Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 37
O novo corpo docente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432116/chapter/37

Jason sempre gostou de ser o favorito de Júpiter. Ele se considerava amigo do diretor. Até o chamava de tio quando não tinha mais ninguém por perto. Ele até gosta de Hera, sua madrasta insuportável, mas não o bastante para chamá-la de mãe. Já o irmão da madrasta, Jason gostava de chamar de tio. Naquelas férias, Júpiter o visitou em Paris e o levou para uma pequena visita a uma antiga amiga, uma mulher muito curiosa e charmosa chamada Reia. Juntos, eles a convenceram a voltar a lecionar em Hogwarts. Pelo que o rapaz entendeu, a professora só aceitou porque só lecionava a alunos exemplares. Não no sentido de boas notas, mas sim em caráter. Ela só aceitou em voltar, quando Júpiter mencionou a Tempestade. Jason estava familiarizado com a profecia dos Sete e que Gaia havia escolhido Percy (tempestade) a Leo (fogo). Ele também sabia que Annabeth era uma dos Sete. Ou seja, faltava saber quem eram os outros quatro e também porque Júpiter o levou até Leeds para conhecer Reia.

Piper achou que suas férias foram exageradas demais. Por seu pai ser um astro de Hollywood extremamente conhecido, eles quase não podiam sair de casa. Quando saiam, eram bombardeados por paparazzi e isso a deixava louca. Uma vez ou outra durante o verão escaldante de Los Angeles, Piper e Tristan foram para a praia, ela amava surfar e era bom passar um tempo com o pai. Por mais que achasse que ele precisava de uma namorada, mesmo que fosse Mellie a secretária ninfa, Piper achava que o pai estava feliz. O verão para Percy foi um dos melhores da sua vida por ter Grover, Juníper, Tyson, Blackjack, Arco-Íris e Bessie com ele, mas ainda assim, o rapaz conseguiu se preocupar. E muito. Não era a toa que toda a conversa que Poseidon e Sally tiveram com ele logo quando saiu do coma lhe parecia tão familiar. Percy já sabia da existência da Legião. Sempre soube. Isso o pai nunca escondeu dele. Óbvio que nunca pensou que um dia haveria uma terceira guerra para trazer a Legião de volta, mas ficou orgulhoso de si mesmo quando sua tia Héstia disse que ele podia entrar. Se bem que ele não entendia porque era Héstia quem determinava se a pessoa podia virar um Legionário ou não.

– Oi. – ele disse tímido. – Será que... eu posso entrar?

– Claro. – Annabeth não levantou o olhar do livro que lia.

– Júlio Verne... é bom? – Percy disse dobrando as mangas da camiseta azul xadrez que usava, estava quente demais para o verão de Londres.

– Defina bom. E você não iria entender. – ela disse seca.

– Eu sou mais inteligente do que pareço. – deu um meio sorriso, mas Annabeth manteve-se calada e focada na leitura. – Você não respondeu nenhuma das minhas cartas. Eu fiz meu pai comprar uma coruja só para mandar cartas pra você, sabia.

– Estive ocupada. – respondeu.

– A Grécia deve ser bastante... ocupacional pelo visto. – ele disse e só depois notou o quão estranho àquela frase soou. – Você... ah... fez o que nas férias? Fora ler.

– Treinei. – limitou-se a dizer.

– O treinamento também incluiu como ser extremamente mal educada com seu melhor amigo?! – ele disse tentando não parecer grosseiro.

– Soube que voltou a ser super amigo do seu pai. – ela disse. – Achei que até mesmo o Percy amnésico estava com raiva dele.

– Ainda estou com raiva dele. Só... tivemos uma convivência pacífica nessas férias por causa de Tyson. Poseidon está conseguindo... hum... ser legal com ele. A raiva continua e a mágoa também, mas... pelo Tyson, eu topo ser diplomático.

Annabeth não tirou os olhos do livro nem por um segundo. Os dois estavam sozinhos na cabine e permaneceram em silêncio até a chegada à escola. Onde foram revisados quando passaram pelos portões.

– Nome? – Circe perguntou com um pergaminho em mãos.

– Professora, a senhora me conhece tem seis anos. – Annabeth respondeu.

– Sem exceções Chase. Nome? – Circe respondeu enquanto Aurores passaram a varinha pelo corpo da menina, como um detector de metais.

– Annabeth Palas Chase.

– Pode passar. Nome?

– Perseu Netuno Jackson.

– Achei que seu nome fosse Percy. – Circe disse olhando com nojo para o rapaz, ela olhava assim para todos os homens.

– É apelido. – Percy conseguiu forçar um sorrisinho.

– Pode passar. Nome?

– Piper Swan McLean. – Percy ouviu Piper dizer.

O casal caminhou em silêncio até Hogwarts e ouviram um nada animado discurso de boas vindas de Júpiter. Ele parecia mais velho. Percy não sabia quantos anos o diretor tinha, mas sabia que era bem uns quinze anos mais velho que sua única irmã, Hera.

– Antes de encerrar as boas vindas, eu gostaria de anunciar as novas mudanças no corpo docente deste ano. – Júpiter Grace forçou-se a sorrir.

– Novidade. Todo ano temos um professor novo de Defesa Contra As Artes das Trevas. – Chris bufou.

– Os Sonserinos dizem que o emprego é amaldiçoado ou coisa parecida. – o supersticioso Dakota comentou, ele havia deixado os cabelos negros crescer no verão, parecia até com John Lenon, só que feio.

– Que seja, contanto que não seja mais nenhum ditador maluco ou coisa parecida, pra mim tá bom. – disse Will. O cabelo dele também havia crescido; se antes Percy achava que o amigo se parecia com um anjo, agora tinha certeza. Só faltava a toga, o par de asas e a lira. Parecia com o que Percy imaginava como sendo Jace Wayland, só que mais musculoso e bastante egocêntrico.

– A professora Reia aceitou seu antigo cargo como professora de Poções. Espero que todos vocês façam bom proveito da quantidade de informações que ela tem para oferecer-lhes. – Júpiter sorriu. – No lugar da professora Cowy, nós teremos Plutão Levesque. Sei que todos vocês o receberão calorosamente na nova matéria.

– Nem em sonhos. – disseram alguns terceiranistas.

– E por fim, mas não menos importante, eu gostaria de apresentar a mais jovem professora a se juntar a nossa escola desde que ela foi fundada. A senhorita Rachel Dare pode apenas ter dezesseis anos, mas garanto a vocês, ela será tão boa quanto Hal Green foi. – Júpiter sorriu e Rachel apareceu saindo da sala dos troféus.

Percy ficou tão pálido quanto os di Angelo. Ele olhou para a mesa da Corvinal e viu que Annabeth estava com o rosto mais vermelho do que sangue e entortava uma faca com as mãos. Pelo que ele conhecia dela, estava morrendo de raiva.

– Essa não é a garota que seu pai quer que você se case? – Chris segurou a risada.

– É. – Percy disse com um imenso nó na garganta.

– Pera... seu pai quer te forçar a casar com aquela guria? – Frank estranhou.

– Não necessariamente. Afinal, não vivemos mais na Idade Média. Papai apenas... meio que... hum... teve uma conversa comigo... que durou quase três horas... sobre o quão bom seria se eu me casasse com uma mortal. Ele deu muita ênfase ao fato de que a dita cuja deveria ser a Rachel. – Percy disse ainda em choque. – Ele não me obrigou... sabe... foi mais para... hum... um conselho paterno... um conselho paterno rindículo.

– Por que tártaros Poseidon quer que você se case com a Rachel? – Will disse de boca cheia.

– Quem se importa?! –Dakota exclamou. – O que está em questão é o quão louco Poseidon está!

– Meu pai não é louco! Só é meio demente. Eu nem sei de onde foi que ele tirou que eu sinto alguma coisa pela Rachel! Qual é, somos só amigos! – disse Percy.

– E seu pai sabe disso? Ou melhor, a Rachel sabe disso? – Frank perguntou com a boca cheia, ele estava mais gordo.

– Qual é! Rachel era aluna da minha mãe! Eu só falei com ela nas vezes que ela foi lá pra casa para aulas de reforço, só! Nem ficamos tanto amigos assim! Meu nível de amizade com ela é o mesmo nível de amizade que eu tenho com Nico di Angelo ou Jason Grace. – disse Percy, irritado.

– Cara, se teu pai te shippa com a Rachel, então é porque vocês deram motivos! – Will provocou.

– Ô projeto de geek, eu nunca beijei uma garota tá legal! Meu pai não tem motivos nenhum pra me “shippar com a Rachel”! – Percy se invocou.

– Você é gay? – Frank franziu a testa.

– O que? Não! – Percy exclamou. – Olha, eu nunca beijei ninguém!

– Acho que até o Valdez tá melhor que você! – Dakota riu.

– Pior que é verdade! Ouvi dizer que ele se apaixonou por uma gata lá na América Central. Uma tal de Calipso. O pessoal disse que ela é tão gostosa que faz a Silena parecer uma mendiga. – disse Will, o fofoqueiro e “descobre tudo sobre todo mundo” do grupo.

– Por que será que eu não acredito nessa descrição? – disse Chris.

– Que foi? – Will se ofendeu.

– Você SEMPRE exagera quando está definindo as pessoas, Will. E se for definição de corpo ou beleza aí é que você viaja mesmo na maionese. – disse Percy.

– Só porque eu sou bissexual e gosto de admirar a beleza alheia, não quer dizer que eu sempre vá exagerar TODA vez né! – Will disse, ofendido.

– Pera... o Valdez conheceu alguém? ISSO! – Frank comemorou. – Assim ele para de xavecar a Hazel!

– Achei que vocês estavam brigados. – disse Dakota comendo o jantar.

– Nos reconciliamos nas férias. Com a ajuda da Reyna. Estamos... meio que namorando. – Frank corou.

– AÊ ZHANG! – Will exclamou.

– Parabéns cara! – Chris sorriu.

– Já não era sem tempo hein?! – Dakota se animou.

– Vocês dois são tão fofinhos! – Percy disse, nas nuvens.

– Ah... valeu. – Frank corou, tímido.

Naquela noite houve festa no dormitório masculino do sexto ano dos Lufos. Os meninos queriam tanto que a situação vai-não-vai de Frazel (como Will, carinhosamente, apelidou) se resolvesse. Houve milhares de indiretas para que Percy tomasse vergonha na cara e beijasse Annabeth. O rapaz deu a desculpa de que eles haviam brigado de novo, só que dessa vez sem motivo, o que era verdade. O dia seguinte amanheceu frio para o fim do verão, todos comiam seu café da manhã como de costume até que algo extremamente surpreendente e chocante aconteceu. Annabeth sentou-se à mesa da Lufa-Lufa ao lado de Percy, tão ao lado que parecia que iria sentar no colo dele.

– Você tá ligada que ninguém pode se sentar à mesa que não pertence a sua casa né? – Percy disse depois que o choque foi amenizado.

– Eu sou ninguém, lembra?! – ela disse séria.

– Tem punição para isso? – Chris cochichou.

– Sei lá. – Frank sussurrou.

Frank estava mais chocado do que Percy e a escola inteira juntos. Ele era tão certinho quanto Jason. As outras mesas olharam reprovando e os Corvinos pareciam que iam jogar uma bomba nuclear na cabeça dela. Os professores não pareceram ver que ela havia sentado à mesa errada, Júpiter continuou comendo seu cereal com leite em paz. Rachel foi a única que pareceu notar, mas apenas arregalou os olhos e encarou Minerva, só que a professora de transfiguração continuou lendo o jornal normalmente, como se não tivesse nenhum problema que a sobrinha quebrasse uma regra tão grava quanto àquela. Como monitor chefe cabia a Frank pedir que Annabeth se retirasse, mas a expressão no rosto dela fez com que ele ficasse quieto.

– Eu precisava falar com você! – ela disse nervosa.

– Não podia esperar até a nossa primeira aula juntos?! Ou... quem sabe... não sei... depois que o café terminasse?! – Percy falou.

– Não. Isso não pode esperar. Sabe quem é essa tal de Reia? – ela disse ficando mais nervosa ainda.

– A professora de poções?! – Chris respondeu.

– Será que dá para vocês três fingirem que não estão aqui?! – ela disse agitada e os meninos concordaram, Dakota estava com diarreia no banheiro. – Obrigada. – voltou a atenção para Percy. – Sabe por que Júpiter não disse o sobrenome dela?

– Deve ser um sobrenome vergonhoso, tipo Cowy. – Percy deu de ombros. – Ou algo estranho como Monstro do Lago Ness.

– Não existe nenhum ser vivo no mundo com esse sobrenome, seu idiota. – disse Will.

– É pior que isso. – ela ignorou o filho de Apolo. – O nome dela é Reia Olympus. Foi diretora de Hogwarts na época em que seu pai estudava aqui. Foi professora de reforço de Júpiter enquanto eles estudavam nessa escola, ela ajudou o parto de Hera. – Annabeth disse aquelas palavras como se cada uma fosse mais pesada que a anterior.

– Aposto que Thalia Grace não vai gostar de saber dessa última parte. – Chris riu.

– Ainda não entendi onde tártaros você quer chegar. – Percy disse ignorando o comentário do amigo.

– Cabeça de Alga, aquela mulher é sua avó! – ela respondeu séria.

– Aí Will, o Percy tem mais parentes que você! – Chris caiu na gargalhada.

– O Henry Mills de Hogwarts senhoras e senhores. – Will disse sarcástico.

– Como assim ela é minha avó? – Percy olhou para a mesa dos professores, tentando achar alguma semelhança entre seu próprio rosto e o rosto da professora. – E como é que você sabe disso?

– Você, ao menos, sabe sua árvore genealógica? – Annabeth repreendeu. – Qual é, a mulher é a cara de Hades!

Percy olhou para a mesa da Sonserina, os alunos continuavam encarando a mesa da Lufa-Lufa. Piper estava ao lado de Bianca e Nico, os três pareciam três fantasmas. Nico era a versão mais pálida do pai e Bianca a versão feminina e pálida. Os irmãos se pareciam muito e também se pareciam com Plutão, o irmão mais velho. Os três filhos eram idênticos a Hades. Percy olhou novamente para Reia e dela para Nico. A semelhança estava ali, de fato. Reia tinha os olhos verdes mar de Poseidon e Percy, a pele corada de Deméter, os cabelos caramelos de Héstia e os traços do rosto que pareciam com Zeus e Hades. Pelas fotos dos livros de história, o rapaz sabia que Cronos era parecido com Poseidon, os olhos de Hades, Deméter e Héstia, a palidez de Hades e os cabelos negros como os filhos homens. Era isso que Percy mais admirava na genética. Quantas combinações inacreditáveis podiam surgir. Como um casal pode ter cinco filhos tão diferentes.

Zeus, Hades e Poseidon com os cabelos negros de Cronos. Deméter e Héstia com os cabelos caramelos de Reia. Hades, Gaia, Deméter, Héstia e Cronos com olhos negros. Poseidon havia herdade os olhos da mãe, enquanto Zeus, provavelmente, herdou os olhos azuis de algum parente materno. Geneticamente falando isso é possível, mesmo que as chances sejam pequenas. Quatro dos filhos puxaram a pele clara de Reia, enquanto Hades puxou a pele pálida de Cronos. Genética. Algo que era banalizado pelo Mundo Bruxo; todas as ciências na verdade. Mas Percy gostava desse assunto porque Annabeth o fez gostar, ela o forçou a estudar algumas ciências nos anos anteriores, pois achava fascinante. Até hoje, Percy se pega admirando as ciências e as arquiteturas do mundo trouxa por causa da amiga.

– É Nico de saia com a pele mais corada e meus olhos. – Percy disse assustado.

– Se um dia você e Nico tiverem um filho, a criança será igual à Reia. – Chris zombou.

– Dois homens não podem conceber uma criança. – Frank lembrou.

– E o Percy só suporta o Nico. – Will lembrou.

– O que é que minha avó tá fazendo aqui? E por que meu pai nunca me falou dela ou me levou para conhecê-la? – Percy disse.

– Como é que eu vou saber? Você precisa conversar com Jason, Bianca e Nico. Precisa contar para eles. – ela segurou o braço dele com força.

– Ontem você mal falou comigo e hoje você senta ao meu lado quebrando regras da escola... Annabeth decida-se. – ele jogou.

Ela olhou para a mesa dos professores, estufou o peito como boa parte dos alunos da Corvinal fazia quando queriam se mostrar superiores e fez sua cara de raiva.

– Júpiter não a trouxe para cá só para que ela ficasse segura da sogra ou para conhecer os netos. Se Reia está aqui, é porque há segundas ou terceiras intenções da parte dele. Fique de olho no Jason. – ela apertou novamente o braço dele, levantou e saiu do salão.

Percy encarou os amigos e os meninos desviaram o olhar. Annabeth raramente estava errada. A lógica dela sempre foi implacável, com exceção do Bunker Secreto.

– Ela só pode tá zombando da minha cara não é? – Percy perguntou para os meninos.

– Sei não cara, ela parecia bem alarmada. – disse Will.

– E Reia é a cara da Bianca. Só que sem parecer um fantasma. – disse Chris.

– Ela tá mais para uma fusão sua com o Nico. – disse Frank.

– Bianca sem ser fantasma. – Chis provocou.

– Fusão do Nico com o Percy. – Frank cerrou os olhos.

Enquanto os dois brigavam sobre isso e Will quase morreu engasgado de tanto rir, Percy ficou encarando a nova professora. Depois da primeira aula de aparatação, ele conseguiu reunir os três primos juntos na sala vazia de Runas Antigas. Obviamente que seria melhor com Thalia, Miranda e Katie ali, principalmente porque as gêmeas eram boas em apartar as brigas de Percy com Jason e Thalia, mas era melhor que nada. Então ele contou sobre Reia, os di Angelo ficaram chocados, mas não tanto quanto ficaram naquela manhã ao ver Annabeth na mesa da Lufa-Lufa. Quem realmente ficou surpreso foi Jason, ele estava mais pálido que o fantasma de seu xará Jasão.

– A nova professora de poções é nossa avó?! – Jason disse sentando em uma cadeira, com as pernas moles.

– Parando para pensar... ela se parece comigo, só que sem ser tão pálida e com outra cor de olhos. – Bianca disse afrouxando a gravata verde.

– Por que nossos pais não nos contaram que nossa avó estava viva? – Nico disse sentando ao lado da irmã.

– Boa pergunta. Tia Deméter foi quem me disse que nossa avó havia morrido. – disse Percy.

– Eu me lembro disso. Foi no natal em que Katie quebrou o braço. – disse Jason. – A gente tinha o que? Uns cinco anos?

– Por aí. – disse Percy.

– Papai nunca nos contou nada sobre a nossa avó. – disse Nico.

– Nós apenas supomos que ela havia morrido. Papai também nunca falou muito de ninguém da família. Nem do vovô, dos tios e tias, primos... só viemos descobrir da existência de Plutão quando ele foi lá pra casa com Hazel e Marie. Eu sou mais velha que ela por sete meses! Acham mesmo que uma criança de seis anos ia acreditar ter uma sobrinha?! – exclamou Bianca.

– Imaginem nossa surpresa quando descobrimos que além de um irmão mais velho, nós tínhamos tios, primos e que nosso avô foi o Hitler do Mundo Mágico?! – Nico acrescentou.

– Pode se só impressão minha, mas não acham que nossos pais AMAM ocultar a verdade da gente? – Jason comentou cruzando os braços.

– Nunca pensei que um dia eu fosse concordar com você. – disse Percy.

– Beleza... e... hum... se nossa “avó” não está aqui para dar uma de vó ou pra salvar a própria pele, então... por que ela tá aqui?! – disse Nico.

– Annabeth chegou a essa mesma pergunta. Ela acha que Júpiter tem segundas intenções com a estadia da professora. – disse Percy.

– Qual é! – Bianca riu. – É Júpiter! Ele é um doce de pessoa, jamais tiraria vantagem de alguém com... sabe-se lá quantos anos nossa avó tem.

– Na verdade Bianca... eu acho que a Annabeth está certa. – Jason levantou a cabeça, havia culpa em seus olhos.

– É a Annabeth! Geralmente ela sempre está certa! – Percy disse orgulhoso.

Foi impressão dele ou os irmãos di Angelo pareciam magoados com essa afirmação?!

– Nas férias, Júpiter me levou até a casa de Reia. Ele a tentou convencê-la a voltar a dá aulas aqui. Disse que era foi diretora de Hogwarts na época que nossos pais estudavam aqui. Eu só não sabia que ela era nossa avó! – ele passou as mãos no rosto. – Júpiter disse que Reia sempre prezou os alunos brilhantes, os mais prováveis a terem sucesso, glória e fama.

– Deixe-me adivinhar, nossa avó era da Sonserina? – disse Percy.

– Sim. – disse Jason.

– Se nossa avó foi da Sonserina, então porque a tradição da família Olympus é a Grifinória? – Nico perguntou. – Papai sempre disse que nossos antepassados foram Grifinórios.

– O meu pai também sempre disse isso. Mas Annabeth acha que é mentira. Hogwarts foi criada para ser um quartel general durante a Primeira Guerra contra Gaia, nossa bisavó. Cronos não estudou em Hogwarts, mas a esposa dele foi professora e diretora daqui. Enquanto Zeus e Poseidon foram para a Grifinória, Hades foi para a Sonserina. Não sei de onde foi que nossos pais inventaram que a tradição da nossa família era a casa de Godric e que Hades desonrou a tradição quando foi mandado para os Sonserinos assim como Plutão. – Percy explicou.

– Annabeth mais inteligente do que eu pensei. – Jason comentou.

– Então... a “tradição” da família é a Sonserina. – disse Bianca.

– Tecnicamente não. Não somos descendentes de Salazar. – disse Percy. – Annabeth pesquisou a árvore genealógica dele e descobriu que o último descendente vivo de Salazar Sonserina vive na Irlanda.

– Então nossa família não tem uma tradição? – Nico perguntou.

– Acho que não. As nove famílias só existem por que se juntaram e criaram uma sociedade secreta para derrotar Gaia na Primeira Guerra, a Legião. É a lógica dos maçons, qualquer um que entre fica rico, famoso e respeitado. Nossas famílias não viraram o que são da noite para o dia, fizeram por merecer, derrotaram Gaia da primeira vez. E agiram novamente na Segunda Guerra. Para qualquer bruxo de fora das doze famílias, nós somos ricos, famosos e badass porque sim. O motivo do nosso sucesso vem de mantermos esse segredo. – disse Percy.

– Você é muito lesado para saber de tudo isso. – Bianca franziu a testa.

– Annabeth. – Percy deu de ombros.

– Não diga. – Nico pareceu ofendido.

– Percy, já que não há uma tradição e nossos pais criaram uma e a espalharam para o resto do Mundo Bruxo, você pode questionar seu pai. Afinal, ele não precisa sentir vergonha de você por você ser Lufo. – Jason falou e Bianca o repreendeu com o olhar.

– Agradeço sua delicadeza. – disse Percy. – Mas não preciso arrumar mais motivos para ficar com raiva do meu pai. Só estou sendo diplomático com ele por causa de Tyson.

– Acho que Thalia e as gêmeas iam gostar de saber disso. – disse Bianca. – Sabem, sobre Reia.

– E eu acho que a Legião está sendo muito sínica. – Nico comentou.

– Por quê? – os três perguntaram.

– Por quê? – Nico riu, irônico. – Eles mandaram Quíron dizer “todas as verdades” para a gente no começo das férias. E a cada dia que passa fica cada vez mais evidente que nós não sabemos nem 10%! Se brincar nós entramos para a Legião para sermos feitos de sacrifício ou coisa pior e a gente nem sabe de nada!

– Ele tá certo. – Jason bufou.

– Acho que sei como obter as respostas que queremos. – disse Percy.

– Como? Perguntando para sua namorada? – disse Bianca.

– Eu não tenho namorada! – Percy falou fingindo estar chateado.

– Não foi o que Annabeth me disse. – ela respondeu.

– Pela milésima vez: eu NÃO NAMORO a Annabeth! – exclamou com as bochechas corando.

– Não me referi a Annabeth. – disse Bianca.

– Hein? – Jason e Percy exclamaram.

– Ué, ela me disse que você está namorando a Rachel tem dois anos. – Bianca deu de ombros, mas parecia tensa.

– Eu não namoro a Rachel! A conheço tem três anos, mas nós nunca passamos de amigos! – Percy exclamou.

– Ah! – Jason exclamou. – Eu me lembrei dessa história! Tia Héstia foi quem me disse que você tinha uma namorada trouxa, uma ruivinha que era aluna da sua mãe.

– Ei... é isso mesmo! – Nico disse parecendo que tinha uma granada na garganta. – Quem me contou isso foi o Malcolm. Dédalo quem disse a ele e a Annabeth.

– PARA TUDO! – Percy gritou. – EU NÃO ESTOU NAMORANDO A RACHEL! Ela é só uma amiga! Eu tô apaixonado por outra pessoa!

Era impressão de Jason ou os di Angelo pareceram ficar maravilhados com essa notícia?! Jason sabia que Bianca tinha uma quedinha pelo Percy. Piper quem disse. Piper tinha um sexto sentido com essa história de amor que era algo impressionante. Ela previu até quando Thalia e Luke começariam a namorar! Piper só confidenciava essas coisas a Leo e Jason e quase teve uma crise de raiva quando descobriu por quem Reyna era secretamente apaixonada, apesar de nunca ter dito quem era o rapaz. Leo, obviamente, ficou fazendo de tudo para que Piper contasse, mas não teve muito sucesso.

– Você precisa conversar com a Pipes o mais rápido possível. – o loiro sugeriu.

– Mas eu não estou apaixonado pela Piper. – disse Percy.

– Não diga! – exclamou Nico. – Isso tá meio óbvio.

– Quem tá é o Jason. – disse Bianca.

– EI! – Jason gritou.

– Se era para ser segredo então vocês se ferraram porque até os professores sabem que vocês quase fizeram amor no Argo II ano passado. – disse Bianca.

Jason voltou a ficar pálido como um fantasma, Percy apenas franziu o cenho.

– Vocês quase o que? – ele se surpreendeu. – AH QUAL É! ATÉ O JASON E A PIPER JÁ FORAM PARA A SEGUNDA BASE! – Percy olhou para o teto, como se estivesse resmungando com os deuses. – Frank e Hazel estão namorando! Thalia e Luke estão quase noivos! Se brincar Beckendorf e Silena já se casaram! Até Connor e Travis estão super avançados no relacionamento com Miranda e Katie! E eu continuo BV e virgem?! FALA SÉRIO!

– Se serve de consolo, eu também estou nessa situação. – Nico comentou.

– Isso não conta Nico, você tem quatorze. Não tem idade para essas coisas. – disse Bianca.

– Você...? – Jason apontou para a prima.

– Namorei Castor Winehouse durante o Torneio Tribruxo, mas ainda sou virgem. Não que isso importe para vocês. – Bianca deu um sorrisinho meio assustador e sarcástico.

Piper havia dito que Bianca tentou conhecer outros caras para se esquecer de Percy, mas que não havia dado certo. Jason sabia que Percy e Bianca haviam passado um tempo como amigos, mas se surpreendeu quando soube da paixonite da prima por Percy.

– É melhor você esclarecer logo essa situação com a Annabeth e a Rachel. – disse Jason. – Do contrário... bem... Annabeth é uma bruxa, Rachel é trouxa. Annabeth é a pessoa mais inteligente dessa escola e isso inclui professores. Rachel pode até ver o futuro, mas Annabeth sabe lutar desde criancinha.

– Exagerado... – Nico revirou os olhos.

Percy nunca achou que um dia fosse receber conselhos amorosos dos próprios primos, piorou de Jason Grace! Mas o loiro estava certo. Percy precisava da mesma determinação do Percy desmemoriado. Da convicção de que iria beijar Annabeth custe o que custasse. Por que ele a amava. E suspeitava que ela sentia algo parecido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!