Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 44
George e Martha




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Piper chegou a ver Caronte. Ela tinha a mais absoluta certeza de que estava morta. Mas terminou sendo apenas uma ilusão, para a sorte de Jason e Percy. Afrodite adentrou no quarto empoeirado na hora que o filho de Poseidon estava para perder a consciência, a barriga de Piper sangrada e ela estava prestes a se esfaquear no pescoço dessa vez.

– FILHA, NÃO! – Afrodite agarrou os braços dela, na intenção de impedir a moça de cometer suicídio. – SOLTA ISSO, PIPER!

Afrodite sentiu um medo imenso em seu coração, o perigo evidente de que sua filha caçula ia morrer. Cada memória que ela tinha de Piper lhe veio à mente e era impressionante a semelhança dela com Tristan. A mulher não queria se lembrar dessas coisas, apenas queria salvar a filha, mas Piper era muito forte, ela continuava empurrando katoptris para o próprio pescoço.

– Piper, me escuta! – Afrodite implorou ao notar que havia magia negra no quarto. – Não importa o que você esteja vendo! NÃO É VERDADE! É UM DELÍRIO! SEJA FORTE FILHA! SE NÃO POR VOCÊ, SEJA FORTE POR SEUS AMIGOS!

Lágrimas escorriam pelo rosto de Afrodite. A mente de Piper continuava a pregar peças, mas ela sabia – de alguma forma – que o que a mãe dizia era verdade. Ela tinha que ser forte. “Os deuses são espertos. Eles nunca dão um fardo para alguém se a pessoa não for capaz de aguentá-lo. O mesmo serve para poderes, Pipes. Se os deuses te deram esse dom, então você será capaz de controlá-lo. Pode acontecer dele te controlar uma vez ou outra, mas você deve sempre lembrar que quem tem o controle é você. Assuma esse controle, diga basta. E só assim você não será manipulada por si mesma” as palavras do vovô Tom surgiram em sua mente. Quando muito pequenina, lá pelos três anos, Piper não conseguia controlar seu dom, se não fosse por Tristan, Silena teria cometido suicídio. Não foi intenção da caçula ordenar que a irmã fizesse aqui, ela não queria. Mas o dom a dominava, a forçava a fazer coisas e a dizer o que ela não queria. Depois da bronca que levou da mãe, do pai de Silena e do próprio pai, a pequena Piper foi consolada e orientada pelo avô paterno. Tom foi quem a ajudou com todos os problemas relacionados aos poderes dela.

– Annabeth... – Percy conseguiu dizer com uma voz muito estranha, a pele dele estava mais pálida que a de Nico.

Tão pálida... parecia que ele... que ele estava... se afogando... a parte racional da mente dela chegou a essa conclusão. Mas não podia ser. Percy respirava debaixo d’água. O rosto de Jason também estava branco, mas a testa e a bochecha estavam vermelhas, parecia que as órbitas dos olhos iam explodir. Jason não poderia estar morrendo asfixiado... era o Jason! Ele podia voar, pelo santo Estige!

– PIPER! – Afrodite gritou agoniada.

Piper olhou para o anel. Saía uma fumaça negra dentro dele, o cheiro lembrava enxofre. O cérebro dela estava voltando a ter controle do próprio corpo, Percy continuava a sussurrar o nome de Annabeth, o que era tolice. Se você está morrendo afogado, você não deve falar, só vai fazer entrar mais água em seus pulmões. Mas esse ato foi o que fez a mente dela voltar ao controle. Se Percy estava disposto a morrer mais rápido apenas para morrer dizendo o nome da própria amada (ele não é um poço de inteligência), então ela podia fazer algum esforço e levá-lo de volta aos braços da amada. Com muita relutância, os braços dela mudaram de direção, o que deixou Afrodite extremamente aliviada. Piper abaixou katoptris com voracidade e finalmente destruiu o anel, de uma vez por todas. Jason caiu no chão inconsciente, enquanto Percy parecia precisar de uma respiração boca-a-boca. Mas nada que um pouco de magia não ajudasse. Afrodite fez os dois rapazes flutuarem até um dos quartos de hóspedes e usou o pouco de magia de cura que sabia neles. Percy pegou no sono, exausto, enquanto Jason continuava desmaiado.

– Desculpa. – Piper disse com um curativo na barriga. – Minha mente estava deturpada.

– Não precisa pedir desculpas. – a mulher respondeu. – Só não faça isso de novo. Não sei o que será de mim se algo acontecer a você e a sua irmã.

Afrodite sentou ao lado da cama de hóspedes que a filha estava repousando, Piper estava evidentemente fraca. Até os lábios haviam perdido a cor.

– Mamãe... obrigada... você salvou minha vida... – Piper disse quase sem forças.

– Não precisa agradecer. Agora durma. Vou mandar comprarem néctar e ambrósia. Você precisa descansar. – ela disse cobrindo a filha com um cobertor de lã. – Durma bem, minha princesinha. – Afrodite beijou a testa da filha e saiu do quarto.

Tecnicamente, katoptris deveria pertencer a Silena. Mas depois de toda aquela história do Bunker Secreto e de diários controladores de mentes, Silena decidiu que a irmã precisava de maior proteção e uma adaga bonita e antiga podia ajudar. Piper teve um sonho estranho. Ela estava em Gringotes, em um cofre imenso e cheio de ouro. E lá estava Hazel versão masculina, os cabelos negros eram curtos, os olhos cor de âmbar eram sérios e havia uma rala barba em seu queixo. Hazel olhava para algo insignificante no meio de tanto ouro, um armário de madeira com tampa de vidro. O anel estava ali dentro. Piper foi até o lado dele, feliz por pelo menos sentir-se forte em um sonho.

“Salazar Sonserina” disse Hazel. “O anel era dele. Salazar foi muito amigo de Narciso. Eram companheiros inseparáveis. Sonserina admirava como Narciso manipulava as pessoas, mas me deu o anel.”

“Qual é seu nome?” Piper conseguiu dizer.

“Orco.”

“Como o antigo nome que os Romanos deram ao Mundo Inferior?”

“Meus pais nunca foram criativos.” Orco sorriu. “Eu foi muito ganancioso, minha jovem. Com uma audácia de deixar o próprio Godric Grifinória com inveja. Salazar admirava isso.”

“Então Hazel é a descendente de Sonserina?”

“Não. Nem eu nem Narciso tivemos nenhum envolvimento sexual com Salazar ou seus descendentes. Nem meus descendentes ou os de Narciso tiveram. Os dois últimos descendentes de Sonserina estão do lado de Gaia, minha criança. O mais velho abriu o Bunker Secreto pela primeira vez. Quando Diana foi morta.”

“Então como você conseguiu o anel?”

“Em épocas de guerra, seus amigos virão seus irmãos. Seu exército é sua família. As milhares de batalhas travadas nos arredores de Hogwarts fizeram com que todos se unissem. Como eu disse, eu fui muito ganancioso e tinha um grande aprecio por pedras precisos, elas sempre foram muito fascinantes para mim. Sabendo disso e admirando a ganância, Salazar me deu o anel de bom grato. Poucos meses depois Narciso e eu fomos mortos.”

Para um fantasma em um sonho, ele parecia em paz.

“Pode me contar o que sabe sobre as Horcruxes?” ela disse.

“Eu não sei de muita coisa, minha jovem. Vocês sabem mais do que eu. Apenas sei que sua líder está certa.”

“Você terá que ser mais específico. Annabeth sempre está certa.”

“Esses objetos que viraram Horcruxes, mesmo que por pouco tempo, pertenceram a nós sete. Quem está alertando vocês sobre o próximo passo somos nós, as almas. Gaia ainda não desconfia de que vocês começaram a se livrar do que a mantém presa a vida. Mas cuidado, Swan. Quando mais tempo passa, mais forte ela fica. Logo, logo ela estará forte o bastante para notar que as Horcruxes estão sendo destruídas.”

“Suponho que você não possa me contar mais nada, não é?!”

“Não. Mas não porque eu não posso. Eu simplesmente não sei. São pouquíssimas as almas que sabiam sobre Horcrux. O criador foi condenado a um castigo eterno pelos deuses, ninguém tem contato com ele. Tártaro já encarnou várias vezes, é impossível que ele se lembre de qualquer coisa depois de beber tanta água do Lete. Cronos também é mantido na solitária e com um castigo eterno. Tirando eles, apenas Hal Green é quem sabe de alguma coisa, mas o desgraçado está no Elísios. A única coisa que eu e os outros quatro sabemos é que sentimos quando uma Horcrux é destruída, por isso que tomamos a liberdade de dar pistas da próxima. Não sabemos exatamente onde estão, sabemos apenas o local.”

“Espere... quatro?”

“Sim. Elena, Perseu e Jasão são fantasmas. Fantasmas são almas que não conseguiram chegar ao Mundo Inferior. Então ficam presos no mundo normal para sempre. Na hora que o espelho foi destruído, Narciso foi mandado para o Elísios. Ninguém que está nos Campos de Asfódelos vai para o Elísios do nada. Segundo os juízes da morte, todos nós deveríamos ter ido para o Elísios assim que morremos, mas por nossas almas estarem presas, nós não podíamos ir a canto nenhum.”

“Annabeth libertou a parte da alma de Perseu, então porque ele ainda é um fantasma?”

“Com a alma libertada ou não, ele ficou preso na terra igual à Elena e Jasão. Não tem como eles descansarem, estarão presos para sempre no mundo mortal. Mas eu, Rómulo e Palemônio estamos nos Asfódelos. Bem só eles agora. Muito obrigado garota, você me libertou!”

O sonho de Piper mudou, agora ela sonhava com unicórnios, doces e um mundo mágico. Sempre sonhava isso depois de ter se esforçado muito física ou psicologicamente. Horas antes, na mansão dos Palas, Annabeth deu o azar de não encontrar os pais. Frederick estava lecionando e Atena estava no trabalho. Ela ficou descansando na própria casa enquanto Ella, a harpia governanta devoradora de livros, lhe fazia companhia. Annabeth sempre admirou o imenso quadro de Rowena Corvinal na parede da sala principal. Ela também gostava do fato de que sua casa era feita com mármore branco, lembrando o período clássico grego. Os moveis de madeira, prata e ouro, as cortinas laranjas... a mansão dos Palas era belíssima. Atena chegou em casa já era de noite e tomou um susto quando viu a filha do meio.

– Annabeth! – exclamou ao fechar a porta da sala principal.

– Ella, dê-nos licença, sim. – Annabeth disse séria, levantando do sofá de frente para a lareira.

A harpia concordou e voou em direção ao labirinto de corredor que dava na cozinha. Atena usava uma túnica clássica amarela clara, mas, apesar de estar muito bem vestida, o rosto deixava claro que ela estava triste e que chorou muito recentemente. Annabeth cruzou os braços por cima do desenho de pégaso de sua blusa laranja e bateu o pé no chão, impaciente. Atena tentou abraçá-la, mas a jovem recuou.

– Annabeth...

– Por que você fez Dédalo mentir para mim dizendo que Percy estava namorando a Rachel? – ela não perdeu tempo, o rosto de Atena franziu-se, ela realmente estava surpresa.

– Do que você está falando?

– Você sabe muito bem do que eu estou falando. Dédalo foi quem me contou que Percy e Rachel Elizabeth Dare estavam namorando. Deixe-me adivinhar... você usou a maldição cruciatus nele?

– Como ousa a supor isso?! – Atena exclamou. – Eu jamais usaria uma das maldições proibidas! Muito menos contra meus próprios filhos!

– Filho esse que você nunca acreditou na inocência e o fez sofrer durante anos! Claro... realmente, bem confiável a sua palavra!

Atena bufou, estava ficando vermelha de raiva. Isso Annabeth herdou da mãe.

– Quem me contou que Percy estava namorando aquela trouxa foi seu pai. Poseidon quem contou para ele. Caso você não saiba, Frederick e Poseidon são amigos de longa data. Sally foi quem contou para Dédalo. Francamente Annabeth, acha mesmo que eu perderia meu tempo com namoro de adolescentes?! Eu sou uma diplomata em época de guerra, eu tenho mais para fazer do que me preocupar com quem seu melhor amigo namora ou deixa de namorar! – exclamou.

– Melhor amigo não, mamãe. – ela disse a última palavra com nojo. – Namorado. Engraçado essa história do papai ser amigo de Poseidon... ele sabe que vocês tinham um caso e que vocês dois mataram Cronos?!

Atena não se conteve e deu uma tapa na cara da filha. Annabeth nem se moveu, parecia uma das muitas estátuas da mansão.

– COMO OUSA A SUGERIR ISSO?! Eu não sou uma assassina! – disse com raiva.

– Eu vi, mamãe. Reia tem as memórias de Hal Green guardadas. Você e Poseidon tinham um caso desde a época da escola. Vocês mataram Cronos após ele te torturar. EU ESTAVA PRESENTE! – gritou. – A VERDADE! AGORA!

Ambas estavam com o rosto vermelho de raiva. As palmas da mão de Annabeth coçavam assim como as de Atena. Isso só havia acontecido com ela uma vez, quando ela achou que Percy e Bianca estavam namorando. O retrato de Rowena parecia observá-las severamente.

– Meus pais odiavam Reia e toda a família Olympus. Eles diziam que eles ajudavam Cronos na matança e que não deveriam pertencer as famílias mais importantes do Mundo Mágico. Mas eu me apaixonei por Poseidon quando estávamos no penúltimo ano. Meus pais jamais aceitariam nosso namoro, então comecei a namorar o seu pai. Frederick sempre foi apaixonado por mim, desde o segundo ano e ele sempre foi meu melhor amigo. Meus pais deixaram bem claro no testamento que se eu não me casasse com Frederick, eu não herdaria nada. Depois que Dédalo nasceu eu tentei deixar seu pai, mas a guerra contra Cronos... eu fiquei com medo. Fred sempre foi meu porto seguro, desde quando eu era criança. Fiquei com medo. – Atena disse segurando a raiva e com um nó imenso na garganta.

– Dédalo, Malcolm e eu somos irmãos ou meios-irmãos?

– Irmãos. Nunca tive nenhum filho com Poseidon. Quando Dédalo foi condenado... eu fiquei desesperada. Terminei tudo com Poseidon e fiquei com muita raiva por ele ter acreditado em seu irmão. A noite que você mencionou... eu recebi uma mensagem de Íris de Zeus, pedindo que me encontrasse em um apartamento trouxa em Camden, ele disse que era algo importante, que havia descoberto uma forma de derrotar o próprio pai. Quando eu cheguei lá, não era Zeus e sim Cronos com poção polissuco. Ele me torturou e tentou me matar, mas Poseidon chegou bem na hora e o matou. Zeus estava desmaiado em um dos quartos daquele apartamento, nós o fizemos pensar que foi ele quem derrotou o próprio pai com a maldição da morte. O Mundo Bruxo ficou tão grato a ele que Zeus terminou virando o Ministro da Magia com apenas vinte e poucos anos.

Annabeth queria retribuí a tapa. Na verdade, ela queria explodir a mansão inteira.

– Desde a condenação de seu irmão eu nunca tive mais nada com ele. Apenas ódio. Aprendi a amar seu pai da mesma forma que ele sempre me amou. Você tem que acreditar em mim, Annabeth. – Atena parecia mais calma.

Annabeth sentou-se no sofá e agradeceu internamente por Ella ter preparado chá de camomila. Pegou a belíssima xícara de porcelana e levou aos lábios. Alguns minutos de silêncio ocorreram. Atena sentou ao lado da filha e tentou tocar-lhe o ombro, mas Annabeth recuou.

– Por que você me levou? – ela perguntou depois de um longo momento calada.

– Não tinha com quem te deixar. Depois daquela noite eu contratei Ella. Minerva estava lecionando em Hogwarts, seu pai estava dando aula em Oxford. Eu não podia te deixar com os vizinhos.

– Eu gostaria que você e todos os adultos parassem de mentir. Vocês vêm mentindo e escondendo as coisas de nós desde sempre. Isso não é certo. Não sabe a quantidade de problemas que eu e os demais tivemos que enfrentar por causa das mentiras e dos segredos de vocês. Diga isso aos demais Centuriões. Que, até que todas as verdades sejam ditas e todos os segredos sejam revelados, nós não confiaremos em nenhum de vocês. – Annabeth levantou firme e caminhou até a porta.

– Onde você pensa que vai? – Atena também se levantou, mas ficou imóvel ao lado do sofá de veludo vermelho.

– Encontrar meu namorado. Ao contrário de você, eu não tenho medo do que meus pais pensam e não ligo para título ou dinheiro. Eu amo o Percy, mamãe. Aceite isso! – ela disse séria.

Antes que Atena pudesse dizer alguma coisa, dois patronos em forma de cobras apareceram.

– Connor? Travis? Luke? – Annabeth pensou em voz alta, os três irmãos tinham o mesmo patrono que Chris Rodriguez.

– Não. É Hermes. Esses são George e Martha. – Atena disse séria e esperando más notícias, andando até a escada de mármore onde as cobras de fumaça branca se encontravam.

“Júpiter está morto!” anunciou Martha. “Ares conseguiu fugir de Alcatraz e o matou há poucos minutos na saída do Largo Grimmauld. A sede da Legião foi atacada. Seis mortos no total pelas mãos de outros Comensais da Morte!”

O coração de Annabeth foi à boca e voltou. Hazel, Frank e Leo.

“Você tem ratos?” perguntou George.


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