Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 41
O espelho de Ojesed




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– Não! – o treinador Hedge exclamou. – Não vou deixar que vocês quebrem uma relíquia dessas! Esse espelho esteve em Hogwarts há séculos!

Os Sete reviraram os olhos. Haviam chegado ao Ministério antes mesmo da notícia da batalha, Leo e o Argo II haviam se tornado um só. Ele podia fazer o navio ir o mais rápido possível pelas as leis da física. Jason os guiou até a sala em que Rachel foi mantida prisioneira e o objeto ainda se encontrava no local. Como ele era o filho do Ministro, ninguém se alarmou em o ver com familiares e amigos perambulando pelo lugar.

– Mas treinador, Gaia transferiu a própria alma para esse espelho. PRECISAMOS destruí-lo! – Jason explicou pela milésima vez.

Hedge olhou para o objeto com a expressão séria. Jason já havia explicado para todos o que o espelho podia fazer e isso deixou Leo bastante impressionado. O treinador via-se com Mellie (sim, ele era casado com a secretária de Tristan e Piper não sabia disso) e a filhinha deles, uma ninfa do vento igual à mãe dele. Isso o deixou alegre, mas ao mesmo tempo receoso já que Mellie estava com uma gravidez de risco e tinha chances de perder o bebê.

– Tomem cuidado. Eu vou voltar para o navio. – ele saiu do local com a consciência pesada.

– O que acham que ele viu? – Piper perguntou esfregando dos braços, estava com frio.

– Não pode ter sido boa coisa. – disse Frank. – Não pela cara dele.

– Tá legal. Chega de conversa e vamos quebrar esse troço. – Leo disse nervoso, o cabelo e algumas partes de sua roupa pegavam fogo.

– Como iremos destruir uma Horcrux? – Hazel disse e todos olharam para Annabeth procurando uma resposta

Ela estava apoiada em Percy, que a abraçava por trás e descansava mãos e braços sobre o ventre dela. Pareciam um velho casal de namorados, como Silena e Beckendorf. A cabeça de Annabeth estava encostada no ombro esquerdo dele, que beijava lhe os cabelos.

– Não sei. Só porque o destino me colocou como líder, não quer dizer que eu saiba de tudo. – ela disse séria.

Leo bufou e sentou ao lado deles, na cama que foi de Rachel. Hazel tocou no espelho na esperança de que a imagem mudasse, mas não ocorreu. Ela ainda continuava vendo-se morta, com Frank a abraçando e chorando por sua vida. Como isso era o que o coração dela mais desejava? Hazel não sabia essa resposta. E duvidava que Annabeth soubesse.

– De que adianta ter algo para destruir, se nem temos com que destruir. – Leo disse brincando com algumas peças de seu cinto.

– E o pior de tudo é que não sabemos onde estão as demais. – Piper sentou ao lado do amigo e repousou a cabeça em seu ombro. – Os deuses estão nos mandando para uma jornada sem sentido!

– Piper tá certa. – Frank disse cabisbaixo.

Ele via-se com a madeira pegando fogo, só que estava vivo. Nada de mil Franks em um corpo só. Estava magro, alto e não parecia mais um bebê panda.

– Ficar lamentando não vai adiantar de nada. – disse Jason. – Vamos levar esse espelho para o navio e então vamos descobrir como destruí-lo.

– Como? Perguntando para Reia? Se Gaia já não descobriu a “traição” dela, ela descobrirá em breve. Reia será morta no segundo que deixar Hogwarts ou que um Comensal da Morte entrar na escola. – Annabeth disse, sensata.

– Júpiter. – Percy disse pela primeira vez em uma hora. – Júpiter pode saber. Ele sabe de muitas coisas.

– Então vamos voltar para a escola. Mas como é que vamos andar com um espelho desse tamanho sem chamar atenção de ninguém no Ministério? – disse Piper.

– Seria uma boa se o boné da Annabeth fosse um manto. Daria para cobrir o espelho. – Leo tirou gomas de mascar do cinto.

– Leo. Seu cinto. – Annabeth apontou para o objeto amarelo. – Acha que podemos esconder o espelho aí?

Leo olhou para o imenso objeto. Ele se via com a mãe Esperanza, o avô Sammy, o pai Hefesto e Calipso. Todos felizes e admirados com a bravura de Leo. Ele sempre achou que havia ido para a casa errada, pois nunca foi nada do que Godric Grifinória prezava. Coragem? Leo não tinha isso. Quem tinha era Jason. Tinha coragem o bastante para os dois, segundo os pensamentos de Valdez. Foi um desafio imenso colocar o espelho no cinto, mas conseguiram e nem ficou pesado. Saíram do Ministério sem que ninguém desconfiasse e voltaram para Hogwarts. Durante a partida, Annabeth os avisou que havia notado uma agitação entre alguns adultos, provavelmente a Legião já havia informado o que aconteceu na escola. Ao avistarem a torre de astronomia, eles notaram que Júpiter estava lá, com um sorriso no rosto. Festus “estacionou” o navio da melhor forma possível para que os adolescentes não se machucassem ao saíssem da embarcação. Jason abraçou Júpiter.

– É muito bom ver que vocês tiveram sorte no Ministério, crianças. – ele disse sereno. – Espero que a sorte os acompanhe pelo próximo ano.

– O senhor sabia das Horcruxes? – Annabeth perguntou.

– Eu desconfiava. Por isso tentei localizar Reia desde a morte de Cronos e quando consegui, mandei convites para que ela voltasse à escola, para sua própria proteção. Eu sempre soube que minha querida amiga escondia algo, mas só vim ter certeza na hora que ela revelou tudo ao neto favorito. – ele deu um leve sorriso. – Vejo que vocês conseguiram o espelho.

– Como o destruímos? – Percy perguntou, ele segurava a mão de Annabeth.

– Isso depende da líder, senhor Jackson. Por que acha que os deuses escolheram um líder? As armas de vocês... elas pertenceram aos seus antepassados mortos para que as Horcruxes fossem realizadas com sucesso. De fato, muito poético dos deuses. Mas sempre há um motivo para que haja um líder. Sua antepassada, Annabeth, Elena Corvinal, ela utilizou-se do diadema da invisibilidade, que foi transformado em chapéu pelo seu avô, para derrotar inimigos poderosos sem que eles a vissem. Infelizmente, Gaia a matou aos pés do Salgueiro Meio-Sangue enquanto ela esperava a filha caçula. Se não me engano, Elena estava grávida de sete meses. – ele disse ainda calmo. – Elena era a Pretora da Legião. Ela foi eleita pelos outros seis fundadores, daí as sete famílias mais importantes do nosso mundo. Que viraram oito após Cronos rebelar-se contra a própria mãe e doze quando os filhos dele se rebelaram contra o próprio pai.

– Então... originalmente... foram sete famílias? – disse Frank.

– Sim. Sete pessoas fundaram a Legião. Os Palas. – apontou para Annabeth. – Os Swan. – apontou para Piper. – Os Valdez. – apontou para Leo. – Os ancestrais de Reyna e Hylla, da Casa Avila. Os Winehouse. Os Solace e os Castellan. A família Olympus é que é o “intruso” por assim dizer.

– Pera, como é que nós somos os escolhidos por sermos descendentes dos sete fundadores se três de nós somos da família Olympus? – disse Hazel.

– Porque os sete mortos naquela noite não foram os sete criadores da Legião. Elena Corvinal, filha de Rowena, que preferiu criar um novo sobrenome para seu filho...

– Palas era um dos nomes da deusa da sabedoria na mitologia grega. – disse Annabeth.

– Exatamente. Elena e Páris deram esse sobrenome ao filho deles. Jasão um ancestral de sua mãe, Jason. Ela pode ter nascido trouxa e ter tido pais trouxas, mas tem descendência bruxa. Os Jackson são os famosos e únicos descendentes de Perseu. Creio que seu tio-avô Richard já lhe tenha dito isso. – Júpiter disse para Percy.

– Sim. Uma vez, quando fui visitar Laura e James em Liverpool. O tio da minha mãe, Rick, estava lá. Ele e meu avô James erão irmãos e historiadores especializados na Primeira Guerra Bruxa, mas o tio Rick morreu tem uns anos. Meus avós morreram num acidente quando eu tinha oito, mamãe ficou devastada. – Percy explicou.

– Eu fui ao funeral. Laura era um doce de pessoa. – ele fez uma breve pausa. – Hazel, você é uma dos Sete porque quem morreu naquela noite foi um descendente de sua mãe. Isso não tem nada haver com a Casa Olympus. Os demais... Leo, Piper e Frank... aí sim foram os antepassados de vocês que fundaram a Legião que foram assassinados, assim como Elena Corvinal.

– Ok, mas como é que isso vai nos ajudar a destruir esse maldito espelho e a encontrar e destruir as demais Horcruxes? – Leo perguntou brincando com algumas peças, ele fazia isso quando estava nervoso.

– Há um bom motivo para Annabeth ser a líder além de ela ter destruído a primeira Horcrux e de ser descendente de Rowena. História. Tudo se isso se resume a história. O líder precisava ser alguém extremamente inteligente, mas também alguém que soubesse muito história. Todos aqui foram abençoados com um poder. Valdez controla o fogo, McLean controla as pessoas, Grace controla o ar, Jackson controla a água, Levesque controla a terra e Zhang pode se transformar em qualquer animal. – Júpiter disse com certa compaixão em seu tom de voz. – Mas você Chase, você é mais do que um dom dado pelos deuses. Você não precisa de poderes para ser a melhor. Você ia nascer com toda essa inteligência com Horcruxes ou não.

Percy apertou a mão dela e sorriu pela primeira vez em dias.

– Por isso é que você é a líder, Annabeth. Você nasceria sendo a pessoa mais inteligente do mundo com ou sem a Terceira Guerra. E é dessa inteligência natural que você deve guiar os demais. É essa inteligência que você tirará da história, o presente e o futuro. – Júpiter sorriu.

Apesar de nenhum deles ter entendido o que o diretor quis dizer, todos sorriram encorajando Annabeth. Ela entendeu o que o Júpiter quis dizer.

– Tá legal, discurso inspirador e bonito, mas seria bom termos, pela primeira vez, uma resposta direta. – Leo deu um sorriso sarcástico e levou uma cotovelada de Jason.

– O espelho de Ojesed foi trazido para a escola há muitos anos. Cronos nos deu quando estava em uma boa fase da vida. Ele deu na intenção de que trouxesse algum aprendizado para a escola, mas agora eu compreendo que ele queria era proteger uma parte da alma da mãe. Ninguém sabe a origem do espelho, mas... creio eu, que Anaklusmos pode quebrá-lo. Essa espada já viu de tudo e já derramou muito sangue, inclusive o sangue da Píton. O veneno na lâmina... permitirá que você destrua as Horcruxes. – o diretor explicou.

– Como o senhor pode ter essa certeza? – Frank perguntou.

– Por que foi com o veneno da Píton que senhorita Chase destruiu a primeira Horcrux. O diário de Gaia. Vão ao Bunker Secreto e melem suas armas com o veneno, então as armas dos sete guerreiros que foram covardemente mortos, serão capazes de destruir as Horcruxes, mas lembrem-se, cada um de vocês só poderá destruir uma. – Júpiter advertiu.

Foi MUITO DIFÍCIL eles irem para o Bunker. Não por causa dos alunos, mas sim porque ninguém sabia falar a língua das cobras. Para a sorte deles, Hazel controlava tão bem a terra que explodiu umas passagens improvisadas. Katoptris, a espada/lança de Jason, a espata de Hazel, o martelo de Leo e a lança de Frank foram banhados com o veneno de Píton; eles só encontraram o cadáver, mas o martelo de Leo teve força o bastante para esmagar os dentes e Annabeth recolheu o veneno, colocando nas armas. Depois disso, Jason voou com Percy para a saída que dava no Lago Negro e depois levou os demais, assim, quando cada um que chegasse ao lago, Percy poderia ajudar a respirar com a bolha de ar que ele criou. O treinador Hedge havia colocado o Argo II no lago, esperando os meninos.

– O que tártaros é aquilo? – Piper apontou dentro da bolha que Percy controlava.

– Uma nereida. São espíritos dos lagos. – ele disse sorrindo. – São bem legais.

– Thalia me contou que elas ficaram guardando os reféns na segunda tarefa do Torneio Tribruxo. – Jason comentou fascinado com o que via.

– Sim. Elas morrem de medo do Percy. – Annabeth sorriu.

Leo notou que o rosto de Percy corou. Ele também havia notado que eles estavam muito próximos desde a batalha de duas horas atrás. Durante a ditadura de Juno Cowy, Leo havia notado que os dois eram muito bons lutando, principalmente quando estavam juntos. Era quase como se fossem uma só pessoa. Annabeth fazia a estratégia e Percy tomava a inciativa do ataque ou defesa, mas ambos sempre aprimoravam ou avançavam no ataque juntos. Um sempre protegendo o outro. Leo sempre achou que isso fosse resultado das batalhas e desafios que eles haviam enfrentado antes. Mas finalmente entendeu que era algo a mais. Era o mesmo que ele sentia por Calipso. Annabeth e Percy se amavam tanto, que estavam conectados. Assim que o Argo II zarpou, a briga começou.

– EU FAÇO! – Percy gritou.

– NÃO, EU FAÇO! – Jason gritou como resposta.

– Minha santa Pax, dê-me paciência... – Frank reclamou.

Pelo que Leo sabia, Pax era a forma romana de Irene, a deusa da paz. Ele estava ao timão com o controle de Wii em mãos enquanto o treinador Hedge cantava a abertura de Pokémon alterando o verbo “pegar” para “matar”. Leo achava que essa fosse a música favorita do sátiro. Piper olhava para o espelho assim como Frank, Hazel havia ido tomar banho e Annabeth estava sentada na escada que dava para a Ponte de Comando, onde ficava o timão. Jason e Percy estavam discutindo em frente ao espelho.

– Já chega! – Annabeth exclamou, o rosto estava vermelho. – Tirem cara o coroa, quem ganhar destrói maldito espelho!

– Inteligente. – Piper sussurrou.

Jason tirou o galeão do bolso.

– Escolho espada. – ele disse sério.

– Lança. – Percy bufou.

O rapaz jogou a moeda para cima e uma lança caiu em sua mão. O galeão mágico de Jason, presente de Hera, podia virar duas armas, dependendo de qual lado caísse à moeda. Percy olhou para o espelho e franziu a testa.

– Algum problema? – Frank perguntou.

– A imagem. Mudou. – ele disse assustado e olhou para Annabeth, ela levantou da escada e posicionou-se ao lado dele.

– Ainda vejo Dédalo, Malcolm, eu, mamãe e papai. Como uma família. – ela disse.

– Eu continuo vendo meus pais casados. – Piper disse.

– Eu me vejo sem ser um mutante. – Frank deu de ombros.

– Vejo papai, mamãe, Thalia e eu juntos. – disse Jason.

– Não é a de vocês. – Percy tocou na borda do espelho. – É a minha. Na primeira vez que eu vi esse espelho... eu me vi com o uniforme da Grifinória ao lado de Thalia, Katie, Miranda, Jason, Bianca e Nico. Agora... eu vejo outra coisa.

– O desejo mais profundo do coração pode mudar? – Piper perguntou para Annabeth.

– Acho que sim. Quando eu era menor, meu maior desejo era construir um monumento que durasse éons. Ser lembrada para sempre. Mas hoje... o que eu mais quero é que o ódio de Dédalo pelos meus pais acabe e possamos ser uma família. – ela disse com a testa franzida.

– Eu sempre quis conhecer minha mãe. – Jason deixou uma lágrima escapar. – Sempre quis que ela, Thalia, eu e papai fossemos uma família, sem Hera para nos aperrear. Sem que papai tivesse vergonha de ter filhos nascidos trouxas.

– Desde que mamãe e papai se separaram, eu sempre quis que eles voltassem. Mas casamento a distância nunca dá certo. Piorou se um está em Londres e o outro em Los Angeles. Sempre desejei que tudo voltasse a ser como antes. Que voltássemos a ser uma família feliz. – Piper disse com um nó na garganta.

– Eu me vejo sem poder multar de forma. Sem que minha vida dependa de um pedaço de madeira. – disse Frank.

Na ida e na volta ao Ministério, todos eles haviam admitido seus dons, poderes e fraquezas aos demais. Segundo Annabeth, essa era a única forma deles se darem bem em batalha, conhecendo uns aos outros.

– Eu vejo as pessoas que amo tendo orgulho de mim pela minha coragem. – disse Leo. – Nunca fui corajoso e nunca entendi porque o Velocino me mandou para a Grifinória. Mas sempre quis que as pessoas que eu amo tivessem orgulho de mim por uma característica que eu não tenho.

– Você ouviu o que Minerva disse o Velocino não manda ninguém para a casa errada. Se você foi para a Grifinória, então é porque pertence à Grifinória, só que não conseguiu mostrar ainda o motivo de ter entrado na casa. – Frank disse.

Todos se espantaram com as palavras dele de encorajamento. Frank MORRIA de ciúmes da amizade entre Hazel e Leo.

– Annabeth é a pessoa mais inteligente do mundo. Piper é ambiciosa. Jason e Hazel são corajosos. Percy é leal. Eu sou bondoso. A sua característica irá se revelar Valdez, pode demorar um pouco, mas irá se mostrar. – Frank disse calmo.

– Valeu. – Leo conseguiu sorrir.

– Uma vez Luke me disse que ele deveria ir para a Sonserina. Vocês ouviram o que Ares disse sobre o Chris. Annabeth mesmo acha que Clarisse deveria ter ido para a mesma casa que Piper. Will? Com aquela alto-estima, também deveria ter ido para a Sonserina. – Percy comentou. – Mas nem sempre o que achamos que está certo realmente está certo. Eu jurava que iria para a Grifinória e hoje mesmo tenho orgulho de ser da Lufa-Lufa. Luke pode ter todas as características dos Sonserinos, mas ele é fiel ao próprio coração, assim como Chris. Continuo achando que eles estão na casa errada, mas o Velocino acha que a lealdade ao próprio coração é o suficiente para eles terem entrado nos Lufos.

– Percy está certo. – Annabeth disse estranhando dizer tal frase. – E Frank também. Não precisa se preocupar Leo. Você logo entenderá porque pertence à Grifinória.

Leo conseguiu sorrir de verdade, sem forçar e o treinador Hedge desarrumou o cabelo dele, como um gesto de carinho. Ele sabia que o espelho mostrava o desejo mais profundo do coração das pessoas e achou bonito o que cada um viu. Leo olhou para as estrelas e sentiu um alívio em seu coração. Annabeth havia dito que eles precisavam ir para Épiro, investigar mais sobre o passado de Gaia, então estavam voando rumo à Grécia. Hazel subiu as escadas do primeiro deck dizendo que as coisas de todos eles haviam aparecido em cada cabine e que as cabines também estavam decoradas com tudo que tinha nos quartos deles em suas casas e nos dormitórios de Hogwarts.

– Júpiter. – disse Jason.

– Como é que você sabe que Júpiter tele transportou nossos quartos e coisas para nossas cabines? – perguntou Piper.

– Por que meu quarto apareceu na minha cabine né! – Hazel riu.

Frank, Hazel, Piper, Jason e o treinador Hedge foram olhar suas cabines para conferir seus pertences. Percy estava de frente ao espelho com Contracorrente em mãos, ele estava muito pálido. Annabeth o abraçou e ele sorriu. Percy dobrou um pouco os joelhos para ficar na altura dela (Leo considerava Annabeth alta, ela era a maior entre as meninas e era mais alta que ele, deveria ser uns dez a oito centímetros mais baixa que Percy. Uns quinze mais baixa que Jason e uns vinte mais baixa que Frank) e a beijou. Leo desviou o rosto, mas no fundo, shippava eles.

– O que você vê? – ela perguntou baixinho.

– A gente. – ele sorriu. – É melhor do que querer se sentir igual e ter o mesmo reconhecimento que seus primos. Quando eu entrei na escola, tudo que eu queria era ser reconhecido pela minha família igual aos meus primos. Sabe, ter entrado na “casa certa”, fazer jus ao legado. Mas agora... tudo o que eu mais quero é você.

– Cuidado Cabeça de Alga, você está indo para um caminho muito perigoso. – Annabeth riu e beijou a ponta do nariz dele.

– Contanto que você esteja comigo... – ele beijou a testa dela.

– Se eu soubesse que te beijar iria fazer com que você deixasse de ser lesado e admitisse que sentia algo por mim, então eu teria te beijado na noite em que nos conhecemos. – ela brincou.

– Tínhamos onze anos. – ele zombou. – E eu sempre soube que “você baba enquanto está dormindo” era uma cantada. Admita Chase, você era apaixonada por mim antes mesmo de me conhecer!

– Idiota! – ela riu. – Eu nem te conhecia, como é que eu podia estar apaixonada por você?

– Ei, não acha isso estranho? Digo, pertencemos às famílias mais importantes do Mundo Bruxo e ainda assim só viemos nos conhecer no Expresso de Hogwarts?! Por que eu já conhecia todos os demais. Reyna, Jason, Thalia, Castor, Piper, Leo, Pólux, Connor, Miranda, Luke, Travis, Katie, Hylla, Will, Frank, Hazel, Clarisse... eu já conhecia todos eles das festas e reuniões das 12 famílias. Mas você e Malcolm? Não. Se bem que eu só vim conhecer Nico e Bianca já em Hogwarts, mas eles moraram em Veneza. – Percy comentou.

– Provavelmente nossos pais fizerem o impossível para que a gente não se encontrasse. Sabe que eles têm esse ódio eterno um do outro.

– É. Antes eu achava que era porque Poseidon defendeu Dédalo, mas agora que Jason e Reia falaram que eles tinham um caso...

– Apenas fico feliz por não sermos irmãos.

– Mesmo que fôssemos... eu daria uma de Game os Thrones. – ele deu de ombros e Annabeth riu. – Mas fico feliz por não sermos.

– Eu também. – eles se beijaram novamente. – Acabou o recreio. – ela sorriu. – Hora de destruir esse espelho.

Percy riu, colocou-se em posição de ataque e enfiou Contracorrente no vidro. Leo quase deu uma de Jason, o barulho de grito que o objeto emitiu foi tão forte que eles quase desmaiaram. Percy empurrou Annabeth para o chão e se colocou em cima dela, protetor. Hazel apareceu no deck superior meio tonta com o barulho.

– O que tártaros foi isso? – ela disse.

– O espelho de Ojesed. – Annabeth disse batendo a camisa laranja para que os cacos de vidros saíssem. – Tudo bem lá embaixo?

– Sim. O ouvido do Hedge tá sangrando, mas Frank o está ajudando. Jason desmaiou, Piper está com ele. – ela disse ajudando Percy a se levantar. – Você tá bem Percy? Tá com uma cara horrível.

– Eu... – a voz dele era trêmula. – Eu vi...

– Viu o que? – as duas perguntaram.

– Piper. Eu vi Piper. – ele disse com falta de ar. – Mas não era a Piper e ao mesmo tempo era. Se parecia muito com ela, mas era homem.

– Jason disse que os sete que ele viu se pareciam com a gente, fisicamente falando não foi? – Leo lembrou indo em direção ao grupo.

– É. Somos descendentes dos que morreram... talvez... – Annabeth pensou enquanto vasculhava os bolsos da calça de Percy procurando ambrósia, deu para ele quando achou. – Bem, biologicamente falando é meio impossível, mas os deuses são poderosos...

– Vá direto ao ponto, por favor! – Leo disse enquanto Percy comia ambrósia.

– Acho que os deuses estão sendo mais poético do que o imaginado. Acho que somos as imagens dos nossos antepassados. Como eu disse, biologicamente falando é impossível, mas os deuses são poderosos. – Annabeth explicou.

– Não entendi nada. – disse Percy.

– Quer dizer que nós, fisicamente, somos parecidos com os sete mortos. – Annabeth disse. – Não completamente, final Piper é uma mulher, mas em muitos dos aspectos físicos, nós somos parecidos com eles.

– Isso explica porque eu sempre achei que o fantasma de Jasão e Jason fossem idênticos. – disse Leo.

– É, eu sempre achei Percy e o fantasma de Perseu muito parecidos. – Annabeth disse.

– Então você se parece com Elena Corvinal? – Hazel disse.

– Provavelmente sim. – disse Annabeth. – O fantasma dela é muito difícil de ser encontrado. Ela só é vista quando as brincadeiras de Páris passam do limite, então ela aparece para reclamar com ele. Eu mesmo nunca a vi.

– Cara, isso tá parecendo The Vampire Diaries! É doppelgänger pra cá, doppelgänger pra lá! Só faltam vocês me dizerem que tem um vampiro psicótico com sotaque britânico querendo nosso sangue para quebrar uma maldição feita pela própria mãe lunática dele! – Percy exclamou.

Os quatro olharam para ele sem entender o que o rapaz falou.

– Qual é! Vocês não assistem televisão não? – Percy deu de ombros.

– Quer saber, acho melhor você ir descansar. Vá tomar um banho, comer alguma coisa e dormir, ok? O dia foi muito cansativo. – Annabeth disse fazendo carinho no cabelo dele.

– E o próximo ano será mais ainda. – Leo suspirou.


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Notas finais do capítulo

Os nomes dos pais de Sally são Laura e Jim, Jim é apelido de James e é dito no Guia Definitivo que o nome do tio de Sally é Rick.