A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão escrita por Karina Lima


Capítulo 11
Dia feliz... Será? (E)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432577/chapter/11

 

 

PDV Edward.

Nas mais longas noites da minha existência, essa pode ficar no topo. Assistir televisão no sofá da sala sabendo que apenas uma frágil e quebradiça porta de madeira separava Bella de mim era angustiante.

Todos os pensamentos da minha família que me rodeavam eram voltados a Carlie. Todos percebiam seu sorriso quebrado, e não era fingimento. Jasper sentia.

E foi com isso que eu estava lutando contra a minha mente. Uma parte de mim queria pegar ela e Renesmee e correr para longe, bem longe de qualquer um do sexo masculino que lhes pudesse interessar. A outra parte sabe do maldito imprinting, e que isso também afeta minha filha. Tinha também a consciência de que Seth ainda era o mesmo de anos atrás, com os pensamentos puros e gentis. Olhava Carlie com respeito, apesar do brilho em seus olhos quando a via – e o amor em sua mente.

Carlie chora muito a noite, e murmura o nome dele enquanto dorme – e isso porque ela não fala dormindo.

Dei uma espiada no corredor e vi que a porta do quarto dela estava aberta. Fui até lá. Ela não estava lá, mas seu chuveiro estava ligado. Entrei e me sentei em sua cama, com receio de ser expulso. Vi uma foto lá em cima que me chamou a atenção. Era uma foto minha e dela juntos. Sinceramente, se eu pudesse, estaria derramando lágrimas agora.

— Until you're mine

I have to find

A way to fill this hole inside

I can't survive

Without you here by my side

Until you're mine

Not gonna be

Even close to complete

I won't rest until you're mine

Mine...

Sua voz era doce de tão linda. Ela seria uma perfeita cantora.

O canto foi flutuando para fora do banheiro, parou quando me viu. Seus lindos cachos levemente acobreados estavam úmidos, denunciando que foram lavados. Usava seu pijama e a pantufa gigante e peluda de unicórnio.

—Pai? – ela corou violentamente.

—Podemos conversar?

—Nós não temos nada para conversar. – ela disse balançando a cabeça minimamente.

—Acho que temos sim. – eu disse mais insistindo, e não como uma ordem.

Ela fechou os olhos suspirando e abriu quando parou.

—Por favor, eu preciso falar com você. – insisti. Não ia desistir enquanto não falasse com ela.

—Tudo bem.

Ela se sentou na cama, se recusando a encontrar meus olhos. Eu me sentia horrível. Tínhamos a relação tão boa de pai e filha, e eu tirei isso. Eu sou um monstro.

—Bom, – comecei engolindo a seco meu orgulho. – eu... Gostaria de te pedir perdão.

Soltei de uma vez, a fazendo me olhar surpresa.

—Eu sei que tivemos nosso desentendimento. Você passou por cima da minha ordem.

Antes que eu terminasse, ela já estava balançando a cabeça.

—Eu sei o que fiz, e sinto muito. Só estava aterrorizada que só o veria depois de anos. – sussurrou.

—Eu sei que agi por impulso. Que estraguei seu primeiro beijo. – as duas últimas palavras saíram como um rosnado, e eu precisei pigarrear para manter um tom de voz civilizado. Tive a impressão de que ela quis sorrir com isso. – Entretanto, acho que você, como o anjo que é, pode ser capaz de entender o demônio que demonstrei naquele dia. Você e Renesmee são minhas menininhas, e ver alguém com as mãos em cima de vocês, me deixa enfurecido. E saber que as duas podem, a qualquer momento, já ter suas paixões, quero dizer, vocês... Carlie. – suspirei, desistindo de uma explicação. – Você poderá achar, em seu coração, uma forma de me perdoar? Sei que não mereço, mas preciso tentar.

—Pai. – ela sussurrou. Levantou o olhar, lágrimas encharcando seus olhos. – Eu sempre vou ser sua menininha. Só um pouco mais crescida.

Meu coração parado se envolveu com um calor que nada a ver tinha com temperatura.

—Sei que nunca teve intenção de me magoar. Estava tentando me proteger. Isso é o que um pai faz. Só que... tente ser um pouco menos protetor, ok?

Senti um sorriso rasgador de lábios em seu rosto, e envolvi meus braços gélidos em seu corpo quente.

—Eu gosto quando você protege a mim, a mamãe e Ness. Gosto que evita que nós entremos em perigo. Mas também tem que saber que não pode controlar meus sentimentos. E... eu nunca te odiei. Sinto muito por ter dito aquilo.

—Eu fico feliz em saber disso.

—Eu te amo, papai. – como eu sentia falta dela me chamando assim. Não pude conter o sorriso que veio em meus lábios.

—Eu também te amo, meu bebê.

Ela riu. Ela estava com a respiração alterada e tremendo por causa dos soluços. Afastei-me e limpei suas lágrimas, em seguida de um beijo em sua testa.

—E posso te fazer uma pergunta? – ela perguntou depois de alguns segundos.

—Claro. – tentei esconder a minha ansiedade por não conseguir mais ler sua mente.

—Por que você não está no seu quarto?

Soltei um riso nervoso.

Oh, céus! O que eu poderia falar? "Quando te coloquei de castigo, sua mãe resolveu me punir fazendo uma greve"? Claro que não.

Mas, inesperadamente, Bella entrou no quarto.

—Ele só queria assistir a um estúpido jogo de baseball e eu não estava afim, então o mandei para sala.

—Ele aguentou ficar todo esse tempo longe de você? Porque não foi só um dia e eu não o via indo para o quarto de vocês... – mas que menina esperta.

—Eu ia quando você estava dormindo. – eu a cortei, ela fez uma careta e eu ri.

—Só que você e a mamãe nunca mais trocaram nenhum beijinho nem nada, sei que vocês estão mentindo. – sabia que ela não iria deixar escapar essa parte.

—Está bem, eu fiz uma greve enquanto você estava de castigo. – Bella soltou tudo de uma vez e eu a fitei incrédulo, que deu de ombros como se não pudesse mais fazer nada. Carlie agora iria pensar que era culpa dela.

—E tudo por minha culpa. – Carlie estava prestes a chorar. Não disse?

Peguei seu rosto entre as minhas mãos e olhei em seus olhos lacrimejando.

—Eu mereci essa punição. – falei sincero – Foi mais do que merecido e não foi sua culpa. Está bem? – ela assentiu lentamente e eu dei um beijo em sua testa. Bella se sentou na cama e a Carlie abraçou nós dois de uma vez que rimos.

—Bom. – Bella disse quando ela nos soltou – Vá dormir, amanhã você precisa visitar Charlie e Billy.

Seus olhos brilharam.

—Posso mesmo? Ah, mal posso esperar para contar a Nessie!

E saiu correndo do quarto.

—Vem. – Bella disse depois de ouvirmos a porta do quarto se abrir e se fechar. Eu fui, e quando vi aonde ela queria me levar, fiquei surpreso. Era o nosso quarto.

Ahh... Carlie não estava mais de castigo.

Um sorriso brincou nos cantos da minha boca, sabendo o que viria.

Ela entrou primeiro e quando fiz o mesmo, fechei a porta atrás de mim com um sorriso malicioso, que ela devolveu. Fui até ela e segurei em sua cintura, e beijei seu pescoço, sua mandíbula, mordi seu queixo e, finalmente, cheguei a seus lábios. Ela colocou as mãos em meu cabelo, colando nossos lábios com força. Foi me puxando até a cama sem interromper o beijo, e em segundos, nossas roupas já tinham sido rasgadas.

PDV Carlie.

A vida é brincalhona. Talvez ela goste disso. Quando parece estar tudo certo, ela te joga em alto-mar. E quando você sente que não vai aguentar, ela te coloca na terra firme novamente.

Entrei no quarto da Nessie, que estava assistindo.

—Nessie, vamos amanhã visitar vovô e Billy! – exclamei me deitando de bruços em sua cama.

—Papai te tirou do castigo? Não acredito! – gritou, pulando em cima de mim e nos levando ao chão.

Rimos, ficando de barriga para cima e encarando o teto.

—Sim, eu mal posso acreditar que posso me despedir direito de todos.

—Hey, - ela se virou para mim, se apoiando em seu cotovelo. – papai e mamãe estavam estranhos esses dias...

—Sim, mamãe ficou de greve por um tempo. – expliquei, como se estivesse falando que ia comprar um jornal amanhã.

—Por quê?!

—Porque eu beijei Seth. – dei de ombros. – Mamãe ficou do meu lado.

—Ela me falou isso, só que não pensei que ela fosse capaz de negar aquilo ao papai.

Engasguei com uma risada, e a empurrei.

—Não coloque tais imagens na minha cabeça. – sibilei.

—Foi mal. – ela riu de mim. – Billy sente sua falta. Paul e os outros também perguntam de você.

—Sinto falta deles também.

Olhei para o relógio de seu celular.

—Vou dormir. Quero primeiro ir ver Seth. Depois passo na casa de Billy

Ela assentiu. Entendeu que eu queria ir sozinha primeiro.

—Até amanhã.

Dei-lhe um abraço e um beijo na bochecha. Fui para o meu quarto e me deitei, logo em seguida adormecendo.

...

Acordei com o despertador tocando. Pela primeira vez em muito tempo, não fiquei furiosa nem com vontade de destrui-lo.

Coloquei um vestido, uma meia calça branca que combinava com o ele e um tênis. Deixei meus cabelos soltos.

Fui à cozinha e meus pais estavam lá com Nessie.

—Bom dia, família. – falei dando um abraço e um beijo em cada um.

—Bom dia. – responderam todos.

—Vai tomar café? – mamãe perguntou.

—Sim.

Me sentei, desfrutando de uma deliciosa omelete com queijo e presunto.

—Está saindo? – mamãe voltou a perguntar quando levantei apressada da cadeira.

—Sim.

—Para onde? – meu pai perguntou. Por sua expressão, ele já desconfiava e não escondia demonstrar que era desagradável para ele.

—Vou ver o Seth. – eu disse já na porta.

—Carlie...

—Não se preocupe, pedirei para algum dos meus tios ou a vovó me deixar lá.

—Não é sobre isso que eu quero falar. – balançou a cabeça, e eu finquei meus pés no chão, me obrigando a ficar e ouvir. – Sei que Sue e Charlie estão trabalhando, Leah não deve estar em casa. Então...

Enruguei o nariz ao constatar o rumo de sua fala.

—Não faça nada precipitado, ok? Posso não ler sua mente, mas leio a dele. E posso o fazer pensar em algo suspeito, se estiver escondendo. Caso bloqueie a mente dele, tirarei conclusões precipitadas e terá novamente outro castigo.

—Pai! – sibilei. – Achei que gostasse do Seth.

—Gosto. Ele é um bom rapaz. Mas estou dizendo sobre atitudes precipitadas que espero que não tenha. Sabe, você pode esperar para depois do casamento, daqui a quarenta anos...

—Pai! – gritei, sem conseguir conter minha repugnância. – Eu. Não. Quero. Essa. Conversa. Eu entendi, ok?

—Carlie, não fale assim com seu pai. Ele está preocupado. E faço das palavras dele, minhas. Para vocês duas.

Ness gemeu de horror.

—Até mais tarde, meus amores. – nem esperei uma resposta, corri para a floresta com toda minha força. Eu não via a hora de ver ele de novo.

Tia Alice se disponibilizou para me levar. Eles ficaram felizes com meu humor, e ainda mais tio Jazz, que me deu um abraço alegre. Isso acarretou de todos me abraçarem. Nahuel me cumprimentou também com um abraço, contagiado pelo meu humor.

Ela me deixou na orla da floresta.

Bati na porta da casa dele com esperança de que fosse ele que abrisse. Esperei por um tempo e ninguém atendeu. Abri a porta cuidadosamente. A casa realmente estava vazia. Pelo menos era o que eu pensava.

Entrei e fui bem devagar andando pelo corredor. Comecei a ouvir som de violão. A música era suave e melodiosa.

Enquanto eu passava pelo quarto da Leah, vi que não era ali o barulho. Fui até o quarto do Seth, mas não o deixei que me visse.

Safetysuit - Never Stop

Eu espiei e ele estava tocando, com fones de ouvido. Eu conseguia ouvir as batidas daqui. Caso contrário, as batidas do meu coração já teriam me entregado. Sua expressão se encontrava triste. Desejei poder tirar, e colocar um sorriso que era do meu Sethie.

Assustei-me quando, de repente ele parou frustrado e colocou o violão de lado na cama bruscamente. Encostei-me na parede do lado de fora e fechei os olhos por dois segundos. Só de ver ele era tão bom. Criei coragem.

Forcei alguns passos indecisos, o deixando me notar. Na mesma hora, seus fones foram tirados de suas orelhas.

—Não sabia que você tocava. – falei tímida.

Ele me olhava chocado.

—Carlie. – ele sussurrou engasgado com os olhos marejando. Corri até ele, e só deu tempo de se levantar para poder me pegar no ar. Joguei braços e pernas ao seu redor, o fazendo me abraçar forte. Seu nariz encostou em meu pescoço, respirando ali, e eu estremeci.

Eu não imaginava quão bom seria reencontrá-lo. A cena passou mil e uma vezes na minha cabeça. Ao vivo era indescritível. Eu podia sentir a umidade em meus olhos.

Sem querer, rocei meus lábios na pele nua que era sua nuca, e uma grande onda de prazer atravessou meu corpo quando senti-o estremecer por causa da sensação. Ele se sentou na cama me levando junto.

—Pensei que você estava de castigo. – ele questionou confuso, mas ainda chocado, porém aliviado.

—E estava... Meu pai me liberou ontem à noite. – dei de ombros.

Só depois que eu realmente percebi que estava sentada em seu colo de frente pra ele. Corei violentamente por causa disso. Com essa aproximação principalmente. Acho que eu tinha tomado uma atitude precipitada ao me jogar nele desse jeito.

Toda essa preocupação foi-se quando sua mão acariciou meu rosto, seu toque mais leve que uma asa de mariposa, me fazendo tremer. Ele arrastou o seu polegar em meu lábio inferior. Minhas pálpebras se encontraram uma nas outras em resultado do seu toque delicado. Era tão bom sentir sua pele, suas mãos, seu corpo...

Quando abri meus olhos, ele se inclinou lento e inseguro, olhando os meus lábios entreabertos, os olhos cheios de desejo refletidos nos meus. Colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, ele deixou seu rosto próximo do meu, hesitante, como se tivesse medo do que estava fazendo e olhou nos meus olhos.

Eu me inclinei de uma vez, o beijando.

Em minha cabeça só conseguia ver fogos de artifício. Levei um milésimo de segundo para realizar que aquilo se devia ao encontro de nossos lábios. Eu coloquei minhas mãos em sua nuca aprofundando o beijo. Ele colocou a dele em minha cintura e a outra em meu quadril. Nossos corações estavam batendo rapidamente e em sincronia, até o momento não achei que ele podia ter seu coração batendo tão rápido. Inclinei-me colando nossos corpos. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, o puxando mais pra mim, se isso fosse possível. Sem querer, mordi seu lábio inferior e ele estremeceu de prazer. Minhas mãos escorregaram para os seus braços fortes. Ele contornou meus lábios com a ponta da língua e minhas unhas passearam pelos seus braços.

—Eu senti tanto a sua falta. – ele sussurrou contra meus lábios.

—Eu também. – sussurrei ofegante. Ficamos mais um tempo assim, se beijando. Era maravilhoso que eu ainda fosse capaz de manter uma relação saudável com meu melhor amigo e amante antes de eu me mudar.

—Hum. – ele murmurou quando nos separamos do beijo com ofegos por ar. – Minha mãe e Charlie me deram um violão.

—Eu vi. – soltei um riso, saindo de seu colo para vê-lo. – Eu realmente não sabia que você tocava.

—Toco alguma coisa. – deu de ombros, um rubor em suas bochechas. – A que eu estava tocando antes de você entrar é uma delas.

—É linda. – falei tocando seu rosto. Ele beijou levemente meus lábios, e nesse único beijo havia um milhão de coisas, desejo, amor, devoção, carinho...

Ele me deitou em seu peito quente. Coloquei minha mão no mesmo e o senti beijar meu cabelo demoradamente. Ficamos um tempo assim, em silencio, aproveitando o momento. Era tão bom ficar em seus braços novamente, me sentindo protegida. Seu corpo quente era tão ótimo. Agora, aqui, ele não era mais minha heroína pela qual eu estava louca. Seth era meu sol. Me fazia bem. Eu tinha vontade de nunca mais sair de seu abraço.

— O quanto você me ama?

Não sei de onde veio isso, porém era tarde demais quando saiu da minha boca.

—Eu te amo muito. – ele falou surpreso abrindo os olhos com essa pergunta.

—Se você realmente me ama, eu te desafio a gritar pela janela para todo mundo ouvir. – brinquei, pronta para o puxar de volta a qualquer menção de levantar. Ele não o fez.

—Eu te amo muito, muito, muito.

—Por que você sussurrou?

—Porque você é meu mundo. – ele estava com os olhos cheios de amor e eu fiquei sem fala. Ele aproveitou da situação e me beijou. Seus lábios eram urgentes nos meus. Naquele momento, foi claro que eles se encaixavam um no outro como se tivessem sido feitos para isso. Eu fiquei como gelatina nos seus braços e ele me segurou firmemente. Fomos interrompidos pelo meu celular. Eu o peguei com certa dificuldade no meu bolso e atendi.

—Alô?

Seth começou a brincar com o meu cabelo.

—Oi, sobrinha querida. – disse tia Alice muito feliz para o meu gosto. Fiquei desconfiada.

—O que você quer? – fui direto ao ponto e Seth riu silencioso. Ela só falava assim comigo quando queria alguma coisa.

—Nossa. – ela fez voz de ofendida – Por que você acha que eu queria alguma coisa?

—Porque você só fala assim comigo quando está querendo alguma coisa que eu não estou disposta a fazer.

—Está bem, você venceu. Eu queria te pedir uma ajuda com minhas roupas...

—Desde quando você precisa de ajuda com roupa? – eu a interrompi. Ela nunca pediria minha ajuda com roupas.

—Desde quando adoro a sua companhia.

—E Renesmee?

—Ela está em La Push com o vira-lata.

—Você tem a tia Rose. – apontei.

—Rose não é nenhuma das minhas maravilhosas sobrinhas.

—Tia, eu acabei de sair do meu castigo, quero aproveitar um pouco. – falei entredentes.

—Está se recusando vir me visitar? – ela fez voz de magoada. Eu balancei minha cabeça revirando os olhos. Seth deu uma risada baixa, indo beijar meu pescoço.

—Tia, estive aí praticamente todos os dias. Vou visitar os quileutes ainda hoje. – engoli em seco, tentando manter o foco. – Mais tarde vou para casa, e com certeza passarei aí.

—Ahhhh! – ela deu um gritinho – Eu te amo, minha sobrinha linda. – ela desligou.

—E então? – eu disse – Me leva para casa depois?

—Sem dúvidas.

Ele me beijou de novo e nesse momento, deu um trovão. Eu gritei de susto e pulei no colo do Seth. Eu estava ofegante e meu coração disparou. Ele me segurou levemente e, obviamente, tentando prender o riso. Fui relaxando aos poucos e descendo de seu colo. Começou a chover.

—Me desculpe, eu realmente me assustei...

E como se isso não fosse o suficiente, a energia caiu, me sobressaltando pela mudança repentina do ambiente. Pulei em seu colo de novo e o apertei. Gemi de raiva e constrangimento. Me ajeitei na cama, um pouco longe dele.

Ele começou a rir e eu fechei a cara em sua direção. Acho que ficou bem ciente da minha feição, porque ele riu mais ainda. Não era nenhum problema pra nós enxergarmos no escuro, tínhamos visão noturna.

—Uma Cullen ficou com medo de um trovão e uma queda de energia? – ele disse enquanto rastejava até pairar sobre mim. Perdi o fôlego com essa cena.

—Não fiquei com medo. – era extremamente difícil dizer alguma coisa com ele, seu rosto e seu corpo seminu a centímetros de mim. – Só... Assustei-me. – olhei para os seus lábios e me encostei totalmente na cabeceira da cama quando ele se inclinou mais. Eu estava à mercê total dele. Arrastou seus lábios nos meus e beijou meu pescoço, me fazendo estremecer.

—Você é completamente irresistível. – ele sussurrou dando uma mordiscada como se estivesse degustando o mais genuíno chocolate suíço. Levantei minha cabeça como se quisesse mais e ele foi fazendo uma trilha de beijos por todo o pescoço. Os sentimentos já não tão novos foram se acendendo como chamas sob minha pele. Sua mão começou a levantar o meu vestido, passeando pela minha coxa. Mordi o lábio. Seu toque quente deixava uma trilha de fogo em minha pele, mesmo por cima da roupa fina. Era bom, e eu queria cada vez mais.

Porém algo começou a martelar em minha cabeça, em algum lugar dela. Entretanto, minhas teimosas mãos passearam por seus ombros e costas. O roçar de dentes em minha mandíbula deu um pequeno choque de prazer na região, e em seguida voltou ao meu pescoço. Sua mão já tinha chegado na parte nua de minha cintura, por baixo do vestido.

"Não faça nada precipitado, ok? Pode esperar para depois do casamento.".

—Seth. – minha voz saiu estremecida.

Congelou, e parou de imediato suas ações. Como se tivesse levado um choque, suas mãos se lançaram para longe do meu corpo.

—Me-me desculpa. – ele fechou os olhos com força e abaixou levemente a cabeça, ainda pressionando as têmporas. E constrangido. Eu ainda estava paralisada com seu distanciamento.

Me senti extremamente culpada.

—Seth. – segurei o seu queixo, o levantando. Ele só realmente abriu os olhos quando sua cabeça estava reta. Seus olhos refletiam dor e constrangimento. – Está tudo bem.

—Bem? Eu estava parecendo um idiota te tocando. Eu não tenho direito sobre você assim. E você nem queria... – seus olhos voaram para longe de mim, as mãos esfregando seu rosto.

—Eu queria sim. – afirmei, tímida, e ele me olhou surpreso – Só que... vamos mais devagar, concorda? – eu perguntei hesitante e ele sorriu timidamente.

Dei mais um beijo nele ficando de joelhos na cama. Deu mais um trovão me assustando novamente, só que desta vez eu o abracei, para me sentir protegida. Seth não hesitou em me envolver em seus braços.

—Bom, – olhei pra fora da janela a tempo de ver a chuva começar a cair junto a um raio – acho que temos que ficar mais um tempo aqui, né?

—Provavelmente. – ele falou, sem me deixar afastar. Deitou-se comigo, e me deitou em seu peito.

Era muito confortável ficar com ele assim. Eu não me sentia tão confortável para dormir desde nosso primeiro beijo. Coloquei minha perna dobrada em seu quadril e meus braços ao redor de sua cintura, me embrulhando em seu corpo.

Acordei com o meu celular vibrando no meu bolso. Quando eu ia abrir os olhos pra poder realmente acordar, Seth o pegou antes que ele começasse a tocar.

—Alô? – sussurrou ele.

—Seth. – ouvi Ness dizer do outro lado da linha. – Cadê a Carlie?

—Está dormindo. Acabamos pegando no sono.

—Quando ela acordar, me deixe sabendo quando vocês vão vir. Estou com Jake e Billy.

—Sem problemas, Nessie.

Se despediram e ele desligou.

Eu o senti acariciar meu rosto e beijar a ponta do meu nariz.

—Então o senhor quer abusar de mim dormindo? – eu disse sem abrir os olhos e com um sorriso no rosto.

Ele riu. Seu coração acelerou, provavelmente por causa do susto que ele levou quando eu o peguei no flagra.

—Você estava acordada? Desde quando?

—Um pouco antes de você atender ao telefone. – eu finalmente abri os olhos. Seu sorriso me trouxe uma felicidade perdida desde a última vez que o vi. Eu me espreguicei e bocejei, então ouvi o ronco de sua barriga.

—Acho que você precisa comer. Eu quero caçar no caminho. – falei, e dei uma olhada lá fora. A chuva diminuiu para uma garoa fina.

—Vamos, então.

Ele comeu dois pratos de comida inteiros. Levantamo-nos para irmos embora. Quando estávamos perto da porta, ele perguntou:

—Não se esqueceu de nada? – bati levemente com minha mão no bolso do vestido. Fiquei confusa. O celular estava ali.

—Eu acho que não. – eu disse ainda confusa.

—Não mesmo? – ele sussurrou se aproximando lentamente de mim, e eu entendi.

Ele me prendeu na parede com as mãos. Minhas mãos estavam em seu peito. Ele beijou meu pescoço. Estremeci. Ele fez uma trilha de beijos por ali e depois beijou o local abaixo da minha orelha. Ele mordeu o lóbulo da mesma. Eu estava com a minha respiração alterada e o coração acelerado, e eu não estava conseguindo acalmá-los.

Aquele fogo que se acendeu dentro de mim agora há pouco estava de volta, agora devagar se tornando mais forte.

—Seth, – sussurrei, sem confiar na minha voz. – temos que ir, já ligamos para Ness. – só que eu grudei mais seu corpo ao meu. Ele riu. Beijou o canto da minha boca e foi lentamente até o pescoço novamente. Ele deu várias mordidinhas. Passei minhas unhas inconscientemente pelo seu peito e ele gostou, pois suspirou em meu pescoço, mandando vários arrepios.

—Você não disse que era para irmos embora? – ele sussurrou no meu pescoço enviando mais arrepios.

—Você está provocando. – eu estava vagamente consciente do que eu falava. Em resposta, ele deu outra mordida. Eu gemi sem querer. Ele arrastou os lábios pelo meu pescoço me fazendo ficar totalmente contra a parede. Sorriu obviamente satisfeito das reações que me causava.

Ele deu um último beijinho delicado no meu pescoço e depois riu, e se afastou com um sorriso no rosto. Respirei fundo, tentando normalizar a respiração. Quando ele estendeu a mão para a maçaneta da porta, o puxei pelo braço e o beijei com vontade. Ele riu e colocou a mão ao redor da minha cintura, colando nossos corpos.

—Bom, – ele interrompeu agradecidamente o beijo, porque eu não tinha mais fôlego, entretanto nem força de vontade para afastá-lo. – eu não quero que Ness te mate. – me deu um selinho.

Estávamos ofegantes. Ele abriu a porta e saímos. A chuva estava quase completamente indo embora, só que os pingos que caiam iam deixar meu cabelo úmido. Suspirei em lamentação.

—Esqueci que todos aqui trabalham. – resmunguei. – Queria ver vovô.

—Ele reclamou durante dias sobre Edward te proibir de visitá-lo. Ele não sabe que... hum, nós dois...

—Eu sei. – suspirei. – Eu não contei o motivo. Pelo menos não fiquei sem vê-lo.

—Então eu não conto? Não queria me ver?

—Claro que conta. – sorri, o abraçando de lado. – Só que depois de alguns anos, eles não estarão mais aqui. Quero aproveitar.

—Entendo.

Chegamos à casa dos Black, e eles já nos esperavam na porta. Abracei Jake, Billy, e Rachel.

—Então quer dizer que ficou de castigo por vocês estarem namorando? – Billy estreitou o olhar para nós dois.

Ruborizei. Ainda não tinha dito a palavra em voz alta.

—Na verdade, foi porque papai nos flagrou no beijo, e desde então estávamos sem nos ver.

—Que bom que agora pode. Estou feliz que veio visitar esse velho.

Ficamos um bom tempo ali, e então decidi que queria caçar. Claro que coloquei as palavras na mente de Seth. Não quis aterrorizar Billy ou Rachel.

Quando chegamos à floresta, ele me beijou e foi se transformar. Segundos depois, o lobo cor de areia chegou e eu pulei em suas costas. Ele correu pela floresta. Nós corremos por um tempo até que eu ouvisse o que estava procurando.

Pare. Leão da montanha, pensei enquanto escorregava de suas costas.

Ele balançou a cabeça e eu soube imediatamente do que ele falava. Seus olhos diziam isso. Ele sabia que eu não caçava a algum tempo e estava desconfortável comigo caçando leão da montanha.

Você está virando meu pai?

Eu me virei para seguir na direção dos batimentos cardíacos do animal antes que Seth tentasse me parar. Eu corri o mais rápido possível e Seth se manteve perto de mim.

O leão da montanha estava em cima de uma arvore, então me mantive num galho baixo. Balancei minhas pernas para ir para outro galho, mas estava fora do meu alcance. Seth veio ao meu lado e eu sabia exatamente o que ele estava fazendo.

Obrigada. eu pensei e fiquei de pé em suas costas. Consegui alcançar o galho alto. O leão da montanha não me viu, mas viu Seth. Ele lambeu os lábios e rosnou. A cabeça de Seth se virou rápido e ele rosnou de volta. Eu me pressionei contra o tronco para que o leão não me visse. Ele espreitou pelo galho e seu rabo passou por mim, fazendo minha garganta queimar com o seu cheiro.

Seth recuou enquanto o gato contraia seus músculos para saltar. Eu fiz o mesmo. Com um ruído alto, o felino saltou do galho e eu o segui. Fui mais rápida, e pulei em suas costas antes que ele chegasse a Seth. Afundei meus dentes no pescoço dele, o rosnado sufocou e seu corpo ficou flácido.

Quando acabei, chutei o leão para o lado e limpei minha boca.

—Isso foi por ir atrás do meu namorado. – eu olhei para o Seth e seus olhos tinham o brilho de sua felicidade. Ouvi seu coração vacilar e voltar ao normal. Ficava natural me concentrar na minha parte vampira quando eu estava numa caça. – Você quer o resto? Eu vou ali à esquina. – ouvi um grupo de cervos.

A orelha de Seth se virou na mesma direção quando ele ouviu o que eu ouvi. Ele assentiu e foi terminar minha presa.

Quando terminei, subi nas costas do Seth e ele foi em direção a casa da minha família. Ele se transformou quando chegamos lá.

—Oi, Carlie. – tia Alice abriu a porta antes de estarmos perto dali.

—Oi, tia. – eu disse quando chegamos a sua frente.

—Olá, Seth.

—Oi, Alice.

Entramos e todos eles estavam ali, menos minha irmã. Fui beijar meus pais e meus familiares. Ouvi o resto também cumprimentar Seth.

Algumas coisas que aconteceram rápido. Meu pai já olhava de um para o outro, talvez se certificando de que eu não bloqueava os pensamentos de Seth.

Certeza que foi tia Alice que quis que eu viesse? Coloquei as palavras em sua cabeça, e recebi um sorriso amarelo de volta. Suspirei, revirando os olhos.

—Papai. – o chamei, e ele tirou sua atenção de minha mãe. – Acho que deve desculpas a alguém.

Pelo seu olhar frio, eu sabia que essa era a última coisa que ele iria querer.

—Edward? – mamãe o chamou.

—Carlie, não precisa disso... – Seth começou, mas o interrompi.

—Claro que precisa. Não é, papai?

—Peço desculpas pelo meu comportamento no outro dia, Seth. Eu estava fora de mim.

—Não precisa de desculpas. – falou. – Eu entendo. Não estou chateado.

Algo na mente do meu namorado fez meu pai sorrir. Um sorriso sincero.

—Pai, se lembra de algo estranho que aconteceu naquele dia? – indaguei, de repente ansiosa.

A lembrança clareou sua mente, como se ele estivesse pensando naquilo mesmo.

—O que? – vovô perguntou, largando o jornal.

—Parece que... Carlie bloqueou os pensamentos de Seth. – sua testa se enrugou enquanto ele falava. – O dom dela evoluiu de outra forma que é mais complexa. De uma forma diferente da Ness.

—Não foi só isso. – continuei ansiosa. – Eu ouvi Seth. – virei meu olhar para ele. – Eu ouvi o que estava na sua cabeça.

—Agora está explicado o sentimento repentino de raiva que eu senti. – falou, boquiaberto.

—Bem explicado mesmo. – tio Jazz concordou.

Claro que meu tio havia sentido nossas emoções.

Olhei para o meu avô enquanto eles conversavam, e tentei de alguma forma fazer o mesmo que fiz com Seth. Só que eu lia o que ele dizia. As palavras, sua ansiedade e empolgação por algo novo em sua família...

Meus ouvidos captaram a conversa sendo interrompida no meio da fala do meu pai ao mesmo tempo que eu engasguei.

Incrível! Meu avô pensou. Como ela faz isso...?

Como eu faço isso?

Você consegue mesmo me ouvir?

—Ela está fazendo de novo. – sussurrou papai, e cansei. O “elástico” voltou para mim.

—Eu li a mente dele! – exclamei excitada. – Conversei com ele! Eu posso bloquear outros pensamentos de você, e ler, e conversar!

—Como é? – um conjunto de vozes exclamou em uníssono, de espanto.

—Eu pude ler os pensamentos do vovô! – gritei, em igual descrença.

—Eu-eu a ouvi, como se estivéssemos conversando em voz alta. – meu avô falava, em êxtase. – Só que eu também senti suas emoções.

—Minha sobrinha linda e talentosa. – gritou tia Alice, me abraçando.

—Cada dia mais especial, minhoquinha. – tio Em bagunçou meu cabelo.

—Minha pestinha está com outro dom! – mamãe gritou, tão feliz quanto tia Alice.

E todos tiveram sua vez de ter seus pensamentos bloqueados para papai, e eu podia também conversar! Era uma conversa de via dupla e particular. Ele que não gostou da ideia, ainda mais quando testei no meu namorado.

—Falha como se fosse uma ligação com mal sinal. – explicou ele. – Ela terá de praticar.

Eu havia percebido isso.

—Parabéns, amor. – Seth sorria meu sorriso torto favorito.

—Realmente muito talentosa. – Nahuel disse sorrindo.

Ouvi Seth bufar.

Comporte-se, coloquei essas palavras em sua cabeça sem o olhar. Ele nem se deu o trabalho de falar nada, entretanto seu ciúme queimava dentro de si.

—Você perdeu o tour que Nessie fez comigo no chalé. Você quase não ficava aqui. – percebi ele dar uma olhada rápida em Seth, o olhar acusador.

Como a isso meu pai não reclamava?

—Não tenho culpa se minhas tias são maníacas por compras. – brinquei.

Ele sorriu novamente.

—Vá até Esme. – sugeriu meu pai. Ela tinha ido terminar um desenho de um vestido que tia Alice havia lhe dado ideia. – Ela está morta de saudades de ter... você de volta.

Mantive meus lábios numa linha fina. Sabia o que suas palavras disseram. Ela estava com saudades de ter a Carlie alegre de volta.

—Volto logo. – sorri para Seth, e o mesmo foi conversar com meu pai. Era sobre meu dom.

—Carlie, querida.

Quando eu menos esperava, senti meus pés saírem do chão. Fui agarrada num abraço que me fez gargalhar enquanto ela me rodopiava.

—Eu estava com muita saudade da minha neta. – ela disse quando me soltou. E então li em seus olhos como ela me queria sozinha por um momento.

—Eu também, vovó. – eu suspirei, e um cheiro maravilhoso entrou em minhas narinas. – Tem uma lasanha no forno? Está muito cheirosa.

—Sim, obrigada. E esse dom super evoluído, hein? – sorriu de lado.

—Agora minha mente é tão poderosa quanto de vocês. – falei, orgulhosa.

—Agora Edward não posso ler as mentes de três de vocês, mas também você pode fazer com que ele não leia de quem você quiser?

Ri alto de prazer.

Não tinha como; todos estavam super animados e orgulhosos com nossas evoluções.

Depois tia Rose e mamãe foram até a cidade resolver algumas coisas, e papai e vovô foram para o hospital. Outro bem distante do que ele estava fazendo um trabalho voluntário desde que voltamos. Tio Em foi caçar.

Assim que tudo se acalmou, percebi tia Alice me olhando ansiosa.

—Sou toda sua. – sorri para ela.

Ela pegou minha mão e me puxou escada acima. Olhei hesitante para Seth, pois Nahuel ainda estava ali.

—Eles vão ficar bem. – ela me garantiu, e fiquei menos aflita ao perceber que tio Jazz não ia sair dali.

Eu te amo. Não se esqueça.

Eu o senti ficar mais tranquilo.

Também t am

E foi isso. Realmente, eu tinha que treinar mais um pouco.

—O que acha de experimentarmos algo diferente no seu cabelo? Ness saiu correndo quando eu falei isso. – fez um bico. – Eu podia fazer uma franja. Claro, eu só vou prender seu cabelo com grampos. – falou rapidamente ao ver minha expressão. – Quero uma cobaia para ver se eu consigo grandes coisas com meus grampos.

—Tudo bem. – eu disse com um sorriso de alívio crescendo em meu rosto. Ela pegou uma cadeira e me sentou nela de frente para a penteadeira. Me virou de costas para o espelho e começou o trabalho. Fechei os olhos, procurando relaxar.

Senti-a mexer em meus fios, mecha por mecha, tão leves os toques que eu já bocejava.

Depois do que pareceu uma eternidade, ela terminou.

—Meu Deus. – eu disse vidrada no meu cabelo. Eu tinha uma franja que parecia tão real que me impressionei. Meu cabelo agora parecia menor e com um corte diferente. – Se não tivesse dito que era com grampos, pensaria que cortou meu cabelo.

—Nunca ninguém quis cortar seus cabelos. Eram lindos demais. – ela passou o dedo em minha bochecha. – Agora que está quase uma mulher, fica a seu critério.

—Eu também prefiro assim. – garanti. – Não quero cortá-lo.

—É assim que se fala! – e me abraçou.

—Agora – ela disse indo até seu closet – vamos te produzir.

Suspirei. É claro que ela não deixaria isso passar. Ela voltou com um vestido e com uma sandália linda. Sorri.

—Vamos, – ela me entregou – vai logo vestir isso. Está toda suja. – ela me empurrou para o banheiro e fechou a porta quando eu estava lá dentro. Sai da minha roupa e tomei um rápido banho. Depois coloquei o vestido, seguido pela sandália. Saí do banheiro.

Ela ficou de boca aberta.

—Qual é, tia. – eu disse meio envergonhada – Nem está tão bonito assim. – ela levantou uma sobrancelha e me puxou pra frente do espelho de corpo inteiro. Tudo bem, eu retiro o que eu disse. Eu estava linda.

Ela pareceu ler meus pensamentos porque ela sorriu.

—Ficou melhor do que eu pensei. Vem, vamos descer.

E, mais uma vez, antes que eu protestasse, ela me puxou escada a baixo. Agora, eles estavam passando o tempo no videogame. Eu quis muito que ninguém me notasse. Mas eram seres sobrenaturais que estavam ali. Isso seria impossível.

Eles olharam pra mim. Tio Jazz sorriu aprovando. Já o Seth, de boca aberta, deixou o controle cair. Mexi-me inquieta e desviei o olhar. Tia Alice pareceu gostar da reação do Seth, porque ela mordeu o lábio tentando esconder o riso. O que mais me deixou sem graça foi Nahuel, com seu olhar encantado para o meu corpo.

—O que você fez com a minha sobrinha? – tio Jazz brincou.

Nesse segundo, Seth acordou de sua, hmmm, hipnose, e pegou o controle do chão.

—Ah, nada demais. – tia Alice disse – Só realcei a beleza interior dela. E dei uma repaginada no cabelo, é claro. – ela completou, feliz de que ninguém notou que meu cabelo não havia realmente sido cortado.

—Você está linda. – sorri timidamente para meu tio ao elogio.

—Uau, Carlie. – Nahuel veio até mim – Você está um arraso! – sorri levando o cabelo atrás da orelha e olhando para o chão. Ouvi um rosnado e nem precisei adivinhar de quem era. Quando levantei a minha cabeça, os dois estavam se encarando mortalmente, os narizes quase se tocando.

Mandei um olhar para ela e ela entendeu imediatamente.

—Nahuel, acho que Jazz tem alguma roupa que te sirva. – tia Alice falou.

—Pode tentar o que quiser, - tio Jazz disse ao que Nahuel começava a protestar. – Não vale a pena discutir com Alice.

Eles subiram as escadas.

—Quando é que você vai parar de ser tão ciumento? – perguntei-lhe.

—Ciumento? Eu? Você viu a forma em que ele te olhou? – ele perguntou incrédulo.

Na verdade, eu realmente tinha visto. No entanto, para não piorar as coisas, resolvi fingir que não tinha visto.

—Que nada. – falei. – Você viu errado.

Ele segurou meus ombros, e olhou no fundo dos meus olhos. Fiquei tensa.

—Use seu dom em mim, e me convença que você não percebeu.

Engoli em seco, mas me soltei dele.

—É pecado não querer colocar lenha na fogueira?

Senti o biquinho se formar em meus lábios.

—Você realmente está linda. – disse o Seth, quebrando o clima – Não, linda não, perfeita. – é claro que nessa hora eu corei violentamente. Ele me deu um beijo na bochecha. – Estou orgulhoso de você. Achei que não poderia ser mais especial do que já é. Deixou sua irmã no chinelo.

Ri, discordando.

—Ela também é maravilhosa.

Lembro de uma vez que meus pais estavam me explicando que muito provável que não exista dois vampiros com o mesmo dom. Talvez por isso que meu talento ainda é diferente do de minha irmã, mesmo com todas as incríveis semelhanças.

—Você é única, meu amor. – beijou minha bochecha. – Nunca diga o contrário, está bem? Tenha orgulho de você como eu tenho.

O abracei, feliz com suas palavras.

—Vamos sair? – sugeriu.

—Para onde?

—Que tal jantar lá em casa? Minha mãe convidou todo mundo. Os caras sentem saudade de você.

—Só vou ligar para meu pai e pedir o carro da mamãe... – não consegui terminar a frase porque eu senti alguma coisa. Senti uma dor aguda no peito. Era como se alguma coisa de ruim tivesse acontecido com alguém. Eu senti isso. Não aguentei e me sentei ofegante.

—Carlie, o que foi? – ele perguntou desesperado se sentando comigo e eu colocando os braços ao redor do peito. Senti vagamente um vulto, e minha família toda estava ali. Vovó esme e tio Jazz agachados, olhando ao redor.

Eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Estava com um nó na garganta e falta de ar.

Eu ouvi vagamente os passos de Nahuel.

—O que aconteceu? – tia Alice perguntou confusa ao ver a minha expressão, e se ajoelhou na minha frente. Eu não sabia ao certo o que ela via no meu rosto.

—Ness. – só o que consegui falar, sem pensar. Eu ainda estava falando entre suspiros, só que agora de medo e aflição.

—Devo ligar para alguém? – vovó indagou.

—Não. – sussurrei, tocando seu celular para impedi-la. Sabia que isso não seria o suficiente, mas ela me atenderia.

—Ness saiu hoje com Jacob, foram ao mercado para fazer comida para o pai dele. Emmett a levou dirigindo para Jacob assumir de lá. – ela se ajoelhou na minha frente sendo seguida por meu tio Jasper enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu com a boca aberta como se fosse falar alguma coisa, mas nada saia – Carlie, o que aconteceu? Está sentindo alguma dor?

—A Nessie... – eu disse com a voz engasgada e não consegui terminar.

—O que aconteceu com ela? – meu tio estava em sofrimento ao sentir minha dor e agonia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Irmã De Renesmee 1ª e 2ª temp- Fanfic em revisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.