Clínica de Reabilitação para Super-Vilões escrita por The Mother


Capítulo 9
Team: Parte I




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− Ele precisa tomar estes medicamentos. – Lisa entregou um papel para a enfermeira. Lex já estava em casa depois de quatro dias, pelo jeito os médicos não conseguiram segurá-lo por muito tempo. Lisa tinha conseguido uma enfermeira para ficar de olho nele, afinal, só porque tinha se recuperado em tempo recorde, não significava que estava totalmente curado. Aproveitou para pedi-la para cuidar dos medicamentos de Lex, aqueles que ela prescrevera e não só os para os ferimentos. – Seria ótimo se não deixasse passar nem um dia. É um remédio muito pontual. – sorriu amigável para ela.

Já era sexta-feira outra vez. Tinha acordado cedo para ir buscar Lex no hospital a pedido dos médicos, pois ele estava muito agitado. Sem dúvida que estava, era maníaco por trabalho e não conseguia ficar parado por muito tempo.

A enfermeira franziu quando olhou para o papel e depois virou-se para Lisa, confusa.

− Ele tem algum problema em controlar a raiva? – perguntou.

Lisa deu um pequeno sorriso fraco e assentiu.

− Você nem imagina.

Esperava mesmo que a enfermeira o lembrasse de tomar os remédios. Não que Lex sempre se esquecesse de tomar, porque isso seria um desastre, mas as vezes que ele se esqueceu... bom, não tinham sido nada interessantes. Nada que Lisa pudesse escrever empolgadamente em seu caderninho.

Da ultima vez que Lex ignorara seus remédios − porque ele não se esquecia deles, e sim, os ignorava − Lisa o encontrou sentado no meio de seu escritório com dois dedos da mão quebrados e cacos de vidro fincados sob seus pés. Haviam livros e mobílias atiradas no chão, estátuas e vasos caros e até mesmo coisas que deviam estar penduradas nas paredes, quebradas. Tinha se descontrolado completamente, um problema que estava se agravando ultimamente, junto de outros. Até mesmo Dexter a tinha alertado sobre isso, dizendo que se não ficasse de olho nele, ele ia acabar realmente matando alguém. Lex já tinha feito uma vez, mas ela preferiu não comentar.

− Lisa? – Lex a chamou do fim do corredor – Você viu Loki por aí? Eu não estou o achando. – disse preocupado. – Ele está sempre na cozinha a essa hora e ele não está lá!

Lisa notou a fraqueza em sua voz, e não era apenas preocupação. Quatro dias, até mesmo para Lex, que tinha um poder regenerativo maior do que a maioria dos humanos, não era o suficiente para se curar de um maldito buraco no estômago. O problema era que Lex era muito teimoso, isso somado a voz autoritária e dinheiro, faziam com que os médicos o deixassem sair do hospital.

− O senhor está se sentindo bem, Sr. Luthor? – perguntou a enfermeira e Lisa aprovou sua preocupação genuína. Ela devia ser um pouco mais velha que Lex, talvez uns 40 anos, a pele era uma das mais brancas que tinha visto, os olhos bem verdes e o cabelo bem escuro. Além de um jeito inconfundível de mãe que você encontra em algumas enfermeiras.

− E quem é você? – perguntou Lex duramente e acusador, como se falasse com um de seus rivais.

Lisa estava prestes a reprovar a atitude rude de Lex quando a enfermeira respondeu.

− Sou sua enfermeira, Sr. Luthor.

− Eu não pedi nenhuma enfermeira. – protestou rapidamente.

Eu pedi, Lex. – esclareceu Lisa. – Você ainda não está bem, aliás, você está longe de estar bem. Por isso pedi para que conseguissem uma enfermeira para você.

− Isso não responde a minha pergunta. Onde está Loki? – perguntou impaciente e mudando rápida e totalmente de assunto.

Lisa e a enfermeira se entreolharam, nenhuma sabia onde ele estava. Lex grunhiu irritado.

− Ah, e meu nome é Amy... – a enfermeira tentou dizer, mas Lex passou por ela de cara fechada e nem a escutou.

Amy ergueu as sobrancelhas, surpresa com o comportamento rude de Lex, depois o olhou com desaprovação enquanto ele se afastava.

− Que menino mal-educado! – exclamou indignada.

Lisa riu de seu jeito maternal de falar, simpatizando-se rapidamente com Amy.

− Não se preocupe. – colocou uma mão no ombro dela – Você se acostuma.

* * *

Algumas horas antes.

Kat estava prestes a amarrar o deputado à sua frente quando seu telefone tocou.

‒ Sortudo. – murmurou sem emoção para o homem e atendeu o celular. ‒ O que é?

Era Coringa. Estava contando empolgadamente sobre um plano que colocaria em prática naquela noite e queria que Kat estivesse lá. Era complicado conversar com ele neste estado, o homem começou a se debater debaixo dela e tentar agarrar o arame. Kat apertou mais o fio, arrancando um som estrangulado do deputado.

‒ Eu ‘tô meio ocupada agora.

‒ Ah, certo, certo. Você está matando alguém? – perguntou eufórico – Está?! Por favor, diga que está!

Kat suspirou.

‒ Mais ou menos, por quê?

‒ Arranca alguma coisa dele! Arranca os dedos! Você nunca mais me trouxe presentes, Kat! – falou em desaprovação.

A mercenária olhou para o deputado que se contorcia e choramingava pateticamente. Seria uma boa ideia, mas tinha que levá-lo inteiro segundo o combinado. Detestava trabalhos em que não podia matar ninguém, mas os caras estavam pagando bem.

‒ Não. – respondeu.

‒ Ah, Kat, por favoor! Um dedinho só vai, arranca, arraanca! – Coringa continuava insistindo irritantemente. Pode quase vê-lo dando pulinhos ridículos do outro lado da linha.

‒ Ok, ok, cala a boca! – encarou novamente o homem – Vou pensar.

Arranca, arranca!

‒ Até mais, Coringa.

‒ Não, não, espera! Arranca o pêni- ‒ Kat desligou.

Deu mais um puxão no fio, deixando o deputado com o rosto vermelho, quase ficando roxo, depois soltou um pouco.

‒ Tu ‘tá começando a me irritar, cara. – ela disse impaciente – Se tu não ficar quieto eu juro que te corto em pedaços e os mando de presente para cada um dos seus filhos, entendeu?

O homem a encarou horrorizado, sem dizer nada, depois continuou se contorcendo e choramingando. Kat respirou fundo. Detestava os lesados.

Com um gesto firme e rápido de sua lâmina, cortou um dos dedos do deputado e o segurou na sua frente.

O homem urrava e chorava; uma poça de sangue se formando no lugar onde seu dedo costumava ficar.

Você entendeu?! – berrou na cara dele. O deputado assentiu rapidamente com a cabeça; o rosto contorcido em dor. ‒ Muito bem. Vamos para o carro.

Kat amarrou tranquilamente as mãos e os pés do deputado, tendo até mesmo a paciência de lhe fazer um torniquete ao redor do pulso da mão ferida. Não queria poças de sangue no seu porta-malas, gostava de manter certa higiene.

Entrou no carro e partiu para buscar sua recompensa.

* * *

Agora

‒ Relaxa, Lex. Talvez ele só tenha ido dar uma volta em Smallville, quem sabe? – dizia Liza enquanto Lex andava de um quarto para o outro, procurando alguma coisa. ‒ Se bem que ele não deveria fazer isso... Talvez Odin não tenha desistido de buscar ele... Porque está trocando de quartos? Não é melhor procurar no dele?

Lex suspirou impaciente.

‒ Ele troca de quarto toda a noite. – explicou.

‒ Ah, é.

Desde que Loki havia chegado na mansão Luthor, inventava desculpas para trocar de quarto. Toda a vez que ele trocava tinha que levar a televisão e as roupas que havia comprado, além de exigir que trocassem todas as cores do quarto por verde, como cortinas, roupas de cama e tapetes. Isso geralmente dava trabalho, já que ele sempre passava de um andar para o outro e Liza suspeitava que ele fazia isso só para irritar.

Quando Liza conseguiu alcançar Lex no próximo quarto, o encontrou parado no meio do dele, a aguardando com olhos frios e duros, como se ela tivesse acabado de quebrar seu vaso preferido.

‒ Que carranca é essa, Lex? O que foi que eu fiz? – perguntou quase levantando as mãos acima da cabeça. Foi aí que percebeu que Lex segurava algo na mão... uma carta de baralho.

Ele aproximou-se dela com passos graciosos e intimidadores como os de um tigre.

‒ O seu primo. – sibilou para ela – Aquele palhaço pegou o Loki.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo será postado entre o dia 08/09 e 12/09.