A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 40
Nunca me deixe ir (E)




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Papai me olhou confuso, seu olhar voando entre Ness e eu.

—Vocês deram uma festa?

—Não foi uma festa, festa. – Nessie tentou desviar.

—Esqueceram o que posso fazer? – estreitou os olhos, apontando para a sua testa.

Isso indicava que Dominique estava pensando nisso...

—Foi uma festa muito comportada. – comecei a explicar. – Foi para a irmã do Will...

—Will? – papai ergueu uma sobrancelha, e não pude deixar de reparar em sua quase imperceptível olhada em Seth.

—Ele paga a escola dela. – continuei como se não tivesse sido interrompida. – Por consequência, ele estava sem dinheiro para a festa que ela queria. E decidimos ajudar.

Ele e mamãe trocaram olhares, me deixando aflita. Eu nunca sabia o que eles conversavam sem palavras.

—Bom... – ela iniciou. – Deixamos vocês sozinhas porque confiamos em vocês. Se fizeram uma festa, não acho que fariam algo de errado.

—Não fizemos. – prometi rápido, feliz de não levar uma bronca.

O barulho de carro se fez presente em nossos ouvidos.

—Devem ser eles. – papai falou olhando em seu relógio de pulso. – Emm e Rose devem chegar a qualquer momento. Chegaram de madrugada em casa, já deviam ter voltado.

Novamente meu corpo ficou rígido, e eu tive medo de eles terem sentido... cheiros.

Uma coisa inesperada foi que minha irmã também estava... tensa.

E... Mendy?

Ontem foi a noite para nós três?

—Renesmee, - mamãe rompeu o silêncio, a fazendo pular. Acho que estava absorta em seus próprios pensamentos. – filha, nós precisamos conversar...

—Não, não precisamos.

Meu coração se afundou ao ouvir sua negação firme.

—Renesmee...

—Não, mamãe. – continuou surpreendendo a todos. – Não precisamos conversar. Jake me explicou sobre tudo. Agora eu entendo.

—Oh, Ness. – elas se levantaram ao mesmo tempo e se abraçaram. – Me perdoa. – ela sussurrou.

—Já te perdoei, mãe. – ela respondeu com a voz embargada.

Sorri ao ver a cena.

—Já era hora! – não pude deixar de falar.

—É tão bom ver a família reunida. – a voz do vovô irrompeu o cômodo, sem surpresa nenhuma. Vovó atrás dele, entrando sorridente e vindo nos abraçar.

...

—E é isso. – falei quando acabei de contar toda a história. – Um deles resolveu estudar no colégio para nos vigiar.

—Tem certeza que é um dos Volturi? – Vovô pressionou.

—Absoluta. – o assegurei, lhe passando imagens da gente se “esbarrando” em Forks, quando nos sequestraram na floresta e ele de manto negro na Itália. – Eu me lembro do dia em que fomos sequestradas.

—Mas por que eles arriscariam se expor? – vovó perguntou confusa.

—Talvez estejam determinados. – dei de ombros.

Todos tinham um vinco de preocupação na testa. Eu? Claro que não. Eu estava apavorada, isso sim.

—Eu desconfio do que eles querem. – declarei.

—O que, Carlie? Isso é importante. – falou Vovô, sua voz urgente.

—É mais precisamente o que ela quer. – hesitei.

—Tifanny? – Papai perguntou quando conseguiu encaixar todas as peças. Assenti. – Ela jamais te terá. – rosnou, sem errar na suposição.

—Ninguém vai tocar em você. – Mamãe prometeu. Eu nunca a vi tão apavorada desde a vinda dos Volturi quando eu era criança.

—Não! – exclamei. – Eu tenho que me entregar, ou então ela vai perturbar a nossa família o resto de nossas vid...

—Ninguém vai tocar em você! – a maioria exclamou ao mesmo tempo.

—Pensem bem. – insisti, as lágrimas se formando nos olhos, me cegando. – É para o melhor de vocês.

—Você acha que ficaríamos bem se você se entregasse a eles para morrer? – Papai perguntou com os dentes trincados. Me puxou para os seus braços protetores. – Sempre protegeremos a família.

—Nós lutaremos até o fim para você ficar segura. – Seth prometeu. Apertei sua mão.

—Obrigada a todos vocês. – minha voz não passava de um simples murmuro.

—Não tem nada a agradecer. – vovô falou, doce. – Nós protegemos a família. – ele repetiu as palavras de meu pai.

Fui até ele, me sentando ao seu lado e o abracei.

...

Vovó fez o almoço. O que era para ser um reencontro cheio de alegria para matarmos a saudade, acabou sendo um reencontro preocupado. Não havia muito a se dizer. Cada um em sua ocupação, em seu próprio silêncio. Vovô estava sentado em uma cadeira com vovó em seu colo, fazendo cafuné em sua cabeça. Tio Emmett sentado no sofá com tia Rosalie ao seu lado, deitada em seu peito. Mamãe e tia Alice estavam deitadas nos ombros do papai e do tio Jasper. Ele estava tentando se distrair com o livro da guerra civil. Mendy estava deitada no colo de Embry. Renesmee e Jacob estavam sentados lado a lado também, mas os pés dela descansavam em seu colo.

A televisão estava ligada em um canal qualquer. Apesar de que ninguém prestava atenção, com algum milagre envolvido não era num jogo de baseball.

—Não entendo como eles insistem em dizer essas coisas. – meu tio falou rindo.

—Bom, se você quer relatar o que realmente aconteceu, escreva seu próprio livro. – me divertindo com ele, dei uma ideia sarcástica.

—Ótima ideia, Carlie. – ele fingiu. – Eles com certeza vão acreditar num “cara normal” que vai escrever um livro da guerra civil quando ele não é nem de perto o que aparenta ter.

Eu ri dele.

—Temos que nos mudar. – Papai rompeu o silêncio perturbador da casa. Todos o olharam, o questionando. – Não dá para ficar aqui e...

—Edward. – Vovô o interrompeu. – Nosso segredo não foi revelado. Não há motivos para isto.

—E Derek? – perguntei sem pensar e todos os pares de olhos me olharam. – Ele é o nosso melhor amigo. – exclamei.

—Vocês não podem ir embora! – Seth falou assustado.

—Isso está fora de cogitação! – Jacob falou igualmente.

—Não vamos para longe. – Papai tentou acalmá-los. – Talvez para Seattle... Ou Boston.

—Já que Edward tocou no assunto, – Vovô voltou a falar. De repente eu estava com medo do que ele diria. – nós realmente temos que nos mudar. Quero dizer, já estamos anos em Forks. Arriscado ficarmos mais meio ano, logo vão correr boatos que não envelheci. Não tenho mais opções de hospitais para trabalhar.

Aquilo foi como jogar um balde de água na minha cara. Eu me esquecera de que estava numa família de vampiros e lobisomens congelados no tempo e minha irmã e eu também estávamos congeladas também. Mas não estava realmente contando com se mudar.

—Seth, vem. Precisamos conversar. – peguei sua mão e o puxei até meu quarto. – Eles têm razão. Não podemos ficar mais por muito tempo.

—Mas podem ficar mais um pouco, né? Quero dizer, não vão se mudar amanhã... – vi em seus olhos que ele estava lutando para manter a calma.

Dei de ombros. Ele assentiu um pouco cabisbaixo, mas ainda aliviado de que não iríamos nos mudar de um dia para o outro.

—Mas quando eu for embora? O que vai ser? – perguntei num murmuro fraco.

—O que te faz pensar que eu vou te deixar ir? – ele devolveu com outra pergunta.

Lágrimas escorreram pelas minhas bochechas.

—Seth... – sussurrei. Eu o abracei. Não sabia o que falar naquele momento.

—Carlie, me ouça. – ele pediu. – Quantas vezes você já se foi sem mim? Duas? Três? Sabe como isso é doloroso? – ele estava começando a ficar desesperado. As primeiras gotas de lágrimas acumulando em seus olhos.

—Eu sei, sim. Essa última vez fui eu quem te deixou, se lembra? Foi tão doloroso para eu ter que te deixar. – limpei as lágrimas. – Mas você sabe que não podemos ficar em um lugar muito tempo. As pessoas começam a estranhar o fato de que os Cullen nunca envelhecem e...

Seus lábios interromperam o resto de minha fala. Ele encostou sua testa na minha. Eu me recusava a abrir os olhos, aproveitando cada segundo do momento.

—Me leve junto.

—Mas você tem sua vida em Forks. – me afastei surpresa.

—Eu tenho uma vida lá, mas ela vai mudar de cidade.

—Ah, Seth. – me joguei em seus braços. Ele me abraçou forte. Eu não conseguiria sobreviver muito mais tempo longe dele. Não depois de reatarmos.

PDV Renesmee.

Puxei Jacob para fora, e fomos para frente de casa. Ele estava nervoso, tentando se acalmar. Eu sabia que enquanto meu pai não interferisse, ele não estava perto de perder o controle.

—Jake... Odeio admitir..., mas acho que eles têm razão...

Interrompi-me percebendo seus tremores.

—Jake, olhe para mim. – segurei seu rosto entre minhas mãos, e o obriguei a me olhar. – Você sabia que isso ia acontecer... Eu também não quero ir e deixar Forks e todo mundo, mas é necessário...

Parei de falar, percebendo já estar a ponto de chorar.

—Eu não queria deixar parte da minha família e meus amigos, muito menos você. – sussurrei a última parte, sem conseguir sustentar seu olhar por muito tempo. – Começamos há pouco tempo, e não quero acabar por aqui.

Ele suspirou pesadamente.

Colocou seu dedo embaixo do meu queixo, levantando minha cabeça para olhá-lo. Seus tremores já haviam diminuído de forma considerável.

Ele começou a dizer.

—Se houvesse alguma forma de você ficar...

—Venha conosco. – o interrompi, e me arrependi na hora do que eu disse.

—Está falando sério? – um sorriso iluminou seu rosto.

—É... Sei que é muito egoísta da minha parte o que estou pedindo, deixar Billy sozinho, mas acho que não vou conseguir ficar longe de você por muito tempo.

—Você já ficou duas vezes longe de mim quanto era pequena.

—Era diferente. Eu era uma criança, não estava apaixonada pelo meu melhor amigo que sofreu imprinting comigo.

O sorriso em seu rosto vacilou quando falei sobre o imprinting.

—Me desculpe por ficar sabendo desse jeito... Seja lá qual foi o jeito que você ficou sabendo... Você não está sendo egoísta, confie em mim. – ele me assegurou, tirando apenas trinta e dois por cento da culpa que eu sentia. – Eu fico feliz de você admitir que não consegue viver sem o bonitão aqui. – ele falou com um sorriso no rosto, balançou a cabeça, sugerindo ser ele mesmo. Eu ri dele.

—Mas você aceita? Ir morar conosco, seja onde for?

—Garota. – ele murmurou suave, e colocou seu rosto perto do meu. – Eu te sigo para qualquer lugar.

Dei um sorriso fraco, sentindo o famoso aperto no coração quando se sentia extrema dor, ou extrema felicidade. Era como eu estava; muito feliz.

—Eu te amo. – sussurrou ele para mim.

—Eu também te amo. – murmurei fraco.

Ele segurou minha cintura e me puxou, colando seu corpo ao meu e me beijou. Um beijo ardente, fez-me estremecer.

Separei-me do beijo com um estalo quando me lembrei de um detalhe.

—E Billy?

—O velho sabe cuidar de si mesmo. – ele assegurou. – Vai quase todos os dias a casa de Charlie, sempre me deixando sozinho. Aliás, Rachel vai ficar lá com ele. Ela reclama que quer ter seu quarto de volta quando vai lá com Paul. Não vou fazer tanta falta para ele em casa.

—Não diga isso. – o repreendi, mas ele apenas riu. – Ele te ama, mas vovô Swan também é seu velho amigo.

Abracei sua cintura e enterrei meu rosto em seu pescoço. Ele me puxou para ele com as mãos quentes em meu ombro, e mergulhou com seu nariz no meu pescoço.

—Não quero me separar de você jamais. – lhe disse.

—Você não sabe o quão é bom ouvir isso. – ele sussurrou em meu pescoço. – Esperei tanto tempo por você, garota. Esperaria mais mil anos se preciso.

—Eu não. – discordei, o fazendo rir. – Quero você agora, para sempre. Não consigo ficar sem você.

Sua mão quente acariciou meu cabelo, e puxou a parte de trás da minha cabeça para si, assim me abraçando.

PDV Carlie.

—Nós realmente temos que nos mudar?

Estava apenas papai, Nessie e eu. Todo o resto foi caçar ou fazer uma ronda pelo perímetro. No fundo eu sabia que haviam nos dado privacidade. Um momento de pai e filhas. William estava de folga, então vestíamos roupas confortáveis que se um humano nos visse, iria nos encarar como se tivesse criado sete cabeças em nós. Apenas Mendy e Embry levaram Nick para dar uma volta no centro.

Papai estava deitado na neve. Eu em sua barriga, e minha irmã na minha. De vez em quando ele fazia cafuné em nossas cabeças.

—É necessário. – ele me respondeu. – Sempre teremos que fazer isso ocasionalmente. Sabem disso.

Fiz um bico, sem ter como discordar.

—Eu vou precisar da ajuda de vocês.

—Para que? – perguntamos em uníssono, surpresas.

—Fechei um aluguel em uma casa. Sua mãe não sabe. Vocês precisam me ajudar a convencê-la a morar lá.

—Não brinca! – ela exclamou, feliz.

—Sim. – ele sorriu de lado, tocando seu nariz. – Além do mais, vocês vão ter um andar todinho só para vocês.

—Sério? – indaguei descrente, imaginando o que teria em um andar de uma mansão que ficaria para nós duas somente.

—Terá uma sala de dança, uma de jogos, biblioteca. Além de que cada uma terá um escritório, já que Alice insistiu que uma de vocês pode desenvolver vontade em desenhar. Mas é claro, podem decidir o que querem fazer.

Olhei para Ness em expectativa, e ela devolveu meu olhar.

—Sei que Jacob e Seth não vão querer ficar longe de vocês duas, ainda mais agora que estão namorando. No andar debaixo tem dois quartos para eles.

Procurei os olhos de minha irmã, me perguntando se eu estava imaginando coisas.

—Estou aprendendo a ser um pai melhor. – reclamou ele, sem deixar isso passar. Nós duas rimos. – Sei que errei no passado sendo rígido demais. E eu não devia ter deixado o imprinting escondido para você, querida.

Falou se direcionando a mim, afagando meu rosto.

—O trato era que assim que vocês sentissem algo, iríamos contar. Mas eu... simplesmente não consegui cumprir a minha parte. – sua face se contorceu numa careta, parecia lutar contra algum sentimento. – Proibi que alguém te contasse. Achei que adiando, isso iria passar. Seus sentimentos iriam passar. Claro que eu menti para mim mesmo. Me perdoe por isso.

—Eu já te perdoei faz tempo, papai. – sorri, me esforçando para manter as lágrimas dentro dos meus globos oculares.

—Sem chororô. – Renesmee chamou nossa atenção. – Vamos lá, preciso ouvir outra vez. Jake e Seth virão conosco?

Papai revirou os olhos, um sorriso nunca deixando seus lábios.

—Sim, querida. Serão nós seis na mansão.

—Iremos morar separados? – indaguei surpresa.

—Vai ser estranho. – ela completou meu pensamento.

Ouvi o som da risada dele.

—Vocês falavam comigo quando estavam na barriga da sua mãe.

Viramos a cabeça para olhá-lo.

—Sério?

—Sim. Antes de... – ele se interrompeu de súbito.

—Do que? – perguntei curiosa e confusa.

—De algumas coisas que aconteceram na época.

—O que aconteceu na época? – Ness se sentou, se endireitando para o olhar.

—Eu ia falar que eu estava preocupado com sua mãe até eu ouvir seus pensamentos dizendo que não queriam machucá-la.

—Preocupado? – pressionei, sentindo meu corpo rígido. Ali era uma zona tensa. Não falávamos muito sobre isso, e quando era dito algo, não era aprofundado. Eu sabia que ali havia coisa que não queriam que soubéssemos. – Eu te conheço. Você não sabia o que a gente era, né?

Ele assentiu, calado

—Então...? – o incentivei.

—Então é isso. – e sorriu.

Aquele sorriso tenso que só a gente conhecia. Nenhum humano seria capaz de detectar algo errado naquele rosto.

—Papai, nos diga. Nós nunca falamos abertamente sobre o assunto, é sempre muito estranho para Renesmee e eu...

Quando eu finalmente criei coragem para estar desabafando sobre o assunto que era um tabu na família, uma rajada de vento se fez na floresta. De imediato fiquei em alerta. O vento não estava a essa velocidade.

Eu soube que havia algo errado quando papai se levantou, nos trazendo para trás dele.

—Quem é? – sussurrei apavorada, minha voz mal saia.

Agarrei seu braço enquanto o mesmo segurava em nossas cinturas, nos mantendo em suas costas.

—Não é possível. – sua voz não passava de um simples sussurro chocado.

Olhei sobre o seu braço, e não serviu de muita coisa quando só o que eu conseguia enxergar eram borrões.

Com isso minha mente deu um click. Borrões escuros no meio da neve branca...

Um flashback entrou em minha mente, me fazendo lembrar daquele dia terrível que os frios vestidos com seus mantos pretos apareceram para nos matar.

—Vemos novos rostos na guarda. – ele falou, nos deixando saber que não era Alec, ou Jane, ou Demetri e nem Felix.

Tifanny está no meio deles? Tive dificuldade em manter a conexão, visto que eu estava aterrorizada.

A mente do meu pai estava cheia de preocupações, principalmente de onde estaria a nossa família que não voltou até o momento. Soltei um soluço sem choro ao cogitar a mera possibilidade de seus corpos estarem sem vida pela floresta. Ah, Seth...

Sim. Finalmente respondeu, e eu podia sentir sua fúria e aflição com força.

Engoli em seco. Meu coração tentava sair pela boca ao pensar que ela poderia usar seus poderes e me tirar do meu pai.

Estreitei meu aperto em seu braço conforme os vi se aproximando. Agradeci que William não trabalhava hoje, pois eu não podia esperar misericórdia de um Volturi.

—Algo que não vão ter. – papai respondeu a algo não dito em voz alta.

E me olhou. Olhei para Ness, e entendi que ela havia o perguntado.

A confusão tomou conta de mim quando vi tudo em um borrão. Levou um segundo para a compreensão me atingir. Assim como eu atingi uma árvore em algum lugar ali.

Tifanny.

A árvore se partiu com um ruidoso estalo.

—Carlie!

Meu pai berrava meu nome.

Uma dor aguda preencheu minha cabeça quando meu corpo caiu no chão logo após o impacto contra a pobre árvore, logo a dor tomando conta de mim.

—Ai. – choraminguei. Levei a mão para a cabeça e senti algum líquido grosso nela. Olhei minha mão e vi vermelho. – Au. – reclamei novamente quando latejou.

Achei estranho ainda estar ali, e meu pai não ter corrido para me ajudar. Me esforcei para olhar em volta, e vi meu pai nas mãos de Adrian. Ness sendo segurada por algum desconhecido.

Droga, quantos fantoches essa desgraçada tem?

Sua mão segurava seu pescoço, e eu fiquei sem ar ao imaginar aquela mão sendo um pouco mais rude...

Engoli esse pensamento, e observei meu pai, sendo segurado pelos braços de Adrian em volta de seu pescoço, o apertando. Eles bebiam sangue humano, naturalmente eram mais fortes.

—Deixe-os em paz! – escandalizei. Levantei-me e minha visão ficou turva, mas lutei para me manter em pé.

—Se você realmente ama seu patético paizinho e sua irmã idiota, se coloque no lugar deles. – ele falou duro.

—Solte-os primeiro. – exigi entredentes.

—Carlie, não faça isso. – meu pai ordenou, engasgado.

—É a Tifanny que quer isso, não é? – o ignorei. – Ela não é mulher o suficiente para me encarar frente a frente?

—Ela não quer tornar a luta injusta por causa do poder dela.

—Os solte e eu faço o que você quiser. – prometi.

—Escuta aqui, pirralha. – sua voz rasgou em ódio. – Se você estiver mentindo, saiba que eu posso acabar com seu papaizinho antes que você perceba o que aconteceu. – ele colocou sua outra mão contra o lado de sua cabeça, e eu tive certeza que se ele fizesse força, iria separar o corpo do meu pai em duas partes.

—Eu prometo, eu prometo, eu prometo! – berrei, ouvindo um barulho esquisito de pedras se rasgando. – Eu prometo, eu prometo! Solte-o, solte-o!

Meu corpo tremeu com tamanha violência que caí em meus joelhos.

Ele me olhou por um momento, e eu não tirei os olhos do meu pai. Seu olhar me implorava para não fazer aquilo.

—Olhe nos meus olhos para eu ver se está falando a verdade. – ele ordenou.

—Não faça isso, Carlie. – papai falou, sufocado.

—Eu não vou fazer isso. – concordei. – Já falei que vou com vocês, não precisa me hipnotizar.

—Escuta aqui, sua pirralha...

—Por que está ameaçando minha família? – minha voz se acresceu com o meu desespero. Eu já tinha me prometido, e ele não estava satisfeito.

—Tifanny.

—Ela me quer morta, não quer? Diga a ela vir pessoalmente se ela quer me matar... Ou ela não é corajosa o suficiente para me enfrentar?

De repente eu estava sendo pressionada contra a árvore com uma mão em meu pescoço. Meus pés sumiram do chão e minhas mãos lutaram inutilmente contra a que me segurava. Estava doendo demais, e percebi que ele não estava tendo dó de mim para se preocupar. O ar me faltou completamente, e senti o sangue parar de circular em minhas veias do pescoço.

—Você fala dela assim de novo e eu te mato, sua mestiça idiota! – e então fui arremessada novamente. Senti minha cabeça ir contra algo duro no chão, e percebi ser uma pedra. Perfeito, outro corte na cabeça.

Tosses fortes e que pareciam rasgar a minha garganta saíram de meus lábios. 

Tentei me concentrar e olhar em volta rápido antes que acontecesse outra pancada. Meu pai estava imobilizado no lugar, e eu sabia que Tifanny estava ali. A expressão dele era como se ele quisesse estar levando cada golpe no meu lugar.

Nessie ainda era segurada por um vampiro ou meio vampiro, eu não sabia dizer. E gritando meu nome, como se tivesse poder e pudesse me soltar.

E então aconteceu. Algo pisou em meu tornozelo, e um grito agudo correu minha boca afora.

Eu sentia que quebrou.

Eu podia sentir meus ossos esmagados. Minha visão ficou turva de dor.

—Finalmente, - ele falou, colocando ambas as mãos em minha cabeça, e eu sabia que seria meu fim. – sua família vai ficar em paz.

—Vocês não vão se safar dessa. – avisei, mesmo feliz que suas palavras eram verdadeiras.

Minha família ficaria em paz.

Fechei os olhos, esperando pela morte. Lágrimas escorreram pelos meus olhos. Ela vai ter o que sempre quis. Minha morte. Ela conseguiu. Ela realmente conseguiu. Desgraçada.

Eu não queria imaginar a dor de Seth ao me ver morta. Ao ver sua imprinting sem vida.

Quando pensei nisso, na dor de todos, do Seth, me deu forças para lutar, mesmo sabendo ser inútil eu lutar contra uma criatura mais forte.

Juntei toda a minha força com o punho dominante e acertei seu peito.

... E então aconteceu tudo tão rápido. Suas mãos estavam longe de mim, e ele foi arremessado para metros dali.

O choque tomou conta de mim. A adrenalina pulsava forte em minhas veias, e eu estava incrédula com o meu feito. Olhei minha mão cheia de sangue, surpresa de não sentir dor, considerando o estrago que fiz nela. Os nós dos dedos estavam desfigurados, todos fora do lugar.

Eu consegui dar um soco significativo no vampiro?

Olhei em volta, e tudo se encaixou: minha família voltou. Minha mãe estava ali também. No exato momento que dei o soco, minha mãe me protegeu.

Papai e tio Emm segurando o vampiro que queria me matar, que estava tentando se soltar.

Nessie tinha sido solta e estava nos braços de um Jacob preocupado.

—Oh, meu Deus! – vovó Esme exclamou chocada ao ver meu estado, que não devia ser um dos melhores. Ela veio até mim, que se eu tivesse piscado, não teria visto. E então vi outra pessoa perto de mim: Seth. Ele estava com sua feição tão dividida entre dor, preocupação, raiva, mais dor, angústia. – O que ele fez com você? – ela sussurrou, junto com Seth, me ajudando a levantar.

—Eu nunca desejei matar alguém tanto como eu desejo matar você. – a voz do meu avô surpreendeu a todos pelas suas palavras.

—Meu amor... – Seth sussurrou enquanto me tomava em seus braços.

Não pude evitar colocar a mão em meu pescoço; estava muito dolorido. Pigarreei fraco, tentando deixar melhor. Eu sentia algo molhado em minha cabeça, e deduzi ser sangue. Estava escorrendo, o que significava uma ferida profunda.

Tio Jazz estava longe daqui, tia Alice ao seu lado, o acalmando. A culpa caiu sobre mim. Droga! Ele nunca foi tão acostumado com o sangue humano como o resto da família.

—Você está bem? – Jacob perguntou com Renesmee em seus braços. – Te machucaram?

Ela acenou negativamente com a cabeça.

Seth escondeu minha cara em seu peito.

Eu ouvia a movimentação da minha família, e eu fiquei curiosa. Espiei por cima de seu ombro, e não vi mais papai, vovô e meus tios ali.

—Onde eles estão? – perguntei, minha fala saiu rouca enquanto Seth me carregava para dentro.

—Você está segura agora. – Seth sussurrou em meu ouvido. Me colocou sentada no sofá.

—Você está tão machucada... – mamãe murmurou, e sua voz falhou. Ela afagou minhas costas.

—Não, estou bem. – menti, e não pude deixar de mostrar alívio ao que suas mãos gélidas tocaram meu pescoço e minha cabeça.

—Me deixe ver... – ela foi chegando perto para verificar meus ferimentos, e soltei uma arfada dolorosa quando ela encostou sua perna na minha quebrada. Ela percebeu, e recuou. Cuidadosa e delicadamente, porém sempre firme, suas mãos rasgaram a minha meia calça, e então eu tive que desviar o olhar dos meus ossos quebrados, de tão aterrorizada que eu estava.

—Eu queria matar aquele desgraçado filho da mãe com minhas próprias mãos! – Seth falou, sua voz saiu ácida.

Ela pegou minha mão, e não consegui mais me segurar. Chorei de dor. A adrenalina estava longe naquele momento. Eu não conseguia mexer a mão.

—Você deu um soco em um vampiro. – ela estreitou os olhos.

—Eu não ia morrer sem lutar. – engasguei.

Seus lábios tremeram num sorriso. Minha mãe abriu a boca para dizer algo, e foi parada por meu pai e o resto da família entrando.

—Onde ele está? – perguntei com medo da resposta. Meus olhos lacrimejavam, querendo liberar as lágrimas. O nó na garganta facilitou isso para elas.

The Afters – Ocean Wide

Meu pai voou até mim e se ajoelhou na minha frente. Suas mãos seguraram meu rosto, me fazendo olhar diretamente em seus olhos. Mais uma vez o alivio bateu em mim, meus hematomas agradecidos pela temperatura.

—Vai ficar tudo bem. – me prometeu.

—Estou com tanto medo, pai. – sussurrei não tentando esconder minha dor.

Ele me abraçou.

Eu levei alguns pontos na cabeça. Uma irritante tala gessada ficou em meu tornozelo e em minha mão depois de meu pai cuidar de ambos. E meu pescoço, ele disse que iria sarar logo.

Não preciso dizer que William ficou preocupado ao me ver naquele estado. Dessa vez a desculpa foi que Tynson me derrubou decima dela, eu caí de cara no chão e de mal jeito com a mão, logo em seguida ela voltou e pisou no meu pé, o quebrando. Ele acabou caçoando de mim, apontando o fato de eu ter caído do meu próprio cavalo, e agora do da minha irmã.

Os próximos dias sempre alguém que ia nos levar e nos buscar na escola. Logo as férias chegaram. Nós brincávamos na neve, andávamos de trenó. Era tão divertido. Tia Rose se recusava a andar no trenó porque queria seu fabuloso cabelo intacto. Porém tio Emmett conseguiu a fazer mudar de ideia não muito tempo depois quando comprou um trenó rosa para ela. Não preciso dizer que tia Rose amou.

A gente andou muito de patins no gelo. Fiquei com tanta inveja de como minha família vampiresca era exibicionista em seus movimentos. Seth, como meu namorado romântico, me ensinou como patinar. Fiquei corada a primeira vez em que levei um tombo.

Mamãe, papai e vovô estavam trabalhando num hospital ali perto. Ele estava tão orgulhoso. Segundo suas palavras, sempre quis que um dos filhos seguisse seus passos. Agora haviam dois.

Passamos o Natal em Nova York, mas meu pai fez questão de passarmos o réveillon com a nossa família em Forks. O trabalho que deu na cozinha foi duro, mas valeu cada momento. Troquei dicas de culinária entre Emily e vovó enquanto cozinhávamos para o que parecia ser um batalhão.

Foi mesmo preciso se mudar. Estava no limite do risco. Boston foi a cidade escolhida pela família. Algo premeditado, me arriscaria dizer, já que foi o local que meu pai alugou a casa. Mamãe quase teve um treco ao ver como era ainda maior que a de Forks. Cada parte dela era fabulosa.

A rotina era sempre a mesma. Nós, garotas estudantes, tirávamos um tempo no dia para estudar. Era isso ou castigo. Nem sala de dança era permitido se não houvesse estudo. Seth e Jacob também começaram a estudar conosco. Eles queriam estudar mecânica, já que eles iriam abrir o próprio negócio depois da faculdade.

Nosso último dia em Nova York visitei William com Renesmee e Mendy. Tive que me despedir dele e de Anne corretamente. Nunca mais o veria depois da mudança. Seth e Jacob ficaram com ciúmes. O Jake só fui entender quando Ness me mandou imagens do Joseph decepcionado ao vê-los juntos. O meu namorado que tinha motivo suficiente. E válido. Não posso negar que eu adorava ver seu ciúme.

Embry não pôde ir conosco. Tia Rose nunca gostou muito dele por ser lobo, agora que ele teve imprinting pela filha, aquilo ativou os diabos da minha tia. Ela ficou louca da vida! Se ela não gostava antes de ter lobos perto de suas sobrinhas, agora com a filha ficou dez vezes pior.

Mendy o visitava em Forks. Quem disse que amor a distância não dá certo, ainda não conheceu esses dois.

Ness e eu também tirávamos nossos dias para ver o vovô Swan. Eu acabava me encontrando com Brady e Seth dava um ataque de ciúmes. A pergunta que ficava batendo dentro de mim era se a atitude dele era ou não exagerada. Nunca tiraria sua razão, mas talvez já tenha passado da hora de esquecer.

Papai nunca voltou a tocar naquele assunto. Após Tifanny e seus seguidores chegarem, o assunto foi enterrado. De novo. No mesmo dia ele havia sugerido de ficarmos em família. Me recusei e mergulhei numa leitura no meu quarto com Seth.

Logo vieram outras férias e meu pai nos deu um presente maravilhoso. Passagens para Renesmee, Claire, Mendy e eu passarmos alguns dias em Las Vegas. Claro que ele reservou eventos Family-friendy. Derek foi conosco, aliás o único garoto. Papai se gaba de ter deixado de ser ciumento, mas ele alegou com as seguintes palavras: “Não enlouqueci a ponto de deixar vocês sozinhos. Não forcem”.

Derek se mudou pouco tempo depois para perto de nós. Uma área mais humilde, mas sua família era rica o suficiente para se mudar sem se preocupar com vendas de casa de imediato. Viramos inseparáveis, e meu pai tratava Derek como um filho. Era claro que ele não tinha nenhuma outra intenção com nenhuma de nós. Seth ficava com ciúmes uma vez ou outra, quando eu falava que íamos sair com ele.

Quil estava fazendo intercâmbio, não pôde ir conosco. Afinal, Edward era pai de Renesmee e eu, se Claire quisesse levar Quil, ele não iria se opor. Agora papai e tia Rose só deixariam Jake, Seth e Embry irem sobre seus cadáveres.

Claire estava namorando um garoto chamado Dean. Ela nos apresentou quando fui lá uma vez. Ele era um gato, mas Quil devia estar tão chateado.

Depois as aulas voltaram, e com isso a rotina de estudos. Era uma boa escola, e o ensino era excelente. Eu poderia dizer que se igualava as aulas do papai. Como a gente estava mentindo a idade, nossa família mexeu os pauzinhos e fez Mayra ficar conosco. Ela adorou nos ter como colegas de turma.

A escolta da escola continuava a mesma, pois não sabíamos onde o perigo se escondia.

—Ah, a escola está um saco. – reclamei quando chegamos em casa. – Posso descansar um pouco? Meu cérebro está muito sobrecarregado.

—Ah, como minha filha é dramática. – Mamãe falou com a mão no peito, encenando sua própria dramatização.

—Ela tem razão, tia Bella. – Mendy se intrometeu. – A escola hoje foi tão cansativa.

—Em uma situação dessas, eu ficaria contra elas, mas elas têm total razão. – Jacob falou desabando no sofá ao lado de Seth. Apontei para Jacob com a mão para ela ver como eu tinha razão.

—Está bem. – ela se rendeu e demos pulinhos histéricos de alegria. – Vocês podem descansar, mas apenas o suficiente. Não quero que troquem o dia pela noite.

—Ok, mamãe.

—Você é a melhor.

Demos um beijo em sua bochecha, uma em cada lado.

Será que Seth pode me colocar para dormir? Perguntei em pensamento.

Ela estreitou o olhar para nós duas, e imaginei que Renesmee pediu a mesma coisa.

para dormirem. – ela ordenou.

—Obrigada. – agradecemos sorrindo. Meu pai tinha ido com tio Jasper fazer algumas compras para a geladeira. Não sei como mamãe deixou, já que reclama que sempre que sai com ele, um monte de humanas ficam o secando e flertando.

—Bom, tenho que ir para casa. Qualquer motivo para o atraso, sabem como são meus pais. – Mendy revirou os olhos. – Até mais. – se levantou e se foi.

Subimos com Jacob e Seth.

—Seu pai vai ficar furioso com a sua mãe e você e... Acho que ele vai ficar furioso com todos nós. – ele falou após pensar e eu ri me sentando na cama.

—Relaxa. – segurei sua mão e o puxei em minha direção. Ele não tinha outra escolha a não ser pairar por cima de mim e me beijar.

—Se trairmos a confiança de sua mãe, ela vai ficar pior que seu pai.

—Calado. – ri contra seus lábios. – Não posso beijar meu namorado?

—Não quando seu pai está chegando em casa. – ele suspirou e interrompeu o beijo, se postando comportado ao meu lado. O olhei confusa, mas a compreensão tomou conta de mim quando meus ouvidos atentos ouviram um carro se aproximando da casa. O Volvo fazia um barulho distinto dos outros.

—Então, como eu falei a minha mãe, você vai me colocar para dormir como nos velhos tempos.

—Com isso seu pai pode lidar... Eu acho. – ri dele.

O empurrei de modo que ele estava deitado e deitei em seu peito, fechando os olhos.

E as memórias de hoje no intervalo do colégio vieram à tona em minha cabeça. Eu sabia que se não contasse, a culpa iria me consumir.

Enterrei o rosto em seu pescoço e ele encostou sua cabeça na minha.

—O que você quer me contar?

Afastei-me, surpresa.

—O que?

—Você estava se mexendo inquieta. – ele esclareceu.

Pigarreei. Eu devia saber que, no momento que eu comecei a pensar nisso, ele sentiria de alguma forma.

—Então...? – ele incentivou.

—Olha, eu só estou dizendo isso porque eu não quero que você fique magoado, chateado, zangado ou algo do gênero, ok? – avisei. Quando acabei percebi que havia tagarelado demais.

Ele se afastou também, começando a ficar preocupado.

—Sabe aquele garoto... Cameron... Que deu em cima de mim aquela vez? – parei quando vi um olhar desconfiado em seu rosto.

—Sei...

—Quando eu saí da sala de aula, eu fui guardar os livros no meu armário, então ele começou a puxar assunto e quando não tinha quase ninguém, ele tentou me beijar. – falei num fôlego só.

Ele arregalou os olhos.

—Aquele... Aquele... – sua voz saiu cheia de ódio.

—Mas eu não deixei, claro. – expliquei rapidamente.

—Desgraçado! – ele fechou os olhos.

Seus braços estremeceram. Eu sabia que não estava a ponto de se transformar, pois meu pai não invadiu o quarto. Então esperei pacientemente.

Seth respirou fundo e cerrou as mãos em punho. Ele finalmente abriu os olhos e quando me olhou, havia culpa em seus olhos castanhos. Tentei sentir o meu rosto de dentro para fora e senti além da preocupação, um pouco de medo.

Mas eu não estava com medo dele, apenas de ele se transformar e me machucar, e ele ficar se culpando.

—Me desculpe, é que eu fiquei... Com...

—Ciúmes? – terminei sua frase e me sentei em seu colo. Coloquei os braços em seu pescoço.

—Acho que sim. – ele sussurrou envergonhado e abaixou a cabeça.

Levei meus lábios a sua bochecha e encostei o nariz nela.

—Só não faça nada com ele, ok? – me certifiquei.

—Vai defender ele agora? – sua voz debochada.

—Seth Clearwater. – murmurei contra sua bochecha. – Estou tentando te proteger. O que vão pensar se acontecer algo com ele?

—Sua família não é boa em inventar histórias? – um sorriso cresceu em seu rosto e me olhou.

—Sim. Inventar histórias para ter que se mudar logo em seguida com novo nome e endereço. – revirei os olhos. – Não se foque nisso. Ele é só um dos muitos garotos que gostam de mim. Acontece com minha família o tempo todo.

Ele relaxou e se deitou.

—Um dos genes dos Cullen. Não vai se trocar? – ele perguntou quando me deitei em seu peito.

—Cansada demais. – respondi. Ele afagou meus cabelos e instantes depois eu dormi.

PDV Renesmee.

Entramos no quarto e fui pegar uma troca de roupa. Jacob estava sentado em minha cama.

—Volto já. – entrei no banheiro. Aproveitei para tomar um banho rápido. Depois coloquei uma regata e um short. – Quer apostar quanto que Carlie está com tanto sono que vai dormir com a roupa que está?

Ele riu e me sentei em seu colo. Encolhi-me ali mesmo.

—Um menino quase beijou Carlie na escola – falei sem pensar.

—Sério? – ele falou. – Se com Brady ele ficou daquele jeito, imagine com estranho.

—Não. – discordei. – Com estranho ele não poderia fazer nada além de dar uma de namorado ciumento. – dei de ombros. – E tenho uma coisa para te contar...

—O que? – era evidente que ele estava curioso, mesmo não querendo demonstrar.

—Depois que eu acordar. – saí de seu colo e me deitei. Ele se deitou ao meu lado e me trouxe para o seu peito. – Me desculpe. – falei meio adormecida.

—Pelo que? – ele perguntou surpreso.

Apoiei-me pelo cotovelo para olhá-lo.

—Por ser uma namorada tão distante. Quero dizer, você sabe...

—Você é ótima. – ele me interrompeu confuso.

—Não estou falando disso. Quando a gente estava em Nova York. – expliquei. – Eu só estava magoada e ao mesmo tempo querendo estar com você. Muito egoísta da minha parte.

—Não tem problema, Ness. – ele segurou meu rosto e o abaixou, me dando um beijo na testa. – Eu estava consciente de que tinha te magoado. Por isso te deixei no seu tempo.

O beijei.

—Te amo. – sussurrei.

—Eu também.

Forcei um sorriso, porém por dentro não me agradou um “eu também”. Mas o que veio depois me confortou.

—Mais do que você me ama.

—Acho que não. – discordei com um sorriso brincando em meu rosto.

—Acredite ou não, é sim. – ele riu. Ri de volta e me deitei em seu peito.

PDV Edward.

—Bella, você deixou? – perguntei incrédulo.

Ela mal prestava atenção no que eu dizia, seus olhos vidrados em um livro de medicina que Carlisle lhe deu.

—Edward, elas já estão dormindo. – ela falou sem dar importância às minhas reclamações. – E não ouse ir lá. – ela avisou quando me viu girando o corpo.

Bufei derrotado e me sentei ao seu lado. Talvez ela tivesse razão nisso. Eu ainda tinha que lidar com o restante do meu ciúme.


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