A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 18
Sem fôlego (E)




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Despertei de um sonho que nem me lembrava, e quando ia voltar a dormir, me lembrei de Mendy. De como estava perto de ela ser levada para um orfanato.

Minha família a adorou. Papai não ficou nem um pouco desconfortável com sua presença. Até mesmo já tinha um cara que faria de tudo por ela, e ela não fazia ideia disso.

Suspirei. Olhei no relógio. Não era nem seis horas. E tínhamos ido dormir depois das duas.

Decidi me levantar de vez e desci as escadas.

—Acordada a essa hora, amor? – mamãe falou assim que entrei na sala.

—Preciso falar com vocês. – murmurei, a rouquidão do sono teimando em ficar na minha garganta. Pigarreei. – Sobre a Mendy.

Terminei de falar e me aconcheguei nos braços de papai que estava sentado no sofá, e recebi um beijo na cabeça. Todos esperavam eu me pronunciar.

—Como vocês sabem, ela é de Forks. Conheci ela por acaso na semana que voltamos da ilha da mamãe, por sinal já sinto falta do Brasil. – respirei fundo, lembrando daquele paraíso tropical. – Demorou um pouco para a gente se encontrar pessoalmente de novo, e quando aconteceu, ela me contou sobre a vida dela.

Saí do colo do meu pai, e me endireitei no sofá, esfregando os olhos e tentando não os deixar fechar.

—Ela perdeu os pais e a avó, e está sozinha. Ela é menor de idade, então se for denunciada com certeza será levada para um lar de adoção.

—Onde você quer chegar, Carlie? – vovô perguntou, se inclinando em minha direção de sua poltrona.

—Bom... – encolhi meus ombros, de repente envergonhada do assunto. – É isso o que vocês fazem, certo? Adotam.

—Você esqueceu de que todos dessa família se juntaram após se transformarem, querida. – tia Rose apontou, sem emoção na voz. – Não está sugerindo...?

—Não! – exclamei um pouco alto demais. – Eu estava pensando em apenas alguém adotá-la. Você, por exemplo.

—Que? – indagou, incrédula.

—Foi só um pensamento. – minha voz se transformou num sussurro. – Eu a conheço há pouco tempo, mas ficaria arrasada se ela fosse para algum lugar horrível e distante. Mendy perdeu a única família que tinha. Achei que seria o encaixe perfeito.

Me levantei, me espreguiçando.

—Não precisam me dar a resposta agora. Só quero que pensem a respeito. Vou voltar lá para cima.

—Carlie?

—Sim? – me virei para papai.

—Chegou uma carta para você, sem remetente. – e me ofereceu o envelope.

—Uma carta sem remetente para mim? – repeti confusa. Nunca recebi carta. Seria Seth sendo romântico? Mas para que não colocar remetente?

—Sim. – ele respondeu. – Chegou ontem, mas não quis estragar a festa de vocês.

—Pode guardar? Quero dormir um pouco. – pedi e ele assentiu.

—Bom descanso, gatinha da tia. – tia Alice falou, e eu soprei um beijo para todos.

—Ah, - meus pés fincaram no chão ao me lembrar de algo. – uma última coisa. – virei meu corpo, olhando mamãe e papai. – Posso convidar as meninas para Nova York?

—Pode, acho que não há problema. – papai concordou, porém olhando para vovô, que assentiu sorrindo.

—E alguns dos lobos, se eles puderem ir? – arrisquei, e meu pai estreitou os olhos.

—Vai acabar com o dinheiro da família, mocinha, tendo que comprar primeira classe para um bando de adolescentes. – mamãe comentou, e eu suspirei chateada. Depois teve um “click” na minha mente, e eu corri empolgada até ela e a abracei.

—Obrigada, vai ser importante viajar com eles. Tipo uma despedida.

—Posso imaginar, meu amor. – ela murmurou, afagando meu cabelo.

—Agora vou dormir. Fui.

Subi para o meu quarto pensando sobre a carta. Estava cansada demais de qualquer jeito para ler alguma coisa. Precisava descansar meu cérebro para algum raciocínio lógico.

Me joguei na cama, sem querer acordando minha irmã.

—Droga, Carlie. – resmungou, azeda.

—Foi mal. – sussurrei de volta.

***

—Carlie. – senti-me sendo cutucada. – Carlie. – ouvi a voz novamente e abri levemente os olhos.

—Me diga que são mais de nove horas, senão eu arranco sua cabeça de loba.

—São dez e meia. – riu.

Gemi e me mexi na cama, vendo que era a única que havia restado.

—Vamos, Esme fez um banquete.

—E você veio me acordar mesmo assim? – perguntei, incrédula, e ela sorriu sapeca. – Agora estou com medo. O que fez comigo?

—Nada, boba. – falou descontraída, e eu relaxei. – Te espero lá em baixo.

Fui para o banheiro, escovando os dentes e ficando apresentável após jogar uma água no rosto. No corredor, encontrei tia Alice, que me parou.

—Dei uma olhada na previsão do tempo para hoje, caso quisesse saber. – deu de ombros, sorrindo angelicalmente. Seu cabelo liso e curto com um penteado que era um arco de trança feito com o próprio cabelo, preso nas laterais. – Entre as onze e quarenta e sete e duas e meia, fará um sol considerável para dar uma volta a praia.

—Mas Mendy e Claire...

—Farão raros vinte e dois graus. – ela me interrompeu. – Todas conseguirão se divertir.

—Você é demais. – dei um beijo em sua bochecha e corri para a cozinha, morta de fome.

Cumprimentei vovó, que estava colocando a louça no lavador de louças.

Mamãe e papai deixaram a gente chamar quem quisermos, basicamente, para Nova York. Pensei para Renesmee, que sorriu.

Isso é ótimo! Já vamos convidar as garotas, então.

Foi o que pensei.

—O que acham de Nova York? – minha irmã perguntou, dando uma mordida em sua torrada.

—Deve ser maravilhosa. – Leah respondeu, sorrindo.

—Um sonho ir pra lá. – Mendy concordou, seus olhos brilhando.

—Pelas fotos e vídeos que as pessoas fazem, é lindo. – Claire comentou.

—E o que acham de conhecer lá conosco? – falei, como se comentasse da previsão do tempo.

—Você deve estar brincando! – Mendy exclamou, chocada, parando o lanche a meio caminho da boca.

—Mas quando vocês vão? – Claire questionou, preocupada.

—Em breve, estamos discutindo isso ainda. – Ness disse.

—Não sei se posso ir, ainda tenho a faculdade...

—Leah, sei que você tem uma bolsa e um EAD. – a cortei. – Você pode ir e se isolar em qualquer lugar para estudar à vontade. Não precisa responder agora. – acrescentei. – Só... o convite está aberto para vocês.

Elas assentiram, sem muito a dizer. Pareciam tímidas para dizer “sim” ali na hora.

—Vamos a praia? – mudei de assunto. – O tempo vai dar uma folga lá pra meio dia. Peço a Seth para chamar os garotos.

—Não estou com meu biquini aqui. – Mendy recusou, fazendo biquinho.

—Nessie e eu temos vários que vocês podem usar.

—Se é assim, então vamos. – Leah deu de ombros.

—Esme. – a chamei. – Já falei que amo suas torradas?

—Ah... – ela fingiu pensar – Só umas mil vezes.

Todas nós rimos de seu comentário.

—Vamos, gente? – perguntei quando acabamos.

Elas levantaram e fomos pro meu quarto.

—A gente acabou comprando mais do que deveria, já que Forks não dá para se usar. – falei entrando no closet, e elas atrás. – Aqui estão os novos. Nunca foram usados.

As deixei à vontade e fui pegar o meu.

Quando me virei, vi na minha escrivaninha o envelope que meu pai falou que era meu. Eu estava muito curiosa. Fui até ele e o peguei.

—Aonde posso me trocar? – Mendy perguntou. – O que é isso?

—Uma correspondência que chegou para mim. – falei distraída, me virando para ela sem tirar os olhos do envelope branco. – Nada demais. – sorri. – Tem um banheiro seguindo o corredor, a porta marrom mais escura. Achou alguma saída também?

—Achei sim. – seus olhos brilharam, e ela se foi.

O quarto do papai foi deixado para Ness e eu. Nossas tias projetaram um closet incrível para as nossas roupas, para assim nunca termos problemas de ter que pegar trocas do chalé e trazer para cá. Reformamos o quarto ao nosso gosto também. Papai não demonstrou ficar chateado.

—Ei, Nessie. – a chamei e ela veio até mim. – O que você acha que tem aqui? – levantei o envelope.

—Não sei, abre. – ela respondeu o óbvio.

—Não sei... Agora não, só quis te perguntar.

—Mas por que você não quer abrir? – perguntou confusa.

—Não sei...

Fui interrompida por Mendy vindo até nós, e percebi Nessie mudar de humor.

—Você acha que esse fica bem em mim? – ela tinha uma saída de pano transparente, a cor combinava com suas madeixas loiras. – Ah, desculpa, atrapalhei? – minha amiga aparentava ter culpa.

—Não, imagina, não atrapalhou em nada. – sorri, colocando o braço ao redor do pescoço de Ness num abraço lateral. – Ficou lindo em você, realça seus cabelos.

—Obrigada. – agradeceu, tímida. – Quando forem me avisem. – e foi para seu colchão, mexer no celular.

—Nessie, o que houve? – franzi o cenho.

—Como assim? – ela se fez de desentendida.

—Por que ficou desse jeito quando ela chegou perto?

Ela respirou fundo, sem nunca me olhar nos olhos.

—Vocês parecem duas amigas de infância. – disse sem jeito. Murmurou tão baixo que tive dificuldade em ouvi-la.

—Você está com ciúmes dela? – sibilei incrédula. Ela nunca havia demonstrado algo parecido por mim. Talvez por meu único melhor amigo ter sido sempre Seth, e crescemos isoladas dos humanos para criarmos amizade com qualquer outra menina que não fosse Claire.

Claire tinha vínculo conosco. Ninguém a conheceu sozinha. Então não dava para dizer quem era amiga primeiro.

—Nessie. – a chamei quando ela não respondeu, e ela me olhou nos olhos. Vi a dor que ela sentia. – Não tem motivos para isso. Você é minha melhor amiga e minha irmã, nada vai mudar isso, nem ninguém.

Seu olhar se desviou do meu, mas não antes de eu ver o brilho que havia ali.

Não quero que chore, que fique assim. Amor de irmã é forte. O nosso amor é forte. Somos unidas desde sempre. Nunca vou te trocar por ninguém, entendeu?

Ela pensou por alguns segundos e depois sorriu.

—Entendi. – respondeu em voz alta, me abraçando.

Sorri com isso.

—Ei, vocês duas. – Leah disse e nós a olhamos – Estamos prontas.

—Só um minuto. – pedi, pegando meu celular.

Disquei o número e apertei em discar.

—Oi, amor.

—Oi. – respondi alegre. Era tão bom ouvir sua voz. Tão empolgada ao ouvir a minha.

—Estava esperando mensagem sua.

—Foi mal, dormimos demais. – respondi, me xingando por dentro por esquecer da prometida mensagem.

Ele riu.

—Te desculpo se tiver o passeio hoje.

Sorri, e senti que ele leu meus pensamentos.

—Eu já ia falar isso. – falei, mordiscando a unha. – Vamos a praia? Chame os garotos. Só Kim e Rachel não conhecem Mendy.

—Chamo sim. Não sei quem tá disponível hoje, mas vou mandar mensagem e ver quem responde.

—Combinado. Vamos mandando mensagem enquanto isso.

—Até daqui a pouco, gata.

Mordi o lábio, gostando de ser chamada assim.

—Até. – me limitei a apenas isso antes de desligar. Tive medo de gaguejar.

Fui me trocar e pegamos as coisas necessárias para a praia.

—Papai, mamãe! – pulei em seus pescoços, num abraço triplo. – Qual carro está disponível?

—Para saírem assim, nenhum. – papai cruzou os braços para mim e Renesmee.

—Edward, pare de graça. – mamãe riu dele. – Podem pegar o meu. Dá para acomodar todas vocês.

E entregou a chave de seu carro em minha mão. Franzi o cenho. Geralmente eles entregam nas mãos de quem vai dirigir.

—Seu pai e eu estamos conversando sobre a possibilidade de em breve vocês tirarem a carta. – ela falou. – Enquanto isso, quem dirige é quem tem a carteira.

—No caso, Leah. – Ness grunhiu, jogando a cabeça para trás em frustração.

Nesse momento tio Em chegou com tia Rose.

—Se fossem nossas filhas, com certeza não iriam a lugar algum assim. – ele colocou mais lenha na fogueira, me deixando chocada.

—Isso não é nada legal! – reclamei, e Ness mostrou-lhe língua.

—Liberadas. – mamãe deu a palavra final, e fomos para a garagem para arrumar as coisas no carro.

......

—E aí, gatinhas!

Estacionamos em um lugar um pouco coberto para proteger o carro, e tivemos que caminhar um pouco para chegarmos aonde queríamos. A praia de La Push normalmente só tem gente da reserva, mas hoje em especial tinha uns caras que não eram dali. Não sei dizer se eram turistas ou da cidade. Só sei que estavam mandando cantadas idiotas em nossa direção.

É claro que ignorávamos sempre. Elas não precisavam ignorar, não tinham um namorado ciumento. Tudo bem que ele nunca demonstrou, mas não demoraria um segundo para isso acontecer. Era só Seth estar comigo quando os caras insignificantes dessem em cima de mim ou mandassem cantadas.

Avistamos os quileutes e as meninas não muito longe. Parece que lendo meus pensamentos, Seth correu em nossa direção, e quando me deu um abraço, ouvia-se os caras lamentando um para os outros que uma das garotas estava acompanhadas.

—Calma, amor. – sussurrei em seu ouvido, sentindo tremores em seus braços.

—Por que você acha que vi te abraçar? – se afastou um pouco, já sorrindo, e me deu um selinho. – Você é a única coisa capaz de me acalmar.

Sorri de volta.

—Vamos, Paul está com saudades de vocês. Falou que eu roubei você deles. – dizia enquanto íamos em direção ao pessoal, Seth com o braço em meu pescoço.

Ri alto, sabendo que eles estariam ouvindo tudo.

—Isso não deixa de ser verdade. – provoquei.

—Ahh, Cullen, está se juntando com essa matilha de depravados? – franziu o cenho em minha direção antes de ameaçar cócegas em minha cintura.

—Não! – gritei, me rendendo. – Você é maravilhoso.

—Assim está melhor. – e me lançou meu sorriso favorito.

Joguei minhas coisas perto deles, que já estavam acomodados em cima de um pano gigante.

—Ei, Carlie. – Jared me cumprimentou, se recusando a sair do lado de Kim.

—Ei, vocês dois. – acenei.

—Achei que nunca mais íamos te ver. – Paul disse, me abraçando. – Era sempre Clearwater pra cá, Clearwater pra lá...

—É claro que sempre vou dar um jeito de encher o saco de vocês. – prometi, sorrindo.

As meninas já estavam se acomodando também junto aos outros.

—Esses mauricinhos invadiram a reserva hoje. – Embry falou furioso quando ouviu falarem da “loira” que estava passando protetor solar, e queriam estar passando nela.

Revirei os olhos, indo ajudar minha amiga.

Relaxa, Embry. Pensei para ele, que engasgou ao procurar meu olhar, confuso.

Os outros não deixaram isso passar despercebido, e eu abaixei o olhar, envergonhada.

Mendy nem está se importando ou ouvindo. O olhei de canto de olho. Ela nem deu bola quando passamos por eles. E lhe mandei imagens dela revirando os olhos com as cantadas vinda deles. O senti relaxar um pouco com isso.

Obrigado, Carlie. E seu dom é impressionante. Eu tinha ouvido Seth falar que evoluiu, mas é diferente de ver com os próprios... pensamentos?

Cortei a ligação, rindo dele.

—E aí, quando os frangotes vão dar um mergulho? – aticei, tirando minha saída.

Foi com muito orgulho que notei meu namorado me olhar do topo da cabeça até a sola dos meus pés, com desejo em sua face. Mordia o lábio inferior.

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Soltei um sorriso de lado em sua direção ao que me notou, e os outros foram correndo antes de nós dois. Seth veio até mim, me puxando pela minha cintura nua contra seu corpo.

—É difícil segurar as palavras quando te vejo assim. – murmurou em meu ouvido, seu hálito batendo em minha nuca me fez respirar fundo para continuar sóbria.

Antes que eu pudesse sequer retribuir suas palavras, avistei algo que já fez meu coração acelerar de raiva.

Vestindo uma mini saia e uma blusa decotada, Tifanny passava por ali com duas garotas a acompanhando, vestindo a mesma roupa.

Como existe gente sem estilo próprio? Elas acham que saíram de um filme de patricinhas?

—Ah não, de novo não. – grunhi. Seth preocupado com minhas palavras, se afastou de mim para seguir meu olhar.

—Calma, ela só está caminhando...

Sua voz foi sumindo ao que o rumo de seus passos era até nós. Seu rebolado era tão ridículo, entretanto os garotos que deram cantadas em mim e nas garotas estavam babando pela loira com suas seguidoras.

—Que surpresa, Seth, Clara!

—É Carlie. – rosnei, e imediatamente Seth me segurou pela cintura.

—Ah, claro. – falou sem dar importância. – Não vou me demorar aqui. Estava passando e por acaso vi vocês.

—E? – a pressionei, sem paciência.

—Vim falar que adorei o nosso encontro de ontem.

Odiei admitir para mim mesma que senti meu corpo tensionar quando ela falou isso olhando diretamente para Seth. Odiei mais ainda a sensação de estar por fora de alguma coisa que eu deveria saber.

—Que encontro? – indaguei para o meu namorado.

“Querem que a gente interfira?” Jacob perguntou lá do mar.

Seth negou com a cabeça, sem tirar os olhos dela.

—Não foi nada demais. – Seth murmurou, algo em sua voz me incomodou.

Eu senti uma emoção ruim esmagador em meu peito quando Tifanny sorriu vitoriosa. Ela estava na vantagem por deixa-lo assim?

—Que. Encontro. Foi. Esse?

Me senti melhor ao que ela se sentiu ameaçada por mim, mesmo tentando manter o sorriso arrogante em seus lábios.

—Por que não pergunta para o seu namorado? – sugeriu sorrindo.

—Porque estou perguntando para você. – falei entre dentes.

—Eu gostaria de ficar mais um pouco, mas tenho manicure em breve. Adeus. – ela falou me ignorando e se virou e começou a andar com suas seguidoras, não antes de mandar uma piscadela para Seth.

Me soltei de seus braços, odiando o fato dela ter todo esse poder sobre mim.

—Seth, que droga! Por que toda vez que essa garota chega perto tenho a sensação de que vocês dois tem algo escondendo de mim?

—Porque ela é manipuladora. É isso o que ela fez. – segurou meus ombros para que eu olhasse em seus olhos.

Seus lindos olhos castanhos escuros encaravam os meus com intensidade. Seus lábios rosados finos levemente abertos pela tensão. O calor de seu corpo perto do meu quase me distraia de tudo isso.

—Ontem quando eu saí do mercado ela estava no estacionamento, tentando me importunar, te ofendendo para que eu reagisse. Ela só está brava porque não conseguiu.

E então veio o envelope em minha mente. Fechei os olhos, procurando esvaziar a minha mente. De repente eu estava com medo do que iria encontrar ali. Um envelope misterioso chega até a minha casa após Seth se encontrar com Tifanny...

Tirei suas mãos dos meus ombros e corri para a água junto com os outros.

PDV Seth.

Carlie me deixou ali, e eu fiquei parado igual um idiota. Por que eu simplesmente não confessei que Tifanny me beijou? Eu a afastei, eu não quis aquilo. Ela merece a verdade. A única garota na terra que merece o meu mais honesto que há dentro de mim.

Me juntei a eles poucos segundos depois, os caras me questionando com o olhar o que foi aquilo. Dei de ombros, incapaz de falar em voz alta para não deixar Carlie constrangida.

Respeitei o espaço dela. A deixei brincando com os outros. Jared, Paul, Quil, Embry, Collin, Brady, Sam, todos adoravam Carlie e Nessie. Quem vê hoje nem parece que anos atrás estavam em pé de guerra com os vampiros. Hoje, além de ter o acordo de paz, eles têm um carinho por Renesmee e Carlie, principalmente por elas serem imprinting.

PDV Carlie.

Estávamos na beira no mar, aonde não era tão fundo, mas cobria nossas coxas. Foi quando avistei duas garotas soltando uns risinhos e olhando em direção a Seth.

“Vai, amiga, ele deve estar sozinho. Até agora não vi ninguém chegar perto dele”

“Ai, não sei...”

“Vai, boba. O máximo que vai receber é um ‘não’”.

O máximo?

Eu ainda estava furiosa pelo episódio com Tifanny. Mas não ia deixar nenhuma garota chegar perto do meu namorado assim.

Rumei meus passos em sua direção. Ele estava bagunçando seus cabelos para tirar o excesso de água do recente mergulho. Assim que me viu, me olhou surpreso. Foi a única coisa que avistei em seu rosto antes de colar meus lábios nos seus. Na mesma hora suas mãos me puxaram em sua direção.

Meu coração acelerou com a visão sexy diante de mim. Seu cabelo molhado colado em sua testa, os pingos de água em todo o seu rosto.

—O que foi isso? – ele perguntou quando nos separamos do beijo.

—Isso o que?

—Está com ciúmes, é? – sorriu de lado, sem se deixar enganar.

—Então você ouviu. – bufei, brava.

—Super audição, gata. – e piscou para mim, me fazendo rir.

—Não quero ficar assim com você. – resmunguei. – Viemos para nos divertir, não para brigarmos.

—Eu sei. – concordou rapidamente. – Vamos lá. Já sinto o frio voltando logo mais, assim como você disse que ia ter pouco tempo de sol. As garotas vão acabar pegando um resfriado.

Suspirei, sabendo que era verdade.

Seth assobiou para os outros, apontando com a cabeça para sairmos da água.

—Temos que ir. – esclareci para os olhares confusos. – O sol já está sendo coberto pelas nuvens.

—Percebi. – Mendy disse, seus dentes batendo uns nos outros.

Embry não pensou duas vezes em pegar uma das toalhas e envolver em seu corpo. Fingi não perceber que foi um pretexto para abraça-la. Mordi o lábio para evitar sorrir diante da cena.

—Sabe do que sinto falta? – cochichei a Seth.

—Do que?

—Da nossa clareira. – falei sorrindo, sendo seguida dele.

—Parece já uma eternidade desde o nosso primeiro beijo. – concordou, pegando uma toalha para me envolver também. Deixei passar que isso foi por causa dos olhares que eu estava recebendo, já que o frio não estava me incomodando.

—Ela me traz lembranças boas e lembranças ruins.

—Você deve ter ficado muito magoada com o seu pai, né?

—Sim. Mas não consegui segurar a magoa por muito tempo, ainda mais quando ele me pediu desculpas.

—Eu amo isso em você.

—O que? – fiquei confusa e franzi o cenho.

—Você tem o coração mais puro e sincero do mundo.

—Digamos que é um dom. – brinquei e ele riu.

—O casal aí já acabou de se despedir? – Claire perguntou sorrindo.

—Quase. – respondi. Ao que voltei para olhar novamente para Seth, ele me beijou carinhosamente.

—Eu te amo. – ele murmurou.

—Eu te amo.

Despedi-me e fui atrás das garotas. Voltamos para o carro, já com as saídas.

—Como foi a praia? – papai perguntou quando chegamos.

—Bom. O sol foi realmente gostoso. – Ness disse enquanto levávamos as coisas para o nosso quarto.

—De agora em diante vai ser só neve. – lamentei. Não que eu não gostasse, muito pelo o contrário; eu amava a neve. Só que significava não conseguir aproveitar a praia de La Push até o outro ano.

Demos abraço nos nossos familiares e seguimos para o nosso aposento.

—Vou tomar um banho rápido para tirar o sal do corpo. – avisei. – Vão tirando par ou ímpar para tomar banho. – brinquei e saí correndo, ouvindo Renesmee reclamar que eu ia demorar por causa do meu cabelo volumoso.

Tentei ser rápida, e fui modelar meus cachos e secar para não dormir com eles molhados. Uma parte de mim também estava ansiosa para abrir o envelope. O medo tomou conta de mim quando pensei demais nisso.

Afinal, o que havia ali dentro?

—Cartinha melosa de namoro? – Leah debochou de mim ao que eu abria o papel. Eu sabia que ela só pegava no meu pé.

—É o que vou descobrir. – falei sincera, rindo de nervoso.

Ao que abri, vi que eram papéis de foto. E o que tinha ali me tirou o fôlego.

 


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