A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 59
2x17 Salve-o do nosso jeito (E)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!
Beijocas



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Imagem do capítulo

 

PDV Carlie.

—A casa não é linda, amor? – perguntei ao Seth.

Minha tia Alice finalmente deixou a gente ver a casa antes de ela estar pronta. Era enorme. Quatro quartos, uma cozinha aberta com a sala, a sala de jantar a apenas alguns passos saindo da cozinha, a nossa suíte gigantesca, dois banheiros, e fora os lazeres. A nossa sala de cinema e de jogos, o sótão para guardar trecos, a garagem para quatro carros e a minha moto. Um exagero para o Seth. Para ele, uma casa simples com apenas alguns cômodos serviria. Ainda bem que não dependeu dele para termos essa casa.

Nós passávamos pelos cômodos, vendo os detalhes, e paramos no nosso quarto.

—Linda mesmo. – ele concordou.

O nosso quarto era estupendo! Havia uma cama king size – Seth ficou aliviado por minha tia ter lembrando-se de seu tamanho e ter comprado uma cama que o caiba. Os demais móveis colocados tão formosos. O closet era necessariamente grande para um casal. Eu amei.

—E nossa. – completei.

Ele sorriu. Esse pequeno detalhe de seu rosto sempre fazia meus batimentos cardíacos acelerarem constantemente.

—O segundo cômodo mais bonito da casa. – comentei enquanto adentrávamos o quarto do bebê.

—Eu quem pedi para ela pintar desse verde, já que ela não me deixou fazer nada aqui.

Eu ri.

—Por que verde e não amarelo ou branco? – perguntei, me virando para ele e continuando a comer o salgadinho. Esse fato me deixou curiosa, de um jeito esquisito.

Ele me levou até a cômoda com espelho. Encarei o reflexo da garota por um segundo.

—Seus olhos. – revelou.

E então reparei na cor da minha íris. O verde do quarto era exatamente a mesma.

—Seth, você pintou o quarto do nosso filho... Da cor dos meus olhos?

Ele assentiu, gostando da minha reação surpresa.

—Você é o melhor marido do mundo! – declarei, e me joguei em seu corpo. Seus braços se fecharam em torno de minha cintura, e ele fez círculos nas minhas costas com o dedo.

Um arrepio passou pela minha espinha quando seus lábios macios encostaram a minha orelha, e sua voz rouca falou em meu ouvido.

—Para quando eu estiver sozinho com ele, ele sentir que você está bem pertinho dele.

Um nó se instalou em minha garganta, e lágrimas preencheram meus olhos. Não contive a vontade de beijá-lo.

PDV Renesmee.

A casa era linda. Dois andares, a nossa suíte e trezentos cômodos que entre eles eram quartos de hóspedes, de jogos, meu escritório e o quarto do bebê. Carlie e eu somos vizinhas. Uma parte da mobília estava instalada, e já dava para ter uma ideia de como iria ficar.

Jake e eu descemos as escadas de mãos dadas.

Ele parou de andar e me freou com a mão que me segurava. Trouxe-me para perto e juntou nossos lábios. Levei as mãos até seu cabelo e o agarrei, esmagando sua boca na minha. Sua mão quente desceu minha silhueta, e apertou forte minha cintura, aproximando nossos corpos, e apenas alguns milímetros nos separavam.

Suas mãos agarraram minhas coxas e me levantaram, encaixando minhas pernas em sua cintura. Eu apertei as apertei onde estavam. Inverteu nossos lados, e andou alguns passos para trás – sem interromper o beijo ardente – até cair sentado ao sofá. Suguei de leve seus lábios antes de parar o beijo.

—Surpresa maravilhosa essa, né? – puxei assunto ofegante. – Eles terem comprado casas para a gente.

—Legal da parte deles. – ele concordou me dando um selinho.

Parei um pouco para pensar nas minhas palavras, e me olhou nos olhos. Nesse momento, eu soube que ele sabia que eu ia falar algo.

—Você nunca imaginou isso, né? – perguntei. – O cara que você já odiou uma vez, agora sendo seu sogro e te dando duas casas para morar com a sua filha.

Ele riu quando terminei.

—Eu sempre tive esperanças de ficar com a Bella. – ele confessou. Foi cuidadoso em suas palavras, caso me magoasse. Mas não aconteceu. – Sempre lutei por ela, mas no final, ela era de Edward e você sempre foi minha.

Conforme ele falava com outras palavras que me amava, colocou os braços a minha volta e me derrubou no sofá, me deixando sob ele. Suas palavras me encheram de uma energia muito boa.

—Bom saber disso. – falei com um pequeno, mas feliz, sorriso no rosto. E o beijei.

—Mas... – ele se separou levemente de mim, para prender seus olhos negros nos meus. – não. Nunca imaginei Edward como meu sogro. Jamais. Mas esse cargo da vida é o melhor que eu posso aceitar. E o melhor que poderia ser oferecido para mim.

Eu não percebi que estava chorando, até que ele secou algo em minhas bochechas, com seus dedos polegares.

—Por que está chorando? – ele perguntou de forma suave. Levou a mão para acariciar meu cabelo solto.

Não falei nada, apenas o puxei para outro beijo.

—Bem que a gente podia dormir aqui hoje. – Jake sugeriu. Não havia malícia em sua voz, porém eu sabia a sua intenção. – O nosso quarto já está montado, é bem pertinho dos seus pais. Não falta muito para a maluca da sua tia acabar aqui. – eu ri quando ele disse essa parte. – Que tal?

—Para mim soa ótimo.

Ele sorriu e deu uma mordida em meu pescoço, em seguida, um meio beijo meio chupão. Meu corpo inteiro vibrou de desejo.

—Agora somos apenas você e eu. E o molequinho aqui dentro.

Ele passou a mão em minha barriga, e eu ri. Como se desse para saber o sexo do bebê.

—Tem uma coisa que eu nunca vou esquecer.

Ele me olhou, me questionando. Antes que pudesse me perguntar, respondi:

—A reação dos meus pais sobre minha irmã e eu estarmos grávidas.

Ele riu. Tinha passado quase uma semana desde isso.

—Realmente, o esperado. Bella gritou comigo e com o Seth por uns vinte minutos e Edward ficou sem falar com a gente por três dias.

Agora foi a minha vez de rir. A nossa noite na nossa própria casa foi incrível!

PDV Carlie.

2 meses depois...

Despertei da minha soneca da tarde as quatro. Eu pensei em voltar a dormir e acordar apenas na hora dos meus seriados, mas resolvi vencer a preguiça e me forcei a levantar. Minha barriga já era alguma coisa grande. Nada demais, pois eu ainda conseguia ver meus pés.

Calcei meus chinelos e desci as escadas. Meus pais e vovô sugeriram que Renesmee e eu ficássemos em observação na casa dos meus pais durante a gestação. A gente aceitou, claro. Seria melhor para os bebês.

—Acordou, meu bem? – Seth perguntou, surpreso por eu estar ali. Achei muito supérfluo quando ele veio me ajudar a andar até o sofá.

—Claro que não, Seth. – Jacob disse como se meu marido tivesse deixado algo muito óbvio escapar. Lá vêm piadinhas. – Carlie é sonâmbula, você nunca soube disso?

—Idiota. – ele o insultou. Revirei os olhos. Desabei no sofá, ao lado dele. Fiquei surpresa de não estar no canal de jogos. E sim de filmes. Passava Os Mercenários. Nunca superei esse filme reunir os grandes nomes de ação.

—Ness ainda está dormindo? – perguntei.

—Está no banheiro. – Jake respondeu.

—E meus pais?

—Sua mãe foi ajudá-la a ir ao banheiro, mesmo depois de protestar, e o sanguessuga está fazendo algo para ela comer.

—Quer comer algo, meu anjo? – a voz do meu pai veio da cozinha, aonde vinha um cheiro delicioso de hambúrguer.

—Está fazendo o que? – perguntei.

—Para a sua irmã um super lanche. – ele respondeu.

—Então vou querer um de cheddar com muito cheddar. – pedi.

—Ok, querida.

Nesse momento, minha barriga roncou. Ela me avisou que eu tinha um desejo.

—Seth, estou com desejo. – falei, o olhando.

—Torça para que não seja nenhuma maluquice como da última vez. – Jacob avisou. O meu último desejo foi abacaxi com calda de chocolate ao leite. Eu gostei.

Dei-lhe uma leve cotovelada nas costelas.

—Au. – ele gemeu.

Bem, eu achei que havia sido leve.

—Os desejos da Nessie também não são lá essas coisas. – revidei. – Eu quero banana com calda de chocolate. Assim que eu acabar de comer o sanduíche.

—Ainda bem que hoje não tive nenhum. – ela falou do alto da escada, onde estava descendo com a mamãe. A barriga dela estava igualmente a minha.

—Não seria problema se tivesse. – falou Jacob, todo meloso, dando espaço no sofá para ela se sentar ao seu lado.

Ela se esticou e dei-lhe um beijo na bochecha.

—Claro, a não ser que o desejo dela fosse comer tijolos. – zombei, e ela me fez careta.

—Dois pedidos saindo. – meu pai falou interpretando um garçom. Do jeito que ele cozinha, ele ganharia o cargo de chefe de cozinha. – Um super lanche com tudo que tem direito, e um refrigerante grande. – ele pôs o prato com o lanche a mesinha de centro, que ficava perto do sofá onde estávamos sentados. – E um cheddar com muito cheddar – repetiu as minhas palavras ao pedir meu lanche, e eu ri. – como a senhora pediu, e um refrigerante grande.

—Muito obrigada, senhor. – falamos juntas. Ele soltou um sorriso simpático e trouxe a mesa para perto de nós duas como se fosse de papelão. Ficou muito mais fácil para alcançar a comida. Quando mordi um pedaço, minha boca se encheu de água. Estava melhor do que eu pensei.

Me levantei e fui até a cozinha pegar guardanapo, quando o telefone tocou. Me estiquei e atendi.

—Residência dos Cullen.

—Carlie. – a voz do meu avô falou do outro lado da linha. Não sei se ouvi direito, mas sua voz parecia urgente, ou apenas era a seriedade de um médico profissional. – Tenho uma coisa para te contar, mas não é nada animadora.

—O que foi? – perguntei me levantando, começando a ficar preocupada. – Aconteceu alguma coisa? Alguém que eu conheço se feriu?

—Infelizmente sim. – ele respondeu, parecendo triste por isso.

O desespero me atingiu.

—Então fale de uma vez...! – minha frase se interrompeu no meio.

—O Derek...

—O que aconteceu com o Derek? – o interrompi.

—O que houve com o Derek? – Ness me perguntou preocupada, e em instantes estava ao meu lado.

—Ele sofreu um acidente e está em estado grave. Ele chegou há alguns minutos ao hospital e cuidei dele.

—Mas...?

Eu senti em seu tom de voz que tinha um “mas”.

—O estado dele é muito delicado. É possível que ele não resista aos ferimentos.

O ar me faltou quando ouvi o que ele disse. Derek não podia morrer!

—C-como assim? Que tipo de acidente ele sofreu?!

—Ele estava passando por um prédio em reforma e uma barra de ferro o atingiu. Pelo menos foi isso que me disseram. Já fiz as tomografias e ele tem uma laceração muito grave no tecido cerebral, as chances de ele resistir a uma cirurgia são muito baixas para eu arriscar.

—Eu-eu estou indo aí agora.

Não perdi tempo me despedindo, rapidamente desliguei o telefone e me virei. Todos estavam chocados.

—Vamos, pessoal. – mamãe disse, urgente. – Edward está tirando o carro da garagem. Vocês vão com ele, eu vou no carro da Renesmee.

Sem perder nenhum segundo, saímos de casa em passos rápidos. O volvo prateado já estava nos esperando, o motor ligado. Entramos e nos sentamos em qualquer lugar. Assim que a última porta foi fechada, meu pai arrancou o carro dali.

A cada segundo que se passava, parecia que aumentava mais ainda o tempo de demora. Felizmente, meu pai foi bastante rápido e chegamos ao hospital em alguns minutos.

Antes que o carro estivesse completamente parado, abri a porta e saí. Rapidamente, entrei no hospital sem cumprimentar ninguém.

Perguntei a recepcionista onde era o quarto dele, e ela me informou. Quando cheguei, fiquei apavorada quando vi ser a UTI.

Ness, Jacob e Seth, meu pai e minha mãe estavam atrás de mim.

—Carlisle, como ele está? – Ness perguntou aflita.

—Querida, sinto muito dizer isso... - ele colocou as mãos solidárias em nossos ombros enquanto dizia uma das piores coisas que já ouvi. Vi a resolução em seus olhos.

Perdemos Derek.

—Mas ele tem poucas chances de vida, e há muito pouco que possamos fazer.

Soluços involuntários escaparam de minha boca. 

Braços quentes me envolveram, e me deixei cair em pranto entrecortado de soluços. Renesmee estava no mesmo estado que eu. Derek era importante demais para perdemos.

Observei seu corpo imóvel no leito do hospital, com fios ligados em seu corpo e medicações intravenosas em seus braços.

—Precisamos ligar para seus pais. – mamãe falou.

—Sim, precisaremos ligar em breve para a desculpa que iremos inventar. – me olharam sem entender. – Mamãe! Salve-o. – falei num tom autoritário

—Mas Carlisle disse...

—Do nosso jeito.

Todos aqueles pares de olhos me encarando descrentes não me incomodou. Continuei com o olhar fixo nela, à espera de uma resposta.

—Derek não merece essa vida.

—E ele merece morrer? – perguntei, jogando sujo.

—Eu não sei se posso me controlar. – ela disse.

—Eu sei que pode. – Ness a encorajou.

—Bells, você é forte. – Jacob se intrometeu. – Você vai conseguir.

Eu não podia perder Derek. Seria um extravio muito nocivo em minha vida e da minha irmã. Ele era muito importante para nós duas.

—Mamãe, por favor, você é forte. – incentivei, e minha voz saiu implorando. – Você vai conseguir. Papai conseguiu te salvar mesmo você sendo sua La Tua Cantante. Confiamos em você.

Ela olhou para o meu avô, parado perto da maca onde meu melhor amigo estava estirado e inconsciente, com poucas chances de sobrevivência. Ele imediatamente viu seu olhar, e assentiu para ela, também dando confiança para que ela o salvasse.

—Temos que leva-lo daqui, então. – ela cedeu.

—Vou entrar no sistema do hospital. – papai falou. – Tem que manter seu coração batendo. Não faça nada antes que eu chegue lá. Leve-o para casa de Esme e Carlisle. Levarei algumas coisas que podem ser necessárias.

Eu sorri abertamente, ficando muito aliviada de ela ter se rendido.

—E quanto aos seus pais? – Ness perguntou.

Papai deu de ombros.

—Apenas temos que torcer para que os pais dele sejam tão calmos como fora Charlie quando sua mãe virou recém-criada. Ele estaria partindo para a faculdade, de qualquer modo.

Nessie e eu não pudemos deixar de sorrir uma para a outra. Derek iria se juntar a família. O alívio me bateu de outra forma; não precisaríamos mais nos preocupar com os Volturi.

* * *

Já havia passado quatro horas desde que viemos do hospital. Meu pai achou melhor nos deixar longe durante a transformação de Derek.

Eles já tinham montado uma sala de cirurgia improvisada na casa dos meus avós para nós duas. Derek estava lá. Ele devia estar agonizando de dor nesse exato momento... 

—Carlie, se acalme. – Jacob pediu pela trigésima quarta vez.

Ness estava encolhida em seus braços, ambos sentados no sofá. Seth também estava ao lado deles, mas seus olhos não saiam de mim por nenhum segundo.

Eu andava de um lado para o outro pela sala, aflita pelo meu amigo futuramente ser um frio.

—Lembre-se de que a ideia de ele virar um vampiro foi totalmente sua.

—Jacob, cala a boca! – rosnei, me virando para olhá-lo. – Só porque fui eu quem sugeriu que ele fosse transformado, não quer dizer que eu não possa ficar preocupada.

—Preocupada com o que? Em três dias, ele vai se tornar um sanguessuga, e vai ser imortal. Com o que tem que se preocupar?

—Talvez com o fato de que se você ficar sendo um idiota, ele pode ficar furioso com você e avançar nesse seu pescoço!

—Que horror, Carlie. – Ness me repreendeu.

—Então peça para o seu marido tomar conta da vida dele!

—Carlie, relaxa. – Seth pediu quando me viu me alterando.

Respirei fundo e pensei direito. Eu devia parar para pensar nas coisas que eu falaria antes mesmo de falar. Jake só queria me ajudar... do jeito dele, mas ainda assim queria. Não podia descontar meu estresse nele.

—Tem razão. Desculpe-me, Jake.

—Deixa pra lá. – ele disse. – Venha. Sente aqui e assista para tentar relaxar um pouco.  

Segui o que ele me pediu. Derrotada, me sentei ao lado do meu marido, me enrolando em seus braços acolhedores.

—Não se preocupe com ele, meu anjo. – sussurrou Seth. Sua voz era tranquilizante. Era o mesmo efeito de tomar algum calmante quando se está estressado ou aflito, como eu estava. – Ele vai ficar bem. Você vai ver.

Assenti, para deixá-lo mais sossegado.  

Meu celular tocou, e o peguei em meu bolso. Olhei no identificador de chamadas e marcava número desconhecido. Confusa, atendi.

—Alô? – falei.

—Carlie, Carlie. – uma voz fina e feminina falou devagar, como se tivesse zombando de algo. Eu desconhecia aquela voz. – Soube do acidente do seu amiguinho. É uma pena, não é?

—Quem está falando? – perguntei, ficando mais confusa.

—Não está reconhecendo minha voz, sua bobinha? – ela zombou.

Olhei para os três ao meu lado, que me olhavam curiosos. E também tinham um vinco de preocupação em suas testas.

—Quem é você? – perguntei novamente.

—Adivinhe. – ela falou simplesmente, me deixando na mão.

Fiquei em silêncio, tentando assimilar a voz. Por que soava tão familiar? Por mais que eu tentasse me lembrar de onde eu ouvira, não conseguia. Meu cérebro não queria me ajudar.

—Burra como sempre, não é? – a voz tornou a falar, dessa vez perdeu toda a falsa cordialidade. Agora gélida. – Sabe o que é engraçado? Eu nunca me esqueci daquele dia que você me humilhou na frente de todo mundo.

Um coração congelou quando veio a minha mente uma loira patricinha ofendendo a mim, meu namorado e minha família, e eu abusei da minha força quando meu sangue subiu.

—Sempre que eu me lembro desse dia, me dá uma sede de vingança que você não acreditaria ser possível. – ela disse, baixinho.

—Carlie, desligue esse celular. – Seth disse. Mas ao invés de ele esperar eu fazer, ele mesmo esticou a mão para tirá-lo de mim.

—É melhor não fazer isso. – ela ameaçou. Ele ouviu a ameaça em sua voz e recolheu a mão lentamente, relutando.

—Foi você quem fez aquilo com Derek, sua desgraçada? – minha voz se converteu em raiva quando me lembrei do que aconteceu com ele, e que poderia ser culpa dela.

—Não. Por mais que eu quisesse destruir alguém da sua família ou algum de seus amigos para te atingir, não fui eu. Apenas vi quando aconteceu. Quando cheguei perto dele, o cheiro do sangue dele me inebriou...

—Você não seria capaz de fazer isso! – gritei, ficando fora de controle.

—Você quer apostar quanto?

—Você não vai mais poder machuca-lo. Ele será um vampiro dentro de alguns dias, sua infeliz.

—É melhor você medir suas palavras para falar comigo, sua pirralha nojenta!

Seth rosnou pelos nomes que ela me chamou.  

—Como você achou meu número?

—Isso não te interessa. – ela se recusou a falar, nem dando importância para as minhas palavras.

—O que você quer? – falei perdendo a paciência.

Mantenha a calma, Carlie. Sua raiva pode atiçar a dela. Renesmee me alertou silenciosamente.

—Só liguei para avisar para você ir se preparando para o futuro. Ele não estará muito ao seu favor e da sua família medíocre. 

—Minha família “medíocre” vai estar te esperando para te dar exatamente o que você merece. Você é podre por dentro.

—Carlie, Carlie. Minha querida Carlie. Foi exatamente essa sua atitude que atiçou minha raiva, sua mestiça nojenta.

Seth, com raiva dela me ofendendo, ia falar algo. Mas levantei uma mão, o parando. Não queria que ele também fizesse com que ela sentisse mais raiva do que já estava por minha causa.

—Bom, era só isso mesmo. Eu te desejo todo azar do mundo para você e sua família.

—Você não conseguiria azarar minha família nem em um milhão de anos! Somos unidos e protegemos um ao outro. Você é vazia e morta por dentro, nunca terá o amor ou o afeto de ninguém. Eu tenho pena de você.

E desliguei. Respirei fundo, tentando me acalmar. Eu não estava com raiva, mas sim com medo.

Assim que o telefone fora desligado, Seth estava com os braços a minha volta, tentando me deixar tranquila. Mas nem ele estava assim.

—Busque um copo com água para ela. – ele pediu para alguém.

—Seth, eu-eu estou com t-tanto m-medo...

Shhhiiiii!— ele sibilou suavemente. – Ela não vai fazer nada com você. Eu não vou deixar.

Os soluços entre cortados continuavam saindo de meus lábios incontrolavelmente. De novo ela voltou para atormentar a minha vida.

Ness apareceu com um copo d’água como Seth pediu.

—Aqui. Bebe, Carl. Isso. Bebe mais. Isso. – ela pegou o copo de volta quando parei de beber e me viu mais calma.

—Ness, Carlie, o que houve aqui? – a voz do meu pai adentrou em casa. Sequei rapidamente as lágrimas, mas foi inútil, já que ele estava a minha frente num passe de mágica. – O que houve aqui? – ele repetiu.

—Tifanny achou o número dela e ligou, a ameaçando. – Jacob explicou antes de qualquer um.

—Aquela vampira que apareceu em Nova York, que estava com os Volturi?

Assenti.

—Vem cá, querida. – ele me puxou delicadamente dos braços de Seth e me fechou no círculo dos seus.

—Pai, eu estou com medo. – falei baixinho, e minha voz vacilou.

—Ela não vai chegar perto de você, meu amor. – ele falou com a sua voz aveluda e calorosa. A promessa selada sob seus lábios.

Eu confiava nas palavras dele, mas tinha uma hora que eu ia estar sozinha, e ela poderia me pegar. E agora não era somente eu...

Minhas mãos voaram para a minha barriga.

Depois disso, os dias se passaram rápido, até que Derek parou de queimar por causa do veneno.

—Tirem elas daqui! – meu pai gritou do segundo andar.

Um vulto correu escada a baixo, mas antes que fosse em nossa direção – minha e da Ness – três vampiros estavam o segurando. Surpreendi-me quando reconheci ser Derek. Ele estava muito diferente. Mais alto e musculoso. Em meu íntimo, eu quis dizer que ele comeu muito fermento e levou a sério o projeto verão, mas definitivamente não era a hora.

Mamãe se agachou a sua frente ao mesmo tempo em que ele a empurrava contra a parede, a deixando em migalhas.

Engasguei com o que vi.

Entretanto o que me assustou foi que ele parecia querer avançar em nós duas. Lutava veemente contra os vampiros que o seguravam. Nos lançava um olhar selvagem.

—Tirem-nas daqui! – meu pai falou novamente, aparecendo nas escadas.

—Derek, se acalme. Somos nós, Ness e Carl. – falei dando alguns passos cautelosos em sua direção, a mão protetora de Seth me segurava pela cintura.

Olhei em seus olhos para mostrar que era eu, uma de suas melhores amigas. Um rosnado feroz rasgou sua garganta acima, e eu recuei assustada. Ele não queria saber. Só queria... sangue.

Eu fiquei sem reação diante daquilo.

—Venha, Carl. – Seth me puxou para fora, e Jacob puxou Ness junto a ele.

Minha mãe vinha atrás da gente.

De repente Ness se debruçou sobre uma lixeira de um vizinho e colocou tudo – ou nada – para fora. Aquilo atiçou algo em minha barriga. Deu tempo de espera-la sair para ser minha vez.

Seth tirou sua camisa e me deu para limpar a boca. E o fiz, depois devolvi. Ele fez uma careta e a jogou na lata de lixo.

Ela nos levou até em casa.

—Por quanto tempo ele vai ficar assim? – sussurrei assim que atravessamos a porta da frente.

—Não sabemos dizer, filha. Com cada vampiro é diferente. Derek parece que vamos ter um pouco de trabalho. Ele está louco, descontrolado. Deve ficar longe de qualquer humano até se acalmar.

Suspirei. Era muito doloroso ver meu melhor amigo nessa situação. E ainda saber que fui eu quem o colocou nisso.

Meus joelhos enfraqueceram, mas as mãos de Seth e minha mãe estavam em mim antes que eu tocasse o chão.

—O que foi? – mamãe perguntou.

—O perdemos. Derek se foi. Eu devia ter o deixado morrer. O que eu fiz? – chorei, e enterrei meu rosto entre minhas mãos, nos meus soluços.

A culpa era somente minha, pois eu quem deu a ideia de transformá-lo.

—Calma, Carlie. – Renesmee se abaixou para me alcançar num abraço. – Ele vai ficar bem. Tem que ficar.

—Sabíamos que seria difícil. – mamãe ressaltou, afagando meu cabelo. – Vamos lutar para o deixarmos bem.


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Notas finais do capítulo

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