Primeiro beijo...? escrita por MariCross


Capítulo 2
Alguns dias de tentativas


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o segundo capítulo! Aeho, eu consegui dar contar de terminar no prazo que me foi estabelecido por mim mesma (não é lindo? Quase poético). Espero que vocês realmente apreciem este novo capítulo, assim como eu apreciei escrevê-lo. Fiquei muito animada com os comentários que me deram força para continuar, então fiz o que pude e saiu isso. Chega de lenga-lenga e mimimi! Boa leitura!



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Um certo fantasma andava tranquilo por sua rota normal de casa para a escola, sem muita pressa mesmo sabendo que não estava com tempo de sobra para chegar. Mas ele simplesmente gostava de caminhar apreciando a paisagem, pensando na vida ou às vezes lendo um pouco. Hoje ele estava mais para mente vazia porque o mundo sensorial parecia bem mais interessante do que ficar divagando.

O dia estava bonito: o céu estava claro e sem muitas nuvens, os pássaros cantavam, a brisa suave fazia com que as folhas nas árvores fossem levemente balançadas e chegava ao rosto de Kuroko Tetsuya como um carinho de mãe. Aquilo era bom, então para que pensar?

Só que, infelizmente, aquela calmaria não durou por muito tempo e por muito tempo ela não iria voltar. Kuroko sentiu o peso em seus ombros aumentar do nada e notou que estava debaixo de uma sombra gigante. Quando olhou para trás, uma surpresa.

– Aomine-kun?

Kagami nem acreditava no que estava acontecendo: uma competição pelo primeiro beijo da sua sombra. E o pior: Ele estava participando. O ruivo corava a cada vez que se lembrava disso. Abaixo de seus olhos formaram-se duas fendas arroxeadas enormes graças às noites mal-dormidas (correção, SEM dormir).

Ele só queria proteger o pequeno e indefeso (?) Kuroko, não roubar um beijo dele. Mas homem que é homem não volta em suas palavras, e pelo seu orgulho (ferido), Taiga ia até o final! Roubaria um beijo do azulado custe o que custasse para manter aquele bando de malucos obcecados o mais longe dele possível.

Apesar de pensar assim ele ficava vermelho como um tomate toda vez que pensava nos lábios da sua sombra: pequenos, rosados e (agora) bastante apetitosos.

– E isso lá é boca de homem, Kuroko? – Kagami pensou alto enquanto batia furiosamente a sua cabeça contra uma parede qualquer tentando espantar aquelas imagens de sua mente.

Quando sentiu que a dor agora era a única coisa que conseguia pensar, decidiu parar de assustar as pessoas que passavam (e o chamavam de louco, óbvio) e ir logo para a aula, já que ele estava um pouco atrasado. Correu um pouco para ver se conseguia recuperar o tempo perdido, mas logo seus movimentos foram congelados.

Ficou encarando a cena a sua frente: um Kuroko imóvel na calçada e um Ahomine abraçado nele, fazendo uma investida silenciosa, aproximando perigosamente seus lábios do boca do azulado. Antes que isso acontecesse, o maior percebeu que Kagami estava observando (um tanto quanto chocado) e deu um sorriso do tipo “você-perdeu-dessa-vez-Bakagami”.

O que aconteceu depois foi muito rápido. Tão rápido que Kagami nem acreditou: Antes que aquele filho da (*xingar é feio, Kagami-kun*) desse um beijo no pequeno, um raio loiro passou chutando Aomine, que voou alguns metros para longe do azulado. Kagami ficou boquiaberto, imóvel olhando para quem deu o chute, que agora ajeitava suas roupas e tirava a poeira de si.

– Kurokocchi! Você está bem? – O furacão loiro, ou melhor Kise Ryouta, agora com os olhos “chorosos” abraçava o menor com um abraço de quebrar costelas – Ele não fez nada com você, não é?! Aquele Aominecchi!

– Kise-kun... Não... Respiro... – Foi só o que o menor conseguiu dizer.

– Tudo bem, Kurokocchi! Se você perder o ar, eu faço uma respiração boca-a-boca em você... – Disse aquilo com um sorriso um tanto safado no rosto que passou despercebido pelo menor.

É claro que nessa hora, Kagami precisava reagir: Separou os dois (fazendo um pouco de força, já que o loiro não queria largá-lo de jeito nenhum) e deixou Kuroko a uma distância razoável do Ryouta.

– Essa é a distância de segurança. – O ruivo anunciou com um tom furioso – Se chegar mais perto dele do que isso, considere-se um homem morto, Kise!

– Eeeh?! – O loiro reclamou com os olhos chorosos tentando se aproximar do azulado sendo impedido pela ruiva – Kagamicchi é tão mau comigo! Eu quero abraçar o Kurokocchi!

– Kagami-kun, isso é realmente necessário? – Tetsuya estava um pouco confuso com tudo aquilo – Kise-kun sempre foi assim, então não entendo o porque da sua reação agora.

“Compreenda essa situação, Kuroko!” Kagami o encarava sem nada falar, esperando que seus pensamentos atingissem o garoto. Mas é claro que ele só ficou encarando o ruivo de volta sem entender nada.

– Kise... Eu vou te matar...

Todos voltaram a atenção para a voz atrás deles: Aomine, que tinha sido chutado a alguns segundos e esquecido pelo trio, agora levantava do chão com uma aura ameaçadora. O loiro sentiu que corria perigo então, sem ter muito tempo de se despedir, saiu correndo sendo seguido por um furacão (diga-se de passagem, Aomine Daiki).

A sombra e a sua luz ficaram um tempo olhando a dupla “dinâmica” a medida que sumiam no horizonte, ambos sem entender muito bem o que diabos tinha acontecido ali. Um silêncio meio estranho se instalou entre os dois e Kagami resolveu que talvez aquela seria uma boa oportunidade de... Hm... Proteger definitivamente o pequeno. Mas primeiro, tinha que criar, sei lá, um clima.

– Então... O que aquele Ahomine estava fazendo por aqui? – Perguntou “sem segundas intenções”.

– Ele disse que estava passando aqui por perto. – Kuroko respondeu com sua usual expressão vazia – Não sei porque, acho que ele estava mentindo.

“Óbvio que ele estava mentindo” o ruivo pensou enquanto planejava um jeito de torturar para sempre aquele maldito pela ousadia.

– E por que ele estava tão perto? Achei que vocês iam se beijar... – Kagami soltou essa frase como quem não quer nada.

– Aomine-kun disse que tinha algo no meu rosto. Não sei se ele tirou já que o Kise-kun chutou ele para longe... – O menor suspirou pesadamente. Definitivamente ele detestava manhãs agitadas como aquela.

– Quer que eu veja? – Kagami aproximou o seu rosto daquela face pálida antes mesmo que ele pudesse responder qualquer coisa.

Os dois ficaram se encarando por um tempo e o ruivo parecia em estado de transe, atordoado com aqueles olhos azuis. Quanto mais ele olhava, mais perdido ficava. Decidiu focar em outra coisa... Talvez no nariz: era pequeno com a ponta rosada. Um pouco empinado. Algo... fofo? Olhou para as bochechas: nada de mais, só um pouco rosadas pelo frio. A boca parecia tão apetitosa... Kagami ficou ali, hipnotizado com a visão da face do menino tão próxima a sua, chegando cada vez mais perto, mais perto...

– Achou alguma coisa? – Kuroko perguntou um pouco impaciente. Aquilo fez com que o ruivo se afastasse um pouco.

– Não tem nada... – Kagami virou o rosto, evitando olhar para o menor. “Acho que não consigo fazer isso sem o consentimento dele...” ele pensou um pouco aborrecido.

Quando estava se afastando mais, duas mãos impediram que seu rosto deixasse a posição em que estava. O ruivo ficou boquiaberto ao perceber que o azulado estava encarando ele com um olhar bastante intenso.

– Kuroko...?! M-mas... O-o q-que?! – Ele começou a gaguejar e só recebeu “shh” como resposta. Será que aquilo era uma autorização para que ele o beijasse? – Kuroko, você...

– Kagami-kun, você está com um galo enorme na testa. – Completou dando um leve tapa na área vermelha.

Dizendo isso, ele largou o rosto do maior e seguiu seu caminho para a escola, deixando um Kagami pasmo, desiludido e sozinho no meio da rua.

– Mais cinco voltas em torno do ginásio!

Em coro, os garotos suados gritavam “sim treinadora!” para Aida Riko que apitava sem parar ditando as passadas que deveriam dar ao correr. O treinamento era árduo, mas para ser o melhor time, isso era mais do que necessário. Apesar de pensar assim, as pernas de Kuroko estavam quase cedendo, prontas para desabar.

Não que os outros não estivessem daquele jeito, já que nas últimas semanas os treinamentos ficaram ainda mais intensos. Na quinta volta, Hyuuga Junpei, o capitão do time, gritava palavras de apoio e motivação aos companheiros, mas ele mesmo sabia que não conseguiria dar um passo depois.

Quando aquela sessão de tortura voluntária acabou, os meninos não conseguiam fazer mais nada além de respirar com dificuldades. Nem mesmo Izuki Shun, conhecido não só pelo seus olhos de águia mas também pelas suas piadas horríveis, conseguiu dizer alguma coisa. Eles estavam física e psicologicamente exaustos, graças a todo o treinamento e a pressão que estavam recebendo.

– Ótimo treinamento hoje, estão liberados. – A menina finalmente largou o apito. O silêncio nunca pareceu tão acolhedor como naquele momento. – Hyuuga-kun, preciso discutir uma estratégia nova, pode ser agora?

O capitão foi de encontro a treinadora e ficaram discutindo sem tirar o olho da prancheta de Riko em um canto mais afastado do ginásio. Enquanto isso, os outros lentamente se arrastavam para o vestiário para tomar um banho, trocar de roupa e ir para casa.

Kuroko não conseguia mais se mexer. Ficou deitado no chão do ginásio de barriga para cima respirando rápida e pesadamente mesmo quando os outros já tinham saído. O único que ficou ali foi ninguém menos que sua luz, que ficou o encarando com certa impaciência. Não que aquilo fosse anormal, afinal aquele era Kagami Taiga.

Vamos logo, Kuroko. Estou com fome. – Ele disse em um resmungo.

O menor se limitou a olhar para ele e suspirar, o que deixou o outro extremamente irritado. “Você não precisa de mim para ir embora, então por que não me deixa descansar?” o azulado pensou em dizer isso, mas acabou se controlando e ficou calado. O outro que estava mais do que impaciente deu meia volta e foi para o vestiário.

– Então eu pego suas coisas e te arrasto para a lanchonete. – Decidiu isso sem nem perguntar a opinião do outro, que mal tinha energia para responder. – Me espere ai.

“Como se eu tivesse como me mover.” pensou rindo um pouco enquanto observava o companheiro desaparecer.

Para ele, Kagami estava definitivamente estranho desde que se viram de manhã e esbarraram com Aomine e Kise. Na verdade, Aomine estava estranho também. Mas definitivamente foi estranho encontrar os dois ex-companheiros de time por ali sendo que suas escolas ficam extremamente longe. Kuroko tinha quase certeza que os dois não conseguiram chegar a tempo para a aula.

Fechou os olhos por um momento. Não queria mais pensar, apenas relaxar enquanto esperava pelo retorno do ruivo. Agora com a respiração mais calma, ele começou a sentir muito sono. Ainda mais quando sentiu seus cabelos sendo acariciados por uma mão grande e quente...

“Kagami-kun...?” abriu os olhos devagar e viu que não era o ruivo que estava ali com ele.

– Ah, desculpe. Eu te acordei, Kuro-chin?

– Murasakibara-kun? – Kuroko não podia deixar de estar surpreso. Primeiro Aomine, depois Kise, e agora ele. Tudo bem que tivesse encontrado os outros dois no “caminho da escola” deles, mas o que ele estava fazendo dentro da Seirin? – O que faz aqui?

– Aqui perto tem uma loja de doces que tem o que eu gosto... Então resolvi fazer uma visita ao Kuro-chin. – Ele disse em um tom quase desanimado enquanto continuava a acariciar as mechas azuis com uma mão e com a outra mostrava uma sacola lotada de balas e chocolates.

O menor até queria que ele parasse de fazer carinho em sua cabeça, afinal ele detestava ser tratado como uma criança, mas estava tão cansado que preferiu nem se mexer ou falar nada. Kuroko sentia-se com se fosse o #2 quando recebia um cafuné na barriga, o que fez com que ele ficasse um pouco desconfortável.

– Kuro-chin parece muito cansado...

– Eu estou cansado, Murasakibara-kun.

– Quer dormir um pouco, Kuro-chin?

Achando que se respondesse “sim” o maior desistiria de falar com ele (nada contra ele, é só que falar naquele estado era complicado para o menor), ele apenas acenou positivamente com a cabeça. O que ele não imaginava era que Murasakibara Atsushi iria sentar e fazer com que Kuroko usasse as pernas do maior como travesseiro. E sim, ele continuou a acariciar os cabelos azuis suavemente.

– Está confortável, Kuro-chin? – Ele dizia enquanto abria uma caixinha de Pocky e colocava o delicioso palito de chocolate na boca.

– …Claro... – Kuroko não sabia muito o que responder naquela situação, então apenas... Aproveitou para descansar, fechando novamente os olhos tentando dormir um pouco.

Enquanto isso, Kagami procurava pela mochila de Kuroko dentro do vestiário, sentindo-se um verdadeiro idiota. Pela manhã, ele ficou aterrorizado em ver seus maiores rivais tentarem algo com a sua indefesa (?) sombra. Se era ciúmes ou não ele realmente não sabia, mas que ele iria proteger os preciosos lábios virgens de seu amigo (?), isso com certeza ele iria!

Então decidiu que não desgrudaria de Kuroko por nenhum momento até que ele tivesse coragem o suficiente de roubar o seu primeiro beijo. “Será que devo considerar a possibilidade de acompanhá-lo até a porta de sua casa?” pensou quando já estava de saída do vestiário masculino depois de se despedir de seus companheiros (que mais pareciam mortos-vivos).

Quando saiu dali, se deparou com a mesma cena que naquela manhã: lábios perigosamente perto da boca do azulado, a única diferença foi a pessoa que estava prestes a fazer isso.

– KUROKO, CUIDADO! – Kagami gritou inconscientemente, já que não conseguiria impedir o beijo graças a distância.

Com aquele grito, o azulado acordou no susto e, por reflexo, levantou a cabeça muito rapidamente e, ao invés de um beijo, Atsushi levou uma cabeça sem querer. Enquanto os dois gemiam de dor (coitados), Kagami não podia deixar de se sentir aliviado por ter impedido que aquilo realmente acontecesse. Suas pernas estavam mais bambas que depois de uma sessão de treinamento triplicado com Aida Riko.

– Desculpe-me, Murasakibara-kun. – Kuroko disse com a sua usual expressão vazia, mas realmente arrependido.

– Tudo bem. – O homem de cabelos púrpuros agora encarava Kagami com olhos fuzilantes por ter atrapalhado seu momento com Tetsuya, emitindo uma aura de “Eu vou te esmagar, seu maldito” – Estou indo embora, até outro dia Kuro-chin. – Pegou a sua sacola de doces, acariciou os cabelos azuis pela última vez e saiu vagarosamente pela porta do ginásio.

Kagami observava aquela ida satisfeito, mas ainda sim deveria ficar atento pois sabia que ele ia voltar. Na verdade, tinha quase certeza de que todos vão dar um jeito de aparecer, então deveria estar preparado.

Enquanto isso, o menor encarava a porta e depois Kagami sem parar e sem entender tudo aquilo. Apenas suspirou exausto e resolveu que era hora de ir para casa e dormir.

– Eu também vou, Kagami-kun. – Levantou do chão, andou em direção ao seu amigo e pegou sua mochila – Estou cansado demais, então eu o acompanho na lanchonete um outro dia.

Antes que Kagami pudesse responder qualquer coisa, Kuroko já tinha sumido de sua visão. Com certeza, isso era a coisa que mais irritava o ruivo daquele maldito fantasma.

– Kuroko! Volta aqui! – Kagami correu em direção a porta por onde saíram Murasakibara e Kuroko, com a intenção de, pelo menos, levá-lo até sua casa para evitar certos malucos.

Enquanto isso, em um canto mais reservado do ginásio, Aida Riko e Hyuuga Junpei ainda estavam petrificados com a cena que acabaram de presenciar, sem saber o que dizer ou pensar.

– Isso realmente foi muito... – A menina começou a frase.

– …Estranho. – Ele completou.

Os dois concordaram silenciosamente e resolveram sair do ginásio, para que caso os malucos voltassem, eles não tivessem que presenciar aquilo de novo.

Tudo bem, Kuroko devia admitir que algo muito estranho estava acontecendo, porque até onde ele lembra não é nada normal três pessoas estarem na porta de sua casa esperando por ele para ir para a escola. Ainda mais quando duas delas não eram de sua escola: Kise e Aomine estavam naquele exato momento discutindo com Kagami alguma coisa que o azulado não conseguia entender, já que estava espionando com a janela fechada. A discussão parecia acalorada.

O menor suspirou e despediu-se de sua mãe e de #2. Resolveu não se envolver naquilo, saindo pela porta dos fundos de fininho e pegando o caminho mais longo para a Seirin High.

Não que ele não gostasse daquelas pessoas, mas não estava acostumado com aquelas situações, então era preferível evitá-las. Caminhou vagarosamente, tentando encontrar um motivo plausível para estar encontrando direto alguns dos membro da Geração dos Milagres mas, por mais que se esforçasse, ele não conseguia.

“Será que o Kagami-kun andou desafiando eles para uma partida não oficial e eles querem que eu seja um juiz?” Kuroko pensou, mas logo riu da própria ideia.

Estava tão aprofundado em seus pensamentos que nem percebeu que não estava a caminho da sua escola. Quando notou, já era tarde demais.

Olhou para os lados, confuso. Quase nunca pegava aquele caminho, então a possibilidade de se perder era grande. Tentou fazer o mesmo caminho que usou na ida, mas não fazia ideia de qual foi. O pior é que pedir informações estava complicado, já que as pessoas que passavam por ele não o viam. Ser uma pessoa sem presença tem suas vantagens e desvantagens, afinal.

Suspirou pesadamente e olhou o relógio. Pelo menos ainda tinha bastante tempo para chegar.

Começou a andar sem rumo, procurando por alguma placa ou até sinal divino que pudesse ajudá-lo a chegar a tempo na escola. Tremeu quando pensou na reação de seus pais se ele perdesse um dia de aula por um motivo tão idiota. Mas acho que algo chamado destino não deixaria isso acontecer.

– Kuroko? O que faz por aqui? – Chamou uma voz conhecida atrás do azulado.

O menor tinha que admitir que nunca ficou tão feliz em ver aquelas mechas verdes. Apesar da surpresa, conseguiu manter seu tom natural e inexpressivo ao falar com ele.

– Parece que eu estou perdido. E o que faz aqui, Midorima-kun?

– Esse é o caminho que eu pego para ir para a escola. – Ele respondeu com uma expressão um pouco confusa. “Mas bem que o meu horóscopo disse que alguma coisa boa aconteceria hoje...” completou em pensamentos tentando não corar.

– Pode me dizer onde eu estou? Eu ainda preciso pegar o metrô para ir para a Seirin.

Midorima simplesmente acenou com a cabeça, tomou sua mão e o guiou pela rua. O menor não entendeu muito, afinal o outro nunca pareceu se importar muito com ele (achava até que o maior sentia desgosto em sua presença), mas sentiu-se agradecido pela paciência.

O caminho não foi muito longo, mas Shintarou aproveitou cada momento: As mãos pequenas e mornas do azulado em contato com a sua, o som da respiração fraca do menor, o som de seu próprio coração batendo descompassadamente,, e é claro... A visão maravilhosa de ter Kuroko Tetsuya tão perto e acessível. Sentia-se nas nuvens e não podia deixar de corar um pouco com a situação.

“O destino está a meu favor.” pensou satisfeito.

Ao chegar no final da rua, podia-se ver a estação do metrô. Conferindo o relógio, Kuroko decidiu que era melhor se apressar. Fez uma reverencia curta e rápida ao maior como agradecimento, mas antes que pudesse ir, foi segurado pelo pulso.

– Kuroko, espera...

O menor o fitou com curiosidade. Midorima estava muito vermelho e seus olhos eram escondidos por sua franja. O azulado não pode deixar de achar aquilo um pouco fofo, mas ficou preocupado que o maior estivesse com febre ou se sentindo mal.

– Está tudo bem, Midorima-kun?

Quando Tetsuya foi chegar um pouco mais próximo do outro, ele acabou tropeçando nos próprios sapatos e caindo em cima do maior. A sorte é que Midorima conseguiu segurá-lo.

Mas depois disso, Midorima confirmou que o destino estava ao seu lado: A face que demonstrava uma expressão um tanto preocupada do menor agora estava extremamente próxima a sua.

“É agora!” pensou o menino de cabelos verdes, puxando Kuroko ainda mais para perto.

– Midorima-kun, desculpe-me. Vocês está bem?

– Kuroko... Eu... – Mas palavras simplesmente não conseguiam sair.

Segurou o rosto do menor com delicadeza. Ele começou a se aproximar daqueles lábios rosados entreabertos, transbordando seus maiores desejos pelo olhar. Tetsuya estava imóvel encarando os orbes verdes encantadores, sem entender a situação, e provavelmente não entenderia até...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado (:
Se quer me mandar críticas (construtivas ou não), comentários, dúvidas, ideias novas, erros de português que eu cometi, mensagens inspiradoras, recadinhos amorosos, me mandar pro inferno, falar que está com vontade de morrer, de chorar, de cantar uma bela canção, ou simplesmente falar que gostou ou detestou a história, a minha caixinha de comentários estará sempre a disposição de vocês, leitoras e leitores.
Na próxima semana, mesmo esquema. Postarei o próximo capítulo para os curiosos de plantão (caso eles existam) e é isso. Aguardo os remanescentes para a próxima semana /o/
Obrigada a quem leu.
Obrigada a quem leu e apoiou a história.
Obrigada a quem leu este capítulo e acabou de desistir de vez de acompanhar.
Obrigada a quem não leu também, afinal, estamos aí. São tantas histórias...
—MC