Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 40
Os Centuriões




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Hazel sabia que Frank morria de ciúmes da amizade dela e de Leo desde o primeiro ano, mas não podia evitar, o garoto era hilário. Eles eram bons amigos e sempre conversavam quando estavam no salão comunal. Durante a ditadura de Cowy, Hazel descobriu que Leo sabia mais do que colocar fogo em si mesmo, nas outras pessoas e coisas. Ele podia controlar o fogo, era aprova de fogo e muito bom com ferramentas. Por mais que Leo tivesse tido uma queda por Hazel, agora ele só a considerava uma grande amiga; uma das pouquíssimas pessoas que sabiam de seu segredo. Naquele fim de tarde, os dois estavam fazendo o dever de casa juntos na torre da Grifinória, com Jake Mason, Clarisse, Harley e Gwen. Todos os alunos do sexto ano, para ser mais exata. Estavam estudando para poções quando ouviram a explosão.

– Mas que...? - Harley disse se levantando e indo olhar para a janela. - Ah... gente...

– Que foi? - Gwen perguntou prendendo o cabelo loiro.

– Comensais da Morte. - ele disse pálido.

Harley parecia ter oito anos, pele morena, olhos cor de mel e cabelos escuros. Os olhos azuis de Gwen pareceram ficar tão pálidos quanto seu rosto. Leo, Hazel e Clarisse foram até a janela e viram ao longe vários Comensais tentando invadir Hogwarts, os Aurores tentavam revidar, mas não estavam conseguindo. O lado de Gaia tinha catapultas com bolas de fogo do tamanho de Tyson.

– Grifinórios! - Clarisse chamou como segunda no comando. - Peguem seus pertences mais valiosos, formem fila com as varinhas em mãos e sigam Jake, Gwen e Harley até o salão principal.

– O que está acontecendo? - perguntou um calouro.

– Comensais da Morte. Hogwarts está sobre ataque. - Leo disse com o nariz pegando fogo.

– ANDEM SEUS MOLENGAS! - Clarisse gritou.

A decisão de Clarisse foi a mais esperta. Os demais monitores chefes também mandaram os alunos para o salão principal, onde os professores ficaram no lado de fora com suas varinhas a postos caso o inimigo conseguisse derrotar a barreira que Íris liderava. Com exceção de Malcolm e Nico, os demais Centuriões da escola estavam fora do salão, o que fazia deles os únicos alunos sem proteção. Por mais que Nico e Malcolm quisessem ir ajudar, Bianca e Annabeth obrigaram os irmãos a ficarem em segurança, mesmo ambas sabendo que eles eram bem capazes de se defenderem. Com apenas um aceno da varinha por cima da tatuagem, a roupa dos adolescentes mudaram. O uniforme virou calça jeans, tênis, a camiseta de cada descendência, as armas de cada um apareceram em mãos e todos trajavam armaduras completas por cima da roupa.

– Onde está o Jason? - Piper perguntou segurando katoptris em mãos, o cabelo dela estava preso para trás com uma trança igual ao de todas as demais meninas.

– Com Reia. - Leo respondeu apagando fogo do próprio cabelo.

– Relaxa Piper, ele vai ficar bem. - Clarisse ergueu a lança elétrica.

– Como você pode ter certeza disso? - ela perguntou se encolhendo.

– Gaia é badass. Ela é capaz de cuidar de alguém inútil como o Grace. - Clarisse deu um sorriso levado e saiu na frente em direção ao pátio descoberto ficando ao lado da fonte.

– Eu sonhei com isso noite passada. Não vai acabar bem. - Will disse com uma flecha preparada assim como Frank.

– Quer parar com isso. Traz mau agouro. - disse Frank colocando a mão direita sobre o coração, com os dedos em forma de garra e puxando para baixo. Percy já viu Grover fazer aquilo, ela para espantar o medo.

– Relaxa Zhang. - Leo tirou um martelo imenso pegando fogo do cinto de ferramentas que sempre levava consigo, mesmo que os professores reclamassem. - Comigo no controle, não vai ter mau agouro nenhum que sobreviva.

– Vamos morrer! - disse Castor, com uma espada roxa e cinza em mãos, igual à de seu irmão gêmeo Pólux.

– Tá legal, precisamos impedir que os Comensais matem os alunos. Somos Centuriões, não temos reforços. É agora ou nada. - Clarisse deu o discurso de bravura. - Somos só nós contra um grupo de duzentos. É hora de mostrar porque merecemos ter entrado na Legião.

– Discurso encorajador. - Chris disse segurando sua espada cinza com tiras de couro de lâmina dupla.

– Calado Rodriguez. - Clarisse pareceu corar. - Vamos lá crianças, é hora de mostrar que não são só os Grifinórios que tem coragem. - ela deu um sorriso para Percy, que concordou com a cabeça.

– Vamos lá Centuriões! - Annabeth tirou a espada da cinta. Hora do show! - deu um sorriso matreiro.

Não tardou para que alguns Aurores fossem mortos e o resto fosse ferido gravemente. Os monstros não conseguiram entrar por causa da barreira mágica, mas os Comensais da Morte marcharam para o portão como se fossem celebridades no tapete vermelho. Clarisse, Percy e Annabeth estavam na linha de frente. Ares liderava o grupo inimigo e suas vestes negras, ele sorriu como um vilão de filme infantil quando viu a filha.

– Sempre achei que você fosse tão inútil como seu irmão. - ele riu puxando o facão

– Talvez o inútil da família seja você. - ela respondeu séria.

– Você sempre me perguntou por que sua mãe e eu nos separamos. Bem anjinho, já está na hora de você saber que sua mãe foi embora porque ela não te aguentava. - provocou. - Você sempre foi uma covarde Clarisse. Por que acha que ela não quis que você fosse morar com ela?

– Você fala demais papai. - ela apertou a lança com força e partiu em direção dele.

Cada Centurião lutou contra dois ou três Comensais ao mesmo tempo, mas não foi problema. Todos eles foram treinados desde criança para lutarem e serem os melhores, afinal, todos eles pertencem às 12 famílias, todos foram treinados desde os cinco anos. Como são Centuriões, eles têm permissão para matar, mas optaram para usar os ensinamentos das aulas de aparatação e mandaram todos os que podiam para Alcatraz. Mesmo sabendo que era proibido para os menores de idade aparatarem, eles não tinham outra opção; se resolveriam depois com o Ministério. As aulas que Piper teve com Hazel sobre como usar espadas no ano anterior foram bem usadas. Todos os jovens das 12 famílias eram treinados para combate físico quando crianças, ou seja, chutes, socos e artes maciais. Armas? Só na escola. Júpiter era o professor deles desde o primeiro ano. Menos no ano anterior. Durante a ditadura, as aulas de combate físico foram extintas. Frank ainda se lembrava das aulas de combate mágico que Febo Yew tentou dar no segundo ano.

– Annabeth! - Percy chamou enquanto desviou de um golpe muito bem dado por um espadachim de Gaia. Ele tinha um corte na testa, a armadura grega estava toda arranhada e mancava de uma perna. A mecha cinza parecia que queria brigar também. - Eu preciso te contar uma coisa!

– Não diga nada que você não fosse dizer caso não estivéssemos prestes a morrer! - ela gritou acertando a própria cabeça contra a cabeça de um Comensal, fazendo-o desmaiar.

Eles já haviam vivido de tudo. Presos em flor de lótus, jogo de xadrez demoníaco, Píton que podia petrificar e matar, Polifermo, o fantasma de Gaia, Dédalo quando achavam que ele era mal, o Labirinto do irmão dela, Épiro, a ditadura, a batalha do Ministério, Silena tentando fazer eles se beijarem... já haviam sobrevivido a tudo isso. Só que essa foi a primeira vez que Percy sentiu que ia morrer. Eles já haviam até sobrevivido ao beijo de uma Arai. Haviam passado por poucas e boas e confiavam um no outro cegamente, eram melhores amigos e dariam a vida um pelo outro.

– Mas Annabeth... - ele disse tentando se livrar o Comensal que tentava morder o pescoço dele como se fosse um vampiro.

– Cala essa boca Jackson! - ela respondeu acertando a cabeça de outro Comensal com seu escudo. - Thalia, a sua direita!

Thalia desviou na hora e bateu com Aegis em um Comensal com tanta força que ele desmaiou. Já era noite e a marca de Gaia brilhava ao por do sol. Alguns professores como Quíron, Circe, Plutão e Minerva haviam saído do salão principal e estavam ajudando os Centuriões a derrotarem os últimos Comensais. A batalha durou em média uns quinze minutos. Clarisse provou, sem nenhuma dificuldade, que havia sido mandada para a casa certa, com exceção dela, mais ninguém era doido (ou corajoso) o bastante para lutar contra Ares. Ele investia com força, agilidade e naturalidade enquanto ela, familiarizada com os movimentos do pai, defendia e atacava nos pontos fracos e cegos (costas e pernas). Clarisse foi treinada por Ares, sabia o jogo de pés dele, sabia que ele colocava força e peso no lado direito e deixava o esquerdo desprotegido, mesmo com escudo. A lança dela podia não ser melhor que a espada do pai, mas Clarisse era muito boa. Usou a ponta da lança para jogar ambas as armas para longe e tirou a varinha com uma rapidez impressionante, forçando-o a se render. Ares bufou de raiva, mas ela pode ver que ele estava feliz. Feliz de ver que havia ensinado certo, que sua filha, mesmo estando no lado inimigo, era boa o suficiente para derrotá-lo. Não precisa nem dizer que Reyna deu uma de Chuck Norris e não precisou da ajuda de ninguém né?!

Chris, Will, Bianca, Castor, Pólux e Drew foram excelentes considerando que eles pegaram os mais fracos e suas armas não eram lá essas coisas. Bianca deu o elmo das trevas ao irmão menor, dizendo que se eles falhassem, Nico poderia fugir e viver. Will e Chris provaram que eram uma dupla tão boa quanto Bianca e Drew, um atacando e o outro defendendo. As flechas de Will protegiam Chris enquanto Bianca e suas estrelas ninjas impediam que alguém tentasse machucar Drew, que usava uma espada tai chi. Hazel mandou uns Comensais ainda com vida para o Mundo Inferior apenas tocando no chão e fazendo um buraco se abrir. Frank, no modo elefante, saiu atropelando alguns amigos sem querer e desejou não estar muito bonito nessa forma, ou Aníbal (o elefante de estimação de Marte) ia se apaixonar. Leo tostou alguns inimigos e acertou a cara de outros com o martelo, enquanto Piper tentou convencer alguns a aparatar para Alcatraz e se render, no começo funcionou, mas depois ela teve que usar a espada. Percy e Annabeth lutaram lado a lado, sem nunca sair de perto um do outro. Trabalhando em conjunto como sempre, eles já haviam passado por tantos percalços que sabiam exatamente o que fazer. Derrotavam os inimigos como se fossem um só. A sincronia era inacreditável. Os demais lutavam bem, mas não chegaram ao pé deles.

Mas quando parecia que eles haviam ganhado, logo quando Clarisse desarmou o pai, um gigante de metal apareceu, destruindo o teto dos corredores que cercavam o pátio de entrada. Não era um monstro, por isso a barreira mágica não pode impedi-lo do entrar. Os demais Comensais ou estavam desmaiados ou haviam ido para Alcatraz graças a Piper ou aparatações forçadas. Rachel saiu do salão principal e Annabeth e Bianca puderam ver Nico e Malcolm assustados junto com os demais alunos enquanto os outros professores tentavam contê-los junto com Júpiter. Não havia sinal de Jason ou Reia. O gigante parou atrás de Ares, que estava de joelhos no chão com a ponta da lança de Clarisse em seu pescoço. Todos os demais se reuniram na frente da fonte destruída com as varinhas levantadas preparando seus patronos. Apenas Clarisse segurava sua arma, impedido que o próprio pai se movesse, Ares tinha um sorriso maníaco no rosto. Percy e Annabeth estavam de mãos dadas, com Rachel a poucos passos atrás deles. Depois da briga não briga no início do ano letivo, eles haviam tentado levar a amizade normalmente, mas a tensão sexual era alta demais.

– Vamos lá! Mate-me! Ou será que perdeu a coragem?! - Ares zombou.

– Sabe qual é o problema? As pessoas pensam que somente os Sonserinos é que são maus. Mas você foi da Grifinória. Piper e Silena? As duas tem mais caráter do que você jamais sonharia em ter. Papai. - ela cuspiu a última palavra e pressionou a ponta da lança.

– Não vale a pena. - Chris disse cansado. - Clarisse, me escuta. É isso que ele quer. Que você o mate. Mas você não é ele, você é melhor. Prove isso a ele. Prove que é melhor, que pertence a Grifinória. Você já provou que é melhor que ele, não precisa provar que é covarde como ele. Pois as pessoas que matam outras, não são nada além de covardes.

– Pelo visto lhe mandaram mesmo para a casa certa, Rodriguez. - Ares zombou. - Sempre achei que você fosse se dar bem na Sonserina. É ambicioso, não mede esforços para ter o que quer... pertence mesmo a casa das cobras. Sonserinos são os únicos além dos Corvinos que tem coragem de trair as pessoas que amam. Você contou a eles Chris? Hum? A Legião e a sua namoradinha? Contou a eles que você pertenceu aos Comensais da Morte? - provocou.

Alguns abaixaram a varinha, surpreendidos. Clarisse sequer piscou.

– Que história é essa, Chris? - Frank perguntou temendo a resposta.

– Meus pais são Comensais e me forçaram a me juntar quando eu era criança. Eles ficaram com raiva quando eu fui mandado para a Lufa-Lufa e me abandonaram. Eu fui criado por minha prima, Nêmesis. - Chris disse não tirando os olhos de Clarisse, a voz calma.

– A mãe do Ethan? - Drew perguntou e Reyna concordou com a cabeça.

– Ethan e Nêmesis foram da Sonserina, eles me acolheram porque eram meus outros únicos parentes vivos, mas me odiavam. Odeiam na verdade. Com o tempo, meus pais tentaram me forçar a virar um Comensal pra valer. Matar, torturar. Eu estava quase sendo convencido quando Clarisse descobriu. - ele caminhou até ficar a poucos passos atrás dela, ainda assim, a voz era serena. - Ela me mostrou que eu não fui mandado para a casa errada. Pessoas fazem escolhas ruins ou são obrigadas a fazer, mas sempre há como voltar atrás. Sempre há como ser bom, leal, amigo. Então eu desistir de ser um espião e na semana seguinte eu virei um Centurião.

– Quíron...? - Will chamou, assustado.

– Chris nos contou no momento que ele disse que queria entrar. Ele nunca foi um espião. Apenas deu as notícias que nós dissemos para ele contar aos pais. Quando ele resolveu parar com a farsa e assumir para os pais que era estava no nosso lado foi quando Zeus decidiu que ele merecia um título maior. Chris está sobre nossa proteção desde então. - o centauro explicou com uma flecha pronta.

– Ainda assim... você deveria ser da Sonserina, Rodriguez. Assim como o mais velho dos Castellan. Lucas ter entrado na Lufa-Lufa foi mais trágico que a sua entrada. - Ares riu. - Deve ter algo de errado com aquele pedaço de pano de bode.

– Vá logo ao ponto Ares. Ou melhor dizendo, vá para Alcatraz! - Clarisse disse séria. - Chris e Luke não são os únicos que foram para a casa errada. Você é um Sonserino de alma. Assim como Luke. - ela empurrou a lança com um pouco mais de força.

– O Velocino nunca erra, Ares. - Minerva disse com o rosto suado. - Mesmo que pareça que a pessoa foi mandada para a casa errada. SEMPRE há um motivo para o aluno ir para uma determinada casa. Castellan e Rodriguez podem sim ter todas as principais características da Sonserina, mas eles são leais aos seus corações e é isso que Helga Lufa-Lufa prezava.

Plutão levantou a varinha e caminhou em direção a Ares, tocou no braço dele e ambos aparataram. Os Centuriões abaixaram suas armas e suspiraram aliviados. Júpiter saiu do salão principal e fez o gigante virar bolhas de sabão com um leve movimento com a varinha. Os alunos saíram do grande salão aliviados e comemorando enquanto os adultos foram atrás dos Aurores que ainda estavam vivos, já que as barreiras de proteção manteriam os monstros ocupados e aquela não era a primeira vez que monstros tentavam invadir Hogwarts, na verdade era algo bem comum e o motivo para a floresta ser proibida.

– Bianca! - Nico gritou e correu até a irmã, dando um grande abraço nela. - Achei que fosse te perder... - lágrimas corriam pela bochecha do garoto.

– Nunca! - ela sorriu e segurou a cabeça dele com a mão, como se fosse um bebê. - Eu sempre estarei com você.

Castor e Pólux se abraçaram, Hazel puxou Frank para um beijo deixando-o tão vermelho quando maçãs, Piper pulou em cima de Leo e o abraçou, até Drew e Reyna se abraçaram. Era um alívio estarem vivos. Clarisse conseguiu abaixar a lança e Chris a abraçou por trás, beijando-lhe o pescoço, ela fechou os olhos fingindo que não estava chorando e o beijou delicadamente. Com exceção de Silena, mais ninguém sabia do namoro deles. Percy aproveitou o momento e abraçou Quíron pela primeira vez, mesmo que a cabeça dele batesse no início da parte humana do tio. Todos puderam respirar aliviados por uns poucos segundos até que Jason apareceu, ainda usando calça jeans e uma camiseta polo cor verde. Antes que ele pudesse falar algo, Reyna deu um soco na cara pálida do rapaz.

– QUAL É! - Jason gritou com a mão na mandíbula.

– Será que dá para procurar um médico para tratar desses seus desmaios crônicos?! - ela disse irritada. - Precisávamos de ajuda enquanto você estava dormindo esperando o beijo do príncipe encantado.

– Em primeiro lugar eu não estava desmaiado. Por boa parte do tempo. Em segundo, não é crônico! A culpa não é minha se tijolos amam acertar minha cabeça! E em terceiro, eu... desmaiei só por algumas poucas horas... mas foi culpa de Reia. - ele tentou se acalmar.

– Já disse que eu te shippo com tijolos? - Leo riu.

– Não é hora para brincadeirinhas. Precisamos ir para o Ministério. Agora. - ele disse com urgência.

– E por que faríamos isso? - disse Will.

– Você não. Leo, Piper, eu, Frank, Hazel, Annabeth, Rachel e Percy. AGORA. - ele disse com pressa.

– Vai ter que ser mais convincente que isso. - disse Hazel.

– Ele está certo. - Rachel disse distraída. - Sei o que Reia lhe contou e ela está certa. Vocês têm apenas um ano.

– Vamos. - Jason sai correndo em direção a ponte coberta enquanto passava a varinha por cima da tatuagem, a camiseta virou roxa com o desenho de duas folhas de louros douradas, uma cinta de couro surgiu com a espada dele presa.

Todos olharam para Rachel se perguntando o que estava acontecendo, mas ela apenas correu atrás do loiro, fazendo com que todos que Jason citou, fossem atrás. Quíron orientou aos demais a não irem juntos. Os adolescentes seguiram até o círculo de pedra, onde o filho de Zeus contou tudo o que Reia lhe disse e tudo o que ele viu graças a Hal Green e Delfos.

– Isso é... - Frank disse tirando o pedaço de madeira do bolso da calça, incrédulo. Não por causa das mentiras dos pais, mas sim por saber que os deuses o criaram para que ele fosse o mais forte. Tão forte que a própria vida não cabia no próprio corpo.

– Os deuses são doidos. - Hazel disse fazendo várias pedras preciosas brotarem. Era bom ter uma explicação melhor do que você é assim por causa de algo que sua mãe bebeu durante sua gravidez.

– Reia está certa. É poético. - Piper disse entendendo o motivo de sempre ter conseguido obrigar qualquer ser vivo a fazer o que ela queria. - E eu achava que tinha hiper indução.

– Hiper condução? - Percy disse distraído.

– Não Cabeça de Alga. - Piper disse. Todos estavam em choque com a notícia, menos Rachel.

– Não me chame de Cabeça de Alga. - ele levantou com os punhos cerrados. - Só quem pode me chamar assim é a Annabeth!

– Calma aí Jackson! - Jason colocou a mão no ombro dele, mas Percy recuou com raiva. - Olha, eu sei que você tá com raiva de mim por causa daquela tarde, mas somos família. E estamos juntos nessa, você querendo ou não.

– E eu não quero. - Percy adicionou, frio.

– Não é questão de querer ou não. - Rachel interviu antes que saísse uma briga. - Vocês têm doze meses para achar e destruir objetos repletos de magia negra e que ninguém sabe que objetos são. Eu não posso ir com vocês para ajudar, então estão sozinhos. Pelo próximo ano, vocês serão uma família. Irão fazer justiça aos sete pais e mães de família que morreram há mil anos. Seus antepassados. Por tanto, parem de brigar e façam jus ao seu sangue. Não há 12 famílias importantes. Mas há justiça.

Annabeth se impressionou com as palavras de Rachel. A ruiva não parecia ser muito inteligente, mas era ácida e sabia o que falar na hora certa.

– Frank, Hazel, Leo, Piper, vão até o Argo II e o levem até a Casa dos Lobos. Os demais vêm comigo, tem alguém lá que quer nos ver. - Jason disse indo em direção ao Salgueiro Meio-Sangue.

Ninguém contestou (não me refiro a Annabeth). Jason só notou que Percy usava uma camiseta roxa no lugar da laranja quando eles chegaram a Casa dos Lobos, a camiseta laranja estava amarrada na perna manca dele. A que Percy vestia era meio folgada, provavelmente de Frank. Então o sonho que Jason teve na noite anterior ao início do quinto ano em Hogwarts virou realidade. O que o sonho não mostrou foi o treinador Hedge aparecendo por trás de uma pilastra sendo transportado pela Sra. O'Leary, que quase matou Annabeth de tanta lambida.

– Estamos escondidos com Dédalo fora do continente. Grover e Tyson mandaram dizer que estão com saudades. - Hedge disse, ele parecia muito cansado.

– Nós também. - Percy tentava acalmar a raiva.

– É muito bom saber que todos vocês estão bem. - Annabeth disse, uma mão dela estava no bolso do lado da espada presa à cinta e a outra segurava a mão esquerda de Percy. Era a primeira vez que eles seguravam as mãos sem que elas soassem.

– É melhor vocês irem. Destruam logo o espelho e eu acho que mesmo todos tendo dezesseis anos, o Ministério não irá atrás de vocês se usarem magia. - Rachel disse acariciando a cadela infernal.

– Meu aniversário é em Junho. - Jason disse perto do mastro principal.

– E o meu em Julho e daí? - Annabeth retribuiu.

Ela pode ouvir Piper e Hazel rindo no convés do navio.

– Vamos lá cupcakes! - o treinador Hedge colocou o bastão de baseball apoiado no ombro direito, ajeitou o boné vermelho e subiu no navio.

– Ele vai com a gente? - Leo disse ao timão.

– Se tem alguém que pode impedir que vocês estraguem tudo, esse alguém sou eu. - ele sorriu indo em direção ao andar debaixo. - Me chamem quando precisarem!

– Ele não quis dizer exatamente o oposto disso? - Frank mencionou.

– Boa sorte Percy. - Rachel se aproximou dele e deu um leve beijo em sua bochecha. - Você vai precisar.

– Obrigado. - ele disse sério.

A resposta dele surpreendeu Annabeth. Não pela palavra, mas pela forma que ele disse. Ele não pareceu estar com medo de Rachel ou tímido como sempre ficava perto de alguma mulher bonita. Ela seguiu em direção à passagem que levava a Hogwarts. O céu estava laranja, o vento estava morno e o Argo II pairava com 45º perante a cabeça deles.

– Aqui vamos nós, salvar o mundo novamente. - ele conseguiu forçar um pequenino sorriso.

– Você está bem? - ela tirou a mão do bolso para levantar o rosto dele, que estava melado de sangue seco e sujeira.

Percy não respondeu, mas Annabeth pode ver algo pesado nos olhos verdes mar dele. Havia algo que o rapaz não estava contando. Ela o conhecia, sabia quanto ele mentia ou guardava algum segredo. Então ela fez a coisa mais impulsiva de sua vida. Algo que ela nunca se arrependeu. As mãos que estavam no rosto triste dele o puxaram para frente, naquele momento o rosto de ambos corou, mas ela não parou, fechou os olhos e levou os lábios aos dele. No começo foi só isso. Parado. Mas por dentro, nada conseguiu parar. Coração? Mais rápido do que Arion. Corrente sanguínea? Estava explodindo mais que o Princesa Andrômeda. Hormônios? Níveis mais altos que os chifres de Hera. Depois que o choque inicial do primeiro beijo passou, Percy levou as mãos a cintura dela e Annabeth só faltou se pendurar no pescoço dele, com as mãos nos cabelos negros dele. Eles não queriam se separar, estavam em sintonia.

Eles recebiam choques de prazer pelo corpo, sentiam algo em seus cérebros que nunca sentiram antes, não sabiam o que era, mas era algo MUITO BOM. Um beijo longo, de língua e extremamente picante, para Afrodite, Eros ou Vênus nenhum botar defeito. Quando eles se separaram, após Jason chamá-los para a viagem, Percy colocou a mão na frente da calça por causa de seu bem mais precioso, que havia se animado com a situação. Isso fez Annabeth corar mais ainda. Os dois embarcaram no navio rumo a salvar o mundo.


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