Primeiro beijo...? escrita por MariCross


Capítulo 6
Omake ii


Notas iniciais do capítulo

Para quem ficou triste pelo Midorima, eu acho que ele merece um final feliz.



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Já passaram-se duas semanas desde que Kagami anunciara que ele e Kuroko estavam... hm... juntos, e que ninguém mais poderia interferir na vida da sombra. Nenhum deles levou muito à sério as palavras do ruivo, mas ele acabou se mostrando um namorado extremamente ciumento e protetor, então ninguém conseguia chegar perto do azulado (nem mesmo Akashi).

Midorima ainda não conseguia se conformar. Duas semanas depois e ainda sentia-se deprimido. Não que alguém pudesse realmente culpá-lo, ele era apaixonado pelo menor desde seus tempos na Teiko. Então perdê-lo para um recém-chegado era extremamente frustrante.

Nesses tempos, o megane andava visivelmente desanimado. Já costumava a treinar sozinho mais do que em grupo, mas agora isso era visto quase exclusivamente. Recusava qualquer contato com as pessoas à sua volta, inclusive Takao, que era o que mais sofria com isso. Andava até esquecendo de olhar o seu horóscopo e conferir qual era o seu item da sorte do dia. Até sua mãe começou a ficar preocupada com o comportamento do filho, mas como ele dizia que não era nada importante, ela deixava um pouco de lado o assunto.

Num dia qualquer, Midorima esquecera seu item da sorte em casa, mas ele simplesmente não estava fazendo falta. Ele nem sabia qual era sua colocação dentre os signos naquele dia. Ouvira no rádio sobre o seu signo, mas era como se entrasse em uma orelha e saísse pela outra. Não conseguia prender a sua atenção a nada.

Caminhava em silêncio em direção a escola, suspirando pesadamente. Olhou para o céu, melancolicamente, sentindo-se pequeno e impotente.

“Acho que não era o meu destino ficar com ele” concluiu um pouco triste. Sentia que estava na hora de seguir em frente e deixar aquela história de lado, mas não conseguia. Ainda doía demais.

Estava tão distraído que nem percebeu que alguém o chamava a distância. Só realmente notou quando a pessoa tocou seu ombro, transportando-o de volta para a terra.

– Shin-chan!

É claro que tinha que ser Takao Kazunari, que não estava nem um pouco satisfeito em ser ignorado. Midorima não trocou nem meias palavras com ele durante a semana, o que deixou o dono dos olhos de falcão triste e irritadiço. Já não lhe apetecia ser ignorado, e quando era por Midorima a coisa era levada a outro nível.

– Takao. – Midorima não parecia surpreso com a visão do amigo, mas sentia-se estranhamente aliviado. Sentia falta de conversar com aquele idiota.

– Frio como sempre, Shin-chan! Você estava fingindo que não estava me ouvindo só para não falar comigo... – O menor disse um pouco irritado e manhoso.

– Você estava me chamando? – Midorima disse com uma sinceridade gélida.

– A rua inteira me escutou e você não? – Choramingou.

– Me desculpe, prestarei mais atenção da próxima vez.

Takao o encarou por alguns momentos, sem acreditar no que acabara de ouvir. Estava incrédulo: Midorima Shintarou pedindo desculpas. E nem foi por algo muito ruim, foi só uma atitude distraída. Aquilo sim era inacreditável e fez com que o Kazunari ficasse boquiaberto.

– O que foi, nanodayo? – Midorima perguntou um pouco impaciente com o olhar nada discreto de incredulidade vindo do amigo.

– Quem é você e o que fez com o Shin-chan?!

– Morra, desgraçado.

– Você também não está com o seu item da sorte! Shin-chan foi abduzido!

– Eu vou te matar, Takao.

– Não se preocupe, Shin-chan. – O menor riu, divertindo-se ao irritar o megane – Eu tenho algo aqui para você.

Revirando sua mochila, o Kazunari retirou de lá um pequeno sapo de madeira pendurado como um chaveiro e o entregou na mão de Midorima, que estava um pouco confuso com o “presente”.

– Eu sei que você anda distraído, então eu trouxe o seu item da sorte. – O Kazunari sorriu.

Aquele ato gentil o pegou de surpresa e quando Midorima começou a sentir seu rosto queimar teve que vira-lo para o outro lado. Não queria que Takao o visse daquele jeito. Murmurou um “obrigado” e continuou andando, deixando um Takao sorridente para trás, que logo foi atrás dele.

A caminhada continuou, enquanto os dois conversavam animadamente. Mentira, Takao mantinha um monólogo animadamente e Midorima às vezes dava uma resposta rude e atravessada, como sempre fazia. Nada fora do comum, só tinham voltado ao normal. Mesmo não querendo admitir, o megane sentia falta de ouvir o amigo tagarelar sobre qualquer assunto.

– Shin-chan agora está melhor, não é?

– Como assim? – Midorima indagou.

– Sobre não ter ficado com o Kuroko-san.

– Por que falar sobre isso agora? – Sentiu como se o Kazunari tivesse colocado sal grosso numa ferida aberta e esfregasse a mesma com gosto.

– Não sei. Só senti que hoje você está melhor e quis comentar.

– Eu não posso ficar deprimido para sempre. – Bufou – Além do mais, um dia ele vai se cansar daquele cabeça de vento do Bakagami e eu estarei disponível.

– Isso é doentio, Shin-chan. Você realmente pensa assim?

Aquelas palavras atravessaram o megane como uma flecha. Ele se virou para o amigo para dar a primeira resposta atravessada que passasse pela sua cabeça, mas foi impedido pelo olhar de Takao: o costumeiro olhar brilhante e divertido foi substituído por um sério e melancólico. Era algo até difícil de se imaginar. Aquilo acertou Midorima em cheio.

– Não, acho que só ainda não quero falar sobre isso.

A expressão do Kazunari suavizou e ele encostou sua cabeça no ombro do maior, que não pareceu desconfortável com aquilo. Só não queria ver o amigo daquele jeito novamente.

– Não se preocupe, Shin-chan. Um dia, você vai ter alguém que te dê todo o amor que você merece. – O menor sorriu levantando o olhar para o megane.

Midorima sentia que Takao brilhava naquele momento e não pode deixar de ficar fascinado com a visão. Ficou o encarando, um pouco maravilhado até que notou que os lábios do menor se moviam, então tentou ignorar a visão e prestar atenção ao que ele dizia.

– ...Acho que só você não vê isso, Shin-chan.

– Não vejo... O que? – Ele balbuciou como se tivesse acabado de acordar.

– Que essa pessoa já existe.

O maior não teve nem tempo de reagir, mas mesmo se tivesse, acho que ele não iria por não saber o que fazer: O Kazunari avançou contra Shintarou e depositou suavemente um selinho em seus lábios. Quem visse de fora acharia aquilo algo muito fofo, tenho certeza, já que o menor estava na ponta dos pés e estava extremamente vermelho.

Quando se separaram, Midorima não pôde deixar de notar o rubor nas bochechas do amigo (?) que ficavam mais evidentes com o sorriso bobo que ele dava naquele momento.

– T-Takao... O que...? – O maior não poder conter o rubor que agora tomava conta de todo o seu rosto e aumentava em suas orelhas.

Hurry up and fall in love with me, Shin-chan.

Depois de dizer essas palavras, o moreno saiu correndo enquanto ria, deixando o menino de cabelos verdes sozinho. Inglês podia não ser a melhor matéria de Midorima, mas acho que ele entendeu o que o seu parceiro quis dizer, porque ele agora tentava esconder seu rosto corado entre os seus dedos enfaixados.

“Como ele pode soltar uma frase dessas e me deixar assim? Maldito.” Ele pensou antes de sair correndo atrás dele.

Depois disso, acho que Midorima recuperou-se de seu coração partido e literalmente partiu para outra. Ou outro. Vocês me entenderam.

THE END (?)


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Notas finais do capítulo

E essa foi a história que eu tinha para contar para vocês, leitoras e leitores. Agradeço a todos que me acompanharam até aqui. Espero vocês na próxima. Com muito carinho,
—MC