Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 45
O Largo Grimmauld




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Parecia que tudo estava em câmera lenta. Annabeth e Ella saíram correndo em direção à casa dos Swan e encontraram Piper comendo ambrósia com Afrodite colocando um pano frio na testa de Jason, que estava meio tonto. Percy estava saindo do banheiro, com uma cara péssima, mas sorriu ao vê-la. Deu um abraço tão forte na namorada que aquilo fez Annabeth sentir-se melhor. Óbvio que não tinha como sentir-se melhor em relação à morte de Júpiter, com a possibilidade de Hazel, Frank e Leo também estarem mortos. Mas Percy, mesmo sem falar nada, apenas com um gesto, conseguiu fazer com que ela sentir-se um pouco melhor.

– Que cara é essa? – ele perguntou ao fim do abraço. – O que aconteceu?

Annabeth olhou para Afrodite, as lágrimas queriam escapar de seus olhos. Piper se levantou com dificuldade e franziu a testa. Pelo fato de que Afrodite só parecia se preocupar com Jason, provavelmente ela ainda não sabia.

– Annabeth? – Piper perguntou com a voz rouca. – Onde estão Frank, Leo e Hazel?

– Comensais da Morte. – Ella falou. – Atacaram a sede. Júpiter morto.

Afrodite paralisou; Piper sentou com rapidez na cama, paralisada; Percy apertou o braço da namorada, como se quisesse que ela desmentisse a harpia. Annabeth apenas o abraçou com o coração paralisado e o cérebro a mil. Jason gemeu na cama, ele não parecia ter consciência.

– Ella, fique com Jason. Piper, Percy, vamos. Júpiter não foi o único morto, o patrono de Hermes informou que há outras seis vítimas. Não sabemos quem, mas precisamos ir atrás de Leo, Frank e Hazel. – Annabeth disse tentando se manter forte.

– Eles não estão em condições. – disse Afrodite e então contou o que aconteceu, o que o anel fez com cada um deles. – Irão se machucar se forem.

– Mamãe. – Piper levantou, foi até ela e a abraçou, mas a voz era séria. – Somos Centuriões. Somos escolhidos pelos deuses. Por favor, cuide de Jason. Nós sabemos o que estamos fazendo.

– Não sabem não! Vocês são só crianças, Piper! Só crianças! Não merecem essa vida. – Afrodite segurou o rosto da filha e Piper abaixou a cabeça, não queria olhar a mãe nos olhos. Não muito secretamente, Annabeth sentiu inveja. Por que Atena não poderia ser uma mãe normal e amorosa como Afrodite, Sally, Emily e Esperanza? Por que Atena tinha que ser chata e fazer de tudo para estragar a felicidade dela? – Quantos de vocês têm dezessete?

– Annabeth, Jason, Percy e Frank. – Piper disse séria. – Mas não importa nossa idade. Somos os escolhidos. Mamãe, por favor, tome conta de Jason. – ela deu um beijo na bochecha da mulher e saiu do quarto.

Afrodite parecia mais atônita com a decisão da filha do que com a morte de Júpiter. Os três saíram correndo da mansão, se perguntando como chegariam tão rápido a sede. Annabeth estava mais preocupada com o fato de que Percy quase morreu afogado, mas se livrou das distrações do TDAH no momento em que Blackjack pousou no meio da praça.

– Blackjack! – Percy exclamou. – Mas como... ah sim. Bem, pode nos dar uma carona até o Largo Grimmauld? Eu sei o que aconteceu, mas é justamente por isso que precisamos ir para lá! Nossos amigos estão em perigo! Ok meninas, subam, Blackjack irá nos levar até a sede.

Piper e Annabeth se entreolharam. Não tinha como o pégaso levar três pessoas, duas até davam, mas eles três? Com armas e tudo mais?

– Ah... Percy... não cabem três pessoas nele. – disse Piper.

– Ah sim, às vezes eu esqueço que só eu consigo falar com ele. – Percy coçou a cabeça. – Guido está vindo.

– E quem é Guido? – Annabeth perguntou, a testa franzida.

– Um amigo do Blackjack. É um pégaso também. Blackjack disse que mamãe o mandou atrás de mim para saber como eu estou. Ela está de viagem de lua de mel com o novo marido. – Percy disse alisando o rosto do animal.

– Sua mãe casou de novo? – Piper franziu o cenho.

– Sim. Ele é trouxa, mas sabe que existe um mundo mágico. Paul é um cara legal e mamãe gosta dele, então, pra mim, é o que importa. – Percy deu de ombros.

Um pégaso de pelagem cinza desceu pelo céu escuro. Piper montou rápido em Guido e os três voaram em direção à sede da Legião. Durante o percurso, ela revelou seu sonho com Orco, o antepassado de Hazel, sobre Gringotes e sobre Annabeth está certa. Quando chegaram perto do local, eles puderam ouvir sirenes de carros de bombeiros, trouxas curiosos, alguns repórteres bruxos e o Argo II ancorado no Rio Tamisa, em frente ao Parlamento. Graças a Névoa, nenhum trouxa notou três crianças descendo do céu montados em cavalos com assas às nove horas da noite. Na mente de Annabeth, tudo ainda continuava lento, como se alguém estivesse prendendo o tempo. Ao que parecia, um vazamento de gás havia causado uma explosão nas casas que escondiam a sede da Legião. Mas qualquer ser mágico que olhasse com mais atenção, perceberia que foi mais do que isso.

Os policiais nem sequer tentaram impedir três adolescentes de entrarem no local. Dentro da casa dos Black estavam vários bruxos de alto escalão. Hermes impediu que os três adentrassem mais na casa, apesar de estar ali como uma autoridade, o rosto dele mostrava dor e luto. Usava vestes brancas e azuis, parecia até um corredor de maratona, mas, ao contrário de sempre, ele não parecia disposto a alguma brincadeira. Os cachos castanhos escuros que os gêmeos herdaram balançavam inquietos, os olhos castanhos estavam sem vida. Era como olhar para uma versão mórbida e adulta de Connor e Travis. Hermes balançava a cabeça levemente em sinal de negação, provavelmente não queria aceitar o que aconteceu.

– Sinto muito crianças. – a voz dele soava pesada. – Mas vocês não podem passar daqui. Ordens do Ministro.

– Com todo o respeito a Zeus, mas nós iremos entrar sim! Nossos amigos estão aí dentro. – Piper disse firme, tentando usar seu poder contra Hermes, mas só conseguiu ganhar uma dor de cabeça infernal.

– Piper! – Annabeth se surpreendeu quando a moça caiu no chão massageando as têmporas.

– Estou bem. Só preciso de repouso. Vão atrás deles, ok? – Piper disse sentada no chão.

O casal se entreolhou e deixou Hermes tomando conta dela, mesmo ele parecendo meio distraído. A história da casa era intrigante. Sirius Black, o último da família, foi assassinado por Cronos e deixou a casa em nome da única pessoa que confiava, Júpiter Grace. Sirius foi amigo de infância de J.K. Rowling e após a morte do amigo, ela o homenageou colocando-o na saga Harry Potter. Na cozinha, o corpo de Júpiter repousava no chão, como se ele estivesse dormindo; a barba que sempre foi bem aparada, dando-o a aparência de um executivo, estava grande, a pele seca e havia manchas de sangue por todo o corpo dele. Fora isso, parecia apenas que tinha desmaiado. As vestes cinza e a varinha que lembrava um raio pareciam normais. A única coisa de errada no corpo do diretor era que a tatuagem da Legião em seu punho direito havia sido queimada.

– Crianças... é melhor vocês saírem. – Dédalo disse, com compaixão.

Annabeth estava tão em choque por causa do cadáver que nem havia notado o irmão. Ele usava vestes verdes e parecia muito abalado. Por reflexo, ela deu um murro muito bem dado na cara dele e Percy deu um pulo de susto. Íris e alguns outros Aurores nem pareceram se incomodar com o ocorrido.

– Isso foi por contar para a mamãe que Percy estava namorando a Rachel. – ela disse seca.

– Mas quem me disse foi Sally! – Dédalo exclamou tentando recolocar a mandíbula no lugar.

– Palas. – Zeus os chamou.

Ele parecia tão em choque como qualquer um ali. Usava vestes cinza tempestade, os olhos azuis elétricos lembravam Thalia quando estava na TPM.

– Eu achei ter deixado bem claro. NINGUÉM não autorizado entra! – ele disse firme.

– Sorte a minha que eu sou ninguém. – Annabeth respondeu seca e Zeus franziu a testa. – Onde estão Frank, Hazel e Leo?

– Fugiram. – disse Dédalo. – Na hora que Ares e os demais Comensais da Morte atacaram eles fugiram. A garota explodiu o chão e matou uns deles, mas não foi o suficiente.

Percy e Annabeth se entreolharam aliviados, ao menos tinha alguma chance deles estarem bem. Zeus não pareceu nem um pouco enfurecido, só saiu do local em direção as escadas.

– Onde está Jason? – Dédalo perguntou.

– Mansão dos Swan. E Malcolm? – disse Annabeth.

– Hogwarts. Vocês estão bem? – ele tentou abraçar a irmã, mas ela recuou. – Anna...

– Quem mais morreu? – ela perguntou com rancor.

– Três Aurores, um trouxa. Michael Yew e Lee Fletcher. – Dédalo disse cabisbaixo.

– O que eles estavam fazendo aqui? – Annabeth perguntou.

– Pobre Will. Ele e Michael são primos. – Percy disse perdido em pensamentos.

– O que você acha? Febo pode ser meio-irmão de Apolo e Ártemis e um completo incompetente, mas Michael sempre foi um bruxo excepcional. Fletcher era o melhor amigo dele, apesar da diferença de idade. Febo está arrasado. Apolo foi até Hogwarts dá a notícia a Will e parecia que ia desmoronar sobre as próprias pernas. – disse Dédalo.

– Se Júpiter, que os juízes tenham piedade de sua alma, está morto então... – disse Percy.

– Quem está dirigindo Hogwarts? – Annabeth complementou.

– Minerva, temporariamente. Não sabemos o que irá acontecer, mas está claro que os ataques serão mais frequentes. O Ministério duplicou a segurança em todos os locais. Todos os seres mágicos estão sendo treinados para combate. A Legião é algo fraco e pequeno comparado com o exército de Gaia. – Dédalo pareceu muito triste a abatido, como se não visse mais esperança.

– Gringotes? – Percy disse segurando a raiva.

– Gringotes. – ela respondeu firme.

– O único lugar que vocês vão é para casa. – Dédalo disse antes deles se quer darem meia volta. – Sinto por seus amigos, mas Hefesto, Marte e Plutão podem cuidar dos filhos que tem. Já está tarde e lá fora é perigoso, vão para casa.

– Não. – Percy disse firme, o que surpreendeu Annabeth. Ele podia ser bravio e bom lutador, mas não era de tomar atitude. – Caso não tenha percebido, nenhum lugar é seguro e é por isso mesmo que temos que ir. Os deuses nos escolheram para derrotar Gaia. Quando mais tempo nós perdemos, mais poderosa ela fica. Sei que o resto do Mundo Mágico e do mundo trouxa não sabe, mas você é um Centurião. Acredite quando eu digo que nós iremos destruir todas as Horcruxes!

Dédalo não pareceu surpreso com a atitude de Percy, na verdade ele pareceu até feliz em ver o rapaz dando uma de líder.

– Tia Minerva estava certa, você foi para a casa certa, Jackson. – Dédalo disse segurando um sorriso. – Os Lufos nunca desistem dos amigos. Sua lealdade é impressionante.

– Crianças. – Zeus voltou a aparecer. – Vão para casa, seus pais estão preocupados. Sei que há a missão, mas tirem uma folga daquele navio por um dia. Sejam adolescentes, vão para casa, tomem banho, durmam numa cama descente. Fiquem com suas famílias por um tempo. Até segunda ordem, todos os membros da Legião devem agir normalmente.

– Mas senhor... – Annabeth tentou questionar.

– Mas nada, Palas. Vão para casa. As pessoas já estão achando estranho vocês sete terem desistido da escola. Pode parecer que muitas pessoas sabem sobre a Legião, mas é o contrário. Quase ninguém sabe e os poucos que sabem pertencem às doze famílias. A zona de conforto de vocês incluem pessoas que sabem quem vocês são, sabem sobre a Legião e sobre todo o resto. Mas eis a novidade, o resto do mundo não sabe. Os adultos acham que vocês estão em Hogwarts e os alunos acham que vocês estão estudando fora do país. Saiam dessa zona de conforto, tomem vergonha na cara. E vão para casa. Agora. – Zeus disse sério e prendendo a raiva.

– A missão... – disse Percy.

– Gaia não irá se reerguer se vocês passarem uma semana em segurança em casa. – ele saiu com passos firmes.

– Mas que... – Percy gaguejou.

– Ele está certo. E é o Pretor, vocês não devem desobedecer o Pretor. – Dédalo foi falar com Íris, deixando os dois sozinhos na cozinha com o cadáver de Júpiter no chão.

– Não acho que eles estão certos. – Percy disse tentando não chorar, ele nem conhecia o diretor direito, mas o admirava muito.

– Eu também não, mas compreendo. – ela disse indo em direção ao hall de entrada, com ele a seguindo, intrigado.

– Como assim? – Percy perguntou passando a varinha por cima da tatuagem e a camiseta laranja com o pégaso preto virou uma camiseta branca de mangas compridas com um suéter vermelho de lã.

– Estão preocupados conosco. Mamãe, papai e Malcolm mandaram Palas várias vezes até mim com cartas que eu não respondi. Sei que não contando o que está acontecendo os deixam preocupados, mas eu não pude arriscar. Nenhum de nós pode arriscar. – ela disse o imitando, a blusa laranja deu lugar a uma blusa de lã com mangas compridas cor branca por cima de uma blusa de mangas compridas cinza.

– Tá dizendo que Zeus está nos ordenando a ficar em casa ignorando o fato de que a Terceira Guerra Bruxa está para começar porque nossos pais estão preocupados? – Percy franziu o cenho, aquilo era estranho.

– É. O que é bem... estranho... – ela disse enquanto eles saiam da casa dos Black.

Piper estava sentada no meio fio tomando chocolate, Hermes conversava com Fleecy, dando notícias do que os Aurores sabiam. Percy lembrou então o que Zeus disse, pouquíssimas pessoas conheciam a sociedade secreta chamada Legião. Realmente, eles estavam em uma zona de conforto, pois todos os amigos faziam parte. Mas como era para os adultos? Manter em segredo dos amigos, colegas de trabalho, talvez até da família. Como é que eles aguentavam isso? A camiseta laranja de Piper havia virado uma blusa de moletom rosa escuro, ela tinha uma manta nas pernas e bebericava a xícara. Annabeth sentou ao lado dela e a abraçou, provavelmente tentando reconfortá-la. Os dois contaram o que ocorreu na cozinha.

– Pobre Will. – ela disse por fim.

– E Jason. Ele vai surtar quando descobrir que Júpiter foi para o Elísios. – disse Percy.

– Sim... – Piper disse distraída. – Não vamos acatar a ordem de Zeus, não é?

Os dois olharam para Annabeth. Percy apoiava-se na perna direita e mexia a esquerda como se fosse um balanço.

– Ele é o Pretor. – ela disse evidentemente com raiva.

– Ah qual é! – Piper exclamou e olhou para cima, para o rosto de Percy. – Percy?

– Ela é a líder. – ele deu de ombros.

– Vocês não podem estar falando sério? – reclamou.

– Estamos Piper. Não podemos desobedecer às ordens diretas de um Pretor. Além do mais... precisamos de um descanso. Gaia não se reerguerá em uma semana. – Annabeth tentou parecer que não estava irritada com a ordem.

Mas Percy a conhecia MUITO BEM. Sabia quando ela estava tramando algo. Annabeth nunca foi de acatar ordens com o mundo em segurança, agora que o fim do mundo estava prestes a acontecer, aí é que ela não ia acatar mesmo! Eles resolveram seguir as ordens do Pretor, mesmo que não fosse nada agradável. No dia seguinte Leo, Frank e Hazel apareceram na Vila Olímpia sendo trazidos por seus pais, eles haviam conseguido fugir e ido parar em um hospital trouxa com alguns cortes, queimaduras e um dedo quebrado (Leo).

– Vocês não acreditam o que uma fuinha, uma esfera de Arquimedes e uma garota com poder sobre a terra são capazes de fazer! – essa foi a única explicação que Percy entendeu de toda a história de resgate que Leo conto.

Aquela semana se passou muito devagar. Era estranho não estar sendo perseguido por criaturas marinhas famintas, Venti irritantes, minotauros, górgonas, puddles rosa chamados Gladiola, formigas do tamanho de carros que soltavam veneno, ninfas malucas procurando Dionísio, benovalentes, empousai, Comensais da Morte, bruxos traidores, gente estranha com uma cabeça e dois ou três tóraxes, lestrigões, Arais, Eidolos, espíritos dos cereais psicóticos, gigantes, ciclopes, amazonas doidas para aprisionarem metade da tripulação do navio, sucos que te transformam em porquinho da Índia (Percy NÃO aprova)... esse tipo de coisa. No penúltimo verão, havia tensão na vila, mas as pessoas ainda saiam nas ruas, levavam as crianças para brincarem na praça, tentavam curtir a vida. Mas isso foi há um ano.

Tudo bem que eles estavam no final de setembro e que os adolescentes e pré-adolescentes estavam em Hogwarts, mas o clima havia passado de tenso. Ninguém mais saia nas ruas, mesmo a Vila Olímpia tendo o triplo de segurança, o comércio estava fechando. Tudo no beco diagonal foi a falência. As pessoas tinham medo de sair de casa, quase ninguém ia trabalhar e muitos jovens deixaram de ir para a escola. Várias pessoas haviam saído do país, achando que estariam protegidos fora da Inglaterra. Durante aquela semana, nem mesmo os Sete saíram de casa por causa dos pais. Esperanza quis amarrar Leo no porão para que ele nunca mais saísse. Marte e Clarisse haviam herdado a casa de Ares, mas não estavam morando lá por vergonha da traição do pai. Então Frank e Emily estavam em uma fazenda nos arredores da cidade.

Piper foi a quem teve mais sorte. Silena e Beckendorf estavam morando com Afrodite na mansão dos Swan, então ela não se sentia tão só. Eles haviam se casado em segredo enquanto os Sete estavam procurado pelo mundo a fora as Horcruxes. Hazel também deu um pouquinho de sorte, Hades não era um avô tão chato e Bianca estava morando com ele, ela havia desistido do colégio para trabalhar exclusivamente para a Legião, mas o pai a proibiu; disse que ela só sairia daquela casa se fosse para a plataforma 9 ¾. Jason entrou em estado de choque. Como Zeus e Hera nunca estavam em casa, Thalia teve que parar o trabalho como Auror e ir cuidar do irmão. A salvação de Annabeth foi Ella. Atena nunca estava em casa, Frederick vivia ocupado, Malcolm estava em Hogwarts e Dédalo havia jurado para si mesmo que nunca mais voltaria aquela casa. Percy até que gostou de ser mimado pela mãe, apesar das broncas. Paul Blofis, o novo marido dela e colega de trabalho, estava encantado com o Mundo Mágico e tudo na Vila Olímpia o deixava de queixo caído. Até mesmo um gato normal caminhando pelas ruas.

Como ninguém estava saindo de casa, nem pra ir à padaria ou pedir açúcar pro vizinho, os Sete passaram a semana mais tediosa de suas vidas trancados em suas casas. Sem nem ao menos ter notícias do treinador Hedge. O testamento de Júpiter foi bem simples, a casa dos Black iria para J.K. Rowling, a própria varinha iria para Jason e Percy ficou com o pombo de ouro que ele capturou no único jogo de Quadribol de sua vida. O funeral foi lindo, mas somente Hera compareceu, as pessoas tinham medo. Os boatos na Legião eram de que havia um espião, mas isso não era de agora. Não foi a primeira vez que Percy ouviu falarem sobre um espião. Alguns achavam que era Chris Rodriguez, outros diziam que era Clarisse, mas nunca houve nenhuma prova. Depois de exatamente uma semana, Annabeth saiu da mansão dos Chase e bateu na porta da mansão dos Jackson, se apresentou a Paul e adentrou. Sally ficou atônita ao ver a menina ali, já que nem ela mesma estava saindo de casa.

– Bom dia senhora Jackson. – Annabeth disse cordial ao adentrar.

Ela nunca havia ido à mansão dos Jackson. Era feita com pedras marítimas azuis, o cheiro de maresia era forte, os móveis pareciam serem feitos de corais. Parecia que ela estava no castelo da Pequena Sereia. Em cima da lareira estava um retrato fiel de Perseu pintando a óleo, era idêntico ao fantasma do castelo e a semelhança com Percy era inacreditável. Sally usava uma simples túnica branca, sem nenhuma joia e uma sandália de couro estilo gladiador; Paul parecia estar se acostumando as vestes de bruxo cor areia.

– Bom dia querida. – Sally disse assustada e olhou para a rua antes de fechar a porta. – Paul, pode, por favor, chamar o Percy. Annabeth é a namorada dele.

– Ah sim, claro. É muito bom finalmente dar um rosto ao nome, ele fala muito de você. – Paul disse educadamente e subiu as escadas de mármore preto.

– Receio que você queira me bater. – Sally disse sentando-se no sofá de frente para a lareira.

– Por que eu faria isso?

– Posso estar separada de Poseidon, mas ainda mantemos uma relação amistosa. Ele me contou do murro que você deu em Dédalo. – ela disse bebericando o chá.

– Acredite senhora Jackson, eu já descontei minha raiva sobre essa história em todos que mereciam. – Annabeth deu um leve sorriso.

– Quero que você saiba que eu sempre admirei sua amizade com meu filho. E pelo visto você ainda usa os brincos que ele lhe deu de aniversário. Foi ideia minha, é claro. Percy não saberia amarrar um cadarço se estivesse sozinho. – ela disse, mas não parecia estar realmente ofendendo o filho e sim dizendo alguma piada interna. – Quem me disse do namoro de Percy e Rachel foi Poseidon, eu não achei que ele fosse mentir sobre isso, então comentei com Dédalo quando o encontrei no cinema. Lamento por qualquer dano ou frustração que eu tenha lhe causado.

– Não precisa pedir perdão. – Annabeth sabia que Sally dizia a verdade, estava muito óbvio no rosto dela.

– Sabidinha. – Percy disse feliz no topo da escada e desceu correndo para abraçá-la. – Santo Estige, como eu senti sua falta!

– Eu também Cabeça de Alga. – ela se segurou para não dar um beijo desentupidor de pia nele ali mesmo. – Ah... tem algum lugar que podemos conversar a sós?

Eles foram para o quarto dele mesmo com Sally reclamando dizendo que moça de família não ficava sozinha em quarto de namorado. Enquanto a isso os Jackson e os Chase podiam ficar tranquilos. Percy era um perfeito cavaleiro e na única vez que sexo foi mencionado em uma conversa entre eles, o rapaz deixou bem claro que estavam no começo da relação e que só fariam quando ela estivesse pronta, até porque ele era virgem e não fazia a mínima ideia de como se fazia. Talvez Luke e Beckendorf pudessem dar umas dicas depois que a guerra acabasse... o quarto era idêntico a cabine de Percy no Argo II.

– Conseguiu contatar os demais? – ele disse calmo.

Ela, praticamente, voou em cima dele. Os beijos começaram famintos e passaram a ser uma tempestade. Annabeth fechou a porta do quarto com o pé e empurrou Percy para cama. Um sorriso sexy e sensual brotou no rosto dela, que logo tirou a blusa branca com o símbolo dos Beatles e jogou longe. O rosto de Percy ficou mais vermelho que tomate, ele nunca havia visto seios (os da própria mãe não contam), muito menos havia visto Annabeth de sutiã. A coisa lá em baixo ficou animada e os beijos foram ficando mais intensos, as mãos de cada um deles tocava em locais que se Frederick visse, Percy ia virar companheiro de penitência de Cronos. Se Sally também visse onde as mãos do filho estavam, ela teria um infarto o suficiente para matar três encarnações. Eles pararam de... hum... “matar a saudades” quando Blackjack começou a chamar “chefe” na mente do rapaz. Ambos agitaram as varinhas e logo o quarto estava arrumado e eles vestidos. A única coisa que magia não podia mudar era a elevação da calça dele.

“Ah... o que vocês dois estavam fazendo hein? Chefe, eu achei que você não fosse tão safado assim!” Blackjack disse animado.

– Eu pornográfico? Por acaso me pareço com o Valdez?! – Percy exclamou colocando a mão na frente da “área delicada masculina”.

– Vamos! – Annabeth animou-se e abriu a janela do quarto.

– Para onde nós vamos? – Percy perguntou ainda com a mão na frente da “elevação”.

– Gringotes. Vamos destruir a quarta Horcrux. De lá, vamos atrás da próxima pista. O treinador ancorou o Argo II perto do Palácio de Westminster.

– Eu SABIA que você tinha um plano! – ele exclamou montando no pégaso.

– Mas é claro que sim! – ela sorriu e aceitou a mão dele para subir no lombo de Blackjack. – Os outros já estão nos esperando lá.

– Não está preocupada em ser presa por desobedecer nosso Pretor? – ele sorriu e fez Blackjack ganhar altitude.

– Eu não. Perante a lei, a Legião não existe. Zeus não pode fazer nada contra mim. – ela o abraçou, os olhos ardendo por causa do vento. – E tem mais, meu plano consistia em nós passarmos uns dias em casa.

– Que? Pra que? – ele estranhou.

– Cabelo. Luke está trabalhando meio período em Gringotes, ele descobriu qual é o cofre pela descrição de Piper e pelo desenho que Hazel fez. Precisávamos de cabelo para a poção polissuco. – ela respondeu.

– E de quem é o cofre? Ou melhor, quem nós iremos nos transforar?

– O cofre pertence a Ares. Perante a lei, ele não pode retirar nada de lá, mas Marte pode. Frank pegou os cabelos de Marte e Emily. Só que seria estranho se somente o Frank aparecesse com saudades da família.

– Você é brilhante!

– Eu sei. Se prepare para treinar para o futuro, Cabeça de Alga, pois nós seremos marido e mulher pela próxima hora. – ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

Por incrível que pareça, eles AINDA são virgens.