A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 2
Como ela sabe? (E)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do segundo capítulo da minha fanfic A irmã de Renesmee



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— Carlie - disse ele de novo. Só que desta vez queria chamar a minha atenção.

Abri os olhos, confusa. E não ajudou muito quando vi quem era a pessoa que me arrancava do meu maravilhoso sonho.

— Seth? – minha voz tremeu sem querer. – O que faz aqui? Cadê minha família? Meu pai está aqui?

Eu estava tentando controlar meu pânico. Não sei que tipo de conversa ele me faria ter se tivesse visto cada detalhe desse sonho tão íntimo. E com certeza eu não estava preparada para conversar sobre primeiro amor com papai.

— Hmm, não, só Esme. – franziu a testa, confuso. – Por qu-

— Nada. – falei rapidamente, e ele sabia que não era para ele. – Só... tive um sonho diferente. Me deixou confusa.

— Como foi? – perguntou, agora curioso, um sorriso brincando no canto do lábio.

— Não lembro. – falei rápido demais, e óbvio que ele percebeu que eu não queria falar sobre.

Ainda que se soubesse, seriam grandes as chances de isso atiçar os diabos do meu pai.

Confusa, olhei no relógio. E a confusão se transformou em surpresa. Olhei para a porta de vidro, notando a claridade entrar no quarto.

— O que faz aqui tão cedo? Não são nem sete e meia. - choraminguei. Eu só acordava tão cedo para estudar. - Por que acordei tão cedo?

— Sinto muito. - ele parecia culpado. - Você parecia estar tendo um pesadelo. Estava inquieta. E murmurando incoerente.

Sentindo minhas bochechas queimarem, assenti. Eu só esperava não ter murmurado algo incoerente e... indecente.

— Que bom que está aqui. – falei, querendo que meu sonho ficasse no esquecimento daquela conversa. – Quero aproveitar antes de viajar. Você só me viu crescer pela webcam. – provoquei.

— Sim. – suspirou, e desta vez chateado. – Você me abandonou por muito tempo, monstrinha.

O brilho nos seus olhos e seu tom de voz faziam a palavra se tornar um elogio.

— Não foi minha escolha. – ri, tentando deixar minha mente longe daquela armadilha. Mesmo com meu pai longe, ele poderia chegar a qualquer momento e ler meus pensamentos ridículos. – Espere. Se papai não está aqui, por que está no meu quarto?

— Eles foram caçar. Passaram na reserva para eu vir ficar com você. Esme está preparando seu café da manhã.

Eu bufei.

— Até parece que eu não sei tomar conta de mim mesma - eu disse sentindo um pouco de raiva e chateação. - Não é como se eu fosse o ímã para perigo que mamãe era.

Ele começou a rir de mim.

— Cala a boca - reclamei. Como não deu certo, peguei uma almofada grande e atirei contra o lado de seu corpo. Funcionou. Ele caiu no chão, surpreso.

Coloquei a cabeça onde ele estava e, sem conseguir me conter, comecei a rir histericamente. Pegando-me de surpresa, ele pulou em cima de mim e fomos pro chão, mas no caminho, nós pegamos uma almofada.

Começamos uma guerrinha de travesseiros. Parecíamos duas crianças rindo e brincando.

Quando paramos, estávamos rindo muito, estávamos ofegantes. Puxávamos o ar pela boca, quase desesperados pela repentina falta dele.

Olhei ao redor do quarto e estava tudo coberto de penas.

Toquei seu braço, dizendo que vovó iria nos matar se ela subisse e visse isso.

— Não estou aqui para tomar conta de você. – ele sorriu, bagunçando meu cabelo. – Estou te fazendo companhia. Se não quer que eu fique...

— É claro que eu quero que você fique. – revirei os olhos, achando desnecessário ele pensar esse tipo de coisa.

— Vamos, eu te ajudo a arrumar - ele disse e me ajudou a levantar.

Seth me puxou rápido demais, minhas mãos pararam em seus ombros nus – não era usual ele ficar de camiseta, só quando estava na casa da minha avó, porém ele vestia uma regata. Como se já não já fosse suficientemente vergonhoso que de repente era muito evidente para o meu tato e visão – e numa tentativa de me segurar, suas mãos se firmaram em minha cintura. Um arrepio passou pelo meu corpo com o seu toque. Diferente de tudo o que já tive. Nunca ninguém agarrara meu corpo de forma tão precisa. Não daquele jeito, não nesse tipo de momento. Não com um corpo perto de mim dessa forma, de uma forma não paternal.

Precisei de uma respiração lenta para meu coração não sofrer uma vergonhosa batida fora de ritmo. Sobretudo, assim que meu hálito atingiu seu rosto, mordeu o lábio inferior e encarou minha boca. E Deus, como Seth Clearwater ficou sexy nesse momento.

Estávamos perto demais, e eu sabia que tinha que sair dali. Porém uma parte de mim – muito louca, por sinal – gritava para eu ficar.

É o seu melhor amigo, o que está fazendo? Isso não é um filme, se afasta! Minha mente me alertou, porém entrou por um ouvido e imediatamente saiu pelo outro.

Nossas bocas pareceram conectadas, ao mesmo tempo indo de encontro uma da outra. Tão perto... seus lábios carnudos e avermelhados, parecendo tão macios, seu hálito fresco, seu gosto, como será?

Antes que pudesse sequer raciocinar, uma pena escorregou do meu cabelo e roçou meu nariz. Estremeci com o meu corpo respondendo a esse estímulo.

E espirrei.

— Eu acho que eu tenho que limpar isso. – resmunguei sem querer. Não deixei de me sentir frustrada quando o que eu mais queria era beijá-lo.

Ele deu um sorriso torto que me tirou o fôlego - mesmo que fosse tímido - e disse:

— Vou limpar tudo, antes que...

— Eu limpo. – vovó falou, me fazendo engasgar por sua aparição súbita. – Oh, sinto muito, querida. Vão tomar café que eu... Oh.

Estaquei, esperando ter gritos.

— Carlie Cullen. Você-você destruiu os travesseiros italianos?

— Eram os italianos? – gritei, indignada. – Achei que mamãe os tinha para lavar.

— Eles já haviam sido lavados. – ela disparou, me olhando feio.

— O-ora, não estou tão feliz quanto você. – dei de ombros.

Respirou fundo e empurrou meus ombros.

— Vão tomar o café. Eu limpo essa bagunça. Guerra de travesseiro. – negou com a cabeça, antes de sorrir para mim.

O ar se soltou dos meus pulmões, aliviada de não estar encrencada.

Puxei-o rapidamente para a cozinha.

Havia uma pilha de panquecas e um pote de mel ao lado. Hmmm.

Começamos a comer, e uma vez ou outra me pegava lembrando do quase acontecimento do quarto. Papai mataria a nós dois, sem dúvida. Afinal, pareço uma adulta, mas não tenho nem seis anos. Não tenho idade mental madura, e meu pai sempre nos diz isso quando fazemos alguma bobagem.

Minha garganta começou a arranhar. Fazia um tempo desde que havia caçado com meus pais, e isso estava se fazendo notar.

— Preciso caçar. - pigarreei, tentando amenizar a sensação incomoda. - Você vai comigo? - pedi.

— Claro. Só peça a Esme.

— Sim.

Corri lá para cima, mas ela não estava lá.

— Vovó? - chamei.

— Aqui.

Segui sua voz, e estava no escritório do vovô, desenhando.

— Posso ir caçar? Está queimando. – apontei com o dedo para a garganta.

— Claro, eu só vou-

— Não, não precisa ir. – me apressei a dizer. – Seth estará comigo. Juro que vou ficar por perto. E não vou caçar nenhum leão da montanha. - acrescentei ao vê-la abrir a boca.

Ela sorriu, e me chamou mais para perto. Estranhei quando ela fez isso, e por um momento achei que era puxaria o assunto de quando ficamos quietos no meu quarto, quando quase rolou um beijo.

Eu não havia errado. Ela apontou com a cabeça para o meu quarto, de onde havíamos saído há pouco tempo.

Engoli com dificuldade. Toquei sua mão.

Foi só um mal entendido. Pensei para ela, envergonhada. Ele me ajudou a levantar e...

Abaixei a mão quando pensei sem querer na cena. Meu coração parecia que ia estourar. Mas agora, mais pela minha vó estar ciente do que pelo o que se passou.

Ela sorriu docemente, passando a mão pela minha cabeça. Eu sabia o que isso queria dizer. As palavras não ditas – não ditas por Seth estar ao nosso alcance auditivo – não eram dela. Ela estava fazendo apenas o papel do meu pai me vigiando, só que obviamente sem a proteção extrema.

— Certo. – ela disse. – Não vão longe. Seus pais podem chegar logo.

— Prometo. – sorri, beijando sua bochecha e indo para o meu quarto.

Escolhi uma roupa apropriada para a caça. Não iria tomar banho, já que eu me sujaria. Coloquei uma calça moletom que ia até a cintura, e uma blusa cropped de manga comprida, que ficava solta no corpo. Por último, um tênis de corrida. Deixei meus cachos soltos.

Ao ir de encontro ao meu lobo favorito, vi que estava assistindo TV. Meu corpo ficou parado, admirando seus músculos a mostra pelo pouco pano em seu corpo.

Geralmente eu não me importo, porque nunca tenho nada a esconder, mas agora, mais do que nunca, estava agradecida que meu pai estava longe do alcance da minha mente. Seria embaraçoso.

Acordei do transe quando sinto olhos me observando. Era ele. Constrangida, gaguejei um breve “tô pronta”.

Atravessamos a rua e adentramos a floresta. Como o de costume, Seth foi para trás de uma árvore. Segundos depois, o belo lobo cor de areia tomou seu lugar.

Pulou em cima de mim, e eu desviei facilmente correndo pela floresta, e escutei seus passos me seguindo. Me observou enquanto eu caçava, me dando uma pontada de vaidade.

Quando acabei, eu disse:

— Aposto uma corrida até lá.

Logo que terminei de falar, já estava correndo com todas as minhas forças. Ele quase me ultrapassou, só que eu usei meu último gás e fiz minhas pernas correrem mais rápido.

— Eu ganhei, eu ganhei – eu fiquei cantarolando, não me importando com o fato de que ele me deixou ganhar. Até que ele se atirou em cima de mim nos fazendo voar pro chão, e no meio do caminho, eu soltei um gritinho. Ele caiu por cima de mim.

Apesar de estar gostando da proximidade dos nossos corpos – mesmo sendo em forma de lobo, eu fiquei sem jeito e fiz menção de levantar, e ele lambeu meu rosto.

— Eca, Seth - eu disse o empurrando.

Ele latiu uma risada e foi se transformar. Voltou segundos depois e me seguiu pra dentro.

Quando estávamos na sala, ele disse gaguejando:

—Hãn... acho melhor você se trocar.

Estranhei ele dizer isso, e manter seu olhar longe de mim de repente. Confusa, observei minha roupa, procurando o que o deixou tão sem jeito. Não demorou para os meus olhos captarem um rasgo bem indecente no alto da minha coxa.

—Acho que s-sim - droga, eu tinha que gaguejar justo agora? Fui quase correndo lá para cima de tanta vergonha.

— Vovó, estou de volta. - gritei, correndo para o meu quarto. E antes que eu pudesse entrar, ela estava na minha frente. - Não cacei nenhum leão da montanha. Gosto de viver.

Ela sorriu um pouco, e arqueou a sobrancelha para o rasgo na minha roupa.

— Ok, ok, pode gritar. – dei de ombros. – Não sei como fiz isso, mas não perfurou minha pele.

— Não, você está nova em folha, não há porque levar bronca.

— Obrigada, vovó. - a abracei, e ela me deixou ir me trocar.

Olhando para as minhas infinitas roupas, decidi colocar algo... para o calor. Quero dizer, minha temperatura é de uma febre extremamente alta, porém não tanto quanto um lobo. Então não havia perigo de eu me vestir casualmente dentro da casa fechada dos meus avós...

Antes que a coragem se esvaísse, fui a procura de um conjunto de cropped regata e um short. Será que seria um erro querer que ele me notasse assim? Ele devia ter muitos anos a mais do que eu.

Ahh, que se dane.

Fui ao banho e lavei meus cabelos. Os cachos estavam grudados uns aos outros, pela selvageria da caçada. Após me trocar e deixar meus cachos impecáveis, desci.

— Cheguei! - exclamei dando um salto, numa aterrissagem perfeita do topo da escada.

Ele estava assistindo de novo. Sorri com esse pensamento. Ele olhou pra mim, seus lábios se dividiram enquanto seu olhar percorreu meu corpo. Oops. Deu certo. E a vaidade que senti ao vê-lo me observando caçar, só aumentou nesse momento.

— Tio Emmett comprou um novo jogo, jogamos até meia noite ontem. – falei, fingindo não notar nada de diferente. Ele me olhou surpreso assim que falei, desviou os olhos dos meus, corando. Fui colocar o videogame para funcionar. – Eles compraram esse monstro. – sorri, apontando com a cabeça para o televisor de cem polegadas. Apertei o botão do game e joguei um dos controles para Seth.

— Eu percebi. – seus olhos um pouco arregalados, analisando o visor. – É praticamente um cinema dentro de casa.

Fiz uma careta, discordando mentalmente. Tínhamos nossa sala de cinema na ilha Bella. E bem, não era um projetor qualquer. Era um IMAX.

Logo chegou a hora do almoço, vovó Esme já tinha providenciado tudo. Sua comida, ao mesmo tempo que era delicada igual a um restaurante três estrelas Michelin, também era farta. Ela sabia que fazia comida para lobisomens famintos.

Almoçamos e voltamos a jogar. Ficamos nessa até os outros chegarem aos poucos.

E aos poucos o jogo foi virando uma grande competição.

Depois fizeram Nessie e eu como uma dupla no Just Dance. Tenho que admitir, nossos movimentos eram impecáveis.

Logo os lobos decidiram que era hora de partir... ou foi o olhar do meu pai que decidiu.

Quando eu ia para o quarto atrás de Ness, papai me chamou.

— Carlie, podemos conversar?

— Hmm, claro. – falei, e o segui até o escritório do vovô. Não entendi quando fechou a porta, já que todos ouviriam com facilidade a nossa conversa. Mas entendi como um modo de tentar manter a privacidade do assunto, seja lá qual fosse. E isso me deu um leve receio.

— Quero te fazer uma pergunta. – falou calmo. E eu o conhecia suficiente para saber que era uma falsa calma.

— Vá em frente. - falei bocejando. Acordar tão cedo não era bom para mim.

— O que você e o Seth fizeram enquanto fomos caçar?

Senti meu rosto corar. O que você acha? "gritei" em minha mente, irritada com o fato de ele desconfiar de mim com meu melhor amigo.

— A gente foi caçar. – grunhi, vendo que ele queria mesmo um depoimento. – Provavelmente mais perto, já que não vimos vocês por lá.

— Demos uma passada em um restaurante para Jacob comer.

— Depois chegamos e jogamos até vocês chegarem. Vovó pode confirmar, se está desconfiando de mim. - cruzei os braços, chateada.

— Não estou desconfiando de você, anjo. Só queria ter certeza.

Antes que eu pudesse sequer pensar na pergunta, me colocou em suas costas e me deixou na porta do meu quarto com Ness. Ela já estava deitada.

— Talvez sua mãe e eu vamos para casa hoje. Querem ficar aqui?

Eca! Claro que queremos.

Ele riu, pelo seu rosto, não precisou de confirmação em voz alta de ambas as partes.

Nos deu boa noite e fechou a porta.

Tirei minha saia a pontapés, fazendo Nessie tacar um travesseiro em mim. Ri antes de desabar no sono.

Eu estava andando na floresta com o Seth, ele me beijou igual o outro sonho. Coloquei meus braços e pernas ao redor dele e ele segurou minhas coxas. Ele sussurrou meu nome e voltou a me beijar. Depois, não era mais ele que estava sussurrando meu nome.

Acordei com a Nessie me chamando.

— Acorda, Carlie.

— O que foi? – perguntei sem me mexer um centímetro.

— Nossa! – ela fingiu estar magoada – acorda de mau humor.

— Me deixa, eu quero dormir. – resmunguei, virando para o outro lado.

— Para de drama, vai. – há! Eu quem sou a dramática. – Eu preciso falar com você. – em relação ao Seth, completou mentalmente.

O nome dele me deixou numa curiosidade que abri meus olhos e a fitei.

“O que tem o Seth? Aconteceu algo com ele?” perguntei começando a ficar desesperada, agarrando sua mão com força para ter certeza de que ela me ouviria.

“Deu certo entre vocês ontem?" ela perguntou empolgada e meu coração acelerou.

O que ela queria dizer?


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