A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 38
Aparição surpresa pt 1 (E) pt 2 (E)


Notas iniciais do capítulo

Vou postar a parte dois nesse mesmo capítulo, fiquem atentos!



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Eu não estava acreditando no que estava vendo. Esfreguei meus olhos para ver se era o sono voltando ou algum tipo de alucinação.

Mas não era.

Seth e Carlie estavam no maior amasso na cozinha! Agora estava óbvio que estavam distraídos um com o outro para ouvir qualquer um entrando.

Coloquei a mão num meio soco na boca decidindo se eu interrompia ou via até onde isso iria.

Eu interrompo ou não?, coloquei essas palavras na cabeça de Jacob.

Jake me olhou incrédulo, e pelo seu olhar não queria ver um sextape da minha irmã com Seth.

—Você é muito má.— só consegui ver seus lábios se mexendo.

Ele pigarreou, fazendo os dois se separarem na hora.

PDV Carlie.

O melhor beijo até agora. Melhor que o primeiro, melhor do que o do carro. Não porque os outros tinham sido ruins. Mas o desejo arrebatador veio como um tsunami após tantos sentimentos conflituosos que se foram. A sincronia perfeita. A vontade estava ali como nunca antes, fazendo meu corpo se incendiar por dentro. Desci minha mão tímida, arrastando os dedos por seu abdome nu. Impaciente, puxei sua roupa, fazendo os botões saltarem dali.

Brinquei com a barra de sua calça, identificando o tecido grosso do início da cueca. Sua barriga se contraiu com o meu toque, e foi com prazer que senti sua mão pairar sobre a barra do meu short, ameaçando afastar o tecido de mim. Cada célula minha implorava para eu ir além.

Um pigarro nos pegou completamente desprevenidos. Paramos o beijo, mas ele se manteve colado em mim, já que não seria algo decente de exibir.

—Estão aí há quanto tempo? – indaguei indignada, vendo Jacob se dobrar de rir, se esforçando para não gargalhar alto. – Sério, Ness? Você não faz nada? – perguntei mal humorada, a vendo estática ao lado dele.

Ela deu de ombros como se não tivesse o que fazer.

—O que fazem aqui? – rolei os olhos, contendo minha vontade de descer do balcão e chutar o traseiro do meu cunhado. Seth riu de meu tom e me deu um beijo na bochecha, me abraçando. Eu podia o sentir mais “calmo”, mas ainda precisava de um tempo a mais, por isso o grudei em mim.

—Vamos caçar. Querem ir? – Jacob perguntou se recuperando.

—Sério? Mesmo amanhã tendo aula?

—A ideia foi dela. – ele se defendeu, apontando para minha irmã.

—Estou com insônia. – ela deu de ombros.

—Vai acabar dormindo na aula. – avisei. – E estamos sem nenhum adulto por perto para resolver problema na escola pessoalmente.

—Ótimo. – Jacob exclamou aliviado. – Amanhã quando vocês chegarem da escola nós vamos.

—Não dá. – ela respondeu, pelo seu tom parecia uma discussão recorrente. – Vou à casa do Stefan.

A olhei surpresa, meu coração disparou ao que meu cérebro conectou imediatamente a situação com William. Senti Seth me encarar, mas fingi não reparar.

—Carlie. – Jake gemeu. – Não dá para irmos caçar agora?

—Não, sinto muito. Não podemos chamar atenção. E isso certamente vai acontecer se Renesmee for repreendida. O melhor é irmos dormir, ou tentar descansar.

Ela revirou os olhos.

—Tem razão. Vamos lá, então.

—Não ia dar para eu ir caçar, de qualquer jeito. – dei de ombros. – Torci meu pé.

—Como? – perguntou Jacob.

—Caí da escada.

—Você se machucou? – minha irmã me perguntou, preocupada.

—Foi só uma torção. E um galo. – apontei para a cabeça. – Vou ficar bem logo.

—Quer ficar em casa amanhã? – ela perguntou, prestativa.

—Talvez. Eu pensei nisso. Se eu não estiver melhor, eu fico em casa. Seth cuida de mim.

Ele sorriu e me deu mais um beijo em meu rosto, confirmando minha versão.

—Finalmente vocês se acertaram. – ela reclamou, mas havia um brilho em seus olhos. Estava feliz em nos ver juntos novamente.

—Finalmente. – concordei baixinho me encostando em seu corpo.

—Vamos dormir, então. – Jacob deu a palavra final da conversa.

—Podem ir, a gente vai depois. Acho que vou beber água.

—Sei. Beber água. – ele maliciou e saiu dali com a sua namorada.

Um silêncio se fez após isso.

—Carlie, se você ainda sente alguma coisa por ele...

O calei com meus dedos em seus lábios. Peguei uma respiração lenta, me preparando para me abrir.

—Sinceramente está recente meu término com ele. – comecei, sem coragem de olhar em seus olhos, comecei mexer na gola de sua roupa. – Eu... desenvolvi alguma coisa por ele. Mas foi fraco. Tão fraco que se quebrou no momento que te vi entrar por aquela porta.

Levantei o olhar, pronta para encarar a raiva de seus globos oculares. Mas ali só tinha... compreensão.

—Só é estranho ouvir sobre ele. Parece que o que tivemos faz tanto tempo.

—Entendi. Só quero que saiba que respeito o que decidir. Mesmo que seja não estar comigo.

Sorri, meu cérebro o achando terrivelmente fofo.

—Eu sei.

—Você realmente quer beber água? – Seth perguntou, se focando nas palavras de Jacob.

—Quero sim. – confirmei, o fazendo fazer um beicinho. Estiquei-me para poder sussurrar em seu ouvido. – Mas não é apenas isso que eu quero.

Mordeu o lábio com minhas palavras. Ele se esticou para pegar o copo no armário acima da minha cabeça, como eu havia falando para ele. Enquanto ele fazia isso, coloquei os braços ao redor de seu pescoço, e beijei ali mesmo. Dei-lhe espaço quando ele já estava com o copo na mão. Se dirigiu até a geladeira e pegou a garrafa de água, enchendo o copo. Guardou-a de volta e veio até mim.

—Obrigada. – agradeci e peguei, bebendo o líquido refrescante. Mas seu olhar me deixou desconfortável. – O que foi? – parei quando a água estava na metade do copo.

—Você é linda. – ele falou simplesmente.

Envergonhada, terminei de beber o resto da água e deixei o copo em qualquer lugar dali.

—Vamos subir? – sugeriu vendo meu embaraço. – Estou realmente ficando com sono.

—Sei. Sono.

—Está pegando o senso de humor do Jake? – Seth arqueou uma sobrancelha.

Dei de ombros.

—Nem pensar. – me parou com as mãos quando tentei me colocar no chão. – Você ainda não está em condições de andar. Vem cá.

Esticou seus braços e me pegou no colo. Eu não gostava de parecer fraca, mas ele gostava de cuidar de mim, e eu adorava essa atenção que recebo.

—Não. – protestei quando ele estendeu a mão para a maçaneta do quarto da Nessie, onde estavam dormindo todas as garotas. – Quero passar a noite com você.

Ele sorriu e selou nossos lábios. Carregou-me até o meu quarto. Levou seu pé para empurrar a porta para que ela abrisse, e quando estava lá dentro já, chutou a porta, fazendo-a fechar. Levou-me até a cama e me deitou delicadamente na mesma.

—Quer que eu ligue para seu avô para perguntar o que é preciso fazer? – ele perguntou docemente. Mas estava angustiado.

—Não. – quase o cortei. Imaginei a comoção que seria de vovô, e papai, e todos voltando preocupados.

Ele se deitou ao meu lado, e involuntariamente derrubou a minha mochila que estava na cama. Levantou-se rapidamente e começou a recolher as coisas. Ignorei seus protestos e fui ajudá-lo. Paralisei ao perceber o que ele viu.

—Carlie... – ele falou indignado. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar.

—Seth, não é nada disso...

Parei de falar quando ele balançou a cabeça como não, e guardou a camisinha de qualquer jeito.

—O que você faz ou o que deixa de fazer não é problema meu.

Fiquei sem reação por alguns segundos. Eu podia imaginar facilmente o que se passava em sua mente: William. Com certeza Seth pensava que eu tinha transado com o meu ex.

—Seth, olha para mim. Olha para mim.

Segurei seu queixo com os dedos, trazendo seu rosto relutante para olhar em meus olhos.

—Eles deram aula de sexologia na escola. Distribuíram um pacotinho desse para todos. Não percebeu que está num saquinho com um laço? Quem compra camisinha num saquinho assim?

Seu rosto suavizou, e depois aparentou uma profunda culpa e vergonha.

—Me desculpe por ser tão estúpido e tirar conclusões precipitadas...

—Sinceramente eu também pensaria isso de você. – sussurrei, nada orgulhosa disso.

Ele sorriu meu sorriso torto favorito e me deu um selinho.

—Sério, não precisa me ajudar, senhora Teimosa. – guardou a bolsa num canto e me carregou mais uma vez para o meu colchão.

Se livrou de sua camiseta e veio se deitar ao meu lado. Por um instante me esqueci de respirar. Olhar o corpo seminu do meu namorado lobisomem era um pedacinho do céu.

—Eu prometo que nada nesse mundo, nunca mais, nos separará.

—Você não sabe o quanto é bom ouvir isso.

Ficou mexendo no meu cabelo até eu adormecer.

...

No dia seguinte, eu fiquei em casa, e Seth não saia do meu lado por nada, apenas para ir ao banheiro e fazer comida para mim. Também não fiquei entediada, já que os lobos estavam ali. Quil, Embry, Jake e Collin revezavam fazendo massagens em mim (ordens do Seth). Brady era o único que não se atrevia chegar a menos de um metro de distância.

As aulas se passavam normalmente. Seth e Jacob passaram a nos levar e nos buscar todos os dias. Eles não queriam demonstrar que sentiam ciúmes. Ness e eu conhecemos um garoto chamado Derek. Ele parecia legal e não mostrou nenhum interesse romântico por nós. Achei isso legal, e Ness e eu ficamos muito a vontade de conversar com ele. Jacob mesmo assim não deixou seu ciúme de lado. Seth parecia estar bem com isso.

Derek havia me chamado no corredor da escola.

—Ei, Carlie.

Virei-me com um sorriso no rosto. De todos os garotos da escola, ele era o mais legal. Na verdade, todos eram, e esse era o problema. Eram legais de mais da conta. Queriam nos impressionar. Derek não.

—Aquele seu namorado protetor está por aqui?

Eu percebia que ele tinha medo de Jacob e Seth. Não era para menos. Dois caras altos que davam uma de guarda-costas.

—Não... eu acho que não. – respondi incerta. Ontem Seth e Jacob estavam nos observando lá de fora enquanto comíamos.

Talvez não fosse cem por cento ciúme. Talvez estivesse vigiando para caso Tifanny ou algum dos Volturi nos pegar desprevenidas.

—Por quê?

—Você vai querer ir para o refeitório comigo?

—Claro. Iremos nos juntar à Mendy e Claire também. Só vamos esperar minha irmã. Já era para ela ter saído...

Nesse momento, uma porta foi aberta e vários alunos saíram, atolando mais ainda o corredor.

—Não estamos nessa escola nem uma semana e não gosto dessa professora. – Renesmee grunhiu, parando ao meu lado. – Ei, Derek.

—Ei, Ness.

Compramos o lanche e nos direcionamos para a mesa onde elas duas estavam a postos.

—Ei, Cullens. – um cara me parou. Mais precisamente eu e minha irmã. O reconheci de imediato. Tyler, do time de futebol. Esbanjava arrogância em sua jaqueta com o logotipo do time da escola. – Não querem se sentar aqui? Tem apenas duas cadeiras. – ele olhou para Derek com desdém ao dizer aquilo.

Olhei para o local que ele apontou, vendo que na verdade haviam quatro assentos. Ele claramente só quis deixar enfatizado de que Derek não era bem vindo ali.

—Não, não queremos. – Ness devolveu sem se preocupar em ser educada.

Fiquei particularmente ofendida pelo modo que ele tratou Derek.

—Estamos muito bem, obrigada. – me forcei a ser pacífica, pois a última coisa que eu queria era chamar atenção.

Passamos por ele, Renesmee e Derek na minha frente.

—Ei, não vá assim...

Aconteceu tudo tão rápido que eu mal entendi. Senti sua mão segurar meu braço. Não foi forte, entretanto a ousadia daquele toque acendeu uma chama de raiva em mim.

Assustada, o observei cair no chão, as mãos cobrindo o rosto. Levei dois segundos para perceber que aquilo foi causado pelo meu punho.

Pisquei, atônita. Eu havia socado aquele humano idiota.

Droga!

—Você-você é louca. – ele chorou.

—Você segurou meu braço! – me indignei. Lamentei ao ver meu lanche no chão, já que larguei a bandeja ao realizar meu movimento pouco pacífico.— Ofendeu meu amigo, e ainda me fez estragar meu lanche.

Os amigos dele correram para levantá-lo pelo braço e rumaram refeitório afora.

Não podemos chamar atenção. Renesmee pensou sarcástica para mim. Lhe direcionei um olhar azedo, mesmo que tivesse entendido seu tom provocativo.

—Carlie, não precisava fazer aquilo por mim. – Derek sibilou ao que rumamos nossos passos para a mesa.

Todos me olhavam como se eu tivesse duas cabeças.

—Ninguém nunca fez aquilo com ele. – Jonathan falou impressionado, sentado ao lado de Mendy.

—Ele é um idiota. – resmunguei, me repreendendo no interno por me descontrolar dessa forma. Eu poderia ter afundado o rosto dele sem querer. – Vai pensar duas vezes antes de mexer com Derek.

—Obrigado, ninguém nunca fez isso pela gente. – Lucas me abraçou. Mexi-me, inquieta, e ele afrouxou seu aperto, e depois se afastou, sem ser afetado. Claire que estava perto dele segurou um riso com o meu desconforto.

—Não foi nada, apenas não gosto que mexam com meus amigos.

—Você, com certeza, vai receber uma detenção por isso. – Nessie destacou, nada feliz enviando mensagens de algumas pessoas no refeitório nos olhando de esguelha.

...

—Que história foi aquela, Sra. Cullen?

—A culpa foi dele. – expliquei a diretora. Agora eu talvez estivesse ferrada.

Ok. Tirando o “talvez”.

—O que ele fez para você?

—Assédio!

—Mas ele é bonito, por que você fez aquilo?

Além do motivo óbvio, eu tenho um namorado lobisomem que pode acabar com ele num piscar de olhos.

—Além do assédio? Eu tenho namorado. – falei, vendo em seu olhar que não gostou do meu tom sarcástico na pergunta retórica. – E também ele ofendeu os meus amigos.

Ela negou com a cabeça, parecia familiarizada com a situação.

—Bem a cara dele. Mas você, mocinha. Temos regras! Temos tolerância zero com agressão.

—E com assédio também, espero. – cruzei os braços, a desafiando.

—Sendo assim, vou ter que chamar os pais do senhor Cooper... e o senhor e senhora Cullen.

Gelei. O que eu mais temi e briguei para não acontecer estava acontecendo ali na minha frente, por minha causa.

—Eles estão em viagem de negócios. – lhe informei, tentando parecer confiante.

—Puxa. – ela recuou com a cabeça impressionada. – Adolescentes em casa, sozinhos.

—Esse é o meu último ano escolar, acredito ser apta para aguentar poucos dias sem meus pais. – retruquei, já ficando impaciente.

—De qualquer jeito, deixaremos um recado aos seus pais notificando o... incidente. Eles terão de comparecer o mais rápido possível.

No mesmo instante tocou o sinal. Me apressei para levantar da cadeira.

—Como falei, temos tolerância zero com violência. Vai pegar uma detenção.

A fitei, incrédula. Isso iria arruinar minha tarde de caça com Ness, Jake e Seth.

—Eu vou ser punida por me defender? – questionei, descrente.

—Pode ter certeza de que iremos achar uma punição para o senhor Cooper igualmente. Mas quanto você, duas horas de detenção pós aula.

—Eu tenho natação e futebol. – apontei, fazendo o meu melhor olhar pidão. Mas ela já estava com a cara enfiada em sua pasta.

—É a minha palavra final, Cullen. Terei o relatório dos alunos que participaram da detenção logo em seguida.

—Sim, senhora.

Franzi os lábios frustrada e saí dali.

—E? – Derek me perguntou.

—Peguei detenção. – revirei os olhos. – Eu tinha planos. – rangi os dentes de raiva.

—Quer que eu vá também? – ele tentou ser prestativo.

—Você não fez nada de errado. – falei confusa.

Olhou ao redor, parecendo procurar algo. Bem ao seu lado estava o alarme de incêndio, e seus olhos pararam ali. Sua mão levantou a tampa e ele apertou o botão vermelho.

—Ficou maluco? – perguntei chocada.

Todos os alunos saíram de todas as salas e começaram a correr pelo corredor, fazendo ali se tornar uma bagunça.

—O que houve? – Renesmee perguntou ofegante vindo para nós.

—Derek é maluco. – sibilei, a encarando. – Estou em detenção e ele não quis me deixar sozinha.

—Quem fez isso? – a diretora praticamente berrou saindo de sua sala. Seus olhos desconfiados voaram diretamente para nós três.

O que aumentou sua suspeita foi porque nos petrificamos diante de seu olhar.

Ela desativou o alarme, pegou o apito do cordão amarrado em seu pescoço e o assoprou. O barulho foi tão alto que nós três tivemos que cobrir os ouvidos. Mas funcionou num instante. Todos os alunos pararam de correr e se viraram para o som.

—Quem. Foi. Que. Acionou. O. Alarme. De. Incêndio? – ela perguntou pausadamente. – Se ninguém responder, todos ficarão depois da escola!

Os alunos começaram a reclamar da injustiça.

—Fui eu. – Renesmee falou dando um passo à frente.

—Você? – ela perguntou pasma. As vozes pararam de repente quando minha irmã de manifestou.

—Não. – Derek deu um passo à frente também. – Fui eu.

—Fui eu! – falei os imitando.

—Fui eu!

—Fui eu!

—Fui eu!

—Chega! – ela gritou. – Os três de detenção agora! – ela gritou a última palavra. Sem perder nem mais um minuto, fomos com passos apressados.

—Não precisavam ter feito aquilo. – murmurei enquanto entrávamos na sala. Estava vazia. Com certeza todos haviam saído por causa do alarme.

—Está tudo bem. – Derek comentou. – Não ia te deixar nessa sozinha.

—Nem eu. – Renesmee concordou.

—Jacob e Seth vão ficar loucos porque vamos demorar. – suspirei.

—Ah, nem me fale. – Renesmee bufou. – Não acho que eles são tão ciumentos. Apenas protetores.

—E ciumentos. – acrescentei.

Derek riu de nós.

—O que a gente vai fazer em duas horas?

—Além de sentar e calar a boca, nada. – diretora falou entrando na sala. – O senhor Brown vai ficar aqui. Alguma dúvida?

Devido ao silêncio, ela se despediu com poucas palavras e saiu.

Ótimo! Não podia fazer absolutamente nada a não ser se sentar e ficar de boca fechada. Eu só esperava que Seth e Jacob não ficassem preocupados com a nossa demora. Tinha medo de eles saírem revirando os corredores dali, e assustassem alguém. A proteção deles estava acima do normal, e eu sabia que havia algo errado. Eu descobriria mais cedo ou mais tarde. De qualquer forma, eles nos buscavam e nos levavam todos os dias.

Derrotada, peguei meu caderno e caneta, e tentei me concentrar nas anotações para o teste.

Suspirei, olhando para as letras e números sem conseguir memoriza-los. Honestamente não estava no clima de estudar. O lugar dos meus estudos eram o meu quarto, ou a biblioteca de casa. Ali eu estava por causa de uma situação estressante.

Eu não sabia como deveria me sentir em relação ao assédio. Não me senti verdadeiramente violada, só ofendida. Entretanto isso não apagava que tinha sido assédio. E eu deixaria claro que gostaria que as medidas certas fossem tomadas, para que ele não intimidasse alguma garota que fosse tímida o suficiente para não conseguir revidar.

—Algum problema, Cullen?

Levantei o olhar, surpresa do meu sobrenome romper o silêncio profundo.

—Hã... acho que preciso ir ao banheiro. – comentei após pensar rápido.

Me dispensou com a mão, e eu não hesitei em levantar.

Devo ter me mexido tanto na cadeira que acabei chamando sua atenção.

Reparei em alguns alunos ali, contando comigo, Ness e Derek, não davam nem dez pessoas naquela sala.

Apressei meus passos para fora dali e andei depressa pelo corredor.

—Au! – exclamei ao esbarrar em alguém.

A pessoa caiu no chão ao se desiquilibrar.

—Oh, meu Deus, me perdoe! – pedi indo ajudar, e congelei ao notar quem era. – Ei, o que faz aqui?

—Vim pegar meu álbum do anuário. – Will respondeu, um tanto chocado.

—Não sabia que tinha estudado aqui. – comentei surpresa. Me liguei de que ele ainda estava no chão e ofereci minha mão.

—Eu tinha uma bolsa, e concluí meus estudos nessa escola. – se explicou. Seu olhar caminhou pelo meu corpo, e pareceu gostar de me ver com o uniforme. – Agora está explicado, jogadora. Seu porte físico engana. Você é magra, mas tem bastante força.

—Eu sou magra? – arqueei uma sobrancelha, curiosa.

—Bem, você não é magra, magra. Quero dizer, você é magra... – fechou os olhos e respirou fundo antes de voltar a dizer: - Você é linda, Carlie Cullen. Nem posso dizer que você tem o corpo de uma modelo porque modelos geralmente são muito magras. Mas você tem... o perfil perfeito. Tem curvas, na medida certa.

Eu estava paralisada com suas palavras. Não sabia que William ainda podia ser tão sincero em suas palavras mesmo após nosso término.

—Você treina, não treina? – perguntou para romper o silêncio ao ver meu embaraço. – Você manda muito bem para alguém que só joga ocasionalmente, jogadora.

—Eu treino as vezes.

Não era mentira. Eu jogava de tudo com minha família, só não era um treino. Era por diversão. Eles jamais me fariam jogar algo que eu não gostasse.

—É evidente que sim.

Eu não queria admitir que ele estava um tanto sexy. Sentia que meus pensamentos eram impuros ao tomar esse rumo, especialmente por estar namorando.

Ele refletiu o meu sorriso. Seus olhos eram encantadores.

De repente me lembrei do primeiro dia que reparei nas cores de seus olhos, e perdi uma batida do meu coração.

—Agora deu para matar aula para ficar de conversa fiada? – pulei ao ouvir a voz.

—Seth? Eu não... Vi você.

—Eu sei.

—Não estou matando aula...

—Vou deixá-los conversar – William me interrompeu. – Tenho que ir para casa cuidar de Anne.

—Diga que eu mandei um beijo. – pedi.

—Ela vai adorar. – sorriu sincero antes de seu olhar voar duro para Seth. Apesar disso, suas próximas palavras foram direcionadas a mim. – Nos vemos por aí, jogadora.

Sorri acanhada, sabendo que realmente o veria no terreno de minha casa. Afinal, trabalhava lá.

O assisti ir pelo corredor.

—Vem cá; você ainda gosta dele? – achei uma graça o seu tom enciumado.

Esclareci tudo a ele há algum tempo na cozinha, entretanto meu pequeno encontro com o meu ex despertou uma desconfiança em meu namorado outra vez.

—Quer parar com essa besteira? – o repreendi, desviando do assunto. Eu não podia confessar ali que ainda tinha uma quedinha por ele. – Não estou matando aula para falar com ele. – revirei os olhos. – Ele é um ótimo amigo, mas não quero chamar atenção com ações indisciplinares.

Quase parei de falar quando o vi estreitar os olhos ao me ouvir elogiar William, mas ignorei.

—Estou de detenção por quebrar o nariz de um idiota.

Sua feição ficou de repente divertida. Vi que ele ia falar algo, mas não foi rápido o bastante.

—Não quer atenção com ações indisciplinares? – provocou Jake rindo.

—Ele segurou meu braço e quando eu vi, ele já estava no chão chorando feito um bebê.

—E a sua irmã? – Seth perguntou.

—Detenção. Mendy e Claire já foram?

—Embry e Quil estão assistindo à aula de vôlei.

—Ness também está em detenção? – Jake não deixou passar batido.

—Derek, ela e eu estamos. Longa história. Os três em encrenca.

—Derek está com vocês? – Jake perguntou entredentes.

O olhei exasperada.

—Longa. História. – repeti frustrada. – Eu preciso usar o banheiro antes de voltar. Por favor, nos esperem igual pessoas normais no estacionamento.

Entrei no banheiro antes de dar a eles a chance de falarem alguma coisa. Eu sabia que eles estariam ali quando eu saísse de qualquer forma.

Após usar o banheiro, lavei as mãos e respirei fundo. Sabia que teria de encarar Seth mais cedo ou mais tarde. Porém se eu não me apressasse de volta para a sala, o professor ficaria desconfiado.

—Vejo vocês mais tarde. – mal saí e já fui o mais rápido possível para a sala antes que eles me parassem.

Voltei ao meu assento, frustrada por ter que ficar ali. Minha garganta já estava irritada, e eu tinha a vontade de pigarrear para passar. Mas eu sabia que além de não passar, só chamaria a atenção para o meu comportamento bizarro.

—Acabou a detenção, pessoal.

Me surpreendi ao ouvir a voz do professor.

—Ainda faltam vinte e cinco minutos. – murmurei confusa.

—Tudo bem. Se quiserem ficar, não tem problema.

Pulei da cadeira, fadada a não me prolongar ali mais. Peguei meus pertences, esperei por Ness e Derek e saímos rapidamente.

—Seth! – o chamei quando o avistei.

—Oi. – ele falou sorrindo e me abraçou.

—Até mais, Ness, Carlie. – Derek se despediu, já afastado.

—Até mais, Der. – sorri abertamente em sua direção, tentando o deixar confortável.

—Tchau, Derek. – Ness se despediu antes de ele sair quase correndo.

—E então, vão nos contar o que está acontecendo? – puxei assunto.

—Talvez quando chegar em casa. – Jacob respondeu. – Mendy e Claire já estão em casa.

—Talvez seja uma boa ideia mandar os outros de volta. – comentei, atraindo seus olhares confusos. – Ness, me perdoe, eu sei que isso vai fazê-los ficarem mais protetores, mas é preciso dizer, porque estou insegura.

—Ei, Cullen. – ouvi meu nome ser chamado. Virei-me porque não era a voz do Tyler.

Pensando bem nisso, ele provavelmente não falaria comigo por pelo menos uma semana depois do incidente. Não sabia quais medidas a escola tomaria pelo ocorrido, mas eu tinha certeza de que ele só falaria comigo se fosse obrigado. O fato principal disso foi porque eu feri seu orgulho.

Mas o que me chamou era desconhecido ao longe. Sua voz era artificial, como se tivesse sido modificada de propósito. Um belo cachecol marrom pousava ao redor de seu pescoço. Também usava um chapéu estilo vintage, o deixando charmoso, apesar de também ter óculos de sol.

Sobretudo o que entrou em minhas narinas confirmou algo imediatamente que meus olhos não puderam fazer.

Adrian.

 

Pt 2

 

Apertei a mão de Seth sem nunca tirar os olhos daquele vampiro traiçoeiro. Nunca consegui digerir o fato de que ele planejara aquele esbarrão nela. Como conseguiu driblar suas emoções do meu tio tempo suficiente para o deixar de mãos atadas ao que o sol atingiu um ponto da rua que tornou impossível meu tio chegar até mim. Claro que se o vampiro me atacasse, tio Jazz não deixaria e usaria sua velocidade, mesmo com os humanos presentes. Eu sabia que sua cautela era bem pensada.

Seth me olhou confuso. Ele estava em Forks quando fui sequestrada por esse vampiro. Não sabia do seu cheiro. Não sabia de sua aparência porque nunca mostrei. O assunto pareceu não ter mais tanta importância, já que “esclarecemos” tudo lá em Volterra.

—Vamos dar o fora daqui. – sussurrei engasgada.

Sem explicar mais nada, peguei meu capacete, a chave da minha moto, só esperei Seth colocar o seu, o carro de Ness dar a partida e também arranquei dali com o meu namorado na garupa. Eu sabia que ir a 110km não diminuiria as minhas chances de um “acidente” se Adrian quisesse que eu o sofresse. Todavia não resisti ao que fui mais fundo no acelerador, passando o carro de minha irmã. Pelo retrovisor, assisti por um momento o Porsche ficar para trás.

Seth não se atreveu a dizer uma única palavra. Só se agarrou firme em minha silhueta e me deixou dirigir.

Eu me amaldiçoei por minha inteligência. Quis um pouco de ignorância naquele minuto. Quis não ter que saber que ele estava ali por mim. Para me vigiar. Por causa de Tifanny? Aro?

Para “quem” era o de menos.

Tinha um vampiro na nossa cola.

E tínhamos humanos para proteger. Mendy, Claire, e até Nick. No minuto que tia Alice soubesse, ela surtaria. E ela não podia prever o futuro de sua filha, já que envolvia Ness e eu.

Ao avistar o terreno de casa ao longe, diminui consideravelmente a velocidade e estacionei.

Ignorei a chamada pelo meu nome. Tirei o capacete, puxei a chave da ignição e adentrei a casa. Corri para o meu quarto e bati a porta. Ao chegar ao banheiro, tirei minha roupa, ficando apenas com a camiseta social branca. Abri a torneira e joguei água no rosto e nuca, procurando focar na situação. Eu sentia meu batimento cardíaco que estava longe de ser saudável para um humano, mas para mim ainda assim estava num nível preocupante de estresse.

—Carlie!

Suspirei. Sabia que teria que enfrenta-lo logo.

—Queria nos matar? – Seth adentrou ali como um furacão, e parou ao me analisar por um momento. – Wow! Eu-eu sinto muito, não sabia...

—Está tudo bem. – o tranquilizei. Apesar de toda aquela situação, gostei de seu olhar para as minhas pernas nuas. Parou por um momento me observando, seu rosto vermelho de quente.

Passei por ele com a intenção de ir para o meu closet, entretanto sua mão segurou o meu braço, me virando em sua direção.

—Sério, Carlie. Você não é de dirigir de forma irresponsável. O que te levou a isso?

Seu coração também estava acelerado, eu só não sabia se era devido a adrenalina de cinco minutos atrás ou o ar ali de me ver seminua.

Tentei ignorar sua respiração perto de mim, apesar da distância segura para uma conversa.

Eu tentava ignorar pelos últimos dias que eu o queria. Além de beijos. A voz do meu pai aconselhando esperar sempre aparecia e me desencorajava a arrancar minha própria roupa, desde que estávamos dormindo na mesma cama. Por conta disso, eu sempre tinha que trocar a roupa íntima antes de dormir.

A porta foi aberta num impasse outra vez, revelando Jake e Ness.

—A gente estava apostando corrida? – ele rosnou, insatisfeito com minha atitude. Seth se postou a minha frente, me escondendo.

Ignorei isso. Jake era como um irmão, e só tinha olhos para Renesmee. Se eu aparecesse nua em sua frente, ele com certeza só me cobriria.

—Carlie. – respirou fundo antes de prosseguir. – O bando captou um cheiro diferente aos arredores. Não é nosso território, ou melhor; nem sabemos se aqui é o território de alguém. Sei que o fedor é de um sanguessuga, e sua reação só provou que você o conhece. – fiquei surpresa com a sua atitude. Era sempre tão irritantemente exigente quando queria algo e ficava sem paciência. Mas ali estava Jacob Black, se mostrando calmo.

Suspirei, rendida.

—Posso ao menos trocar de roupa? – indaguei, e fui sem esperar por uma resposta.

Vesti um short e uma regata, ansiosa para me sentir livre mesmo estando tão próximo a chegada da neve. Minha família prometeu que aqui eu poderia ser eu mesma, mas dentro de casa. Lá fora somente quando Will não estivesse por perto.

—Adrian. – falei entrando no quarto. Jacob andava de um lado para o outro, Seth batia o pé, impaciente. Mesmo que não demonstrasse tanto quanto o amigo, eu sabia que esperava logo uma resposta minha. Minha irmã estava jogada em minha cama, já sabia a resposta que eu lhes daria.

Lancei um olhar curioso em sua direção. Ela fora sequestrada comigo, sabia quem era o vampiro. Por que não contou a Jake?

—Você explica melhor. – ela sorriu amarelo ao notar meu olhar.

Jacob parou de andar ao que pisei ali.

—Um Volturi. – acrescentei.

—O que? – eles dois exclamaram ao mesmo tempo.

—Como?

—Quando?

Por quê?

—Nos sequestrou. Não foi a primeira vez que o vi. Quando papai me proibiu de ver Seth, eu saí um dia para comprar sorvete com tio Jazz. Ele afirmou que esbarrou em mim sem querer. Algo impossível considerando que se tratava de um frio.

Os dois lobos ali estremeceram, tanto pelo fato de ter um vampiro espião, quanto pelo fato de ter estado tão próximo de mim que poderia ter me matado simplesmente.

—Isso tem a ver com Tiffany. – afirmei, minha voz tremeu. – Ela me quer morta.

—Só por cima do meu cadáver. – Seth rosnou.

—Ela não vai passar por nós. – garantiu Jake.

—Como vocês podem garantir a minha segurança? – perguntei alterada. – Ela tem o poder de mover as pessoas.

—Nós já lidamos com sanguessugas difíceis antes. – Jake cruzou os braços, confiante.

—Esses dias eu também me senti vigiada. No dia que eu caí da escada.

—Não falou nada de novo. – Jacob revirou os olhos.

—Por que não me contou quando te achei? – perguntou Seth delicado.

—Achei que era coisa da minha cabeça. – suspirei, chateada comigo mesma. – Temos que mandar Claire de volta. – sussurrei. – Ela estará mais segura em La Push. Tifanny quer a mim, não tem motivo de ir para Forks comigo aqui.

—Vou conversar com eles, e cuidar das passagens. – Nessie se prontificou, vendo como eu estava sem reação.

Talvez o nosso tempo em Nova York seria mais curto do que eu pensei. De início eu não estive realmente empolgada porque eu sentia falta de Seth, e era para ele ter vindo comigo. O fato de eu ter o deixado apenas abriu um buraco em meu peito.

Agora era diferente. Eu gostava de sair com ele após a escola, conhecer os lugares, ter jantares românticos. O fato de ter um Volturi à espreita cancelava tudo isso. Tínhamos que nos unir e ficar todos juntos para caso haja um ataque surpresa.

—Precisamos checar a área. – Jacob sugeriu, interrompendo meus pensamentos. Seth assentiu.

Ele se virou para mim e segurou minhas mãos.

—Eu volto o mais rápido possível. – prometeu.

—Se cuida. Por favor. – pedi num sussurro. Não conseguia falar mais alto que isso. Seus lábios selaram sua promessa com um beijo em minha testa.

Encostei-me a parede, me sentindo em choque. Sem forças, escorreguei até o chão. Nunca tive tanto medo na minha vida depois da vinda dos Volturi quando éramos pequenas. E eu odiava a sensação de déjà vu passando em mim.

PDV Jacob.

—Eu nunca vou me perdoar se algo acontecer com ela. – Seth murmurou conforme descíamos as escadas.

—Relaxa, cara. – tentei o confortar. Mas não tem muito o que passar para ele, sendo que nem mesmo eu me sentia confiante. – Vamos protegê-las.

Me olhou, concordando com minha afirmação.

Não era uma opção. A vida de Renesmee valia mais do que a minha.

—Collin, Brady, Embry, vamos fazer uma checagem pelo perímetro novamente. Quil, Leah, vocês ficam caso haja algum imprevisto.

—Ok. – a voz de Brady tremeu. Eu sabia que ele ainda tinha medo de Seth se tornar instável e acabar com a sua raça.

Eu não fazia tanta objeção. Talvez isso o ensinasse a não mexer com uma garota alvo do imprinting de um lobo. De um irmão. Ou melhor, de seu melhor amigo.

—Levamos Leah. – Seth discordou, sua voz ácida.

Nunca o vira daquele jeito. Era algo que eu jamais diria em voz alta, porém Seth me assustou. Algo raro de se ver: o garoto irritado daquela forma.

—Não podemos. – discordei a contragosto. Me solidarizava com o sentimento dele, entretanto Leah era uma das mais implacáveis dos bandos. Eu a queria ali para proteger Renesmee. – Precisamos dela aqui com as meninas.

Ele revirou os olhos, e não disse nada. Era um claro sinal de que sabia o que ocorria, e mesmo assim não gostava da ideia. Sobretudo proteção de nossas imprintings era mais importante que a raiva dele.

—Já consegui as passagens. – Renesmee falou aparecendo no alto da escada. – Comprei as passagens para Collin, Brady, Leah, Quil, Claire, Embry e Mendy. Vocês partirão muito em breve.

—Eu não vou voltar para Forks. – a loira apareceu logo atrás da minha ruiva, indignada. Embry ao seu lado não parecia nada feliz. Eu podia apostar um milhão de dólares que ele tentou a persuadir a ir embora, e a mesma se negou. – Eu faço parte dessa família e eu quero ficar.

—Mendy, tente entender. – insisti. – Se trata de sua segurança. Apenas por isso estamos mandando os outros de volta a La Push. Você precisa ir também. Até a Leah que sabe se cuidar está voltando.

A mesma balançou a cabeça, afirmando a minha falsa versão. Não mencionei que ela queria ir apenas para proteger Jayden.

—Eu não vou a lugar nenhum. – ela cerrou seus dentes.

—Tudo bem. – inclinei a cabeça para o lado fingindo não me importar. – Fique aqui para os vampiros virem aqui e te sequestrarem para a Itália.

—Sempre quis ir à Itália.

—Não vai ser um passeio muito divertido.

—Pelo menos vou ter o prazer de conhecê-la.

Suspirei. Ela até parecia parte da família de verdade. Sua teimosia a fazia parecer Bella.

—Tudo bem. Mendy e Embry ficam.

Eu sabia que por ela ficar, Embry também ficaria. Não era algo que precisava de uma confirmação verbal.

Ela sorriu satisfeita.

—Vamos logo. – Seth falou. – Estou ficando muito aflito.

Concordei, e após checar que o empregado estava muito ocupado no estábulo, corremos para a floresta.

PDV Carlie.

Ainda eram seis e meia quanto eles voltaram. Não pude deixar de soltar um suspiro de alívio ao ver meu namorado inteiro.

—Ei, eu não tive muitas oportunidades de experimentar suas delícias culinárias. – ele sugeriu, com os braços em minha volta.

Os outros estavam arrumando seus pertences, já que partiriam ainda naquele dia. Com isso, Seth e eu tínhamos a privacidade da cozinha, uma vez que eu era a única que preparava refeições decentes para todos.

—Irei preparar uma refeição. – ri de sua frase sugestiva. – Estou pensando em fazer chochoyotes.

—Não faço ideia do que é, mas só de sair dos seus lábios já imagino o quão delicioso é.

Eu percebi o flerte num leve tom descontraído que ele usou, portanto não deixou de causar outro efeito em mim. Eu podia jurar que minhas bochechas esquentaram de tanta vergonha.

—Você é bobo. – murmurei sem jeito.

—Ahh, Cullen, só você me deixa assim. – sussurrou, me inebriando com seu hálito quente. Fechei os olhos, cada célula dentro do meu corpo queria seus lábios em mim. Queriam suas mãos em meu corpo, nós dois colados um no outro.

Sua boca devorava a minha, faminta. Parecia que não nos beijávamos há muito tempo. Enroscou sua mão em minha cintura, me trazendo para si. Arfei ao sentir sua definição, me fazendo sentir vontade de tirar sua roupa apenas para acariciar aquela região.

“Arrãn”

Nos separamos abruptamente, surpresos. Eu não tinha ouvido ninguém, e Seth pelo visto também não. Depois realizei que estávamos tão absortos um no outro que nossos sentidos aguçados estavam desligados.

—Will? – indaguei, surpresa. Ele nunca entrava na casa.

—Desculpe, não quis atrapalhar. – falou de uma forma formal, e eu odiei aquilo. Odiei também perceber que aquela postura era para mascarar o quão o machucou presenciar aquela cena.

—Imagina. Aconteceu alguma coisa?

—Hã... – piscou, se recordando de algo. – Seu cavalo. Ele está estranho.

Dei um passo a frente, ansiosa por ouvir mais.

—Eu já chamei alguém, mas podem não chegar a tempo.

Não o esperei falar mais nada. Corri para o estábulo. Ao ver minha intenção de ir até lá, me acompanhou.


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