A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 47
2x05 ... um mal estar? (E)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Ouvi uma buzina atrás de mim e me virei. Reconheci imediatamente Bugatti. Eu estava tentando ao máximo ignorar o enjoo que estava me dando e me concentrando no pequeno gatinho em meus braços.

Seth encostou o carro na calçada e abriu a porta para mim. A primeira coisa que eu fiz foi colocá-lo dentro e depois fechei o guarda-chuva, e o joguei do banco de trás quando entrei.

—De quem é esse gato? – perguntou ele quando arrancou o carro.

—Eu achei no meio da chuva. – o coloquei no meu colo, aliviada de que a temperatura do Seth deixou o carro aquecido. – Quem teria coragem de deixar esse animalzinho indefeso nesse temporal?

O apertei suavemente contra o meu corpo. Ele se aconchegou ali ronronando. Sorri ao ver aquilo. Eu estava lutando contra as lágrimas que queriam encher meus olhos. O gatinho estava ensopado, e o pouco que restava seco da minha roupa serviu para secar um pouco dos seus pelos. Não me importei.

Fiz-lhe cafuné e ele miou. Foi um som tão bom de ouvir. E eu estava aliviada de saber que ele estava bem.

Percebi um sorriso no rosto do meu amado.

—O que foi? – sorri também ao ver um sorriso terno.

—Nada não... Só... Acho tão bonito isso que você fez. – ele me olhou por um segundo antes de voltar a sua atenção para a estrada. – Tirar um animalzinho da rua.

—Eu não tive coragem de deixá-lo lá, sem fazer nada. – dei de ombros.

Logo chegamos em casa e a chuva cessou um pouco. Deixei que Seth pegasse o guarda-chuva e abrisse a porta para mim. Eu mantive o gatinho colado ao meu corpo, tentando protegê-lo dos chuviscos que vinham em nossa direção. Chegamos à porta e ele a abriu para mim, me deixando entrar primeiro.

—Você está melhor, Nessie? – não consegui tirar os olhos do pequeno animal embrulhado em mim.

—Não. – ela gemeu.

Na verdaaade, eu também não estava nada bem. Não queria causar alarde.

—Ela vomitou o dia inteiro. – Jacob disse. Seu braço estava em sua volta. Ela estava encolhida nele.

—De quem é esse gatinho fofo? – ela se levantou com a mão em seu estômago e veio até mim. Agora que ela estava perto de mim, e eu estava reparando nela, percebi o quanto ela estava horrível. Seu rosto estava num tom amarelo... Esverdeado. – Papai falou que é algo que a gente comeu. – ela me lembrou, com uma voz rouca, e vacilando.

—Não me lembro de ter comigo algo que tenha me deixado assim tamb... – me interrompi subitamente.

—O que? Você também está se sentindo mal? – Seth se intrometeu.

—Não é nada demais...

O meu discurso estava preparado, foi quando algo interrompeu. Meu estômago se revirou de uma forma inesperada. Muito rápido.

Coloquei o gato nos braços de Ness e corri até a privada mais próxima. Tinha que dar tempo. Não é algo agradável de cheirar quando se tem o sentido aguçado. Eca.

Felizmente consegui chegar nele a tempo, e me curvei na privada.

Mãos seguraram meu cabelo. Sentei-me ao lado da bacia do banheiro quando acabei. Seth me olhava preocupado.

—Não precisa ver isso. – minha voz saiu tão fraca que quase não a ouvi. Abaixei a tampa da privada e dei descarga.

—Te pedi em casamento sabendo que vou estar ao seu lado na saúde e na doença. Vem cá. – ele murmurou baixinho enquanto me levantava. Fui até a pia e me curvei nela assim que abri a torneira, fazendo gargarejos com o enxaguante bucal.

—Carlie? – minha mãe falou do outro lado da porta.

—Estou aqui.

Meus pais entraram no banheiro e me tomaram em seus braços. Estremeci com a muda de temperatura, mas fiquei melhor já que seus corpos são gelados. Fiquei surpresa de eles não estarem no trabalho essas horas.

—Como você está se sentindo? – ele perguntou. Pousou a mão primeiramente em minha testa, depois em meu pescoço.

—Ela ficou enjoada do nada. – Seth falou.

—Não foi do nada. – esclareci me afastando para olhar em seus rostos. – Eu comecei quase no mesmo momento que a Ness.

—Por que não falou? – meu pai indagou furioso. – Você teria ficado em casa também!

—Eu tinha teste hoje. – minha voz saiu mais fraca que antes por causa do cansaço. Os três se olharam preocupados antes de voltarem ao assunto.

—Eu podia ter pego para você.

—Nicole disse que ela saiu no meio da aula se sentindo mal. – Seth confessou. Mandei-lhe um olhar frustrado. Eu detestava me sentir fraca.

—Seth! – sibilei.

—Carlie, eu não vou mentir para seus pais enquanto você provavelmente está doente. – exclamou ele.

—Eu não estou doente. – protestei. – Foi só um mal-estar. Eu já estou ótima.

Passei por eles e peguei uma toalha de rosto e abri o chuveiro na água quente. Molhei-a por inteiro, e depois de desligá-lo, a torci para ficar úmida.

—Para que isso? – meu pai me perguntou. – E por que tem um gato com sua irmã?

—Ele estava no meio da chuva e decidi trazê-lo para casa. E vocês? Por que estão aqui essas horas?

—Sua irmã me ligou falando sobre o seu enjoo.

—Foi um belo ato, meu amor. – mamãe abraçou meus ombros de lado.

Fomos para a sala.

—Gostou dele? – perguntei sentando ao seu lado.

—Ah, ele é uma fofura. – ela falou sorrindo.

—Você parece péssima. – Jacob me observou.

—Eu estou bem! Por que é tão difícil de acreditar nisso?!

Ness se esticou para pegar um espelho que estava na mesa de centro e o colocou em frente ao meu rosto. Levantei as sobrancelhas, surpreendida quando vi meu rosto. Não pude decidir se o de Ness estava melhor.

—Fala que está bem agora. – ela desafiou.

—Eu estou.

—Cara de pau. – Jacob fingiu tossir enquanto falava.

—Sou nada – discordei e me foquei no gato ainda molhado. Ele ronronou quando enrolei a toalha agora morna em seu corpo. Devia ser boa a temperatura para ele. Por outro lado, se sacudiu tentando se livrar da água.

—Por mais que eu odeie sugerir isso... – meu pai respirou fundo para continuar. – Preciso que façam xixi aqui.

Arregalei os olhos com o que foi colocado na minha mão.

—Pai, eu não estou grávida! – gritei, desejando me tornar um avestruz e me enfiar num buraco.

—Nós nos prevenimos. – Ness sibilou, seu rosto mudou drasticamente do verde para o vermelho.

—Acidentes acontecem. Escolheram ter uma vida adulta tendo relações com os seus parceiros, têm que entender isso.

Soltei uma respiração pesada. Relutante, fui ao banheiro e o fiz.

De repente não tive coragem de olhar para o teste, então o levei de volta para os meus pais.

—Não olhou? – papai questionou curioso.

—Não. – murmurei, o deixando pegar.

Logo Renesmee voltou. Pela sua feição, já tinha visto o resultado.

—Certo. – falou papai com os dois testes nas mãos. – Já volto.

Mamãe foi junto em seu encalço.

Olhei incerta para Seth, e não tinha notado até o momento seu nervosismo.

—Sinto muito. – sussurrei.

—Pelo o que? – recuou a cabeça, em choque.

—Isso vai arruinar os planos para a faculdade.

—Isso vai me fazer o homem mais completo e feliz do mundo. – prometeu, e meu coração deu um salto olímpico. Olhei nos olhos do homem da minha vida, e vi o amor refletido neles. Eu sabia que independendo do teste, eu escolhi a pessoa certa para mim.

Ness e Jake estavam apenas quietos, e eu não sabia deduzir o motivo.

Alguns segundos depois mamãe e papai voltaram com remédios e dois copos d’água.

—Tomem isso, vão se sentir melhor logo.

—Grávidas não podem tomar isso. – franzi o cenho. Mendy tomou uma vez quando passou mal, eu me recordava bem do comprimido.

—Não, não podem.

—Ah.

Então a ficha caiu de que era mesmo somente um mal-estar.

—Por mais que eu seja protetor com vocês, eu amaria ter netos. – papai falou para nós duas. – Mas na hora certa.

Balancei a cabeça, tomando o remédio.

—Urgh. – estremeci. – Esse é um dos piores remédios que eu já tomei na minha vida. – reclamei.

—Até hoje, você só tomou dois. – Papai falou se sentando no sofá ao lado da mamãe. – Pare de ser dramática.

—Se você não percebeu o que eu quis dizer – comecei a explicar. – foi que todos os que eu tomei na minha vida são ruim, então se até agora foram dois, todos os dois são ruins!

Eles acharam graça da minha explicação.

—Está ficando melhor? – Seth falou perto do meu ouvido.

—Para de ser um namorado tão preocupado. – Jacob disse. Franzi o cenho para a palavra “namorado”. Ele se esquecera do compromisso que tinha agora, tanto ele quanto Seth? – Ela acabou de tomar o remédio.

—Como se você estivesse tão menos preocupado do que eu.

—Bom, eu não deixo de ficar preocupado, já que é a segunda vez que ela fica doente.

Eu tinha em mente que ele se referia a Renesmee.

—Em mais de cinco anos. – me intrometi. Vovô Carlisle falou que era normal nós ficarmos doentes, já que somos parte humana.

—Por isso mesmo. – meu pai interferiu. – Você só ficou doente uma única vez na vida. E eu acho melhor encerrar esse assunto aqui e agora porque eu sei como vocês são teimosas e vão querer despreocupar a gente.

—Ainda bem que você nos conhece. – falei.

Ele sorriu.

Passamos o resto do dia ali, sentados no sofá, apenas conversando sobre a vida e dando algumas pausas quando nos distraiamos com a TV. Pelo meu gesto de bondade, meus pais me deixaram ficar com o gatinho.

Tia Rose ia no centro, então aproveite a carona para levar Jess no veterinário. Tenho meu próprio carro, mas em algumas ocasiões era melhor ir com companhia. Depois eu iria no pet shop fazer as comprinhas da gata.

Eu estava aflita. Esperava que ela não tivesse nenhuma doença. Me encontrava na sala de espera enquanto ela era tratada.

—Sra. Cullen. – me levantei assim que ouvi meu nome sendo chamado pelo veterinário. – Tenho boas e más notícias.

Minha aflição aumentou por completo quando ele falou aquilo.

—A boa primeiro, por favor. – tia Rose pediu educadamente.

—A boa é que ela está saudável como deve estar. – ele falou e eu fiquei aliviada.

—Ah, graças a Deus..., mas... Qual é a notícia ruim?

—Estou muito triste por essa gracinha não ser minha. – ele fingiu estar deprimido e eu ri aliviada. – Diz aí, te dei o maior susto, né?

—Com certeza. – admiti.

—Pode pegá-lo. Ela está nessa sala. Ainda está sendo aplicada uma injeção nela.

—Espere! – o parei quando ele se virou para a outra sala. – Mas não disse que ela está saudável?

—E está – concordou ele. – São somente prevenções. Ela teve sorte de você ter a tirado da rua antes que alguma doença pudesse ter afetado pior. É um exemplo muito bonito, Sra. Cullen.

—Bom, obrigada. Mas não fiz nada mais do que qualquer outro ser humano faria.

—Sinto lhe informar, mas não existem muitos desses nesse mundo hoje em dia; por isso você é um exemplo de humanidade. – ele colocou a mão em meu ombro enquanto falava. – Bom, agora preciso voltar para o meu trabalho.

—Obrigada Dr. Sebastian. Muito obrigada mesmo. – ele se despediu de mim com um aperto de mão e fui até a sala que estava meu futuro animal de estimação.

Ele me fez lembrar do meu falecido Employee. Ah, Employee. Nunca esquecerei. Ele foi o melhor cavalo que uma pessoa poderia ter.

O peguei e entramos na BMW vermelha para voltarmos para casa.

—Estou tão orgulhosa de você, querida. – ela falou.

—Obrigada, tia.

Ela sorriu.

Nosso feriado de Ação de Graças estava chegando. Iríamos para Forks, fazer numa tenda armada que coubesse toda a família quileutes. Nosso Natal também seria em Forks junto com vovô Swan.

E como havíamos concordado, preenchemos formulários para Harvard, Yale, Stanford, e algumas pela Europa. Talvez fosse bom passar um tempo com humanos, não como estava fazendo agora, conviver com eles, “morar” com eles.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Acordei de um pesadelo horrível, ofegante e assustada. Meu coração estava disparado.

—Seth. – o chamei, mas me lembrei de que ele havia dormido em seu quarto. Mas eu precisava tanto dele. Precisava de um ombro amigo. E a gente era isso também.

Engoli o choro e me levantei. Não me importei em estar apenas com uma blusa comprida, ele é o meu noivo. Fui até o quarto do Seth, caminhando trôpega por causa do sono. Quando cheguei lá, bati na porta. Surpreendi-me quando ele a abriu segundos depois. Ele estava apenas com sua calça de moletom que ele costumava dormir.

—O que faz acordada a essas horas? – perguntou ele me dando passagem para entrar.

—Tive um pesadelo. – falei com a voz rouca. Eu ainda estava tonta de sono, só que apenas não queria correr o risco de sonhar com eles novamente. – E você? Acordado por quê? São três da manhã.

—Não consegui dormir. – ele falou. – Vem cá. Que pesadelo você teve?

Ele fechou a porta. Segurou minha mão e me guiou até a sua cama.

—Com quem não gosto nem de pensar.

—Tifanny? Carlie, não precisa ter medo dela, todos nós iremos te proteger de qualquer ameaça, aliás foi só um pesadel...

—Não foi a Tifanny. – o cortei. – Foi... Os Volturi. Eu tenho sonhado com eles por vários dias, Seth. Será que é um aviso?...

—Não é nada. – ele assegurou. – Você já não teve pesadelos com eles quando era pequena? E nada aconteceu.

—Não depois do pesadelo, mas sim antes. Foi depois da quase guerra. – me arrepiei só de me lembrar.

Minha mãe me colocando no dorso do lobo amarelo para fugirmos enquanto aconteceria a guerra. Aquela teria sido a última vez em que eu a veria. Que eu veria meu pai. Meus amigos lobos. Meus amigos vampiros. Minha família. Seria tudo destruído por sede de poder. Nem era por causa das híbridas. Maldito Caius! Ele ficou o tempo inteiro incentivando para acabar conosco. E todos os nossos amigos e familiares dariam suas vidas por mim e minha irmã.

—Foi tão ruim assim que você sonhou hoje?

Eu só me toquei que tinha derramado lágrimas quando ele as secou em minha bochecha.

—Não estou chorando por causa disso. – funguei e as limpei quase completamente. – É que... Eu não consigo imaginar a minha vida sem a minha família. – sussurrei com um profundo nó na garganta, e com os olhos cheios de lágrimas. Os fechei e ficou úmido ao redor dele. – Só de pensar que eu perderia minha família para os Volturi...

—Não pense nisso, meu amor. Eles estão todos aqui.

—Graças ao Nahuel. – sorri ao me lembrar dele.

—É. Graças a ele.

Percebi o ciúme em sua voz seca.

—Seth, por que você é assim com ele? Se não fosse por ele, minha família nem estaria aqui.

—Eu sei, eu sei. Mas não posso deixar em branco o fato de que ele tentou te beijar.

—Pode sim, mas não quer. Aliás, ele gosta de mim e da Ness apenas por sermos híbridas.

—Se fosse para ser diferente, eu desejaria que você fosse humana.

—Eu não viveria para sempre. – apontei.

—Eu também não, eu pararia de me transformar para viver com você, e envelhecer com você, como Sam, Jared e Paul fizeram com Emily, Kim e Rachel.

Eu não falei mais nada, apenas me inclinei contra ele e me encostei em seu peito quente e forte. Seth era teimoso e romântico ao mesmo tempo. Já eu, se eu fosse humana, eu preferia viver com ele eternamente, como meia vampira e lobisomem, mesmo que tivesse que enfrentar todas as minhas concorrentes.

—Seth? – o chamei.

—Sim?

—Já imaginou o mundo sem tudo isso? Vampiros, os lobos...? – eu realmente estava curiosa para saber o que ele pensava em relação a isso.

—Na verdade, antes de eu virar metamorfo, eu vivia num mundo onde não existiam criaturas místicas. – acho que ele quis colocar algum humor na conversa.

—É sério. – me afastei para sentar perto dele e olhar em seus olhos para saber como ele se sentia em relação a isso, e não gostei de ver dor. – Você já pensou nisso?

—Na verdade, não. – ele admitiu. – E nem quero pensar.

—Como seria se vampiros não existissem?... Claro, eu não existiria, meu pai ou estaria muito velho ou morto, mamãe estaria com Jacob hoje em dia, com filhos, você provavelmente casado e com uma linda família...

—Pare com isso, por favor. – ele quase sussurrou. Mesmo sussurrando, percebi a dor em sua voz.

—É só que também poderia ser uma realidade nossa. Quero dizer, sua.

—Carlie Masen Cullen, eu não consigo imaginar a minha vida sem você ao meu lado. Pare de pensar essas asneiras de nós dois. Nós estamos aqui, não estamos? – presumi ser uma pergunta retórica já que ele não esperou eu responder. – Criaturas místicas existem, e eu devo muito aos seus pais por te trazerem ao mundo.

Um sorriso comovido cresceu em meus lábios.

—Obrigada. – sussurrei. Lágrimas rolaram de meus olhos.

Ele me beijou minha testa, e eu retornei a deitar em seu peito. Ali eu me sentia literalmente confortada. Abracei sua cintura para ficar numa posição mais confortável, e ele pôs seus braços ao redor de mim, me deixando sentir o calor de seu corpo emanar para o meu.

E então me lembrei de que minha gatinha estava sozinha no quarto. Nessa noite fria eu deixei o aquecedor ligado numa temperatura amena para ela.

—Só espero que ela não faça bagunça quando não me encontrar lá. – falei baixinho para mim mesma, mas certamente ele ouvira.

—Ela quem? – ele perguntou curioso.

—Jess.

Ele riu e eu o acompanhei.

Eu me lembrei do sonho horrível que tive e meu riso foi substituído por um longo suspiro.

—Como é difícil viver nessa competição. – ele murmurou.

—Competição?

—Bom, de acordo com o que eu lembro, o híbrido, - ele ignorou o olhar frustrado que lhe dei. Mesmo Nahuel sempre querendo deixar claro que gostava de mim, em nenhuma circunstância eu podia apagar o que ele fez por mim e pela minha família no passado. – Brady e Zack tentaram te beijar.

—Tecnicamente Brady não tentou me beijar... A gente ia... Quero dizer... Eu... É melhor eu ficar quieta. – encerrei minha frase ao ver ele me olhando.

—Obrigado – ele agradeceu.

Soltei um exasperado suspiro e me joguei na cama, em sua direção oposta. Eu não conseguia parar de pensar no sonho com os Volturi.

—Quer que eu te distraia? – sua voz aveluda sussurrada estava bem perto de mim, denunciando seus lábios a centímetros da minha pele no pescoço. Ele roçou seus dedos em meu braço, me arrepiando. Sei que ele estava apenas tentando me fazer melhor. E ambos sabiam que algumas coisas realmente funcionam.

—Seth, eu não estou af... – eu me virei enquanto falava e fui interrompida pelos seus lábios. Ele se separou minimamente de mim.

—E então?

—Hmmm... – fingi pensar. Coloquei uma mão ao lado de seu pescoço, e enrolei meus dedos em seu cabelo. – Tá legal, eu vou deixar você me distrair.

Meu coração disparou quando ele sorriu meu sorriso preferido, e me beijou. Para ficar mais fácil o beijo, sem interromper, eu me sentei. Logo a minha roupa já estava longe de mim, depois sua calça, e assim foi uma ótima distração para mim.

* * *

—Seth. – o chamei. Eu estava em frente ao espelho, dando uma olhada em meu corpo.

—Sim?

—Você não notou nenhuma diferença em mim?

—Não, por quê?

Virei-me surpresa em sua direção, e fiquei constrangida ao vê-lo numa posição muito confortável, deitado na cama com os braços atrás de sua cabeça, me olhando da cabeça aos pés.

—É que... – falei meio sem jeito. Raramente seu olhar me constrangia, e essa era uma delas. – Eu estou me achando meio gorda.

Agora eu estava constrangida em dose dupla. Pelo seu olhar e por falar que eu estava meio gordinha.

—Rainha do drama. – ele exclamou.

—Não é drama, eu juro. – falei convicta. Eu não estava fazendo drama nenhum, minha barriga talvez realmente estivesse ficando estufada. – E eu venho notado isso há alguns dias. Vai falar agora que não notou nada apenas para não me deixar “depressiva”? – fiz aspas no ar.

—Não vou falar que não notei apenas para não te deixar “depressiva”. – ele imitou meu gesto de aspas. Seth levantou e veio ao meu encontro. – Eu estou dizendo que não notei nada porque não notei nada.

—Sério? – perguntei o questionando, olhei seu reflexo pelo espelho.

—É sério. Não estou falando isso para não te magoar.

Devia ser só drama meu mesmo. Minha barriga estava reta como sempre foi.

—Você não sabe se minha mãe já se levantou, né? – perguntei quando ele me abraçou pela cintura e cheirou meu pescoço, e me deu um beijo ali.

—Não sei, por quê? – falou ele me olhando pelo espelho.

—Acho que preciso ter uma conversa de mãe e filha com ela.

—Tudo bem. – Seth disse. Ele segurou minha cintura e me girou para ficar de frente para ele, e então colidiu seus lábios nos meus, carinhosamente.

—Tenho que admitir que eu adoro a nossa relação. – murmurei contra seus lábios.

—Ah, é? Por quê? – perguntou ele entre beijos em todo meu rosto.

—A nossa amizade, companheirismo, amor, confiança, desejo, cumplicidade... tudo isso é muito bom e eu adoro.

—Odeio admitir, mas também adoro isso na gente. – falou ele no meu ouvido. Fechei os olhos ao sentir seu hálito quente em minha pele.

—Odeia nada. – discordei e ele riu

—Tá bom, não odeio, eu amo admitir que eu amo você.

Rimos.

—Viu? É disso que eu gosto, o clima leve entre nós dois é tão gostoso.

—Eu te amo, sua menina linda. – seu hálito raspou minha nuca, me deixando arrepiada, e eu estremeci com o arrepio.

—Seth, pode morder, beijar, beliscar, faça qualquer coisa. – comecei a pedir. – Mas não sussurre no ouvido, isso já é crueldade.

Ele riu e depositou um beijo na minha bochecha, enquanto eu aproveitava a sensação deliciosa de sua boca em contato a minha pele.

—Bom, vou falar com a mamãe. Até depois.

—Ok.

E fui.

No caminho encontrei perto da escadaria.

—Posso saber o que você estava fazendo no quarto dele? – perguntou ele estreitando os olhos. Eu estava o olhando com cara de “hã...”.

—Dormindo? – fiz uma pergunta retórica.

—Engraçadinha. – ele torceu a cara para mim.

—Noivos não podem dormir na mesma cama?

—Que coisa feia, Cullen. Debaixo do teto dos seus pais?

Por reflexo, dei um soco em seu braço. No último milésimo consegui me lembrar e me contive de que não era Jacob ou tio Emmett. Eu poderia ter afundado seus ossos. Ele riu passando a mão no local afetado.

—Como estão os planos para o casório? – puxou assunto enquanto me acompanhava para o andar de cima.

—Estamos animadas. Alice é maravilhosa com planejamentos. Não poderia ter alguém melhor.

O deixei na porta do quarto da minha irmã e fui procurar minha mãe.

—Mamãe? Posso entrar?

—Entre, querida. – ela respondeu.

Eu entrei e a vi deitada em sua cama lendo um livro.

—Cadê o papai? – perguntei quando percebi que ele não estava ali.

—Tomando banho. – agucei minha audição e ouvi o som do chuveiro que havia na suíte deles. – Ele, Emm, Jazz e Carlisle vão sair para caçar. Por quê? Aconteceu algo?

Eu tive um sonho com os Volturi. Falei pelo pensamento para o caso de o papai estar atento a nossa conversa.

Oh, querida, ela abriu seus braços para mim, seus pensamentos transbordando amor.

Eu me sentei ao mesmo tempo em que meu pai saia do banheiro com uma roupa combinando perfeitamente com ele.

—Bom dia enigmático. – ele falou me dando um beijo no cabelo.

—Bom dia, papai. – sorri encolhendo os ombros.

—Até mais tarde, meus amores.

Deu um beijo na mamãe e saiu.

—Então, o que você queria falar comigo, querida?

—É que...

Fui interrompida por batidas na porta. Fiz uma cara de “é hoje que eu não falo”.

—Entre, amor. – minha mãe disse docemente.

—Ah, oi Carlie. – ela me cumprimentou.

Desanimada, fiz sinal de “oi” com a mão.

—Ah, mãe. Eu tive um sonho horrível. – eu a olhei quando ela falou isso.

—Coincidência. – murmurei, chamando sua atenção. – Eu também tive um pesadelo.

—Com os Volturi? – ela perguntou surpresa.

—Vocês tiveram um sonho com os Volturi?

—Você também? – ignorei a mamãe e perguntei a Nessie.

—Sim, tive. – ela disse ainda surpresa.

—Estou sendo ignorada? – mamãe falou, chamando atenção.

Nós duas viramos a cabeça em sua direção ao mesmo tempo.

—Eu já sonhei com eles também. E o mais engraçado é que foi quando eu estava grávida. Nunca contei ao pai de vocês. Quero dizer, contei sim, mas foi parte dele. – ela desabafou. Lá no fundo de sua voz, eu encontrei algumas emoções mal escondidas; confusão, surpresa, dor, compreensão, mais dor. Só não sabia o porquê.

—Então qual foi a parte que você não contou a ele? – ela mudou de posição ao mesmo tempo em que eu mudei: na direção dela, sentada em uma perna cruzada.

—A parte em que havia uma criança nele. – ela falou baixo.

—No meu não tinha.

—Nem no meu.

—Sonhos podem ser diferentes com o mesmo significado, meus amores.

—Espera aí! – Renesmee bradou, me assustando. – Você falou que teve esse sonho... Quando estava... g-grávida?

Congelei. Comecei a ficar aflita. Como dizia aquele ditado: “filho de peixe, peixinho é”. Mas será? Ou era apenas uma coincidência?

—Vocês fizeram um teste. O susto não foi o suficiente para serem mais responsáveis?

—Calma, mãe. – a interrompi quando ela ia começar a tagarelar. – Eu e nem minha irmã sabemos de nada. Mas apesar de que eu acho estou sentindo minha barriga inchada...

Ops! Palavras erradas no momento errado.

—Eu sabia! – ela bradou se levantando da cama e começou a andar de um lado para o outro. – Eu devia ter feito algo a partir do momento em que eu soube de suas situações. Sabe como o pai de vocês vai ficar quando souber disso? E o pior é que ele vai falar que me avisou quando ele ia tentar colocá-las de castigo para evitar que isso acontecesse...

—Espera aí, mãe! – Ness quase explodiu e se levantou, no mesmo tempo que eu ia fazer exatamente aquilo que ela fez. Mas esperei minha vez.

—Não acha que somos grandinhas para cuidar de nós? – levantei e comecei a encará-la. – Vocês estão nos obrigando a ir para a faculdade!

—“Grandinhas”? Vocês têm apenas sete anos! – ela exclamou incrédula. – Não estamos obrigando. Vocês escolheram ir.

—Vai começar a falar da nossa idade verdadeira agora? – perguntei pasma.

—Escolhemos ir porque queremos ter uma vida adulta com nossos noivos. – Renesmee cruzou os braços.

—Se for para vocês se fingirem de adultas, sim! Vocês acabaram de parar de crescer. – sua voz afinou de tanto ela falar alto.

—Olha, mãe. – Renesmee deu um basta na discussão. – Nós duas provavelmente viemos aqui com o mesmo objetivo; para falar com você, mas se está disposta a conversar sobre o quão somos “novas” - ela fez aspas no ar -, acho que não precisamos mais de sua ajuda.

—Não, meninas! Por favor, me desculpem. – ela quase implorou quando demos as costas a ela.

Ela conversou com a gente mais um pouco. Eu pensei: se eu realmente estivesse grávida... E a faculdade? Eu ainda ia? Com quanto tempo de gestação eu estava? Eu estava tão confusa. Tinha acontecido tudo tão rápido. Eu sempre quis ter filhos com Seth, mas agora iria atrapalhar tudo um pouco.

////////////////

Eu estava no meu quarto esperando Derek chegar para sairmos. Chamei Mendy para ir com Ness, ele e eu.

Mamãe nos fez fazer outro teste. E percebemos que fomos bobas ao ver um segundo negativo. Ela prometeu confiar mais em nós.

Cada dia que passava ficava mais difícil de ficar perto do Seth e não querer ir além de beijos. Nós dois estávamos na minha cama vendo vídeos engraçados na internet. E meus olhos não desgrudaram no seu sorriso. Um sorriso de literalmente tirar o fôlego. Literalmente porque minha respiração vacilou e eu esqueci como puxar o ar certo.

Ele percebeu minha aproximação e sorriu.

—Eu te amo tanto. – sussurrei a centímetros de sua boca. Seu calor me envolveu deliciosamente. Ahhhh! Ficava cada vez mais difícil de permanecer ao seu lado, tão perto, e me controlar.

—Eu também te amo demais. – sorriu ele docemente. Meus lábios colidiram-se nos dele, e mais uma vez o clima esquentou, fervorosamente. O que piorava: ele estava sem camisa. Seu corpo lindo e malhado... Ah, meu Deus! Nenhuma mulher conseguiria resistir. Muito menos eu. As meninas da minha escola ficam babando por ele e isso me deixava enciumada!... Mas me acalma saber que meu lobinho vai ser sempre meu. Só meu.

E eu fui distraída dos meus pensamentos quando sua mão escorregou da minha nuca, meu ombro, atravessou toda minhas costas e parou ali, na minha cintura junto a outra. Eu arfei quando ele me puxou para perto dele, grudando nossos corpos. Ele levantou minha blusa até abaixo do meu busto e ficou com a mão ali, me segurando.

—Seth. – falei baixinho, tentando lutar contra a minha vontade de querer amá-lo.

—Oi. – ele sussurrou de volta, nem se tocando do que estava prestes a acontecer.

—Seth, é sério. – tentei me livrar de seus lábios, mas a vontade realmente falava mais alto. Juntei forças e finalmente consegui me separar dele. Estávamos ofegantes.

Sentei-me perto dele e abaixei minha blusa. Apesar de estar suando por causa da temperatura de seu corpo.

—M-me desculpe. – ele falou entre ofegos. – Acho que...

—Quantas vezes você vai se desculpar? – o interrompi e me estiquei para ligar o ventilador de teto, apenas para me refrescar, principalmente a ele, que além de sua temperatura, devia estar suando muito mais do que eu. – Sabia que eu fui participante disso também?

—É. Você tem razão. – ele sorriu.

Snow Patrol – Give Me Strength

Para me distrair, chamei Ness para ir à casa da tia Rose assim que Der chegou. Depois fomos ver Nick. Brincamos com ela um tempo. Depois nós quatro fomos ao centro fazer compras.

Foi bom eu ficar um pouco longe no meu noivo. Não que não fosse bom ficar com ele, mas meus hormônios estavam me enlouquecendo.

No final do dia todos estavam na casa dos meus pais. Pediram a mim e a Nessie para tocar alguma música. Tocamos a nossa canção de ninar que meu pai havia feito para nós quando mamãe estava na fase de se transformar em vampira.

E finalmente férias! Foi legal, meus pais e avós pegaram dois dias de licença do hospital para sairmos em família. Fizemos um cronograma inteiro de diversão.

Eu havia pedido para ele ir ao centro comprar um doce que esqueci. Isso foi apenas uma desculpa para ele não ver.

Terminei o último detalhe. Meu coração disparou ao ouvir a porta se fechando com um leve baque.

PDV Seth.

Estranhei as luzes estarem todas apagadas quando entrei em casa. Carlie não me avisou que ia sair. Fui até a cozinha e acendi a luz. Peguei uma colher para que meu amor pudesse comer de seu doce que ela adorava. Quando saí dali, apaguei a luz e fui até seu quarto. Iria deixar ali para quando voltasse. Quando abri tive uma grande surpresa:

Não precisei acender luz, haviam velas por todo o local dando um ar de intimidade. No rádio tocando uma música em volume baixo, dando complemento ao romantismo. Centenas de pétalas pelo chão, e eu sentia o cheiro. Eram de verdade.

E aquilo tudo me deixou confuso.

—Carlie... O que é tudo isso? – minha cara devia estar coberta de confusão porque cresceu um tímido sorriso no canto de sua boca. Ela estava perto da janela, mas virada em minha direção.

—Por mais doido que pareça tudo isso... – ela pousou suas mãos em meu peito. – Eu só queria ter uma noite especial com você.

PDV Carlie.

—É bobo ficar comovido, né? – perguntou sem jeito.

—Claro que não. Não é todo dia que sua noiva prepara tudo lindo e romântico desse jeito.

Seth riu. Ele me deu um beijo apaixonado.


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