A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 19
Garotas dos corações partidos (E)




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 Tifanny e Seth.

Nunca achei que iria sentir tanto nojo e raiva de juntar esses nomes.

Os dois estavam num estacionamento de mercado. Ele já havia aberto a porta do seu carro, mas por algum motivo parou para ficar aos beijos com aquela...

Suas mãos na cintura dela, seus corpos colados do jeito que ele fazia comigo!

Tapei minha boca com a mão enquanto soluços vinham. Parecia que todo aquele sentimento da praia havia se juntado e caído sobre mim como um tsunami. Eu não queria realmente acreditar que existiam motivos para aquelas emoções ruins.

Eu segurava as fotos com tanta raiva que elas já estavam ficando amassadas. Não! Eu não podia estraga-las. Tinha que tirar satisfação com Seth. Então simplesmente as soltei e deixei cair no chão.

Como eu pude ter confiado tanto nele? Como essa história de imprinting me ganhou tão fácil? Só por que ele sempre foi meu melhor amigo?

Eu devia ter aberto isso antes. Me doía saber que aconteceu e Seth não me contou nada. Ele me fez de idiota! Beijou outra garota e ainda ficou comigo, deixando-a debochar de mim...

Doía saber que eu não fui o suficiente. Seth foi se contentar com outra.

Achei que o conhecia, que ele era íntegro. Isso talvez na amizade apenas.

—Carlie?

—Carlie?

—Carlie?

Fui puxada de volta para o planeta Terra ao ouvir vozes me chamando.

Olhei em volta e toda a minha família estava ali. Claire me sacudia devagar, tentando me trazer de volta a foco. A olhei por debaixo das lágrimas, e elas imediatamente caíram nas minhas bochechas, deixando minha visão limpa outra vez.

—O que ele fez? – ouvi minha mãe rosnar.

—Ele não pode ter sido capaz... – papai se interrompeu, deixando a frase pairar no ar.

POV Renesmee

—Não acredito que aquele idiota fez isso. – soltei sem pensar e me arrependi, pois na mesma hora ela passou os braços ao redor de seu peito parecendo tentar reprimir a dor enquanto chorava. – Carlie. – sentei-me ao seu lado. Minha família não sabia o que fazer. Não podíamos interferir no namoro dela. Ela que tinha que decidir a atitude a ser tomada. – Tenho certeza que Seth jamais faria isso com você. 

—Você estava na praia hoje. Sabe que não é nada impossível. – Sussurrou e fechou os olhos. – Ele me enganou...

—Deve ser photoshop, – tentei, a vontade de socar a cara do Seth queimando dentro de mim, porém o foco era acalmar Carlie. – Hoje em dia fazem tudo com o computador.

—Eu não consigo acreditar. – ela balançou a cabeça.

—Vem cá. – a dentei em meu ombro enquanto ela soltava soluços.

PDV Carlie.

—Já chega, aquele cachorro vai me esclarecer que droga é essa! – meu pai vociferou e saiu dali na velocidade humana. Afinal, Mendy ainda estava lá.

Arregalei os olhos, a imagem do meu pai quebrando o maxilar de Seth com o punho preencheu minha mente.

—Eu vou. – mamãe respondeu ao desespero no meu olhar e saiu dali.

—Aquele pirralho não pode ter sido capaz de fazer isso. – Leah disse, perplexa. Vovó veio me abraçar, e eu me encolhi em seus braços. – Não tendo sofrido... – se interrompeu ao ver Mendy. – Não tendo sentimentos por você.

—Pelo visto nenhum sentimento foi forte o suficiente para ele manter sua fidelidade com ela. – a voz da minha amiga loira veio carregada de ódio, e eu não aguentei; desatei a chorar novamente.

PDV Bella.

Corri pela floresta procurando por ele. Por mais que eu também quisesse mandar Seth para outro continente com minhas mãos, devíamos agir com a razão. Esse relacionamento é de Carlie, e ela agiria de acordo com o que ela quisesse. Edward vai magoar nossa filha mais do que já está.

Quando o alcancei, ele ia ultrapassar a fronteira.

—Edward, espera. – gritei e ele virou para mim. Nunca vi seus olhos tão negros.

—Bella, você viu o que ele fez? – ele veio até mim, a fúria transbordava em seu olhar. – Ele sofreu a droga do imprinting, e para que? Não faz sentido...

—Exatamente, Edward! Não faz sentido. Seth a ama demais para magoá-la desse jeito. Acredite, também quero dar um belo soco nele, pois mesmo que essa garota tenha aprontado alguma, Seth foi bobo de cair. Você sabe o quanto ele a ama. Não a magoe desse jeito, meu amor.

—Eu agi sem pensar. – falou envergonhado. – Não suporto ver a minha garotinha assim.

—Eu também não. – respondi. – Mas ela é uma moça crescida, responsável e inteligente. Ela vai saber lidar com isso da maneira dela. Não podemos interferir no namoro deles.

Ele assentiu, concordando em voltar comigo.

Corremos de volta para casa.

 

PDV Carlie.

—Pai. – corri até ele quando o vi na porta do quarto. Uma mistura de alívio com vontade de ser ninada em seu colo para sempre. De repente congelar nos meus cinco anos.

Ouvi vagamente todo mundo sair, nos deixando a sós.

—Calma, querida. – ele cochichou perto do meu ouvido, sua voz de veludo entrando em minha mente, me deixando saber que eu estava protegida de tudo e de todos. Continuei soluçando e encharcando sua camisa, sabendo que não iria ligar.

—Por que isso dói tanto, pai? – engasguei, me odiando pelos soluços intermináveis. Passou o braço atrás no meu joelho, me tirando do chão. Sentou-se na cama comigo, me encolhendo em seu colo. Eu me senti uma criança. Em outra ocasião eu reclamaria, entretanto, era disso o que eu precisava. Fugir de tudo isso um pouco.

—Eu não sei. – ele respondeu. – Eu e sua mãe já passamos por momentos difíceis também.

—Sério? – olhei em seus olhos castanhos dourados. Tão calmos e serenos. – Não dá para imaginar você e a mamãe tendo algum tipo de DR.

Ele riu do meu termo.

—Sim. – respondeu. – Alice quis dar uma festa para sua mãe. Claro que ela não queria, mas Alice insistiu e ela se rendeu. No meio da festa, ela foi abrir um presente e por um descuido, acabou cortando o dedo no papel.

—Nossa, eu não me surpreendo. – confessei. – Vocês falam que ela era tão desastrada, não precisa me convencer de que um pedaço de papel era um perigo para ela.

Isso o fez rir.

—Jasper não se dava muito bem ainda com essa vida de vegetariano, então o cheiro fresco de sangue humano foi demais para ele...

—Pai. – o interrompi ao perceber a dor em sua voz e seus olhos. – Não precisa fazer isso.

—Está tudo bem. – ele me assegurou e continuou. – Eu já superei, não quer dizer que ainda não sinta muito por tudo isso. Nós conseguimos o conter a tempo, mas eu tentando a manter afastado só a machuquei ainda mais. E eu tomei uma decisão que viria a quase nos matar posteriormente.

—O que? – perguntei, curiosa. Nunca tinha ouvido essa parte do relacionamento deles.

—Senti-me muito culpado achando que a culpa era minha. Aliás, eu me apaixonei pela sua mãe. – o canto de sua boca se esticou num breve sorriso. – Uma humana frágil com uma família de vampiros... Eu decidi... abandoná-la. – ele falou a palavra com alguma dificuldade – Lhe prometi que ia ser como se eu nunca tivesse existido. Nunca tivesse estado em sua vida. – vi em seus olhos que isso doía muito – isso acabou por quase nos matando. Eu estava isolado, até que Rosalie me ligou e falou que Bella tinha se matado.

Estremeci, tirando da minha cabeça a imagem de mamãe pálida do jeito que ela é, porém sem vida.

—Eu não acreditei, então liguei para sua casa. E Jacob atendeu, respondendo que Charlie estava cuidando de um enterro. – e revirou os olhos com a lembrança. – Isso criou uma terrível confusão. Era o enterro de Harry Clearwater. Mas eu não soube disso na hora. Então fui até os Volturi e pedi para me matarem.

Apertei os olhos, o abraçando forte. Outra imagem que odiei ter em minha mente; a cabeça dele sendo segurada por Aro enquanto o corpo estava estirado em seus pés.

—Eu não sei porque estou te contando essa história, eu não deveria...

—Eu quero ouvir. – falei firme.

Suspirou.

—Obviamente eles se recusaram. Falaram que meu poder era valioso demais para desperdiçar assim.

—Ainda bem. – falei aliviada. Ele sorriu e beijou meu cabelo.

—Mas depois disso, armei um plano. Tem um dia que se comemora O Dia de São Marcos; a expulsão dos vampiros da cidade. Um dia ensolarado. E eu iria me expor ao badalar do meio dia, quando o sol estivesse em seu pico mais forte. Os Volturi não poderiam deixar alguém expor a verdade. E então a senti em meus braços; sua mãe estava lá para me salvar de tudo aquilo. Ela foi para mostrar que estava viva. Voltamos para casa depois desse tremendo susto.

Eu sabia que havia mais do que estava sendo dito, mas para mim já era o suficiente.

—Eu nunca tinha ouvido essa história. – comentei, me sentindo estranha. – Mas o que tem a ver tudo isso?

—Nesse meio tempo em que estávamos separados, Bella e Jacob se aproximaram muito. Quando eu voltei, sentia ciúmes deles dois. E isso também doía. Principalmente quando sua única escolha de “salvar” – ele fez aspas no ar. – seu amigo era pedir que ele a beijasse. E funcionou. Das duas formar. Bella acreditou que ele realmente ia se matar... E Jacob conseguiu o que queria.

—Como é? – a voz de Nessie se estendeu pelo corredor. – Jacob e a mamãe já se beijaram? – indagou, aparecendo na porta.

E saiu correndo dali, sem nem esperar nenhuma resposta de nós dois.

—Eu falo com ela. – falei um pouco alto, me retirando dali a contragosto e fui atrás dela. Eu sabia que mamãe ia querer se explicar. – Deixa que eu converso, mãe. – a parei antes que saísse da sala, odiando ver a dor em seu rosto. – Vai ficar tudo bem. – franzi o cenho, e fui para fora.

Mamãe e Jacob? Credo. Mesmo que Nessie e eu nem éramos nascidas... credo!

Mandei um sorriso para as meninas e minha família, avisando que eu estava melhor.

Saí pela porta da frente, e funguei o ar. Seu cheiro denunciava que ela tinha entrado na floresta. Segui seu rastro. Não estava nevando ainda, mas o frio congelante – para um humano – já anunciava a chegada do inverno. Nem parece que de tarde havia feito um sol considerável. E eu agradeci que meus pais tinham instalado um ar condicionado em casa quando chegamos, ou Mendy e Claire teriam congelado de noite.

As árvores farfalharam pouco, já que o vento não era muito forte.

Funguei novamente, sentindo aonde o seu cheiro estava mais presente. E fui atrás. A avistei sentada encostada numa árvore. Sua testa nos joelhos, e seus braços em volta de sua cabeça. Seus cabelos ondulados estavam bagunçados pela praia, caindo ao redor de suas pernas.

—Por que isso dói tanto? – questionou sem se mover, seus soluços balançando seu corpo. – Não sinto nada por ele!

Fui até onde ela estava e sentei ao seu lado, fazendo-a levantar a cabeça para me olhar. Seus olhos cheios de lágrimas dando os primeiros indícios de inchaço.

—Ele teve imprinting por você. – cochichei. – Pelo o que eu entendi, isso é uma via de mão dupla. A gente é atraída por essa linha invisível. Talvez só esteja caindo a ficha para você agora.

—Mas dói tanto. – ela chorou.

—Eu sei. Sei exatamente do que você está falando. – suspirei.

—Você acha realmente que Seth faria uma coisa dessas com você? – me olhou por cima das lágrimas.

—Não sei. – respondi sincera. Eu tinha medo do meu cérebro tentar me driblar. Procurar uma resposta aceitável para aquelas fotos e fazer meu coração perdoar Seth tão facilmente.

—Eu ainda não consigo acreditar nisso. – ela começou a chorar novamente – Jake e mamãe... – ela se interrompeu.

—Ele ainda não te conhecia, Ness. – a abracei. – Ninguém conhecia. Antes da gente nascer era tudo diferente.

—Não importa! Os lábios que eram para serem meus, já tocaram outra pessoa. Minha mãe. – falou com nojo e estremeceu.

Para isso eu não tinha argumentos. Óbvio que eu não podia comparar nossas situações; porém as duas estávamos enfrentando casos de traições. Um pouco distintos, ainda assim...

—Devíamos pedir para eles que fossemos o mais rápido possível para Nova York. – sugeri.

—Parece perfeito. – ela sorriu tristemente.

—Vamos. – me levantei e ofereci minha mão. – Você ainda não tomou o seu banho. Ficou por último. – a zoei.

—É, minha culpa por minha irmã ter o cabelo mais perfeito do mundo. – sorriu, se levantando. – E que precisa de uma eternidade para ficar pronto.

—Culpada. – encolhi os ombros.

Ela riu, colocando o braço ao redor dos meus ombros, e eu abracei sua cintura para voltarmos para casa. Ao que passamos pela porta da frente, ouvimos o som de patas no solo da floresta. Gelei. Seria Seth?

Ness me olhou, parecendo pensar a mesma coisa.

Subimos as escadas correndo, e para o desgosto dela, mamãe estava ali, pronta para falar com minha irmã.

Os outros não estavam. Só conseguia ouvir alguém na cozinha. Devia ser um drama familiar muito íntimo que ninguém queria se intrometer.

—Renesmee, meu anjo, me ouça, por favor... – mamãe começou, e foi interrompida por Jacob entrando. Isso foi o cúmulo para ela, que subiu correndo.

—Nessie? O que aconteceu com ela? – ele veio ao meu lado enquanto perguntava. Me sobressaltei ao ouvir uma batida forte da porta. As meninas provavelmente estavam de volta no quarto, já que onde elas estavam se encontrava somente com mamãe.

—Ela descobriu que você e mamãe se beijaram. – lhe respondi.

—Ah, meu Deus. – falou sem humor na voz e se sentou no sofá como se não aguentasse ficar mais de pé.

—E eu sinceramente acho que ela não vai querer conversar com nenhum de vocês dois tão cedo. – falei, só que olhando só para ele. – Então respeite a vontade dela. Não tente se desculpar por agora.

Virei as costas e subi as escadas para o meu quarto. Agradeci ao ver as meninas consolando minha irmã, mesmo sem a mesma querer contar o que aconteceu.

Peguei o celular e o fitei sem nada ver.

Papai, Jake já se foi?

Sim, filha. Ele realizou que não tinha muito o que fazer por agora, visto que sua mãe também está magoada e não quer falar disso por agora.

Certo...

Sem muitas palavras, deixei em sua mente o que Renesmee e eu queríamos.

Vou providenciar agora mesmo. Para vocês duas, suas amigas e os quileutes que quiserem ir.

Obrigada, papai. Agradeci, o alívio me preenchendo.

Por nada, meu anjo. Assim que comprar, aviso o horário e data do voo.

Estarei esperando.

Larguei o celular, me segurando para não responder com ironia a mensagem de saudades de Seth. Essa conversa seria cara a cara.

—Meninas, sabem o lance de Nova York?

—O que houve? – Leah perguntou – Está cancelado?

—Na verdade, está mais de pé do que nunca. – ri. – Queremos ir logo. Se possível amanhã mesmo.

—Mas nem fizemos as malas ainda. – Claire fez um biquinho.

—Não se preocupem. Meus pais podem levar vocês para arrumarem. Se faltar alguma coisa, a gente compra no meio do caminho. Ness e eu já tivemos que comprar escovas de dentes nas lojas do aeroporto. – ri com a lembrança.

Elas concordaram e descemos as escadas. Ness iria ficar e arrumar algumas coisas iniciais das nossas malas. Agradeci por isso.

—Bella? – papai chamou ao que me viu com as meninas.

—Oi? – ela respondeu.

—Dirige o Volvo e eu dirijo a Mercedes. – ele lhe jogou uma chave.

—Certo. – mamãe assentiu.

—Espera. – interrompi a conversa. – Esqueci uma coisa.

Subi as escadas e entrei no quarto.

—Sabia que ia voltar. – Ness sorriu, me entregando o envelope em minhas mãos.

—Preciso dessa merda. – forcei um sorriso, pegando, mas ela segurou. A olhei, confusa.

—Boa sorte, mana. Sei que está destroçada por dentro, e sei que vai precisar de forças para enfrentar seja lá o que for com Seth sobre essas malditas fotos. E eu estarei aqui se precisar de um ombro para chorar.

Respirei fundo, a abraçando.

—Obrigada. – murmurei, e fui lá pra baixo, onde meus pais me esperavam.

Leah, Claire e eu fomos com papai, enquanto Mendy que morava em outra direção foi com mamãe. Ele deixou Leah e eu ali, e levou Claire para Emily.

—Oi, Sue. – sorri.

—Olá, Carlie. – me abraçou. – Leah, meu amor. A janta está pronta, se quiser. Carlie, pena que Charlie não está aqui agora. Ele ia adorar te ver.

Sorri enquanto ela me soltou.

—Volto já para conversarmos. – Leah disse e foi para o seu quarto.

—Como você está? – perguntei a Sue.

—Estou ótima e você?

—Estou bem.

Na medida no possível...

—Seth está aí? – perguntei.

—Sim, está no quarto. Deve estar com fones, ou já estaria aqui. – riu.

—Não tenho dúvidas. – sorri de volta.

—Fique à vontade.

Assenti fui ao seu quarto. Meu namorado se encontrava deitado, ouvindo música tão alta que eu conseguia ouvir as batidas de longe. Mexia em seu celular, a tela branca iluminando seu rosto. Vestia apenas uma bermuda jeans, seu corpo exposto mesmo no frio de nove graus.

Nem precisei chamar sua atenção. Me viu assim que apareci na porta. Abriu um sorriso de tirar o fôlego e tirou os fones de seus ouvidos, os deixando num canto qualquer de sua cama.

—Oi, meu amor. – ele sorriu, vindo até mim, mas o parei com o braço estendido. Minha mão tocou seu peitoral nu, se deliciando com a sensação. A recolhi, me sentindo errada.

Ahh, como eu iria sentir falta de ele me chamando assim. Levei tanto tempo para o ter, e o teria arrancado de mim.

—Carlie? – me chamou, preocupado.

—Precisamos conversar.

—Claro. – ele franziu o cenho.

—Posso entrar?

—Claro que pode. – franziu mais ainda o cenho, provavelmente estranhando meu comportamento. – Aconteceu alguma coisa? – sua voz já demonstrava sua ansiedade.

—Sim. – o respondi.

—É, estou vendo. Você está tão estranha. Me diz, o que houve?

—Você já vai saber.

Peguei o envelope e lhe ofereci.

—O que é isso? – ele perguntou, tirando da minha mão.

—Veja por si só.

Eu sentia minha voz sem vida. Talvez também sentindo isso em mim, se apressou para abrir a carta. Quando o fez, estavam viradas em minha direção. Rapidamente desviei o olhar. Pela visão periférica, o vi virar as fotos.

—Finalmente revelado o verdadeiro encontro. – falei quando ele ficou mudo. – Me explica isso, por favor. Me fala que não é você nessas fotos. – sussurrei quase sem voz, meus olhos se encheram de lágrimas.

—Eu... – e a voz dele sumiu.

Lembrei-me do que a Nessie falou mais cedo.

—Ou pode ser fotoshop. Hoje em dia fazem qualquer coisa com o computador, né? – falei. – Tifanny está fazendo de tudo para nos separar que...

Me interrompi ao vê-lo balançar a cabeça. A última esperança que meu coração tinha de não nos separarmos foi esmagada com aquele simples gesto.

—Não é fotoshop. – murmurou – Sou eu mesmo. Seria ridículo negar.

—Que bom que você confessa isso. – engoli em seco. Minha voz não era mais do que um murmuro baixo. Pelo menos Seth era capaz de admitir seus erros.

—Quem que te deu isso? – ele me olhou, suas narinas infladas.

—Chegou na casa dos meus avós, sem remetente. Que diferença faz isso agora? – o canto de minha boca se levantou num mínimo sorriso sem emoção enquanto eu dava de ombros.

—Aquela desgraçada...

—Seth. – o cortei, deixando-o surpreso. – Ela pode ter sido uma... desgraçada, como você mesmo disse, ao me mandar isso. Seja lá como raios ela conseguiu tirar isso. Mas sou eu quem namora com você. Tifanny está meio irrelevante nisso no momento.

Me olhou boquiaberto, parecendo se lembrar de repente desse fato.

—Eu ponderei por um minuto, essa foto poderia ter sido tirada antes de a gente namorar. Só que tem dois pontos. Um; você admitiu que a encontrou no mercado, e essa foto condiz com o estacionamento de lá. Segundo; você me assegurou que eu fui seu primeiro beijo. Não uma, mas duas vezes. – dei de ombros, sentindo algo salgado em minha boca ao que pisquei. – A não ser que tenha mentido.

Antes de eu terminar de falar, ele já balançava a cabeça para os lados.

—Eu nunca menti para você.

—Infelizmente para você, eu considero omitir uma coisa dessas como mentir.

—Carlie...

—E toda a história do imprinting? – questionei, as lágrimas voltando. – Você disse que me amava, Seth! Que eu era a única para você!

—Não coloca no passado. – ele lamentou, balançando a cabeça.

—Quem ama não trai. – continuei como se ele não tivesse dito nada.

—Meu amor, se ao menos você me deixar falar...

O cortei com um aceno de cabeça.

—Você teve a chance e deixou escapar.

—Carlie, por favor, me deixa explicar.

—Quando chegou na minha casa depois do mercado. – Continuei como se ele nem tivesse dito nada, desabafando tudo o que eu precisava. – Na praia, antes e depois dela chegar!

—Carlie...

—Não, Seth! – o interrompi, esgotada. – Isso não pode continuar.

Me olhou chocado, seus lábios entreabertos. Seus olhos estavam vermelhos de tanto derramarem lágrimas, e eu podia apostar que eu estava igual.

—O que você quer dizer?

—O óbvio. – dei de ombros. – Não posso ficar com você.

Cheguei perto dele, acariciando seu rosto. Eu não conseguia ver meu melhor amigo ali mais. Apenas um namorado que eu amava e que de repente se tornara tudo o que eu nunca achei capaz que poderia.

—Não posso ficar com você sabendo que outra garota beijou esses lábios, enquanto você me pediu em namoro, e nem se deu o trabalho de ser honesto comigo. – funguei, passando a mão em seus cabelos negros.

Engoli em seco e me afastei, odiando ver aquele olhar em seu rosto, como se eu tivesse arrancado seu coração do peito.

—Não faz isso... – quase me matou ver a dor que ele sentia.

—Tchau, Seth.

E é isso. Não temos mais nada. Não seríamos nada mais do que dois desconhecidos dali por diante. Como ele passou de melhor amigo, depois para namorado e agora... nada? Eu não tinha sua amizade, não tinha seu amor. Eu sentia que não o conhecia. Não havia desculpa que justificava aquilo.

—Espera, Carlie. – ele segurou meu braço me virando quando me virei.

—Set... – não deu para falar mais nada porque seus lábios esmagaram nos meus. Uma mão em minha nuca, impossibilitando minha fuga e a outra em minha cintura, colando nossos corpos. Bati duas vezes com impulso em seu peito tentando afastá-lo, mas logo me vi rendida. Uma chama surgiu dentro de mim, me dizendo para aproveitar seus lábios uma última vez. Ao ver que eu não fugiria, sua mão que estava em minha nuca foi para o meu cabelo, o segurando delicadamente. Seus lábios massageavam os meus, me inebriando com sua delicadeza.

E eu me esqueci de tudo. Do porquê estávamos brigando, das fotos, de Tifanny, do meu nome. Tudo isso pareceu parar de existir no momento que nossas bocas estavam dançando entre elas. Suguei seu lábio, não resistindo ao captar um vestígio de gosto de chocolate. Quando segurou forte meu quadril, não resisti, levando minhas mãos para se segurarem em seu pescoço e cabelo. Estremeci quando ele mordeu meu lábio inferior. Segurei forte em seu cabelo para me conter com o êxtase que bateu em mim com isso.

Separamo-nos do beijo ofegante. Continuei com os olhos fechados, mas sentia seus olhos em mim.

Suas mãos seguraram meu rosto quando ele me deu mais um beijo delicado.

Eu tinha medo de abrir minhas pálpebras e o momento evaporar. Eu queria me agarrar a cada segundo daquele beijo. E de seu corpo perto de mim. Não queria sentir a dor da separação. A dor de não o ter mais.

Abri os olhos quando senti sua mão afagar meu rosto.

—Fica comigo, por favor. – ele sussurrou a centímetros do meu rosto, enquanto escorregava a ponta de seus dedos em minha bochecha. Seu gesto causou um arrepio em meu corpo.

—Seth, eu...

—Por favor, – ele me interrompeu – é só o que eu te peço!


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