção como se estivesse me ensinando algo.

Ele estava tão distraído se exibindo para mim, que o javali avançou em sua perna. Antes que eu abrisse a boca para avisá-lo sobre seu oponente, o suíno grudou nele, fazendo um enorme rasgo em sua calça jeans.

—Oh! Por essa eu não esperava. – falou, parecendo não acreditar no que acabara de ocorrer. O javali se sentindo acuado por não ter tido efeito em sua força, se virou na direção oposta e começou a correr. Meu irmão, claro, não deixou fugir. Voou em seu pescoço, impaciente.

Seu porco idiota! Rose adora esse tipo de calça!

Ele rosnava furioso em seus pensamentos enquanto acabava com a vida do animal indefeso – para um bando de vampiros.

—Que tal se aproveitarmos que estamos sem as crianças para discutirmos sobre os próximos dias? – Alice disse se referindo a Carlie, Ness e Mendy. E Emmett também. Todos já haviam se alimentado para passar o tempo, e ainda faltavam algumas horas para irmos para casa.

—Testemunhas não adiantariam. – comentei. – Não sabemos quem exatamente virá e quais são suas intenções. Pode ser para checarem Renesmee e Carlie, pode ser para checarem seus relacionamentos, e pode ser apenas a novata querendo vingança com Carl.

—Se for aquela loira azeda, pelo menos teremos um problema a menos, que seria Aro, Marcus e Caius. – ponderou Rose. – Mas se fossem eles...

—Os Volturi cansaram de dizer que não dão segunda chance. – Carlisle completou.

—Mas não podemos tentar mudar isso...?

—Alice, Carlisle sabe mais do que qualquer um de nós. Ele viveu décadas com eles. São implacáveis quando querem algo. Devemos apenas torcer que o motivo seja Tifanny em busca de vingança. Teremos mais chances de sobreviver.

Ela soltou um longo suspiro.

—Que pessimismo é esse agora, Edward? – Rosalie perguntou. Pelos seus pensamentos, ela parecia bem irritada. – É a vida das suas filhas e dos seus netos que está em jogo!

Ouvir a palavra “neto” ainda era uma grande novidade para mim. A quase um século atrás eu achei que eu estava perdido, e agora construí uma família que achei ser impossível ter.

—Estou pensando por todos os lados para talvez termos alguma chance quando a hora chegar! – revidei, me exasperando com ela.

—Estamos aqui para pensarmos em uma solução, e não para discutirmos. – Esme deu um basta na situação.

—Sinceramente, não tenho ideias para agora. – Bella falou, abalada. Fui ao seu encontro e passei os braços ao seu redor, tentando fazê-la se sentir confortada.

PDV Renesmee.

 

Acordei às quatro da madrugada para ir beber água e vi Mendy com Sarah na cozinha. Ela havia sujado a fralda e minha prima foi colocar para lavar. Me ofereci para fazer aquilo, mas Mendy quase brigou comigo me ordenando voltar para o quarto e descansar. Dei-lhe um abraço como agradecimento e um beijo na minha filha. Voltei para o quarto.

—O que houve? – me perguntou Jacob assim que entrei no quarto.

—Fui beber água e Sarah se lambuzou de coco. Mendy estava trocando-a. – respondi em meio ao bocejo. Aconcheguei-me de volta na cama ao seu lado.

Sarah era a exata divisão da gente. Tinha a pele clara como a minha, mas os exatos olhos de Jake. A cor de seus cabelos era a mesma dos meus, mas eles eram lisos como o do pai.

—Ela se parece tanto com você. – sussurrei.

—Eu acho que ela se parece mais com você. – falou ao pé do meu ouvido.

—Uma mistura de nós dois.

—O fruto do nosso amor.

Assenti, concordando plenamente.

Ele me beijou no pescoço, e depois disso, ficamos um minuto inteiro em silêncio.

—Jake, e agora? Como vai ser? – perguntei, sabendo que ele compreenderia o que eu queria dizer.

—Eu não sei. – ele sussurrou, parecendo exausto ao lembrar disso. – Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu não vou deixar nenhum deles tocar em você. – falou ele, convicto disso. Eu sabia que se um Volturi tentasse me matar, talvez Jake não conseguisse me salvar. Mas para não o incomodar, não falei nada contra.

—Eu sei, Jake. Eu sei.

Sentei-me, perdida em pensamentos. Meus sentidos captaram um movimento atrás de mim. E então senti lábios no local abaixo da minha orelha.

—Eu só queria que a gente vivesse em paz. – murmurei meio distante. Mesmo distante de Forks, numa ilha bem longe... parei quando pensei sobre isto. – Jake... se não estamos em Forks, será que eles vão nos achar? – perguntei me virando para ele me apoiando no cotovelo. Quando fiz isso, vi que ele tinha uma pontada de esperança em seus olhos enquanto pensava nas minhas palavras. – Será, Jake?

Ele balançou a cabeça, parecia se lembrar de algo que estragava esse detalhe.

—Não poderíamos nos esconder para sempre, Ness.

Suspirei e me joguei na cama. Pelo seu tom de voz, ele parecia querer, mas não conseguir acreditar que teríamos um final feliz. Talvez finais felizes existissem apenas em contos de fadas. Somos parecidos com isso. Somos seres místicos. As fadas, o Peter Pan, a Bela Adormecida, a Cinderela, todos eles são ou conviveram com seres mágicos também. A gente também poderia ter um, certo?... De acordo com os acontecimentos recentes, não.

—Eles não podem ir para Forks. – soltou com um ar de preocupação. – Alguém de lá pode pagar o que não deve...

—Eles nunca fariam isso, Jake. – o cortei antes que ele se aprofundasse. – Eles também têm uma reputação a zelar.

Ele suspirou pesadamente.

—Espero que esteja certa.

—Não quero que fique com peso na consciência. – admiti, e me estiquei para abraça-lo.

Ele me apertou em seus braços.

—Desculpe. – falou de repente.

—Posso saber pelo que? – indaguei, me perguntando sobre o que ele estaria se desculpando.

—Esta era para ser uma noite apenas para nós dois, e estou te perturbando com essas coisas. – explicou.

Você não precisa se desculpar.

—Por que a ênfase?

—Porque fui eu quem começou com o assunto. – o lembrei. Ele riu, vendo que eu tinha razão. Mas não colocou a culpa em mim.

—Vamos dormir? – ele sugeriu depois de alguns segundos. – Ainda temos algumas horas antes da dor de cabeça.

—Está falando da Sarah? – perguntei. Minha sobrancelha se ergueu automaticamente enquanto eu me afastava para olhar em seu rosto.

—Estou falando dos Volturi. – ele esclareceu.

Assenti. Nos deitamos novamente e tentamos nos acomodar nos braços um do outro. A calmaria antes da tempestade.

* * *

Acordei às oito e meia. O sol estava lindo.

—E aí, como foi a noite de vocês? – Em perguntou com o seu sorriso sacana. – Recuperaram o fogo de antes da gravidez?

Tio Jazz prendeu o riso.

—Emmett! – vovó o repreendeu. – Deixe-os em paz!

—Ah, mamãe. – ele reclamou, sem se afetar com a bronca. – Estou apenas conversando com as minhas sobrinhas pref... – ele se interrompeu subitamente. Agora foi a minha vez e da Carlie de prender a risada. Agora que ele tinha três sobrinhas, Nick poderia ouvir e ficar magoada. Ela pode ser nova, porém entende as coisas. – Escutem, a frase “sobrinhas preferidas” era usada por mim quando eu tinha duas sobrinhas, mas agora são três. Não vão ficar chateadas comigo, vão?

—Não. – respondemos, rindo.

Ele colocou cada braço ao redor de meus ombros e dos da Carlie e aproximou nós duas, como se somente nós duas fossemos ouvir.

—Cá entre nós, vocês sempre serão minhas sobrinhas arteiras. – ele falou baixinho.

Ouvi o choro do Harry vindo do quarto dos meus pais antes que respondêssemos.

—Deixa comigo! – gritou ele e saiu como um jatinho para pegá-lo. Todos riram, inclusive eu. Meu titio quase nunca ficava com os bebês, pois minhas tias e meus pais chegavam primeiro. – Calminha, pequeno Harry. Seu tio-avô está aqui para cuidar de você. Hey, alguém quer vir aqui para cuidar da Sarah? Era acordou também.

—Como se ninguém tivesse ouvido. – tia Alice revirou os olhos se levantando do colo do tio Jasper e se foi também.

—Heather acabou de acordar. – tia Rose disse. Como sempre, havia um brilho em seus olhos. – Vou cuidar um pouco da minha filha.

—Te ajudo, mãe.

A casa ficou em um silêncio de vozes – exceto pelos choros, pelos sibilos dos adultos tentando acalmar os nenéns que ouvíamos de longe, e pelo meu tio murmurando coisas para tentar acalmar meu filho – que só dava para ouvir as respirações dos meios humanos que estavam naquela cozinha.

—E o que faremos com as crianças? – perguntei, quebrando o silêncio.

Nós necessitávamos de um plano para salvar as nossas crianças. Óbvio que com ou sem plano ninguém chegaria perto da minha filha para nada. Teria que passar por cima do meu corpo sem vida primeiro.

—Carlie, Renesmee. – mamãe falou o nome de nós duas quando percebeu que a aflição não estava apenas em mim. – Não sabemos exatamente como vão proteger seus filhos. Não agora.

—O que quer dizer com isso? – perguntei. Carlie estava confusa demais com suas palavras que nem perguntou nada.

—Eu quero dizer que, quando chegar a hora, vocês saberão protege-los. Uma mãe nunca deixa ninguém machucar seu filho.

Essa afirmação me tocou. Uma onda de determinação me envolveu, e eu sabia que estava pronta para qualquer coisa. Para passar por cima de qualquer um para proteger minha cria.

—Como você fez para proteger nós duas? – Carlie falou curiosa. Certamente, ela sabia do que falávamos. Sabia que falávamos de nosso passado um tanto conturbador.

—Rose foi minha guarda-costas durante toda a minha gravidez.

Agora tudo fazia sentido. Mas ao mesmo tempo era tão confuso. Minha tia loira nos segurando em seu colo na sala silenciosa. Fora a primeira vez em que vi Jacob. Quando olhei em seus olhos, - foi muito rápido as repentinas emoções que vi em seu rosto – ele parecia decisivo a alguma coisa – talvez fosse nessa hora que ele estava planejando me matar pessoalmente, minha irmã e eu por causa do que fizemos com a mulher que ele amava – e de repente seu olhar se fixou no meu. Segundos depois, seus joelhos cederam e ele ficara ajoelhado, parecendo esgotado, detrás da poltrona que minha tia estava sentada e segurava nós duas.

Ali fora o onde o nosso imprinting aconteceu.

—O que vai acontecer se estivermos aqui quando os Volturi forem nos procurar? – Carlie levantou a questão. Por baixo dessa calma toda, ela estava angustiada. – Não estamos mais em Forks, será que eles pensarão que estamos fugindo deles?

—Pode ser que sim. – falou meu pai. Como todos, ele estava preocupado com o nosso futuro.

Respirei fundo tentando me acalmar – e tentando impedir que as lágrimas caíssem – e andei até o meu pai. O abracei para me consolar. Ele apertou seus braços duros e frios em volta de meus braços, e ao mesmo tempo acolhedores e confortantes.

—Vamos dar um jeito em tudo isso, querida. – ele murmurou. – Nenhum de vocês jamais será machucado por aqueles vampiros. Eu não deixarei.

—Eu também não vou deixar que nenhum deles machuquem minha família. – vovó Esme falou.

—Eu também não. – vovô reafirmou.

Permiti a onda calorosa me atingir.

 


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