A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 49
2x07 Forks (E)




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PDV Seth.

—E então? O que fazem aqui?

—Por quê? – perguntei quando acabei de colocar a última mala no chão de madeira da sala. – Não posso mais visitar a minha própria mãe? – a questionei, num tom de brincadeira.

—Não só pode, como deve, querido. – ela passou novamente os braços em meu pescoço, num abraço apertado. Retribuí. Eu estava com mais saudades dela do que eu imaginava. – E você também, flor. – ela se separou de mim e abraçou Carlie carinhosamente, que correspondeu de imediato, sorrindo ao vê-la emocionada.

—Mas respondendo a sua pergunta, a gente só estava com saudade. – minha noiva respondeu-lhe a questão passada, quando ela se separou do abraço.

—Eu também estava morrendo de saudades de vocês dois! – minha mãe falou e passou os braços ao redor de nossos pescoços ao mesmo tempo, num abraço triplo. – Já faz tanto tempo que vocês vieram aqui. – ela falou num simples múrmuro.

—Ah, qual é, mãe? – reclamei, a fazendo desfazer o abraço. – Vai ficar toda sentimental agora?

—Deixa a sua mãe, Seth. – fui repreendido pela Carl. – Ela está com saudades de você.

E depois de muito a gente falar, abraçar e ela matar as saudades da gente, sentamos no sofá para conversar. Carlie parecia estar cansada por causa das horas de avião. Mas eu não estava cansado. Talvez um pouco, mas nada comparado a ela.

—Como vocês estão indo na escola? – Sue puxou assunto.

—Estamos ótimos. – Carlie respondeu antes de mim. – O ano que vem a gente quer fazer faculdade.

—Ah, que ótimo! – ela falou animada pelo fato de seu filho (eu), se formar.

—A nossa formatura é em breve. – lembrei minha mãe. Ela me olhou com um brilho nos olhos.

—Você e vovô vão, né? – Carlie terminou a minha frase.

—Mas é claro que vamos! – ela exclamou feliz, com um sorriso que podia rasgar suas bochechas.

—Carlie, por que não toca uma música para minha mãe? Você foi incrível no show de talentos.

Ela ficou visivelmente constrangida com o que eu disse. Mas talento é para ser mostrado.

PDV Carlie.

—Você toca? – ela perguntou surpresa.

—Mais ou menos...

—Ah, não seja modesta, - Seth me cortou, sabendo que eu estava com vergonha. – ela além de tocar piano, e é totalmente magnífica tocando, também sabe violão. E tem uma voz incrível.

Eu o fuzilei com o olhar.

—Vamos, toque. – ela falou empolgada com a ideia. – Quero ouvir sua voz.

Suspirei. Eles iriam insistir até eu aceitar.

—Tudo bem. – me rendi e eles esticaram os sorrisos em seus rostos.

Seth trouxe o violão do seu quarto.

—Essa eu lembro de quando a gente não namorava, mas eu gostei de você de forma diferente desde que retornamos à Forks. – revelei tímida, recebendo um sorriso terno dele e um carinhoso da Sue.

I'd Lie - Taylor Swift

—Sei que a música não é minha, mas parece que foi escrita lendo meus pensamentos. – ri sem jeito.

—Seth, você é tão sortudo por ter essa garota ao seu lado. – ela falou, me deixando mais envergonhada do que nunca.

—Eu sei. – ele falou, abraçando minha cintura.

Bom, Sue gostou. Então devo ser uma boa cantora.

A letra falava bastante o que eu sentia por Seth naquele tempo.

Lembro-me de ter tido uma conversa com tia Rose sobre esse assunto, sobre o Seth.

“Flash Back On”

 

—Tia Rose. – a chamei. Ela estava finalizando meu cabelo com um penteado, cuidando dos meus cachos como se fossem pedras preciosas. Eu estava sentada em frente à minha penteadeira. – Posso te perguntar uma coisa?

Ela me olhou docemente pelo espelho.

—Pode me perguntar o que quiser, meu bem.

—Como eu faço para conquistar alguém que eu gosto? – fui direto ao assunto.

Ela parou na hora o que estava fazendo e me olhou com um olhar surpreso, mas sério.

—Quem é o sortudo? – perguntou ela, sorrindo.

—Não sei se devo falar...

—Só respondo sua pergunta se me responder a minha.

Ela voltou a pentear meu cabelo.

De alguma forma, eu sabia que ela faria chantagem.

—É o Seth. – sussurrei com vergonha, abaixando a cabeça.

Novamente, ela parou de penteá-lo.

—O cachorro? – ela fez uma cara de nojo.

—Ah, tia. Ele não é isso tudo que você fala... Quero dizer, você implica com ele só porque ele é lobisomem, mais precisamente por causa do Jake. O Seth é encantador. – mais uma vez a vergonha tomou conta de mim.

—Ah, meu amor. – ela falou, de novo voltou a fazer o processo do meu cabelo. – Ele pode ser encantador e tudo lá, mas tem que ser ele?

Olhei-a séria.

—Estou brincando. – ela esclareceu, percebendo que eu não estava para brincadeiras. – Existem várias formas de conquistar alguém. Você também pode esperar alguma atitude dele.

—Mas eu quero mostrar a ele que eu gosto dele. – insisti. – Não ficar a espera.

—Querida, quem não iria gostar de uma menina linda e encantadora como você? – ela colocou a mão sob meu queixo, e me olhou nos olhos e se ajoelhou em minha frente.

—Tia, você sabe que não sou nem de perto linda como você é. – falei a verdade que veio em minha mente.

—Meu bem, cada um tem sua própria beleza. Isso não quer dizer que você é menos bonita. Só é diferente. Todo ser é diferente em seus gostos. Imagina se só tivesse um padrão de beleza, não ia dar certo. Então pode ser que a sua beleza seja o tipo do cach... do Seth. Não fique triste por não ser linda como eu. – ri quando ela disse essa parte. – Mas fique orgulhosa e contente por ter a sua beleza. Fique feliz com a beleza que nasceu. Não se compare ninguém, assim nunca vai enxergar a si mesma.

Suspirei pensativa

—Então se eu gosto de alguém... – me interrompi me lembrando que já havia dito a ela de quem eu era “admiradora secreta”. Entre aspas porque uma vez que eu fui a reserva e quando cheguei a garagem, escutei uma conversa dos dois.

“-Cara, as vezes sinto que Carlie sente algo por mim. – Seth comentou com Jacob.”

“Ah, droga. Droga. Droga! Agora ele nunca mais vai querer falar comigo. Ele devia me achar uma criança idiota, chata e mimada, pela qual nunca se apaixonaria, e não estava nada feliz por desconfiar de meus sentimentos.”

“-Com “sentir algo” - pude ouvir claramente as aspas que ele fez. – você quer dizer... Amor? Ou... Afeição como melhor amigo?”

“-Não. – ele discordou rapidamente. – Nenhum dos dois. Mas pode ser parecido com amor... Atração? Ou apenas gostar...”

“-A mente é sua, pense o que quiser. – Jacob fez pouco caso. Torci a cara pelas suas palavras.”

“Olhei para onde eles estavam, e estavam consertando um troço que eu não faço a menor ideia. Mas o pior aconteceu. A curiosidade foi tanta, que me descuidei tentando espiar lá dentro e pisei num pequeno galho que estava no chão, fazendo-o se quebrar ao meio, e obviamente fez barulho. Jacob e Seth olharam para fora da garagem onde eu estava, e tirei a cara dali a tempo. Ouvi um deles fungar.”

“-Parece que Carlie veio nos visitar de penetra. – Jacob falou alto, para ficar claro que era para eu ouvir. Eu sabia que com “penetra” ele quis dizer que não me anunciei.”

“-Carlie? – ouvi Seth engasgar ao ouvir meu nome saindo da boca de seu amigo.”

“Suspirei e apareci.”

“-O que estava fazendo aí? – o cara mais lindo do mundo me perguntou, muito nervoso. Acho que ele sacou que eu estava ali durante sua conversa sobre meus sentimentos por ele com Jacob.”

“-Estava vindo visitar vocês, mas no caminho acabei pisando num galho. – fingi estar decepcionada, e eu realmente estava. Fiquei desejando saber até onde iria aquela conversa. – Eu queria dar um susto em vocês.”

“Sei não, mas acho que o papo de assustá-los não convenceu nenhum dos dois.”

“Fui até onde eles estavam.”

“-Que troço é esse? – perguntei me ajoelhando no chão empoeirado da garagem – Jacob não gostava de um pouco de limpeza não? – sem me importar com o meu vestido, e estiquei meu braço para cutucar o troço que eles estavam consertando – ou tentando consertar – no chão. Mas antes que minha mão chegasse até ele, Jacob tirou minha mão do alcance do negócio velho.”

“-Seth, quer, por favor, dizer para essa garota não mexer nas coisas? – Jacob falou, tentando me provocar. E conseguiu.”

“-Essa garota tem nome, engraçadinho. – me estiquei para acertá-lo com um tapa na cabeça, fazendo Seth prender o riso.”

“Me sentei ao lado deles dois, assistindo ao que estavam fazendo.”

“-Esse troço – ele usou a palavra que eu descrevia aquilo que ele estava consertando. – É um motor de micro-ondas. Ele pifou e estou tentando ver qual é o problema. Não quero ter que ir até Seattle comprar outro.”

“Soltei um riso, zoando ele.”

“-Você realmente se acha nesse negócio todo de mecânico, né?”

“-Escute aqui, não zombe assim de mim, poucas pessoas nascem com esse dom, tá legal? – percebi que, por trás da brincadeira, ele estava falando um pouco sério.”

“Eu não aguentei e ri de novo.”

“-Me-me desculpe. – tentei dizer entre arfadas, ainda rindo, percebendo que atraí o olhar dos dois. – Mas você é hilário, Jake!”

“Seth não conseguiu segurar, e riu também.”

“-Não tem nada hilário aqui. – ele se limitou a rir, mesmo tentando o contrário.”

“-Engraçado. – consegui parar um pouco, mas fiz uma cara de pensativa. – Jacob ri das piadas que conta sobre os outros, mas quando é com ele, ele se não ri.”

“-Ela tem razão, Jake. – Seth concordou comigo, também num tom de brincadeira.”

“-Porque é bem mais divertido zoar, do que ser zoado. – ele deu de ombros como se fosse a melhor explicação do mundo – mas em parte, era.”

“-Nessie não veio, né? – ele me perguntou, desanimado.”

“-Pergunta óbvia, não? – fiz uma pergunta retórica. – Não acha que ela teria entrado comigo se tivesse vindo?”

“Jake fez uma careta para mim, e eu ri.”

“-Você ouviu alguma parte da nossa conversa? – meu lobo preferido perguntou, me deixando nervosa. Apesar disso, não deixei transparecer, e acho que funcionou.”

“-Já disse que não.”

“-Você não disse “não”. – Jacob me interrompeu, discordando. – Você disse que estava se escondendo.”

“-Vem cá, de que lado você está? – perguntei-lhe, começando a me irritar.”

“-Estou do lado do meu amigo que queria ter essa conversa que tivemos um pouco mais reservada.”

“-Então não era para eu ouvir por quê? – perguntei ficando mais curiosa a cada segundo.”

“-Porque era uma conversa de homem para homem, e nenhuma mulher precisa ficar escutando.”

“Fiz uma careta. Isso pareceu machista para mim.”

“-Seth, vim aqui apenas para dizer que Ness quer que você vá lá em casa mais tarde. – dei o recado me levantando.”

“Jacob levantou o olhar curioso para mim, assim como meu lobinho.”

“-Por que ela quer que ele vá lá mais tarde? – perguntou ele. Juro que tinha ouvido uma pontada de ciúme em sua voz.”

“-Não sei, não sou a Renesmee. – fui curta e grossa.”

“-Engraçadinha. – ele torceu a cara para mim, insatisfeito com a minha resposta à sua pergunta.”

“-Já vou indo antes que meu pai venha me buscar aqui.”

“-Deixa que eu te levo até a fronteira, ele vai ficar mais tranquilo. – Jake se ofereceu para me acompanhar, se levantando.”

“-Deixa que eu vou. – Seth também se ofereceu, largando a ferramenta em sua mão e pronto para levantar quando Jacob disse:”

“-Larga de ser ciumento, eu vou com ela até ali e já volto. - e depois acrescentou: - Tente procurar o problema enquanto vou e volto.”

“-Depois diz que é habilidoso. – falei baixinho, mas certa de que ele ouviria.”

“-Sem graça. – ele torceu a cara para mim, mas num gesto de brincadeira. Rimos.

“Me abaixei e depositei um beijo na bochecha de Seth. Acho que foi perto demais na boca, e isso quase me tentou, mas minha subconsciência me obrigou a afastar dele.”

“Sem mais uma palavra, nós dois corremos rumo a floresta, e daqui a alguns minutos eu estaria do outro lado da fronteira para poder ir para casa.”

—Carlie! – me sobressaltei ao ouvir a voz de minha tia.

—Oi? – a olhei, assustada.

—O que você ia falar? – perguntou ela, impaciente. Só agora percebi que eu ia falar algo, mas acabei imersa nos pensamentos.

—Esqueci. – encolhi os ombros, constrangida.

Ela revirou os olhos.

—Mas em relação a conquistar esse alguém... Seja você mesma. Se ele não gostar de você do jeito que é, que eu duvido disso. – ela falou baixinho, a última parte, mas eu certamente ouvi. – Então ele não vai gostar de você de jeito nenhum.

Suspirei. Ela tinha razão, eu tinha que ser eu mesma, porém me mostrando interessada. Argh, eu odeio o fato de que herdei esse lado tímido da minha mãe, e isso dificultaria muito as coisas.

 

``Flash Back off ´´.

PDV Seth.

Foi aí que Leah apareceu com Jayden nos braços. Eu acho. Se fosse ele, estava muito diferente desde a última vez em que o vi.

—Oi, Leah. – Carl se levantou para cumprimentá-la. Elas se abraçaram. – E aí, garotinho. – ela falou com o pequeno garoto no colo de minha irmã. – Tudo bem com você? Quanto tempo!

—Estou bem, tia Carlie. – ele respondeu com sua voz macia e fofa.

—Que bom, amorzinho. – ela esticou o sorriso em seu rosto. Geralmente Jayden era extrovertido e vivia correndo. Talvez tenha mudado um pouco por estar mais velho.

Apenas Leah e Bella estavam ali na hora do parto de Emily. Carlisle chegou atrasado e ela teve que terminar o processo. Minha irmã sofreu um imprinting por ele com menos de um minuto de vida. Surpreendentemente (pelo menos para Leah) Emily não ficou brava, muito pelo contrário. Ficou até feliz por Leah ter encontrado sua alma gêmea. Mesmo que fosse seu próprio filho. E então Leah cortou qualquer laço de amor que houvesse por Sam. E foi meio que um alívio para ele, por não ter mais que se preocupar em carregar culpa por tê-la magoado no passado. Mas é claro que ele também ficou contente por ela.

Todos ficaram surpresos quando souberam que, além do Jacob, eu também tive imprinting por uma meia vampira.

Seth, seu cão de sorte. Teve um imprinting antes de mim.

Eu ainda me lembrava das palavras de Embry para mim quando soube. Bom, eu fiquei feliz de ter encontrado minha alma gêmea. Bella fez seu trabalho duplo quando soube dos nossos imprintings: deu um baita susto em Jacob e ainda quebrou alguns ossos meus quando tentei defendê-lo. Depois disso, ela ficou meia hora me pedindo desculpas. Edward sempre se desculpando em seu lugar, como se a culpa fosse inteiramente dele. Bella não aguentava mais isso, aparentemente, e deu um basta, dizendo para ele parar de assumir a culpa em seu lugar. O incrível é que eu não fiquei chateado com ela por ter feito aquilo comigo. Muito pelo contrário. Eu sabia que ela não havia intenção de ter feito aquilo, então não liguei muito, porém no começo foi um pouco difícil ignorar a dor. A pequena Carlie ficou do meu lado durante minha recuperação, que não demorou muito.

—Oi, tio Seth. – Jayden se inclinou para o lado para olhar além da Carlie, para mim.

—Oi, moleque. – me levantei e fui até eles. – Como você cresceu!

Ele deixou um sorriso tímido crescer em sua boca.

—Eu ainda vou ficar do seu tamanho. – falou ele, se sentindo com expectativa.

Ri. Mas o que ele disse me fez pensar; ele é filho de um lobisomem (mesmo que esse lobisomem tenha parado de se transformar há um tempo) e uma humana, e se tiver herdado a parte lobo do pai? Fiquei na dúvida se Carlie, sendo meia vampira, poderia fazê-lo se transformar no futuro.

—Pode apostar que sim. – falei bagunçando levemente seu cabelo, o fazendo ficar contente com a minha afirmação.

—Seth, vamos à praia? – Carlie sugeriu.

—Vamos sim, por que não?

PDV Carlie.

Antes de ir colocar meu biquíni, liguei para Mendy e Ness. Elas toparam ir. Eu fiquei contente.

Tia Alice arrumou minha mala, e colocou alguns biquinis maravilhosos. Escolhi um e uma saída.

—Linda. – Seth suspirou com um sorriso bobo ao ver como eu estava. – Mas não acha a blusa um pouco transparente? – ele observou.

—Sim, é uma saída. – fui até seu encontro e coloquei os braços ao redor de seu pescoço. – A gente vai à praia.

—Eu sei. – ele deu um sorriso amarelo e juntou nossos lábios. – Estou brincando.

Ele sorriu lindamente e me puxou para um beijo. Fui surpreendida quando ele inverteu nossas posições e caminhou comigo até a parede, me prendendo contra ela. Eu me senti arfar de surpresa, e ele sorriu com minha reação. Mas não poderia ser diferente.

Ele desceu sua boca até meu pescoço, enviando arrepios em meu corpo. Meu coração acelerou quando senti sua mão subindo meu vestido, e pousando em minha pele nua. Sua surpresa foi nítida quando o empurrei e reverti o jeito que estávamos, agora ele quem estava contra parede. Colidi ao máximo nossos corpos suados, e ele me ajudou quando me puxou contra si, assim não precisei me esforçar tanto.

Nossas línguas se encontraram numa batalha deliciosa. Seu gosto quente e com certo frescor me fazia ir ao delírio. Separamo-nos ofegantes por alguns segundos com falta de ar. As pontas de seus dedos roçaram minha bochecha, e eu estremeci.

Acho uma delícia quando ele me olha dessa maneira, com tanto amor, pensei para mim mesma. Mas acho que pensei forte demais, já que ele sorriu para mim e seus pensamentos foram ternos. Senti minhas bochechas em brasa.

—Você consegue se concentrar com o seu escudo enquanto me beija?

Essa pergunta me surpreendeu. Eu não sabia se ia conseguir, porque eu me distraio facilmente quando ele toca seus lábios nos meus.

—Tente. – pediu ele com uma voz irresistível quando viu minha hesitação.

—Tá legal. – me rendi, o deixando contente. – Mas se você parar de me ouvir morda meu lábio, e se estiver gostando do que ouvir, aperte minha cintura, ok?

Ele deu um sorriso malicioso com o que ouviu. Ok, posso admitir que estivesse tirando proveito dele, mas não iria se importar.

Minhas mãos agarram seus cabelos e trouxeram seus lábios delicadamente para mim, eu começaria devagar para tentar não me distrair. Ele nunca tirara sua mão de meu rosto.

PDV Seth.

Nunca pensei no quão os sentimentos dela eram fortes apenas por me beijar. Fiquei feliz por ela se sentir desse jeito perto de mim. Não que eu duvidasse do que ela sente por mim, mas agora tenho certeza de que nunca a decepcionei com beijos.

PDV Carlie.

Não me lembro de Seth não apertar minha cintura, mas levei várias mordidas nos lábios. Quando sua mão me apertava mais que o normal, eu me distraia, e em seguida, ele apertava seus dentes em torno de meu beiço.

Ele me olhava surpreso por algum motivo.

—O que? – perguntei-lhe, já ficando com vergonha de seu olhar.

—Nunca pensei que seus sentimentos em relação a mim fossem tão... Intensos. – ele falou com um ar profundo.

Ri. Claro que Seth deve sempre ter guardado uma insegurança sobre meus desejos sobre ele.

—E se você não se importar, - comecei a falar, mas a culpa já vinha andando em minha direção. – pedi a Jacob ou Embry para convidarem o resto do pessoal.

—Tudo bem. – ele concordou confuso, acho que nem se tocando no que eu disse.

—Incluindo Brady. – esclareci de uma vez.

—Ah. – foi só o que saiu de sua boca.

Seth e Brady ainda estavam num impasse. Eu não sei o que faltava para eles se reconciliarem. Não é possível que um pequeno mal entendido possa fazer uma amizade de anos se despedaçar de uma hora para outra.

—Seth, por favor, por mim, por você, volte a falar com ele. – minha voz saiu quase implorando. – Estou me sentindo horrível com essa culpa...

—Mas por que está se sentindo culpada? – ele me cortou, confuso. Parecia ter se esquecido de quem era a culpa em particular.

—Seth, a culpa é minha. – falei tentando ser bastante clara para ver se ele se convencia de uma vez por todas.

—Não é não. – discordou ele. – Você mesma disse que não queria beijá-lo.

Apesar de ele estar tentando colocar na minha cabeça que eu não tinha nenhuma parcela de culpa, falar sobre eu beijar Brady ainda fazia sua feição demonstrar dor.

—Não foi exatamente assim. – minha voz se tornou um sussurro. Meus braços se afrouxaram em torno de seu pescoço, e minhas mãos ficaram num meio soco em seu peito nu. Eu não conseguia olhar em seus olhos, como uma covarde que sou.

—O que você quer dizer? – sua voz não demonstrava nada além de surpresa e um pouco de mágoa por eu não ter lhe contado tudo.

—Ele veio me ajudar porque eu estava muito triste porque estava naquela situação... com William mas ainda te amando. Percebemos estar perto demais um do outro, e... nós dois teríamos nos beijado por conta própria.

Meu coração doeu quando senti o coração dele vacilar sob minhas mãos, antes de ele recuar dois passos. Suspirei longamente e, por fim, tive coragem de olhá-lo nos olhos, contudo a dor em seus olhos me fez desviar de novo.

—Me desculpe por não ter te contado isso. – fui sincera nas desculpas. – Achei que não faria diferença.

—Achei que não havia segredo entre nós.

Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho quando ele disse aquilo, e ela passou pela minha bochecha antes de eu secá-la depressa.

—Agora não há mais. Eu já te contei tudo.

—Você sente algo pelo Brady? – ele foi direto em sua pergunta.

—Claro que não, por que está me perguntando isso? – perguntei indignada.

—Não sei, me diz você. – falou ele, frustrado. – Não é só porque você me ama, que esse sentimento lhe impeça de gostar de outras pessoas. Você não teve imprinting por mim.

Ouvir aquilo doeu em mim, porque vi em seus olhos o quanto estava doendo nele.

—Seth, eu nunca gostei dele mais do que como amigo. – havia muita sinceridade em minha voz. – Foi apenas uma coisa do momento. Eu estava insegura, com o meu coração quebrado. E-eu... – respirei fundo para não gaguejar e lhe dar um sentimento de insegurança, que era tudo o que eu menos queria naquele momento, e em toda a nossa vida. – Eu amo você.

Quando ele ouviu as palavras saírem de minha boca, desviou o olhar do meu. Eu pude pegar uma pontada de culpa nele.

—Me perdoa. – murmurei simplesmente. As lágrimas vieram de novo, e dessa vez não as impedi.

—Vem cá, vem. – ele abriu seus braços, porém ele que veio até mim. Respirei fundo me acomodando em seu corpo quente enquanto ele mexia nos meus cabelos, num gesto de carinho. – Não precisa me pedir perdão. Apenas fiquei surpreso com o que você tinha para me falar.

Assenti sem confiar em minha voz, escondendo minha cara em seu peito.

Ficamos alguns minutos naquela posição, nenhum queria soltar o outro. Seu calor era gostoso demais para querer se separar dele.

—É melhor a gente ir. – ele disse em meu cabelo, quebrando o silêncio, mas continuou parado, ainda com a mão em meu cabelo. – Você sabe como Jacob é estraga-prazeres.

Ele finalmente se separou de mim, mas entrelaçou nossas mãos.

—E como sei. – concordei com ele, e rimos. Num ato impensável, ele se inclinou contra mim e me beijou. Mas como dizem, é não pensando que a gente faz ou fala as coisas do coração.

Escutei dois batimentos cardíacos. Um normal e um rápido. Logo seus passos foram ficando menos ocultos e seus cheiros foram invadindo o quarto do Seth.

—Vocês podiam deixar para se pegarem quando chegássemos à praia, não? – Jacob falou num tom de deboche.

—Estava demorando. – Seth lamentou, finalmente se separando de mim, mas mantendo sua mão na minha.

—Estavam tendo uma DR? – minha irmã perguntou. Quando reparei neles realmente, percebi suas mãos também entrelaçadas. A cor do biquíni dela era rosa. Sua saída branca também era bastante transparente. Jacob usava uma bermuda jeans, e uma camiseta normal, no tom azul.

—Mais ou menos. – respondi-lhe.

—Mais para mais. – ela pressionou.

—Mais para sim, a gente estava tendo uma DR— grunhi sem paciência e ela riu de mim.

—Ok, então vamos? – Jacob cortou a gente. – O resto do pessoal deve estar nos esperando na praia. Temos que aproveitar que hoje está saindo um pouco de sol para a gente se divertir. Se ficar frio os caras querem surfar.

—Tá, vamos logo. – respondi meio apressada.

Jacob e Ness foram na frente. Pedi para Seth colocar uma camiseta até chegarmos lá, e percebeu o incomodo em minha voz. Ele reclamou algo como “você pode sentir ciúmes, e eu não”, mas fez o que pedi. Peguei minha bolsa com os meus pertences dentro e fomos depois de nos despedir de minha sogra.

—Prometo que chego a tempo de ajudar no almoço. – gritei do lado de fora da casa.

—Não se preocupe com isso, querida. – ela gritou de volta sorrindo, e sorri de volta.

Renesmee, Mendy e eu éramos as únicas capazes de realmente ajudar na comida, pois os garotos a comeriam antes mesmo que estivesse realmente pronta. Mal via a hora do meu avô chegar em casa. Teimoso com é, ainda atua como chefe de polícia de Forks. Por que ele tinha que trabalhar? Já não estava na idade de se aposentar?

A praia não era muito longe da casa do Seth, por isso que, quando estávamos chegando perto, eu já podia sentir o cheiro salgado do mar, e ouvir o som relaxante das ondas. Enchi meu pulmão com aquele ar que eu não sentia há muito tempo. Deixei que saísse pela minha boca.

—Quanto tempo eu não venho aqui. – deixei escapar. Senti ele me olhar.

—Eu também.

Apertei sua mão. Eu me sentia com uma parcela de culpa, pois foi por minha causa que Seth foi embora da reserva. Para viver ao meu lado. Eu até tentei convencê-lo de que podíamos nos visitar, mas nada o convencia. Ele até pensou que eu estava o evitando e aquilo me deixou sem saber o que fazer. Eu disse que não era nada disso, e ele falou “foi isso que você deu a entender”. Pedi-lhe desculpas por dar-lhe a entender errado, e ele disse que poderia ficar na casa de sua mãe, mas vi que era contra sua vontade. Depois percebi que ele queria ir muito, e pedi que fosse. Ele teimou no começo, mas depois aceitou. Percebemos a falha um do outro. Para ele, tudo o que importava era estar comigo mesmo do outro lado do mundo. E eu não queria o separar da tribo e nem de sua mãe.

Fui distraída dos meus pensamentos quando avistei a praia. Parecia a mesma – claro que estava a mesma – e isso ridiculamente me fez lembrar dos frios porque eles não envelheciam, ou seja, não mudavam a aparência, e a praia também não havia mudado.

—Hey, gente. – Mendy gritou atrás da gente com Embry ao seu lado carregando suas coisas, mas antes que a gente respondesse, ela saiu correndo feito uma louca gritando até mergulhar no mar. Ri dela. De longe avistei os meninos da reserva e suas respectivas namoradas. Jared e Kim, Paul e Rachel com uma criança perto deles, Brady, Collin, Leah e o pequeno Jaden, Quil e Claire (fiquei particularmente surpresa de ele estar aqui quando deveria estar em sua faculdade, mas fiquei mais surpresa e animada quando os vi de mãos dadas). Não tinha conhecido os filhos de Jared e Kim, e Paul e Rachel ainda. Não era uma amizade de ver a família com frequência. Somente conhecia Jayden, porque eles moravam na mesma casa de sempre e lá era o centro de encontro praticamente. E ambos estavam ali na praia também.

Vi os olhos de Claire brilharem quando ela me viu a alguns metros de distância.  Sem perder mais nenhum segundo, ela se levantou e veio até mim correndo. Eu nem tropecei quando ela colidiu com seu corpo no meu e de Renesmee, num abraço triplo apertado.

—Que saudades de vocês. – ela sussurrou no nosso ouvido, com a voz de cortar o coração. Retribuí o abraço no mesmo instante. – Senti falta das duas. Aliás, das três.

Ela tirou os braços de nossos pescoços para olhar para trás no mar, onde estava Mendy se divertindo com Embry.

—Também senti sua falta. – Nessie e eu falamos em coro.

A gente andou até onde nossos velhos amigos, e Paul e Jared, estavam.

—Oi, pessoal. – os cumprimentei me sentando, e Seth, minha irmã e meu cunhado fizeram o mesmo.

Fomos recebidos de forma calorosa e receptiva.

—Finalmente voltaram, Seth e Jake tiraram vocês de nós. – Paul brincou.

—Fomos raptadas de vez. – lamentei, porém levantei a mão da minha aliança, e Ness mostrou a dela também.

Houveram gritinhos e parabéns das meninas, que nos puxaram e nos forçaram a contar os detalhes. Elas acharam adoráveis os modos que fomos pedidas.

—Nossa, que vontade de um doce. – reclamei e Seth riu. – Vamos comprar um sorvete?

—Não estou muito afim. – ele recusou.

—Alguém mais quer sorvete? – ofereci.

—Eu quero. – Mendy se intrometeu chegando com Embry, os dois totalmente encharcados.

Todas as garotas – menos Emily, que ficaria olhando as crianças – concordaram. Antes de me levantar, percebi que olhei de relance para Brady, que estava olhando para mim. Estranhamente, eu fiquei desconfortável com seu olhar, porém notei arrependimento ali.

—Vamos lá. – falei feliz me levantando e peguei minha bolsa onde estava minha carteira com dinheiro antes de segui-las.

—Você e Brady estão brigados? – me perguntou Kim, como se ele e eu fossemos namorados.

Afastei rapidamente esse pensamento de mim.

—Na verdade – comecei a explicar, pois se houvesse algum jeito de elas ajudarem, sabia que elas não recusariam me fazer um favor. – quem está brigado é Seth e ele. Por minha causa.

A esse ponto, tínhamos chegado ao moço que vendia sorvete pela praia. Ele aparentava ter uns cinquenta e cinco anos e a pele judiada pelo tempo.

—Seis picolés, por favor. – pedi-lhe abrindo a bolsa e pegando minha carteira. Droga, só tinha notas altas...

—Vão querer do que, senhoritas? – ele perguntou simpaticamente.

—Vou querer um de M&Ms. – Rachel pediu-lhe. Acabamos pegando o mesmo.

Revirei minha bolsa procurando por uma nota mais baixa, e fiquei aliviada por encontrar uma nota de vinte dólares.

—Quanto custa, senhor? – perguntei pronta para dar o dinheiro.

—Um e cinquenta cada um. – ele falou.

—Ok. – completei, dando-lhe a nota. – Pode ficar com o troco. – acrescentei quando ele começou a mexer em sua pochete em volta de sua cintura.

—Obrigado, senhorita. – ele agradeceu contente por ter ganhado o troco. – Bom proveito. – ele disse se referindo a praia.

—Obrigada. – falamos todas juntas.

Depois disso, ele se afastou sorrindo e continuou andando pela praia com sua caixa de isopor com rodinhas, carregada de picolés.

—Hmmmm. – Rachel murmurou após dar a primeira mordida em seu sorvete de chocolate. – Adoro esse sorvete. Sempre o tenho em casa. Comi bastante na gravidez. Paul vivia no mercado para comprar.

Ri disso. Coisas malucas de grávida.

—É muito bom mesmo. – assenti num gesto de concordância.

Fomos andando devagar para onde o pessoal estava, apesar de só estar Seth e Brady ali, Emily ainda com as crianças. O resto estava se divertindo na água.

—Mas qual é o rolo mesmo? – Kim voltou a me perguntar.

—Bom... – suspirei. Era melhor contar logo de uma vez, todos já deveriam saber. Ela podia estar perguntando apenas para puxar assunto. – Uma vez Brady e eu quase nos beijamos, Seth descobriu, e deu uma confusão danada. Desde então eles não se falam mais.

—Jared me contou um pouco por cima, mas eu não sabia de tanta coisa.

—Imaginei. – a empurrei levemente ombro a ombro – para o meu alívio foi fraco o bastante para ela não tropeçar com a força – para quebrar o clima.

—Hey, Claire. – chamei sua atenção. – Quil não devia estar fazendo faculdade?

Por algum motivo, ela corou, parecendo envergonhada.

—Uma vez quando ele me ligou, ele percebeu que eu estava triste, porque eu sentia sua falta. Então eu deixei escapar sem querer que eu o amava, como ele me ama, e isso foi o que bastou para ele voltar.

Sorri, compreendendo. Totalmente algo que um lobo faria pela sua imprinting.

Terminamos nosso sorvete e corremos para o mar.

PDV Seth.

Carlie estava demorando a voltar. Todos já estavam na água, e eu estava a esperando para poder me juntar a eles. Eu só gostaria de a ter segura por perto, porque seu lado humano é estabanado, e se uma onda bater nela, ela poderia ser puxada. Sei que meus amigos estavam lá, mas eu me sentiria mais seguro se eu estivesse lá junto a ela.

Brady estava sentado por ali, e disse que não estava a fim de entrar na água. Eu sinto que ele só quer um tempo para falar comigo, e estava tentando arranjar coragem para isso.

Fazia quase quinze minutos que ela não havia voltado, e me surpreendi ao vê-la no mar com as meninas, jogando areia nos garotos, que estavam ao lado oposto dela.

Levantei-me para ir até eles, mas fui impedido por uma mão me segurando. Não olhei para trás, mas sabia de quem era aquela mão.

Impaciente, virei minha cabeça, e olhei-o interrogativamente.

—Acho que precisamos conversar.


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