A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 39
Mergulhando em você (E)


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pelo atraso, sei que pulei alguns dias desde a última postagem. Mas em compensação está um capítulo gigante. Beijos!



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—Já chamou o veterinário dele? – perguntei ansiosa, tendo a impressão de que andar no passo humano levaria uma eternidade para chegar até o estábulo. O ar gélido do fim da tarde batendo forte no meu corpo.

—Foi a primeira coisa que eu fiz. – William dizia, acompanhando sem esforço o meu ritmo. – Ele está a caminho, mas não sei...

Deixou sua voz morrer, e eu fiquei mais aflita.

—Ele está estranho. – comentou quando chegamos. – Não quer levantar.

—Droga! Droga! Droga! Employee. – o chamei, agoniada ao vê-lo naquela posição tão quieto. – Employee. – sussurrei, acariciando seu pelo. – Vai ficar tudo bem. O veterinário logo vai chegar.

Me deitei em seu corpo, tentando lhe passar algum conforto.

—Aqui, você deve estar congelando. – Will falou tirando sua jaqueta, e antes que eu pudesse protestar, a colocou por cima dos meus ombros. – Sei que você tem aquela doença, mas não significa que não precise ficar aquecida.

Assenti agradecida, e olhei de esguelha, confirmando minhas suspeitas de que meu namorado não gostou nada daquele gesto, e também não podia fazer nada para impedi-lo. O frio ali fora estava realmente forte para um humano, e Seth vestia um moletom gola alta somente. Não podia apenas tirar e ficar de peito nu naquela friagem para me oferecer.

—Vai ficar tudo bem. – e afagou meus braços por cima de sua roupa.

...

Olhei para o corpo imóvel do Employee, sem acreditar que ele se fora. A equipe não chegou a tempo, apesar de terem sido rápidos. Employee seria levado para autópsia, e eu não aguentei mais ver nada. Pedi licença e me retirei. Corri para dentro de casa, me trancando no quarto. Eu não podia ignorar a dor e o vazio em meu peito. Com todos os acontecimentos recentes, perder meu cavalo fazia tudo pior.

Uma parte de mim tinha esperança de que Seth me deixasse sozinha por um tempo, e a outra parte sabia de sua agonia por me ver dessa forma.

Observei meu celular em cima do meu criado mudo. Decidi ligar para os meus pais e avisá-los dos últimos acontecimentos. Eu já tinha noção de que eles surtariam, então não adiantava adiar isso.

Antes que eu fizesse menção de pegá-lo, uma melodia soou do mesmo.

O atendi rapidamente.

—Oi, minha flor. – sorri ao ouvir a voz do Papai.

—Ei, papai. Eu já estava indo te ligar. – confessei, apreensiva.

—Está tudo bem por aí? – sua voz era desconfiada por causa de minhas palavras.

—Eu sei que você não gosta de ser enrolado, então lá vai: os... os... – eu não conseguia pronunciar a palavra.

—Carlie, não hesite. – Papai exigiu.

—Os Volturi. – minha voz saiu um sussurro.

—Como assim? – seu tom de voz aumentou muito. – Eles apareceram? Fizeram algo com algum de vocês?

Ela disse Volturi?

—Sim, mamãe. E não, não fizeram nada conosco. Mas tem esse cara... vampiro na escola. Eu não sei há quanto tempo ele está nos observando. Sei que ele estuda na nossa escola.

—Mas por quê? Deixamos tudo claro naquele dia.

—Tifanny. – falei a única conclusão que eu achava. – Ela está procurando por um jeito de ser mais forte, mais poderosa... para se vingar.

—É isso. Estamos saindo hoje.

—Desculpe por estragar sua lua de mel. – murmurei cabisbaixa.

Meu amor, nada é mais importante do que a segurança de vocês.

Deu um sorriso que eles não podiam ver.

—Nos vemos muito em breve. – papai prometeu. – Manterei contato com Seth e Jacob, não se preocupe.

—Ok. – sussurrei.

Após nos despedirmos, senti um cheiro familiar nos arredores.

Aproveitando que eu estava descalça, fui na ponta do pé até a porta e a abri rápido a tempo de ver um Seth surpreso.

—É a prova de sons até para nossos ouvidos. – caçoei.

—E como soube que eu estava aqui? – desafiou.

—Ela é a prova de sons, não de cheiro. – revirei os olhos. – Eu contei aos meus pais. – abaixei a cabeça ao contar em voz baixa, envergonhada. – Talvez tenha sido uma má ideia...

—Claro que não. – e me puxou para os seus braços. – Seus pais trancariam vocês pelo resto de suas vidas se não contasse.

Ri, reconhecendo a verdade.

Fomos interrompidos por passos. Saí do abraço e avistei Claire e os outros que partiriam logo.

Ela correu para me abraçar.

—Ah, Carlie. – ela balbuciou. – Sinto muito por tudo isso.

—Eu também. – a apertei no abraço. Eu sentiria falta dela.

E o pior é que depois disso, ou voltaríamos para Forks, ou para a ilha da mamãe ou iríamos para a nova cidade.

—Você é uma amiga perfeita.

Abracei-a mais forte. Eu não conseguia dizer nada.

Ela se afastou e Quil me tomou em seus braços.

—Vou sentir sua falta, meia vampira.

Ri dele. Logo foi a vez de Collin, então quando Brady me abraçou, Seth praticamente me puxou para longe dele murmurando algo como eu precisar fazer o dever de casa. Ele não era muito bom de inventar desculpas.

Renesmee e Jake decidiram os deixar no aeroporto, ao invés de irem de táxi.

PDV Renesmee.

Acenei para eles enquanto entravam no avião.

Voltamos para o estacionamento.

—É triste eles terem que partir por causa da Tifanny. – quebrei o silêncio.

—É. – Jacob suspirou.

Antes que eu sequer chegasse à porta do meu lindo Porsche, Jacob segurou minha mão.

—Você já me perdoou pelo que eu fiz? – ele perguntou sem rodeios.

—Claro que sim. – respondi confusa. Eu não sabia aonde ele queria chegar.

As pontas de seus dedos passaram pela minha bochecha. Seus olhos escuros encararam os meus de modo intenso, e eu tive certeza de que apareceu um rubor em minhas bochechas.

—Então por que esse olhar triste? – ele pressionou suavemente.

—Jake. – hesitei, sabendo que minha resposta poderia magoá-lo. -... nada. Só os acontecimentos recentes. Nada demais.

—Ness. – ele me parou novamente quando tentei ir para o carro. – Eu te conheço. Sei que há algo que ainda está nessa cabecinha.

O observei, não vendo mais aquele Jacob que me magoou. Apenas um homem que lutou pelo amor e acabou metendo os pés pela cabeça. Teve receio de me contar porque finalmente achou o seu final feliz. Achou sua metade, seu imprinting. E agora eu que tinha um pé atrás em contar as coisas porque não queria seus sentimentos machucados, mesmo que já tenha ferido os meus.

—Jake, eu... eu te perdoei, mas acontece que eu ainda não consegui esquecer.

—Nunca vou me perdoar por te magoar.... – ele fechou os olhos, balançando a cabeça.

—Jake. – coloquei as mãos em seu rosto.

Quando ele os abriu, seu olhar voou para o chão. Se eu o conhecia bem, ele estava com vergonha para me encarar.

—Jake. Por favor, não fique assim. Não é sua culpa.

Me encarou com indignação.

—Não precisa amenizar nada ou mentir para mim. Eu te magoei e vou lutar pelo resto das nossas vidas para consertar seu coração, se for preciso.

Aquilo foi inesperado. A sinceridade em seu olhar deixou minhas pernas bambas e meu coração vacilante. O Jacob meu namorado era uma pessoa incrível que eu jamais imaginaria que existia por baixo da pele morena do Jacob ranzinza e durão. Até seu ar brincalhão se dissipava com sua nova maturidade.

Com minha visão embaçada das lágrimas, segurei seu rosto e pressionei meus lábios nos seus. E me esqueci do porque estava magoada. Esqueci da nossa pequena conversa. Suas mãos em minha cintura me fizeram esquecer do meu próprio nome.

Ele aproveitou a nossa posição para me colocar contra o carro e pressionar seu corpo em mim.

—Ahh, Renesmee... – ele gemeu contra minha boca.

—Jake, Jake. – falei alarmada, o afastando de leve. – Ainda estamos em um lugar público.

—Ah, é. – ele falou após olhar em volta como só naquele momento se lembrasse de onde nós estávamos. – Me esqueci completamente disso.

Minhas bochechas ficaram quentes quando percebi um casal olhando para nós dois.

Há! Como se eles nunca tivessem se beijado em público.

Eu pensei que ainda era falta de educação encarar as pessoas, coloquei essas palavras em sua mente, e ele imediatamente procurou o casal.

—Eles estão com inveja porque somos um casal perfeito. – e me mandou uma piscadela. Eu percebi sua intenção de brincar, entretanto foi uma cena... sexy.

Pigarreei, o afastando completamente.

—Temos que ir antes que escureça. – ordenei, tentando desesperadamente sair daquela situação, pois Jake mexia com os meus hormônios de uma forma surreal. Eu tinha medo de me deixar levar e o puxar para o banco de trás do Porsche.

Ele me deu um beijou rápido antes de ir para o seu carro.

O caminho de volta foi uma aposta silenciosa de corrida. Por um milésimo, ele ganhou.

—Qual é meu prêmio? – ele perguntou assim que eu saí do carro.

—Não apostamos. – falei confusa. Repassei pela cabeça todo o momento até chegar aqui. Eu não me lembrava daquele detalhe.

Ele sorriu torto enquanto caminhava até mim e eu percebi o significado de suas palavras.

PDV Carlie.

—Ness. – a chamei saindo pela porta.

Não me importei de interromper o beijo. Eu precisava dela.

—O que é? – perguntou impaciente, entretanto parou quando viu meu rosto. – Carlie, o que houve? – ela perguntou andando até mim. – É sobre o Employee?

—Ele... – eu não consegui terminar a frase.

Ela arfou.

—Ele está doente?

—Não. – minha voz saiu rouca.

—Ele... morreu?

Balancei a cabeça e ela me abraçou forte.

—Cavalo? – Jacob perguntou confuso.

—Sim. – Ness responde ainda no abraço. – Tínhamos dois cavalos. Tynson é a minha égua e o Employee era o dela.

Soluços escaparam de meus lábios quando mencionou seu nome.

—Sinto muito. – ela murmurou e eu assenti, me afastando um pouco. – Mas o que houve?

—Ainda não sabemos. Eles vão mandar um relatório assim que tirarem suas conclusões. Bom... – funguei me afastando dela. – Papai e mamãe chegarão logo. Avisei a eles sobre a situação.

Não consegui evitar de minha voz tremer no final.

—Tenho certeza de que eles virão o mais rápido possível para nos proteger. – ela falou com tanta certeza que me confortou.

—Eu acho que papai e mamãe vão surtar. Talvez eu tenha demonstrado muito medo pelo telefone...

Ela arregalou seus olhos.

—Não pude evitar! Estou com medo.

—Eu sei. Você tem o direito de ficar com medo. Eu também estou. Já não os basta terem feito aquilo...

Ela parou de repente, olhando para Jake como se só lembrasse dele naquele momento.

—O que quer dizer com isso? – Jake indagou, não deixando aquilo passar. – Tem algo que vocês nos deixaram de fora? Eles só não sequestraram vocês?

Por trás de seu tom autoritário, eu sabia que ele também estava com medo daquilo se repetir.

—Olha... não sabemos o que aconteceu. – Ness hesitou. Jake se atentava a cada palavra que sabia de seus lábios. – Quando nos capturaram, eu perdi a consciência várias vezes. Como se alguém tivesse me dado várias pancadas toda vez que eu acordava.

—Sim, comigo também. – confessei. – Acordamos num quarto horrível. Jogaram bolsas de sangue para nos alimentarmos.

Ele estremeceu, parecendo adivinhar.

—Eles não caçariam algum animal por vocês. – sussurrou, seus olhos brilhando em aflição.

—Exato. – concordei. – Ficamos lá por mais um tempo até que nos buscaram. E Aro apresentou seus novos membros. Lembra a garota da praia?

—Aquela que ficou te provocando sobre Seth?

—Exato. – repeti, respirando fundo, surpresa de não doer mais como antes. – Ela se tornou um deles.

Minha voz travou quando vi Seth sair da casa, sua feição numa mistura de assombro com incredulidade.

—O que ela tem de tão bom que fez Aro a querer?

A voz do meu namorado por um segundo fez meu coração tremer por sua reação. Pelo visto meus familiares não contaram tudo, talvez prevendo a provável chance de eles dois surtarem e vasculharem Nova York inteira para nos achar e checar se estávamos bem.

—Ela tem um poder bem interessante. – falei baixo, sentindo meu corpo tenso com as memórias. – Ela consegue mover uma pessoa sem ao menos tocar nela.

—Não me diga que... – Seth deixou sua frase morrer, incapaz de terminar.

—Sim.

—Aro deixou? – Jake perguntou, sua voz carregada de indignação.

—Ele não negou e nem autorizou, mas a infeliz achou a deixa para se aproveitar, e bem, Aro não iria interromper o showzinho, certo?

—Carlie tem sorte do fator cura acelerado. – Ness deixou escapar, e eu a fuzilei com o olhar, o que a mesma não notou. – Ossos não são rápidos de curar...

Sua voz morreu ao encontrar o meu olhar.

—Espere um minuto. – Seth interrompeu incrédulo. – Ninguém falou nada sobre isso! Você não falou sobre isso! Por que esconderam de mim?!

—Por causa disso! Eu não queria fazer disso um alarde, e eles sabiam disso. – resmunguei.

—Certo, certo. Vamos fazer a vontade dela e não fazer disso uma grande coisa. – Jake veio a minha salvação, e lhe mandei um olhar de agradecimento. – Contanto... que os segredos terminem aqui. Nada mais de esconder esses detalhes.

Ponderei por um segundo, e cheguei a conclusão de que aquilo era um pedido justo.

Voltamos para dentro, e Jake e Seth foram fazer um lanche para nós.

—Só cuidado para não queimar. – Renesmee zombou, ligando a televisão.

—Engraçadinha. – Seth comentou lá de dentro e rimos baixinho.

—Se vocês não queimarem nenhum hambúrguer, posso poupar meu dinheiro no futuro e contratar vocês como cozinheiros.

—Contrataria seu marido como empregado, Cullen?

Olhei boquiaberta para Ness, e tive certeza de não ouvir errado ao que ela me olhou segurando um gritinho silencioso na garganta.

—Está sugerindo me pedir em casamento, Clearwater? – minha voz saiu brincalhona, e acho que consegui conter o entusiasmo dentro de mim.

—Quando você tiver mais idade. – ele respondeu. – Gosto de viver.

Entendi imediatamente o que ele quis dizer, e isso me fez rir.

Ele tinha um ponto. Meu pai surtaria sore qualquer coisa relacionado a casamento e a gravidez.

—Também gosto de você vivo. – brinquei de volta.

Olhei de relance para o relógio, vendo que já eram quase oito horas. Eu tinha ficado de fazer comida, quando recebi a notícia sobre o meu cavalo.

Soltei um suspiro, meu coração se apertando ao lembrar que eu não cavalgaria mais nele.

Sem sentir a necessidade de explicações, me levantei e subi para o meu quarto. Me joguei na cama, tristonha.

Houve uma batida leve em minha porta. Logo em seguida meu namorado entrou com um prato com sanduíche e um copo com um líquido que identifiquei suco de laranja.

—Não estou com fome. – recusei, sentindo meu corpo querer rejeitar qualquer alimento.

—Amor... – ele segurou meu queixo com o dedo e me fez olhar em seus olhos. – Eu realmente lamento pelo seu cavalo, mas você precisa comer algo.

—Como você...? – perguntei, deixando minha frase morrer pela surpresa.

—Eu te conheço. – ele deu de ombros.

Houve outra batida na porta entreaberta. Imaginando que fosse Ness, mandei entrar.

Fiquei atônita ao ver Anne entrando. Ela correu para os meus braços, porém atrás dela entraram também Will, Joseph e Stefan.

—Anne, querida. – a abracei de volta, feliz de vê-la.

—Me perdoe por vir tão tarde, Srta. Cullen. Anne ficou sabendo do seu cavalo e não sossegou enquanto não falei que a traria aqui para te ver.

—Me chame apenas de Carlie. – murmurei, me sentindo incomodada com o tratamento formal repentino. Dei uma olhada de soslaio em Seth, e eu podia arriscar que seu humor mudou porque não gostou do meu tratamento a ele. – Não é nada de ruim, eu realmente senti sua falta, pequena!

—Will está me ajudando a andar na bicicleta sem as rodas. – contou empolgada. – Eu pedi a ele para me ajudar a andar de cavalo, só que ele disse que você é muito melhor do que ele. E eu vi mesmo no dia que vocês saíram lá de casa juntos. Mesmo o levando no mesmo cavalo, você fica um milhão de vezes mais graciosa que Will!

Tossi de leve, sentindo minhas bochechas esquentarem. Anne em sua inocência nunca entenderia que não é legal mencionar coisas sobre o ex na frente do atual, ainda mais revelar que já fui na casa dele. Em minha visão periférica eu pude ver o olhar de Seth queimar em mim, e William fechar os olhos com força, sem graça.

—Obrigada, querida. – falei, tentando aliviar a tensão ali no quarto.

—Anne não larga aquela Nerf que você deu a ela. – Stefan mudou de assunto, e eu fiquei internamente agradecida.

—Eu que sempre adorei as Nerfs, já estou enjoando por causa dessa baixinha. – Joseph continuou, e eu ri, a apertando de leve em meus braços.

PDV Renesmee.

Eu preferiria cantar ópera ao ficar na tensão daquele quarto. Cada palavra que Anne dizia, provavelmente era um tiro no ego de Seth. Muito improvável que Carlie tenha dito que foi conhecer a casa de William. Muito menos que os dois andaram a cavalo juntos.

—Carlie andou de cavalo junto com aquele mauricinho? – Jake questionou, incrédulo.

Revirei os olhos.

—Não é como se eles não tivessem ficado sério.

—Sim, mas... montado no cavalo, você fica um pouco mais íntimo da pessoa, não acha?

Fiquei sem palavras com aquilo. Claro que muda de pessoa para pessoa. Com o meu pai, ou meus tios seria diversão, zero malícia. Mas ao imaginar Jacob sentado atrás de mim no cavalo, ou eu sentada atrás dele e tendo que segurar em seu corpo para não cair, definitivamente mudava tudo.

Suspirei, resignada. Desisti de argumentar. Carlie tinha ficado numa saia justa.

As vozes se despedindo anunciaram que logo iam aparecer ali.

—Ei, Will. – sorri educada. Mesmo preferindo Seth como cunhado, William tratou minha irmã como uma princesa. Jamais o trataria com nada além de gentileza.

—Ei, Ness. – sorriu de volta. Jacob pigarreou, e somente eu percebi que o mesmo não gostou dele me chamando pelo apelido. – Lembra dos meus irmãos, Stefan e Joseph?

—Lembro sim. – acenei para eles, sorrindo sem graça. Eles herdaram uma beleza acima do comum para pessoas. – E você, gostou do notebook?

A menininha na mesma hora brilhou os olhos.

—É maravilhoso para fazer as pesquisas escolares!

Ri, feliz por ela.

—Vocês são namorados? – Joseph perguntou de forma direta.

—Somos. – respondi feliz, olhando para o moreno ao meu lado.

O irmão de Will sorriu um pouco, não parecendo satisfeito. Jake notou isso, e colocou o braço ao redor de minha cintura, me puxando para seu corpo.

—Vamos indo, então. – Will pigarreou, parecendo no limite do constrangimento. – Reservamos uma sessão no cinema, não queremos nos atrasar.

Nos despedimos, e voltei a me sentar no sofá com Jacob.

“Poxa, todas elas são comprometidas. A loira no caminho também é uma gatinha.”

“Nenhuma ganha da Carlie, ela é perfeita.”

“Você está de brincadeira? A irmã dela é uma perdição. Ruiva de cabelos longos...”

“Vocês são uns idiotas.”

A última voz foi obviamente do William, insatisfeito com seus irmãos deslumbrados.

—Já não basta os adolescentes cheios de hormônios na sua escola, agora também tem os irmãos do rival do Seth?

O ignorei e encostei a cabeça em seu peito quente, cutucando meu celular para achar algum delivery. Carlie com certeza perdeu o ânimo para cozinhar naquela noite.

—Esse cara é caidinho por você.

Dei de ombros, não dando muita importância a isso.  

—Ness?

—Hmm?

Como ele não falou nada, eu levantei a cabeça para olhá-lo. Seus dedos seguraram meu queixo e ele me beijou. Um segundo depois se aprofundou em minha boca, fazendo nossas línguas dançarem. Minha respiração acelerou, e eu agarrei seu cabelo, me recusando a deixa-lo se afastar um centímetro que fosse.

Sua mão pousou em minha coxa, me fazendo estremecer. Usei minha mão livre para adentrar sua camiseta, e me deliciei com os gominhos em seu abdome.

—O que foi isso? – sussurrei, me separando o suficiente para pegar ar.

—Isso o que?

—Esse beijo.

—Não posso mais beijar minha namorada?

—Não foi um simples beijo. – estreitei os olhos. – Não precisa ficar com ciúmes, sabe disso, né?

—Com ciúme? Quem ficou com ciúmes?

Ri alto, e isso o irritou.

Ele ia falar algo, mas meus lábios o impediram. Sem interromper o beijo, sentei-me em seu colo, colocando cada perna ao lado de seu corpo, de repente sentindo uma necessidade de sentir cada parte do seu corpo contra mim. Nossas línguas se encontraram, tornando o beijo mais saboroso do que já estava.

Eu já podia sentir sua intimidade contra a minha sem pudor, me fazendo perder parte da minha razão, e me apertei contra ele. No mesmo instante agarrou meu quadril e me prendeu ali, me fazendo segurar um gemido.

Não percebi em que momento começamos a nos movimentar, até que senti algo macio embaixo de mim que não era o sofá. Abri os olhos e fiz uma rápida investigação. Meu quarto, ok. Minha cama, ok. Minha porta trancada, ok. Conhecia o lado que a chave fica quando está destrancada, e eu podia apostar que estávamos em plena privacidade.

Ele desviou sua boca para beijar todo o meu pescoço. Sua língua era quente na minha pele. Estremeci quando sua mão contornou minha cinturam e foi para a minha coxa, me fixando contra si mesmo. Voltou para a cintura e parou ali. Um arrepio atravessou meu estomago quando sua mão levantou minha blusa ali, deixando uma parte da minha pele exposta. Minhas mãos foram espontaneamente para a sua cintura, onde estava a barra de sua camiseta. Agarrei ali e a puxei, revelando seu corpo malhado sensual.

Eu rolei para cima dele, querendo tomar o controle da situação por um momento. O fato de estar seminu me atiçava mais. Parei o beijo por um instante, me apoiando em sua barriga definida e observei a mesma. Era impossível não se distrair com aquela visão.

—É incrível como você não consegue disfarçar que é louca por mim. – Jacob disse sorrindo e se sentou, sem mudar nossas posições. Aproximou nossos rostos, deixando milímetros de separação, e segurou meu quadril, me trazendo para mais perto.

Seu dedo indicador foi parar no primeiro botão da minha camisa, me fazendo ter um espasmo a cada botão que era arrancado do tecido.

Ao que não restavam mais botões segurando a peça de roupa, meu busto coberto pelo sutiã foi revelado. Seus olhos pousaram ali, desejo transbordando por eles.

—É incrível como você também não consegue disfarçar que é louco por mim. – devolvi a frase, com um sorriso malicioso na boca.

—E nem quero. – ele falou mordendo o lábio inferior, iniciou uma trilha de beijos pelos meus seios. – Você é perfeita, garota.

Joguei a cabeça para trás, em êxtase com seus beijos, mordidas e lambidas naquela região, e que naturalmente enviavam sinais para outra região minha.

—Ness, amor. – sua voz se tornou séria de repente, e seu olhar para mim foi de lamento. – Não podemos continuar. Não tenho...

—Eu tenho preservativo. – o cortei, saindo do seu colo e caminhando em direção a minha bolsa escolar. Com pressa, rasguei o embrulho transparente e peguei a camisinha. – Ganhei na escola. – expliquei rapidamente enquanto abria o pequeno saquinho.

Fiz um sinal para que se levantasse, e tirasse sua roupa. Sem perder contato visual, abriu o botão e o zíper de sua calça, e a retirou, revelando uma cueca box branca. Seu tecido era ligeiramente revelador. Óbvio que dava para notar o volume ali, mas havia uma grande diferença entre um tecido branco fino e um tecido preto escuro. Eu podia ver com nitidez o contorno de seu membro.

Logo o tecido que restava também foi retirado, e eu engasguei.

—Você quer parar por aqui?

Sua voz rouca me tirou do transe. Percebi que fiquei paralisada olhando para baixo.

Neguei com a cabeça.

—Quer que eu coloque?

Olhei para o preservativo em minhas mãos e me recusei a me acovardar.

Sem dizer nada, empurrei seu peito, de modo que voltou a ficar sentado na cama. Coloquei um joelho no colchão ao seu lado, segurei a camisinha do jeito certo e posicionei. Comecei a desenrolar. Na segunda vez que passei a mão, ele já estava ofegante jogando a cabeça para trás.

Eu não estava muito diferente dele. Minha respiração estava vergonhosamente alterada, sentindo seu membro na palma da minha mão. Cada vez que eu esticava o látex, eu envolvia minha mão ali por completo, e sentia sua forma robusta e pulsante.

—Você está deixando o jogo desigual.

O olhei confusa. E só entendi quando se ajoelhou e abaixou meu short e minha roupa íntima de forma provocativa. Seu rosto acompanhando suas mãos, distribuindo beijos desde o meu quadril até o meu joelho. Ao que minhas roupas foram tiradas, seus lábios roçaram o caminho de volta para cima, e passaram em minha intimidade, me arrancando um gemido.

Se levantou, beijando meu pescoço, e seus dedos procuraram o fecho do meu sutiã. Assim que acharam, eu fiquei nua.

Agarrou minha silhueta, me levantando e me levando para a cama.

PDV Carlie

—Eu tenho que estudar. – falei após um momento em silêncio. Suspirei ao que ele não pronunciou nada. – Seth, o que houve?

—Como você ainda pergunta? Esse cara aparece aqui no meio da noite para te ver, e ainda tem a coragem de usar a irmã pequena como desculpa.

—Ele não queria vir. – afirmei, me lembrando de seu constrangimento. – Anne é uma criança muito querida. Ela não sabe o que pode significar William vir me visitar depois de...

Me interrompi, o observando.

—Olha, Seth. Eu já te dei provas o suficiente de que a pessoa que eu quero estar está bem na minha frente. Você sabe que ficamos juntos por um tempo, e sabe que no momento que te vi, terminei com ele porque só existe você em minha cabeça. Mas se você ainda sente que não te amo...

—Ei, ei, ei. – entrou na minha frente quando tentei passar. – Calma, moça. Não fique assim, por favor. Entenda uma coisa; eu te amo e confio em você. Isso não significa que eu preciso gostar de ver seu ex a menos de um quilômetro de você.

As palavras ficaram presas em minha garganta.

—Eu sei do seu caráter. Sei que me escolheu, e enquanto me quiser irá ficar comigo. Não fico pensando no “e se”. Mas não quer dizer não existe ciúme dentro de mim.

Engoli seco, muda.

—Acho que entendi. – consegui arrancar dos meus lábios. – Se é só isso, preciso mesmo estudar.

—Eu te ajudo. Eu era um bom aluno. – sorriu orgulhoso.

Ri, indo trancar a porta e janela. Não queria nenhum barulho externo interferindo na minha concentração.

Contei meia hora de estudo antes de a nossa conversa tomar outro rumo que não era o estudo. Ficamos em pernas de índio de frente para o outro.

—Então você quer um dia construir sua casa em La Push?

—Não. – me corrigiu como se eu tivesse falado alguma besteira. – Eu quero construir a nossa casa em La Push.

Tendo certeza que corei, tentei prosseguir sem gaguejar.

—Como você imagina ela? – murmurei, tímida.

—Eu imagino uma casa de dois andares, e com três suítes.

—Três?

—Sim. Uma para nós dois, e os outros para os nossos filhos. Com certeza eles vão querer privacidade.

—Teremos dois? – sorri de canto, me sentindo uma boba ao ouvi-lo falar do nosso futuro.

—Uma menina e um menino. – sorriu de volta. Pegou a minha mão e começou a brincar com os meus dedos. – Sei que casando com uma Cullen, não seria o certo ter uma casa muito simples. É óbvio que nossos filhos serão mimados pela riqueza da sua família. Bom, também quero que você tenha o seu escritório para se ocupar com o que quiser, e um closet grande o bastante para o seu gosto. Uma varanda para a gente relax-

Sua frase foi cortada pelos meus lábios. Tive que beijá-lo, ou meu coração ia explodir de alegria. Pude dizer com certeza que fui muito intensa de repente, porque demorou um instante para ele ter alguma reação.

Respirou fundo e cortou o beijo, ofegante.

—Você quer me fazer ter um infarto. – murmurou, sua voz rouca incrivelmente sexy aos meus ouvidos.

Entretanto suas mãos me afastaram um pouco.

—O que houve? – perguntei sorrindo de lado. – Eu não mordo.

—Hã, eu... – gaguejou encarando minha boca, seus lábios entreabertos.

—A não ser – o cortei, levando meu rosto para o seu pescoço. – que você queira. É só pedir. – terminei a frase num sussurro, rocando meus dentes em sua pele sensível.

Chupei fraco seu pescoço, sentindo-o estremecer em meus braços.

—Carlie...

—Eu tenho outra pergunta. – disparei antes que eu perdesse a coragem.

Olhou nos meus olhos, e eu entendi como um incentivo para continuar. Seus lindos globos escuros me olhavam com paixão e desejo, fazendo uma mistura de timidez e excitação rugissem dentro de mim.

Com cuidado, levei a minha mão para o meio de suas pernas. Um prazer me atravessou com tudo ao senti-lo totalmente ali.

—Você já ficou excitado pensando em mim?

Seu rosto tomou uma cor de vermelho, apesar disso me respondeu.

—Sim. – falou com dificuldade, e eu engoli seco.

—Quantas vezes?

—Perdi as contas.

Respondeu sem pensar duas vezes, me deixando surpresa. Isso sem dúvidas inflou o meu ego.

—Você já se tocou pensando em mim?

—Ahh, Carlie. – fechou os olhos ao que movimentei minha mão. – Você não tem ideia do efeito que tem sobre mim para me fazer essas perguntas bobas.

—Não acho bobas. – encolhi meus ombros. – Quero dizer, meus pais devem me achar uma crianç-

—Droga!

Como se tivesse sido eletrocutado, se afastou de mim.

—Seus pais, Carlie. – arregalou os olhos, indo para outro canto da cama e cobrindo a cintura com meu edredom. – Se eles imaginarem isso, se suspeitarem...

Suspirei frustrada, chegando perto do meu corpo. Puxei o cobertor para longe, e me sentei em seu colo, os joelhos em volta de sua silhueta. Eu podia ouvir seu coração acelerado além da conta, e os primeiros vestígios de suor aparecerem em sua testa.

—Seth Clearwater, você acabou de me dizer que já ficou excitado e se tocou pensando em mim, não acho que sou mais o que meus pais dizem de mim.

Segurei seus pulsos, trazendo suas mãos para pousarem em meus ombros. As trouxe devagar para baixo, passeando pela minha clavícula, meus seios, descendo mais pela minha cintura, passando pela minha bunda e parando nas minhas coxas cobertas pelo fino tecido da legging.

—Quantas vezes você se satisfez só de pensar em mim? – insisti, tentando me manter firme ao que suas mãos me agarraram e me colaram contra sua intimidade.

—Algumas. – engoliu seco. – Quando você voltou da ilha, você... você chegou tão desenvolvida. Foi diferente te ver pessoalmente. Eu me apaixonei por você na hora, o imprinting soube que já era o tempo certo.

Me esforcei para ignorar a umidade em minha roupa íntima para ouvi-lo.

—O dia que você dormiu lá em casa, quando alisou o cabelo. – rosnou, agarrando minha nuca e beijando meu pescoço. – Porra, Carlie, eu só queria te colocar contra a parede e te beijar a noite inteira.

—Hmm. – murmurei, já perdendo a capacidade de formar alguma frase. Eu pude me observar no espelho de corpo inteiro de Sue, e gostei do que eu vi. Só não imaginava que o meu crush havia ficado desse jeito com o nosso pequeno momento.

—Aquele dia que fui te fazer companhia quando seus pais foram caçar. – continuou, seus beijos descendo pelo meu tórax. – Ficou tão perto de eu te beijar, mesmo eu me perguntando se você só congelou porque não queria me magoar, uma parte de mim acreditou que você também queria. E foi isso que pensei a noite inteira em casa. No seu corpo tão perto de mim, seus lábios por um triz de tocarem nos meus...

Tentei respirar normal, visando que seus beijos estavam indo cada vez mais para baixo.

—O dia que fomos no cinema, que eu quase te beijei. Não sei o que deu em mim naquele dia. O nosso primeiro beijo, e porra, você de biquini em La Push, garota...

Sorri ao que parou de falar, sugerindo o resto.

—E você... já se tocou alguma vez?

—Não. – falei, e pigarreei ao que minha voz falhou. – Não tenho muita privacidade. O mais perto que já tive, foi no carro.

Me senti um pouco culpada ao lembrar do momento íntimo que tive com William. Ali certamente ultrapassou um pouco de onde Seth e eu havíamos chegado.

—O que foi? Ficou desconfortável com a minha pergunta? – e se afastou para me enviar um sorriso fofo. – Ficou tensa de repente. Não precisa responder se não quiser, ok?

Tentei sorrir de volta, mas por dentro eu estava procurando uma forma de esclarecer sobre o que eu falei, ou por outro lado iria ficar uma mentira.

—Eu só... – parei para engolir. – Acho que me precipitei ao falar que meu momento mais íntimo foi no carro.

—Em qual momento foi então? – riu, tocando a ponta do meu nariz. – Não me lembro de outro momento... não foi quando seu pai te liberou do castigo. – franziu a testa, confuso.

Neguei com a cabeça.

As palavras travaram em minha garganta, e eu fui incapaz de continuar. Seu olhar tão lindo e feliz sobre mim me fez perder a coragem.

Até que finalmente uma onda de compreensão atravessou seu olhar, e seu sorriso foi sumindo aos poucos.

—Naquele dia que caiu o pacote de preservativo da sua bolsa, você me falou que não tinha usado. Você não-

—Não! – exclamei, confirmando. Fiquei contente ao que não vi nenhuma sombra de dúvida em seu olhar. – Eu ainda sou virgem. É que...

—Pode me contar. – me encorajou, segurando meu rosto com suas mãos quentes e aconchegantes. – Vou gostar do que vou ouvir? Eu deixaria calado Paul me zoar por um mês inteiro se a resposta for sim. Mas você deixou claro para mim quando terminou que deveríamos seguir em frente, encontrar novas pessoas.

Sua voz me enviou a confiança que eu precisava para ser honesta.

—Eu deixei ele me tocar uma vez. – sussurrei, brincando com a gola de sua roupa. – Eu não sabia o que sentia por ele. Talvez no fundo estivesse sentindo sua falta, e deixei acontecer por um breve instante.

—Entendi.

Criei coragem para olhar em seus olhos, e vi o ciúme queimando neles. Todavia, seu rosto transmitia calma e compreensão. Nunca pensei que sentimentos tão opostos pudessem estampar a face de alguém assim.

—Estou começando a me sentir obrigado a te fazer ter um momento íntimo inesquecível, para compensar as vezes que você não teve privacidade.

Um suspiro meio gemido escapou dos meus lábios, meu corpo inteiro se atiçando só de pensar em tirar nossas roupas para sentir aquele volume dentro de mim.

—Eu te desafio. – soltei e sorri.

—Desafio aceito.

E tomou meus lábios num beijo faminto.

Praticamente me pendurei em seu colo, desesperada por cada vez mais contato naquela região. Eu nunca tive tanta certeza na minha vida que Seth era a pessoa certa. Eu o queria de todas as formas, e com certeza ele também me queria.

—Um momento. – pedi quando algo começou a me incomodar. – Eu já te perdoei pelo o que aconteceu, mas eu ainda não faço ideia de como aquelas fotos foram tiradas.

—Tem razão. – concordou em meio a um suspiro. – Eu devia ter esclarecido totalmente já há um tempo. Desde que cheguei, na verdade. No dia que Claire e Quil chegaram, eu tinha feito uma ronda mais cedo. Assim que cheguei em casa, minha mãe pediu para eu ir ao mercado. Falamos ao telefone, você me deu a dica da manteiga. Inclusive minha mãe disse que amou o caldo verde.

Sorri com vergonha, e murmurei um agradecimento.

—Enfim, ao sair do mercado, vi Tifanny ali. Parecia esperar por alguém. Tentei passar despercebido, mas ela me notou e veio me importunar. Talvez ela não tenha gostado de que eu a ignorei e te defendi, e ela teve a audácia de afirmar que é melhor que você. – revirou os olhos com tanto desprezo, que eu me forcei a não rir. – E eu caí igual um patinho, porque me virei para falar algumas verdades, mas ela... colou em mim. Eu fiquei sem reação, não esperava por aquilo.

Respirou fundo outra vez antes de continuar.

—Deve ter sido o timing perfeito para quem tirou as fotos.

—Quem será que tirou?

—Alguma daquelas garotas que a seguem?

Dei de ombros, não descartando a possibilidade.

—Eu te prometo, Carlie Cullen, que eu jamais cometerei o erro de esconder algo de você assim. Por mais que eu ache que vai te machucar, vou deixar você decidir o que fazer com a informação.

Assenti, sentindo um peso que eu nem sabia que estava em mim sendo tirado. Abracei seu pescoço, aliviada.

—Eu te amo, Seth.

—Eu te amo, Carlie.

Sua voz em meu ouvido mandou um arrepio pelo meu corpo. Um lembrete de que eu ainda estava colada em seu corpo, nossas intimidades se tocando descaradamente. Seus beijos desceram outra vez da minha orelha, até chegar na gola da minha roupa. Suas mãos firmes seguraram a barra e puxaram o pano para cima, o passando pela minha cabeça.

—Droga de pano. – grunhiu, e começou a rasgar minha calça.

—Espere. – o parei, sem querer o assustando. – Não está justo.

Assim como fez comigo, tirei seu suéter.

—Ainda não está justo. – apontou para o meu sutiã.

Ri de sua fala sem vergonha.

—Vamos igualando aos poucos. – sugeri, passando a mão em seu peitoral musculoso.

—Parece perfeito.

E tomou meus lábios nos seus.

Sem que eu percebesse, minha legging realmente foi rasgada, e sua bermuda havia sido jogada em um canto qualquer. Eu sentia que poderia enlouquecer a qualquer momento, e comecei a rebolar em seu colo, esfregando nossas intimidades.

—Eu consigo te sentir molhada. – disse em voz baixa, segurando meu quadril. – Eu aposto como vai ser fácil entrar em você...

Não contive o gemido que escapou por entre meus lábios, suas palavras colocando imagens em meu cérebro.

Abraçou meu corpo, me levantando sem se afastar e me colocou deitada na cama.

—Eu vou te perguntar uma última vez; você tem certeza de que quer seguir?

Olhei em seus olhos transbordando de desejo.

—Tenho certeza.

Bastou essas palavras. Seu corpo pressionou o meu contra o colchão, e eu arqueei meu corpo, silenciosamente implorando por mais e mais. Sua mão traçou todo o caminho desde o meu pescoço até a área abaixo do meu umbigo, enquanto sua boca fazia seu trabalho no meu lóbulo da orelha.

—Você é tão quente. – cochichou em meu ouvido, tocando meu ponto com a digital do dedo. Gemi em resposta. – Não, não. – me impediu ao que puxei sua mão para mais baixo. – Outra coisa que vai aí.

Mordi o lábio, incapaz de achar algo coerente para falar.

Após pegar o preservativo em minha bolsa e o colocar, voltou para cima de mim.

Seu olhar tinha uma mistura de calmaria com desejo, e eu tinha certeza de que essa seria uma noite inesquecível.

...

Tive uma sensação muito boa de beijo em meu pescoço e meus ombros. Até que realizei que estava sendo acordada assim.

—Hmmm. – murmurei quase ronronando. – Assim vou ficar mal acostumada.

Virei-me com um sorriso.

—Carlie. – o sorriso em seu rosto desapareceu e o meu também, já que fiquei assustada. Ele esticou a mão para limpar algo em meus olhos. – Eu fiz algo errado? Você está dolorida? M-me desculpe, eu não queria...

—Shhhhh.— pousei meus dedos contra seus lábios. – Estou perfeitamente bem. Devo ter lacrimejado de sono.

Ele suspirou aliviado.

—Eu fiz seu café da manhã. – ele declarou.

Espreguicei-me e me sentei, observando a comida na bandeja.

—Estou exausta. – murmurei.

—Eu também. – ele falou. – A noite de ontem foi perfeita.

—Foi. – concordei tímida.

Ele se inclinou para beijar meus lábios.

—Acho que você iria gostar de saber que seus tios já voltaram.

Congelei na mordida que dei na torrada.

—Não estão aqui agora. Mas o cheiro deles está pela casa.

Tomei uma respiração devagar, tentando assimilar o fato de que meus tios vampiros com o olfato super apurado chegaram em casa logo após eu fazer amor com um lobo.

—Vamos torcer para que eles não tenham percebido nada. – falei, parecia convencer a mim mesma. – Tomamos banho logo depois, e-e abrimos a janela também.

—Acho que estamos a salvo. – sorriu e beijou rápido minha boca.

Ao terminar de comer, fui tomar um banho rápido. Assim que enrolei a tolha em meu corpo, ouvi meu celular tocar. Saí rapidamente para atender. Quando olhei do identificador, fiquei com medo de atender. Eu sei que ele não podia ler minha mente, muito menos pelo telefone para saber o que aconteceu, então atendi no sétimo toque.

—Al...

—Por que demorou tanto para atender? – a voz do meu pai estava raivosa e impaciente.

—Desculpe-me. Eu estava no banho. Acabei de sair.

Me xinguei por quase gaguejar.

—Como está por aí?

—Estão todos bem.

—E você? Está melhor?

—Não. – sussurrei.

—Querida, eu juro que quando estivermos aí, vamos resolver tudo isso e...

—Não, pai. – o interrompi. – Não é por conta dos Volturi. – me surpreendi comigo mesma quando falei o nome sem estremecer, hesitar ou algo do tipo. – É o Employee.

—O que houve com ele? – sua voz era solidária.

—Ele morreu. – sussurrei com a voz engasgada.

—Oh, querida. Eu sinto muito mesmo.

—A equipe veio buscar ele ontem. Ficaram de enviar o motivo da morte.

—Irei investigar isso. E se tem algo a ver com negligência.

Entendi imediatamente o que suas palavras se referiam.

—Não, papai, William cuidou muito bem deles.

—Ainda assim irei investigar. Não pago um salário ruim para que ele tenha deixado algo passar.

—Claro. – concordei, sabendo que Will era inocente. – De qualquer forma, por que ainda não chegaram?

—O voo atrasou por conta da neve de Nova York.

—Já está nevando? – perguntei sorrindo.

—Olhe pela janela.

Fui até a janela no meu quarto, afastei a cortina e olhei maravilhada a neve enquanto ela caia.

—É tão lindo! – murmurei fascinada, o fazendo rir. – Mas espere, ainda estão no Brasil?

—Não, estamos fazendo nossa conexão.

—Entendi. Papai... Seth e eu voltamos. Eu não consegui ver ele aqui, e não fazer nada, não sentir nada. Eu o perdoei, e ele esclareceu o que aconteceu naquele dia.

—Meu anjo, eu sei que você sabe o que é melhor para você, ok? Então, se você acha que deve ficar com ele...

—Eu tenho certeza disso. – garanti.

—Se você tem certeza, eu te apoio. Então, vá em frente e fique com ele. Droga, não acredito que estou colocando minha filha nas mãos de um cachorro.

Ri alto, identificando sua implicância. Eu gostei do seu tom incentivador, e da confiança que ele estava depositando em mim.

Antes que ele falasse algo mais, ouvi uma voz abafada no fundo.

—Ah, graças a Deus. Eles liberaram o voo. Eu já vou indo, ok querida?

—Tá bom, papai. Vejo você daqui a pouco. Beijos. – e desliguei.

—Estou com medo de seu pai. – me sobressaltei ao ouvir a voz súbita de Seth no quarto.

—Ele não precisa saber. – coloquei os braços ao redor de seu pescoço.

—Uma hora ele vai saber.

—Acabei de falar com ele no telefone. Ele nos deu sua benção.

—Sim. Para beijos e mãos aonde ele possa ver.

Ri, sabendo da verdade de suas palavras.

—Ei. – ele segurou meu braço quando me virei. – Você viu? Está nevando lá fora. – e apontou para a janela.

—Eu vi. – sorri. – Vamos brincar lá fora?

—Vamos. – ele concordou imediatamente.

Sorri.

Peguei a minha roupa e entrei no banheiro. Eu tinha um vestido marrom de lã, uma meia-calça e botas junto a um cachecol.

—Linda. – ele suspirou quando me viu saindo do banheiro.

—Vai se trocar logo. – o apressei.

—Sim, senhora. – me deu um beijo na bochecha e se foi.

—Peça para Jake ou Embry ir com você. – pediu de algum lugar da casa.

Sem problemas, coloquei as palavras em sua cabeça.

Saí do meu quarto e me dirigi para baixo.

—Quem quer ir lá fora fazer boneco de neve? – gritei pulando os últimos sete degraus.

Fiquei confusa ao ver Renesmee caindo do sofá com um grito.

—Você está bem? – Jacob perguntou a ajudando a se levantar.

—Claro que está. – respondi antes dela. – Então?

—Então o que? – ele perguntou confuso se sentando de volta no sofá e colocando-a em seu colo.

—Lá fora. Neve. Boneco. Nós três.

—Está nevando? – ela perguntou olhando lá fora fascinada. Eu me perguntei se era assim que eu ficava quando via a neve. – Vamos lá, Jake? – se virou sorridente para Jake.

—Vamos lá. – ele concordou rapidamente.

—Hã... – hesitei. – Não se esqueçam de que Will ainda trabalha aqui. Vistam-se de maneira decente.

Ela fez careta para mim.

—Pijama é apropriado para dormir. – ela revidou.

—Mas não para brincar na neve.

Ela pegou um travesseiro e jogou com força em mim.

—Ah! – soltei um grito agudo quando acertou em cheio minha cara. – Chata! – devolvi o travesseiro, e só não acertou porque ela se desviou no último segundo.

—Me ajuda a escolher minha roupa?

—Vamos lá. – falei indo até ela e pegando sua mão para puxá-la escada a cima sem ter tempo para falar com Jacob. – Você. – apontei para ele quando chegamos ao topo da primeira escada. – Se arrumar. Agora. – ordenei e disparei para o quarto de Renesmee.

Após ela se vestir lindamente, fomos para o quarto da Mendy. Ela estava dormindo com Nick, e o chuveiro de seu banheiro estava ligado. Com certeza Embry.

Fui acordar Nick, e Ness foi chamar nossa prima.

—Nick. – sussurrei. – Nick. Acorda, flor.

Ela abriu seus pequenos olhinhos sonolentos para me olhar.

—Vamos brincar lá fora? Está nevando! – exclamei aos sussurros.

—Nevando? – seus olhos se fecharam espontaneamente.

—Todos nós vamos para fora e você vai ficar sozinha. – avisei, e a mesma se levantou preguiçosa. Esticou seus pequenos braços em minha direção, e eu a peguei no colo. – Prometo que vai ser divertido.

Arrumei-a, a deixando estilosa com um conjunto de inverno, uma touca e cachecol.

Ao chegar lá fora, de alguma forma eu era a última a chegar.

—Vamos fazer uma competição. – Renesmee gritou. – Vamos nos separar em grupos.

No meu ficaram Seth, Mensy e eu. No da Renesmee ficaram ela, Jacob e Embry. Nick quis ficar comigo, mas ficou contente quando dissemos que ela iria dizer quem fez melhor.

—O que vamos fazer? – Mayra perguntou se ajoelhando com a gente na neve.

Olhei para Seth, o esperando sugerir algo.

—O que vocês quiserem está ótimo. – ele deu de ombros.

—Vamos logo, senão vamos perder. – Nick resmungou do meu lado.

—Quem tiver o melhor é o vencedor e não quem for o mais rápido. – expliquei. Ela estreitou os olhos enquanto olhava para a neve, pensativa. – Que tal o tradicional boneco de neve? – sugeri.

—Tradicional demais. – Mendy discordou e eu ri.

—Que tal um lobo? – sugeri.

—Não vale roubar nossa ideia. – Renesmee gritou sorrindo.

—Não se distraia! – Nick me repreendeu e sorri encolhendo os ombros.

Ela nasceu para liderar. Ri com pensamento. Tomamos horas do nosso dia fazendo os bonecos. Mas logo depois rolou uma discussão de quem era o melhor boneco de neve e começou uma guerra de bola de neve.

—Jacob! – gritei quando ele acertou neve no meu rosto.

Ele riu antes de eu me abaixar para fazer uma bola, mas quando agucei minha audição, ouvi som de carros se aproximando. Automaticamente minha mão soltou a neve imperfeita e a ouvi cair no chão. Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu vi quem estava dentro do táxi.

—Saudades, né? – Seth perguntou ao pé do meu ouvido colocando os braços ao redor de minha cintura por trás de mim.

Assenti sem confiar em minha voz. Os assisti sair do carro para pegar sua mala. Meu pai, como o cavalheiro que é, se encarregou de pegar a maioria. Quando o táxi se foi, eles vieram em nossa direção. Só vi que estava indo até eles quando não senti os braços de Seth. Apertei meu passo até estar em seus braços.

—Senti falta de vocês. – sussurrei entre soluços.

—Nós também. – Papai falou.

—Mamãe! Papai! – Renesmee gritou e um segundo depois, também estava ao nosso encontro. Acho que a saudade da mamãe venceu sua raiva.

...

Tudo mundo tinha entrado. Papai falou que tio Emmett e tia Rosalie chegariam logo. Vovô e vovó demorariam mais porque foi difícil reservar um voo por conta da neve.

—E então? – mamãe puxou assunto. – Como foi ficar sozinhos? O que fizeram?

—A gente fez uma festa muito legal. – Nick esticou a palavra.

Fiquei tensa de imediato, me esquecendo da inocência da pequenina.


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