A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 25
Elástico (E)


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Passando para avisar que estou viajando, e postando pelo meu celular, portanto fica ruim de editar na caixinha do site. Espero que esteja claro os pensamentos das meninas, quando eu revisei fiquei satisfeita. Enfim, beijocas!



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Acordei com os raios solares em meu rosto. Gemi, imaginando o quão cedo era, pois estava tudo silencioso ali.
Suspirei, me levantando. Um cheiro maravilhoso encheu minhas narinas. Me dirigi até a cozinha, vovó e papai ali, andando como borrões.
—Bom dia, meu amor. – ele me deu um beijo, e vovó também. – Por que dormiu no sofá?
—Quis jogar. – falei, dando de ombros. Me sentei na cadeira, os assistindo. – Acabei adormecendo.
Agradeci pelo café, e comecei a comer.
—Eu estava conversando com sua mãe, e decidimos que seus estudos têm de continuar. – ele falou, sentando ao meu lado. A colher com iogurte parou na metade do caminho para a minha boca. – Em alguns dias, começarão em uma escola daqui, até decidirmos para onde iremos.
Supliquei-lhe com os olhos.
—Você tem que finalizar seu ano escolar, meu amor. – ele se desculpou. – Não se preocupe, estarão todas juntas.
—Emily deixou Claire ficar? – indaguei, sem esperar por isso.
—Deixou. – sorriu de lado. – Ela é uma tia muito liberal.
Isso não desfez minha carranca.
—O Bugatti está aí para isso.
A felicidade me atravessou com força.
—Combinado.
Eles riram de mim.
—Como eu me vendo fácil. – lamentei.
—Bom, você não teria muita escolha, de qualquer jeito. – meu pai apontou. – Quanto mais novos começarmos em um lugar, por mais tempo ficaremos lá.
Assenti, compreendendo. De verdade, era muito ruim se mudar por causa da aparência congelada dos Cullen. Quando voltamos do Brasil, não pudemos sair muito, e vovô já estava em outro hospital longe para trabalhar. Ficar em Forks não era uma opção.
Do nada os olhos do meu pai foram atraídos para o meu pulso. Estavam com marcas fracas do elástico. Eu meio que puxei ele várias vezes enquanto jogava na madrugada.
—Foi de uma embalagem de doce, achei fofo e deixei no pulso. – me expliquei.
Tentei esconder minha mão, mas ele a segurou e virou meu pulso para cima. Levantou uma sobrancelha, me questionando silenciosamente.
—Fiquei distraída. – puxei minha mão, incomodada ao perceber que minha vó também prestava atenção.
Para o meu alívio, um dos lobos entrou na cozinha.
—Bom dia. – Brady cumprimentou entrando na cozinha.
Após ele tomar café, o convidei para passear lá fora.
—Então, você e o empregado da fazenda, uh?
Meu olhar voou para ele, surpreso.
—Seth mandou você me perguntar? – falei azeda, parando de andar.
Ele recuou com o meu tom, parecendo chateado.
—Eu não sou um espião, estou apenas conversando com uma amiga.
Respirei fundo, me sentindo tola.
—Me desculpe. – pedi, com remorso. – Só que parece que todos esperam uma resposta de mim. Me perguntam se estou com William, falam que apoiam se eu esquecer Seth, nem eu sei o que eu quero!
Ele me abraçou, e voltamos a caminhar. Mantive o braço em sua cintura, e ele ao redor de meus ombros.
—Eu imagino como você deve se sentir. Não deve ser fácil. Mas, hey, não estou aqui para te dar conselhos. Claro, se você quiser eu dou. Mas eu só queria conversar contigo.
Sorri.
—Você... – hesitei, nem eu mesma sabia se queria esse assunto mesmo. – Acha que Seth me trairia? Por favor, diga o que você acha, não o que eu quero ouvir.
Ele pensou por um momento, me deixando apreensiva. Chegamos num balanço que meu pai construiu para Ness e eu.
—Não, não acho. – soltou por fim. Um alívio me bateu tão forte que senti como se fossem toneladas tiradas das minhas costas. – Mas não sei bem o que aconteceu, além das fotos que você me mostrou. Ele parou de patrulhar quando eu estou junto, e os outros não conseguiram respostas concretas. Ele está... rabugento.
—Será que ele foi forçado? – murmurei, cheia de incerteza.
Brady pensou por um momento.
—Eu não diria forçado. Ele é forte, um humano não poderia força-lo fisicamente. Mas quem sabe foi pego de surpresa?
Eu pensei nas fotos. O ângulo favorecia muito ela. Parecia que ele estava gostando. A vontade...
Puxei o elástico, fechando os olhos para a dor. Meu coração pulou uma batida com a pontada repentina.
—Isso aqui é forte? – ele perguntou, para o meu contentamento, mudando por completo o assunto. Puxou a barra de ferro do balanço, a testando. Nem prestou atenção em mim, e fiquei aliviada por isso.
—E se não fosse? – gritei indignada, achando graça. – Meu pai construiu pensando em mim e Renesmee.
Ele pegou impulso para trás e se soltou. O acompanhei. A sensação de liberdade, a adrenalina pulsava em mim.
Adrenalina... a primeira vez que notei um sentimento brotando em mim sobre ele...

“Flash Back on”

—É lindo esse lugar. Eu nunca tinha vindo aqui. – comentei.
—Claro que não. Ficou tanto tempo no Brasil. – reclamou, me fazendo rir.
—É, mas Jake já deve ter trazido Renesmee várias vezes aqui.
—Você voltou faz três dias. – ele riu. – Jake conhece essas águas muito bem. Eu tenho um pouco de receio daqui...
Virei minha cabeça em sua direção, surpresa. Seus olhos tão perto que eu me deliciei com o chocolate deles.
—Você tem medo?
Nervosa por estar tão próximo, voltei a olhar para frente.
Mas que droga é essa?
—Quem você acha que eu sou? Um super herói?
Riu, sua risada fazendo cócegas em minha nuca e bochecha.
Suspirei com a sensação enquanto me aconchegava mais em seu peito nu.
Estávamos no alto do penhasco, perto o suficiente para ver as ondas, e longe o suficiente para estarmos fora de perigo. Eu estava sentado entre suas pernas. E deitada em seu peito. Suas mãos abraçadas em minha cintura, e ele encostado em uma árvore. Eu poderia ficar assim para sempre.
Seth descansou sua cabeça em meu ombro e sem perceber, enquanto respirava seu hálito passava pela minha bochecha, raspando pela boca. Isso acendeu um desejo estranho por ele. Eu estava afim de beijá-lo? Seu hálito parecia tão convidativo. Como seria o gosto de sua boca na minha?
Arregalei os olhos. Que droga de pensamento é esse? Meu melhor amigo!
Senti meu coração bater mais rápido que o ritmo normal. Tentei desesperadamente acalmá-lo, mas ele percebeu.
—Você está bem? – ele perguntou preocupado. Não sei se ele tinha noção da pequena distância entre nossos rostos ao que tentou me enxergar melhor.
—Por que não estaria, oras?
Ri nervosa, por reflexo tentando parecer casual sem querer deixei nossos rostos a milímetros de distância. Era isso? Eu estava me sentindo atraída pelo meu melhor amigo? Por aquele que me viu crescer? Do nada assim? Eu não sentia nada quando estava na ilha, e agora, poucos dias que voltei, já imagino como seria seu beijo.
Suas mãos em meu quadril me deixaram com mais vontade de me inclinar. Um susto e nossos lábios se chocariam. Ele parecia nervoso também. Fui me virando com cautela da cintura pra cima e me aproximando mais dele. As suas mãos seguraram a minha cintura, me auxiliando.
Comecei a sentir o calor de seus lábios, pareciam me chamar. Mas ele estava tão quieto, tão parado. Estaria com receio de me rejeitar? Provavelmente não queria machucar meus sentimentos.
—Eu acho melhor irmos embora. – murmurei virando o rosto, o fazendo recuar um pouco, parecia ter acordado de um transe.
—Sim, a qualquer momento escurece e seu pai vai surtar. – ele me respondeu. Entretanto ficou me olhando.
Seu olhar tão belo, seus olhos escuros e profundos.
—O que? – perguntei. Por mais que fossem lindos, me senti incomodada com sua encarada após o momento constrangedor.
—Temos que nos levantar para ir embora. – e sorriu torto. O sorriso dele sempre foi de tirar o fôlego ou era coisa da minha cabeça?
—Sim, claro. – falei levantando num pulo para disfarçar o coração alterado. – É bem alto aqui, né? – perguntei me inclinando sobre o penhasco. As ondas estavam fortes e batiam nas rochas com violência.
—É, e por isso você não deve chegar perto. – sua voz se tornou urgente. Puxou meu braço, mas resisti. Ele não relaxou o aperto.
—O que? Você acha que eu vou perder o equilíbrio, é?
Para acabar com a minha presunção, assim que terminei a última sílaba, meu pé escorregou ao que a ponta da rocha cedeu.
Um grito saiu dos meus lábios, e eu fechei os olhos não preparada para a piscina gélida lá debaixo.
Entretanto as mãos firmes de Seth me puxaram para ele, para longe da beira. Mesmo com o coração acelerado de susto, nossos corpos juntinhos me davam a sensação de fogo onde se tocavam.
—Quem diria, a ponta do penhasco ia te levar para um mergulho. – ele falou sarcástico. Senti uma ponta de chateação em meu coração. Ele nunca falava assim comigo.
—Eu não achei que fosse acontecer. – murmurei, olhando para os meus pés.
—Ei, já passou. – seu tom mudou radicalmente. Colocou o dedo em meu queixo, levantando meu rosto. – ... Ah não Carlie, o biquinho não. – implorou num sussurro, e eu o assisti se derreter feito manteiga.
O desmanchei rapidamente.
—Desculpa.
—Ah, não precisa pedir desculpas. Seu biquinho é lindo. – ele afirmou. Senti um calor em minhas bochechas.
—Seth, assim você vai me deixar sem graça.
—Você também fica linda sem graça. – ele disse sorrindo.
—Seth... – falei desviando o olhar, com vergonha. Tinha que conter esse sentimento estranho pelo meu melhor amigo. Suas palavras, seu olhar, seu toque estavam me mandando emoções que eu não deveria sentir por alguém que era como se fosse um irmão.
—Tudo bem, eu parei. – ele sorriu mordendo o lábio, e eu encarei antes de desviar o olhar tarde demais.
—É melhor irmos logo antes que meu pai venha me buscar. – falei baixinho, coçando a cabeça e olhando para sua barriga nua. No lugar de tentar desviar do olhar, eu olho para o corpo?... e que corpo!
Ele não disse nada, só continuou me olhando de forma intensa. Olhei para seus olhos chocolates, que me fitavam de um jeito que fez algo se formar dentro de mim. Um sentimento forte que, por alguns segundos, me fez ter esperanças.
Esperança? Ele devia estar pensando em alguma outra coisa qualquer. Uma garota, talvez? Isso despedaçou meu coração.
—Seth? – o chamei. O mesmo nem se moveu. – Seth! – falei mais alto e ele piscou os olhos se sobressaltando. – Está tudo bem?
—Como? – ele ainda estava meio perdido.
—Temos que ir.
—Ah, s-sim, claro. – gaguejou, me olhando sem jeito. Começou a se afastar.
—Ei, aonde você vai? – perguntei.
—Vou me transformar. – ele respondeu confuso.
—Claro que sim. – falei sorrindo tentando disfarçar o nervosismo.
Ele me olhou como se estranhasse meu comportamento e foi para trás da árvore. Soltei um suspiro. Da minha parte e em minha opinião sobre os meus sentimentos, fui uma idiota de ter estragado o clima. Talvez, talvez não, quem sabe se ele queria, mas eu sim. E como meu melhor amigo, acho que ele não se importaria de fazer isso por mim.
Qual a diferença se ele não gostasse?
...Um beijo tem que ser bom para ambos.
Eu podia pedir para ele ser meu primeiro beijo. Afinal, quem melhor do que o meu querido amigo?
Sai dos meus pensamentos quando senti uma cutucada em meu braço. Vire-me e vi o lobo cor de areia ao meu lado.
Logo subi em seu dorso. Me agarrei ao seu pelo macio e ele começou a correr. As árvores passavam rapidamente por nós, quase como um borrão. Aconcheguei-me mais em seu pelo quente e não era problema o vento que vinha em nossa direção por causa do calor de seu corpo.
Não demorou muito para chegarmos à floresta em frente à mansão. Desci dele e ele foi se transformar. Voltou apenas com sua bermuda bege, com uma camiseta nas mãos e seu lindo e perfeitamente esculpido peito nu. Tentei não pensar muito ao vê-lo se vestir. Era raro Seth entrar na casa da minha família sem a roupa de cima.
Veio até mim e me ofereceu sua mão. A peguei sem pensar duas vezes, de bom grado. Entramos em casa, minha família reunida.
—Demoraram. – papai resmungou, sentado ao lado de minha mãe.
O olhei, incrédula.
—Nós não ficamos fora nem três horas, pai. – reclamei.
—Edward, eles foram apenas se divertir. – mamãe tentou acalmá-lo.
Ele olhou para as nossas mãos que ainda estavam entrelaçadas e soltamos rapidamente. O nervosismo subiu em mim de uma forma extrema. Meu pai insinuando que estou namorando meu melhor amigo e ainda na frente de todos!
Senti minhas bochechas ficarem vermelhinhas. Eu estava com vontade de virar um avestruz, cavar um buraco bem fundo e enfiar a minha cabeça nele.
—Edward! – mamãe o repreendeu baixinho.
O mesmo estreitou os olhos em minha direção. Dei-lhe um olhar furioso.
Sério, pai? Não é hora e nem lugar para isso. Seth e eu somos apenas amigos, isso tudo é desnecessário.
Ainda com os olhos estreitos para mim, assentiu. Também sabia que eu só o chamava de “pai” quando eu estava brava com ele.
—Querem comer algo? Acabei de fazer um bolo bem chocolatudo. - Vovó tentou acalmar o clima entre nós. – Sei que você gosta de bolo quente, minha querida.
—Estou morrendo de fome. – respondi imediatamente. – Vamos, Seth. – falei pegando sua mão e o puxando para a cozinha.
Eu realmente estava com fome, eu só tomei café da manhã junto e ele devia estar com um buraco negro em seu estômago. Me sentei ao seu lado e nos servimos.
—Eu adoro o bolo com sorvete que a vovó faz. – falei tentando tirar o nervosismo de mim, em vão.
Fiquei pouco à vontade depois da cena que meu pai fez na sala. Eu ainda podia sentir o sangue corado em minha bochecha. E tinha a leve impressão de Seth me olhando a todo instante, mas eu me recusava a levantar o olhar para ele.

“Flash Back off ”

Fechei os olhos com força, puxando o elástico. Engoli em seco, sentindo as memórias irem embora, dando lugar para a dor na pele.
—Carlie, você está bem? – Brady perguntou, e eu me xinguei por dentro porque ele notou o que eu fiz.
—S-sim. – sorri amarelo. – Hey, Ness. – gritei ao ver somente um vestígio dela saindo de casa. – Junte-se a nós.
—Oi, maninha. – ela me cumprimentou assim que chegou ao nosso lado. – Pode ficar, Brady. – falou rápido quando ele se levantou do balanço.
—Tenho que acordar Quil e Embry. Vamos fazer uma ronda para... ver como está La Push.
Eu sabia que ele queria dizer que ia falar com Jacob. Após Sam, Jared e Paul pararem de se transformar, ele era o alfa das matilhas que se uniram.
Nessie sentou-se ao meu lado, e eu sabia que ela tentava ignorar o significado das palavras do nosso amigo.
—Como você está?
—Estou bem. – respondi, olhando sorrateiro para o meu pulso marcado.
Ficamos um tempo em silencio, ouvindo apenas o som do ferro do balanço quando se movimentava.
—Eu sinto falta dele. – ela murmurou de repente.
—Eu também. – sussurrei. – Já rolou um clima entre vocês?
—Já quase nos beijamos. – ela respondeu. – Mais de uma vez. Uma delas você interrompeu.
Tentei detectar alguma raiva em sua voz. Mas parecia... sincera.
—Está me agradecendo por te interromper? – perguntei incrédula.
—Acho que estou.
—Por quê?
—Porque agora eu descobri quem ele ama de verdade. – desabafou, abalada. – Ele ama a mamãe, não a mim.
—Ness, de onde você tirou isso? Que parte do negócio do imprinting você não entendeu?
—Você também terminou com o Seth e sabia do imprinting. – acusou, me deixando sem palavras de defesa. – ...E se falhar?
—Impossível. Não falha. Você se lembra do que o papai falou? Quando um deles tem um imprinting, eles estão destinados a estarem juntos.
—Se essa é a verdade, você percebe que estamos destinadas a ficarmos com eles? – ela perguntou raciocinando.
—Talvez, mas precisamos de um tempo por enquanto.
—É. – ela respondeu.
—Sabe? Eu preciso me distrair. Acho que vou caçar. Para distrair. Vem comigo?
—Vou sim. – ela se levantou, e ficou me esperando. Minha atenção se prendeu em William.
—Ãn... – murmurei, e ela seguiu meu olhar. Sorriu maliciosa para mim. – Podemos ir daqui a pouco?
—Claro, mana. – sorriu de orelha em orelha, sem disfarçar como estava contente com isso.
Ela foi para casa, e eu fui na direção dele. Sorriu ao me ver se aproximando.
—Olá. – me beijou na bochecha. Seus lábios fizeram um biquinho e o beijo foi certeiro e cheio em minha pele. – Como está essa manhã?
—Melhor. – respondi honesta. – Já tomou café da manhã?
—Sim. Por quê?
—Fiquei com vontade de tomar algo do centro. Você aceita tomar um segundo café da manhã comigo?
Abriu um lindo sorriso, e concordou.
—Eu vou dar um pulo lá em casa para pegar a minha carteira. – falou largando ali a vassoura de feno.
—Não. – o impedi, puxando para se sentar num bloco de feno comigo. – Quero sua companhia. Não se preocupe com o dinheiro.
—Não sei não... – me olhou incerto.
—Olhe, aceite que estamos no século vinte e um, e uma mulher pode pagar pelo lanche.
Os cantos de sua boca se esticaram, e eu podia dizer que ele gostou de eu tomar as rédeas.
—Você confia no meu gosto? – perguntei.
—Totalmente. – falou sem pensar duas vezes, me fazendo ficar sem graça.
—Certo. – murmurei, pegando meu celular a procura de algo. Quando encontrei, finalizei a compra. – A previsão é de vinte minutos para chegar aqui. Enquanto isso, o que você faz?
—Eu organizo o feno, separo as frutas e verduras para os cavalos. E dou uma atenção especial para Employee e Tynson com banhos, e nos dias que eles não tomam banho, cuido da pelagem e da pele.
Sorri, impressionada.
—Isso é muito interessante. Você estava organizando o feno quando cheguei?
Acho que me expressei mal, pois o mesmo ficou envergonhado com essa menção.
—S-sim, eu já ia voltar...
—Me deixe ajudar. – me antecipei, de pé num pulo. – Passamos o tempo enquanto a comida não chega.
Me olhou surpreso, mas se recuperou rapidamente.
—Não é nada demais, Carlie...
Sua voz foi sumindo quando dei pequenos passos até estar muito perto dele.
—Eu não estava pedindo, gatinho. – sussurrei, o deixando desconcertado com meu sopro em sua pele. Eu podia ver com clareza sua linda íris. Era uma perfeita mistura de azul com cinza.
—Você é perfeita. – grunhiu, capturando meus lábios com os seus. Agarrei seu pescoço, o puxando para mim, ao mesmo tempo em que segurava meu quadril e nos aproximava. Seu corpo contra o meu me fez sentir vontade de tirar sua camiseta, e passar as mãos em sua barriga e seu peitoral.
Sua boca fazia movimentos famintos, e eu tive que tomar cuidado para não o machucar sem querer. Seu gosto gostoso me fez questionar se ele andava com bala no bolso.
Arfei quando sua mão foi meu quadril abaixo, um pouco acanhada. Aproveitei a deixa e desci minhas mãos de seu cabelo para seu corpo por cima da roupa. Seu peitoral era musculoso, e sua barriga não tinha gominhos, mas era reta. Mordi bem de leve seu lábio, e fiquei satisfeita que não lhe arranquei sangue.
Minha mente ficou em alerta ao ouvir uma moto ao longe. Eu ainda não podia dar indícios que ouvi, pois com certeza seus ouvidos não captaram o som. Iria o deixar ouvir também. Não que eu reclamasse de passar mais alguns segundos o beijando.
—Oops. – foi ele que quebrou o beijo. – Será que é nosso café da manhã?
Ri, me separando.
—Deve ser.
Saí do estábulo e acenei para o motoboy para ele vir com a moto até nós. Dei o pacote para Will segurar e fiz o pagamento.
—Obrigada. – agradeci ao entregador, e não deixei de notar que me deu um olhar diferente.
—Uhum, vamos, Carlie? – pigarreou William, e o moço “acordou” do transe. Se despediu e arrancou dali.
Caminhamos de volta para o estábulo.
—Você ficou com ciúme do entregador?
O rubor em suas bochechas o denunciou.
—Eu... só o lembrei de que tem mais clientes para fazer entrega. – mordeu o lábio, nervoso.
—Claro, claro. – sorri, me lembrando de Jake de repente. Balancei a cabeça, me livrando dos pensamentos de Forks. – Bom, aqui está.
Abri o pacote e tirei de lá dois copos. Embaixo tinha uma embalagem perfurada com rosquinhas.
—Esse é o cappuccino mais bem avaliado do centro. As rosquinhas também são de lá.
Ele arregalou os olhos ao tomar um gole.
—Ok, eu não esperava que fosse tão bom.
—Ele é bem chocolatudo. – sorri, satisfeita.
Após comermos, ele me roubou outro beijo.
—Ah. – soltei um gritinho quando caímos no feno espalhado ali. – Eu ainda tenho que sair com minha irmã. – ri, imaginando como iria tirar aquilo do meu cabelo.
—E você vai ficar mais linda com esse feno. – comentou, beijando meu pescoço. Fechei os olhos para aquela sensação. Sua mão brincava em minha silhueta, me fazendo querer mais.
O puxei para cima de mim, o posicionando entre minhas pernas. Bufou em meu pescoço ao que ficamos colados. Trilhou beijos em meu pescoço até minha orelha.
—E você vai me contar sobre sua doença?
—Ah, sim. Isso. – respirei fundo, tentando normalizar minha respiração. O que não deu muito certo quando seus olhos encararam os meus. – Eu tenho anidrose.
Sua testa se vincou em confusão.
—Está sob controle. Eu sou bem tratada.
Continuava me olhando como se tivesse falado em outro idioma.
—Eu tenho baixa transpiração, então meu corpo esquenta com mais facilidade.
Sua confusão se transformou em preocupação.
—Relaxe, meu pai é médico. E minha irmã, e meu cunhado...
—Ok, ok. – riu, me dando um selinho. – Você tem uma família de médicos ao seu dispor.
Sorri, apreciando como isso era fantástico.
Sua mão passou pela minha silhueta, enquanto seu rosto se afundou em meu pescoço.
—Quem era o sortudo?
Fiquei tensa, não esperando ouvir isso.
—Eu vejo nos seus olhos. Você hesita sobre nós. As vezes parece distante.
—Não achei que estava tão evidente. – sussurrei, cutucando a gola de sua camisa.
—Foi por isso que veio para Nova York?
Engoli em seco, assentindo.
—Eu já estava para vir. Só que teve um... contratempo e eu vim sem ele.
—Entendi. O que esse cara fez para perder uma garota tão fantástica?
—Não quero falar disso, se não se importa. – desviei o olhar, tentando não me lembrar... dele. Meus dedos agarraram o elástico, mas me contive para não o soltar e fazer um estalo muito alto. Era muito difícil não o ter ali. E eu estava indo bem construindo os muros ao redor dos meus sentimentos.
—Sem problemas. – beijou minha bochecha.
Suspirei frustrada quando me lembrei de Renesmee. Mas ali estava tão...
Mordi o lábio, desfrutando sua frontal contra mim.
—Tenho que ir. – falei de uma vez. – Combinei de sair com Renesmee.
—Certo. – apoiou suas mãos no chão ao meu lado e se levantou. Pegou minha mão e me ajudou. – Vejo você mais tarde?
—Claro. – respondi depressa sem pensar. – Quero dizer, ninguém fez planos para hoje. Na verdade, fizeram. – me corrigi ao lembrar que combinamos de voltar na Forever 21. – Mas ainda vou voltar aqui com minha irmã antes de sair. Então, sim, até daqui a pouco.
Sorriu imensamente, e me deu um último beijo.
Fui para casa chamar ela. A encontrei na cozinha tomando chocolate quente. Todos se reuniram ali, fazendo a imensa cozinha parecer pequena de repente.
—Seu cabelo está uma bagunça. – tia Alice reclamou, começando a tirar o feno dali.
—Eu ainda vou sair com Ness. – a acalmei.
Provavelmente vou voltar pior que isso. A avisei, mostrando a selvageria que era a caçada.
Mas foram ontem. Replicou, confusa.
Só para nos distrairmos. Esclareci.
—Vocês vão? – perguntei aos lobos. – Brady disse que tinham que falar com os outros.
—Vamos em alguns minutos. – Quil comentou, e percebi que ele estava ajudando Claire com alguma massa.
—Bom, nos alcancem, então. – coloquei o braço no pescoço de Ness, e a puxei.
Papai se meteu em nossa frente, nos impedindo de passar.
—Já sabem a regra.
Sem pumas quando caçarmos sem vocês.
Sorriu satisfeito para nós duas, e eu sabia que recebeu a resposta mental de ambas.
Nos certificamos de que William estava bem ocupado e corremos para a floresta.
Caçamos um alce e ainda dividimos, pois a sede não estava lá essas coisas.
—Ah, já enchi. – falei dando leves tapas em minha barriga.
—Eu também. – ela respondeu.
Olhei para o alto da árvore, de forma sugestiva. Ela entendeu e começamos a escalar.
—Ei. – a chamei, alarmada. Ela também estava atenta de repente.
Ouviu isso? Sua voz entrou em minha cabeça. Balancei a mesma em sinal positivo.
Descemos em total alerta. Não foi muito difícil. Demos de cara com duas pessoas.
Dois vampiros.
—Ora, ora. – um deles falou. Sua beleza exorbitante delatava sua natureza não humana. Prestei bem atenção, e um click fez em minha mente. Mas o que me aterrorizou foram seus olhos vermelhos vivos. Eles não estavam assim antes. – Vieram caçar sem a proteção da família. – ele falou com uma delicadeza de dar medo.
—Você? – perguntei completamente surpresa.
—Não esperava que você me reconhecesse. – ele falou parecendo surpreso – Que prazer vê-la novamente.
—Vocês se conhecem? – Renesmee perguntou, surpresa.
—Esbarrei nele em Forks. – respondi sem tirar os olhos dele.
—Eu não sabia que vínhamos buscar elas. – ele falou com o vampiro ao seu lado.
Meu coração disparou de medo com essas palavras. Buscá-las?
—Eu ouço o seu dedinho nervoso buscando por socorro no celular. – rosnou o vampiro desconhecido. Congelei. – Ninguém está aqui para resgate de vocês.
Nem tive tempo de sentir outra emoção. Só notei um vulto, e depois tudo ficou escuro.


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