Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 29
O Lago Negro




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As três semanas seguintes haviam sido uma tortura. Annabeth pegou o trem na manhã de natal para casa, assim como quase todos na escola. Percy preferiu não contar para Tyson ou Grover do que quase aconteceu no baile. Ao invés disso, ficou treinando sua respiração no lago onde ocorreria a tarefa e também treinava feitiços aquáticos. Arco-Íris, Tyson, Blackjack e Grover eram uma ótima companhia. Os demais alunos retornaram um dia antes da segunda tarefa e Percy, infelizmente, não viu Annabeth. O lado bom era que o diretor Júpiter havia permitido que Grover e Tyson pudessem assistir essa tarefa em um dos barcos que ficariam no lago. Só que o ciclope estava proibido de ajudar o irmão, já que ele também tinha afinidade com a água. Uma hora antes da tarefa, Percy estava sozinho em deu dormitório, trocando de roupa, quando Poseidon bateu na porta e entrou no quarto.

– É proibido entrar em um salão comunal que não seja o seu. – Percy disse seco.

– Eu sei. Mas não sou mais aluno e a professora Gardiner foi quem autorizou minha entrada. – Poseidon disse fechando a porta. Ele usava vestes de bruxo azul marinho. – Estou muito orgulhoso de você, Percy.

– Não fique. – ele disse desatacando a gravata e desabotoando a camiseta social. – Já lhe dei muita tormenta. Está na hora de sentir orgulho de outro filho.

– Eu sei que você ainda está com raiva de mim por causa de Tyson...

– Não. Não é por causa de Tyson. É por SUA causa! Ele é seu filho! Até a mamãe gosta dele. – Percy virou para encarar o pai, estava com raiva, mas seu peitoral estava branco por causa do frio. – Você está sendo igual ao vovô!

Poseidon, que antes estava cabisbaixo por causa da briga de quatro anos com o filho, levantou a cabeça com raiva, o rosto ficou vermelho.

– NUNCA MAIS OUSE A DIZER ISSO! – ele exclamou. – Você não conheceu o seu avô! Não sabe a burrice que disse!

– Claro que eu sei! – gritou. – Não graças a você, é claro. Vocês adultos só sabem mentir! Eu aprendi todas as desgraças, torturas e maldades que meu avô fez nas aulas de história. Cronos odiava mestiços. Tyson é um mestiço. Filho de um bruxo com uma ninfa, alguém impuro. Pois eis uma novidade “Netuno”, seu filho caçula é uma excelente pessoa. Ele salvou minha vida duas vezes! Tem um coração de ouro e é um dos meus melhores amigos. Então antes de julgá-lo uma aberração, o conheça! Por que ele sabe o que família quer dizer. Ao contrário de você, papai. – ele disse a última palavra com nojo.

– Ele é um ciclope. – disse Poseidon.

– É, ele é um ciclope. E também é a pessoa mais doce que eu conheço. E o melhor irmão do mundo. – disse tirando os tênis e a calça. – Agora dê o fora daqui, essa é a sala comunal da Lufa-Lufa. Grifinórios podem ter muita coragem, mas aqui o que conta é a lealdade.

Poseidon coçou a barba e saiu do quarto. Percy desabou na cama, não acreditava que havia enfrentado o próprio pai. Colocou a sunga preta com o símbolo de Hogwarts no lado direito da perna e a camiseta térmica preta e amarela, com o símbolo da Lufa-Lufa no peito direito. Pegou o casaco cinza, calçou sandálias de dedo e saiu. Frank o esperava perto da lareira. Os dois amigos foram juntos em direção ao lago e pegaram a balsa juntamente com alguns alunos do último ano. Entre eles, Ethan Nakamura da Sonserina e Butch Walker da Corvinal. Quando chegaram nas imensas plataformas montadas no lago, Percy sentiu-se mais poderoso, ele não sabia porque, mas sair de perto da terra era bom. Luke vestia a mesma roupa que Percy, é claro. Zoë estava belíssima em um maiô cinza que parecia ter sido criado por um puritano. E então Octavian. Todo mundo tinha vontade de rir quando olhava para ele. Usando um short de natação vermelho e uma blusa térmica preta, ele parecia uma tábua de passar ferro. Estando quase desnudo era possível ver o quão branquelo ele era. E era hilário. Connor e Travis cuidavam das apostas de novo, dessa vez sendo repreendidos por Íris, que os transformou em fuinhas e com isso comprou briga com Minerva. Não precisa nem mencionar que estava MUITO frio né?

– Bem vindos à segunda tarefa. – disse Dionísio, usando novamente trajes de bruxos em estampa de leopardo, Sally e Poseidon estavam perto dele, assim como May e Hermes Castellan, que não sabiam que os gêmeos haviam virado animais. – Ontem à noite algo precioso foi roubado de cada um dos Campeões. Esses quatro tesouros muito preciosos estão escondidos no Lago Negro. Para vencer, cada campeão precisa achar seu tesouro e voltar à superfície, tudo isso em uma hora. Quando o canhão disparar, podem mergulhar. – ele disse nem um pouco animado.

Tântalo foi tentar fazer o canhão explodir e quase foi levado junto com a bola de ferro. Os quatro pularam na água ao mesmo tempo. Percy não soube explicar o que era, na verdade, ele nunca soube explicar isso para ninguém, mas toda vez que entrava em um lago, mar ou qualquer água muito acumulada, seu cérebro sabia exatamente tudo o que tinha naquele local. Era como um mapa. A temperatura de quase zero grau não incomodava a pele dele, podia enxergar sem problemas e sentia-se muito forte, como se fosse o Hulk. Viu que Octavian havia transformado a própria cabeça em uma cabeça de tubarão. Zoë e Luke haviam utilizado do mesmo feitiço, uma bolha de ar no rosto. Enquanto ele era o maioral. Não tinha pra ninguém. Octavian saiu nadando feito um desgovernado ainda tentando entender como o radar de um tubarão funcionava. Luke haviam se perdido na floresta de algas e Zoë estava estudando o local. Percy viu Diana, a Murta-Que-Geme sair dos esgotos de Hogwarts, indo ajudar Luke.

Mas nenhuma ajuda no mundo a nenhum dos três participantes faria com que eles ganhassem de Percy. Em menos de um minuto na água, ele soube exatamente onde estavam os tesouros e nadou em uma velocidade sobre-humana. Em menos de cinco minutos encontrou quatro pessoas petrificadas, amarradas por um cordão. Phoebe, a amiga de Zoë; Thalia, a namorada de Luke; Annabeth, a amiga de Percy; e um menino que ele não conhecia e provavelmente era o mais próximo que Octavian chegaria a ter de amigo. Aquilo foi tão fácil quanto amarrar o sapato. As nereidas pareciam temê-lo. Elas eram seres d’água doce e pareciam jovens adolescentes. Jovens que podiam rasgar sua garganta se você fosse mal educado. Em menos de dez minutos do início da prova, Percy havia ganhado. Annabeth estava pálida quando chegou à superfície. Todos ficaram estupefatos quando viram o casal emergir das águas negras do lago.

– Mas isso é impossível! – Quione gritou.

– Vamos descer. – Júpiter disse aos demais diretores.

Michael Yew deu um pouco de ambrósia para Annabeth. O uniforme da Corvinal estava encharcado. Sally só faltou enforcar Percy com um abraço, Poseidon se manteve distante. No primeiro piso da plataforma do meio, só estava à equipe médica, Íris, os três diretores, Sally, Dionísio, Poseidon, Annabeth, Quíron na cadeira de rodas e Percy. Deram bem umas cinco toalhas para que a menina não tivesse hipotermia. Quione estava com tanta raiva que pegou Percy pelo pescoço e o levantou no ar, congelando a traqueia do menino. Todos tentaram acalmá-la e fazê-la soltá-lo, mas as vestes branca que ela usava os repeliu, soltando cristais de gelo pontiagudos e letais.

– COMO FOI QUE VOCÊ TRAPACEOU?! – gritou. – COMO?!

– Não trapaceei. – ele conseguiu dizer mesmo com o pescoço congelado, o frio não o incomodava. – Apenas sou bom com a água. Aprendi a nadar antes de aprender a falar.

– MENTIROSO! – gritou e o empurrou contra uma das pilastras.

– Quione, por favor, acalme-se! – Júpiter exclamou.

– Me acalmar? Vocês de Hogwarts estão roubando desde o dia um. Dois Campeões. E ainda botam um palerma que não consegue sentir frio! – grunhiu.

– Não sou afetado por nada que tenha haver com a água. – Percy disse girando a mão e fazendo com que o lago explodisse na cara da diretora francesa. Ela quase caiu nas águas escuras e sem querer, ele molhou todo mundo. – E nunca mais tente me enforcar. Gelo é água e eu controlo a água.

Percy caiu no chão exausto. Doutor Yew teve que dar néctar para ele. Cada bruxo conseguiu se secar com suas varinhas e Júpiter ajudou Quíron. Percy nem havia se molhado, saiu do lago completamente seco. Annabeth estava seca graças ao médico, mas ainda tremia de frio.

– Senhor Jackson. – Júpiter chamou. – Poderia nos explicar o que aconteceu?

– Eu caí na água. Então um mapa se formou na minha mente. Eu sabia onde Annabeth estava e nadei o mais rápido possível. Tipo demorou uns três minutos. Eu poderia ter sido mais rápido se não tivesse demorado um pouco admirando o fundo do Lago Negro. Nunca pensei que eu seria capaz de meter medo em alguém, mas as nereidas pareciam bem assustadas ao ver um garoto de quatorze anos podendo respirar normalmente debaixo d’água. – ele deu de ombros, como se tivesse acabado de falar algo extremamente normal.

Os diretores se entreolharam tentando acreditar na história do garoto. Em uma das balsas, Grover e Tyson acenaram. Quíron andou com a cadeira de rodas até Júpiter e falou com ele em um idioma que Percy não entendeu. Dionísio não parecia surpreso com a resposta do menino.

– Parecia um foguete. – Annabeth disse, tremendo. – De tão rápido. Percy é excepcional na água.

Ela sorriu, mesmo estando morrendo de frio. Ele corou por causa do elogio, mas Sally pensou que era por causa do frio então tentou abraçá-lo com uma toalha em mãos.

– Mamãe, eu estou bem... – ele disse, mas no fundo gostou do carinho.

– Você está vermelho Percy, parece um tomate! – ela disse o abraçando.

– Mãe, a escola inteira tá vendo... – ele reclamou, mas não ligava para isso. Só não queria que Annabeth o visse sendo tratado feito uma criança.

– Isso é inadmissível! – Quione gritou toda molhada. – Esse garoto é um intruso! Hogwarts está roubando!

Os diretores foram discutir isso juntamente com Dionísio no andar de cima. Enquanto Michael Yew cuidava de Annabeth. Meia hora depois, faltando vinte minutos para o fim da prova, Zoë apareceu com Phoebe. Faltando cinco minutos para o fim da prova, Luke e Thalia apareceram na superfície, ele parecia que ia desmaiar, pois estava todo cortado e sangrava muito, ela era quem o ajudava a nadar.

Di Immortales, o que aconteceu? – May disse abraçando o filho.

– Uma tartaruga gigante. – Thalia falou sem fôlego. – Atacou Luke e Octavian.

– Aqui senhor Castellan. – o doutor Yew deu ambrósia para ele, mas Luke parecia muito mal mesmo. – Precisamos levá-lo para a enfermaria. – o médico gritou.

Uma balsa vazia chegou logo. Thalia, Luke, Júpiter, May, Hermes e Michael Yew foram em direção ao castelo.

– O feitiço de Octavian. – Percy disse soltando-se do abraço da mãe. – Ele tem menos de três minutos de ar.

– Se já não estiver morto. – disse Quíron. – Essa tartaruga é uma aberração. Adora carne de bruxo.

Percy tirou o casaco cinza, as sandálias do pé e caiu na água antes que alguém tentasse impedi-lo. Novamente o mapa se formou em sua mente. Ele chegou ao local em que os reféns foram mantidos em questões se segundos. Octavian e sua cabeça de tubarão estavam quase sendo mortos por uma tartaruga de bem uns cinco metros. Percy havia esquecido a varinha na plataforma, então apontou para o refém e o Campeão, fechou os olhos e forçou a água do rio a expeli-los. Funcionou. Mas agora a tartaruga gigante queria matá-lo. Ele tinha tempo, força e estava em vantagem, já que Modercostas estava incrustada no pescoço do monstro. Infelizmente ele não tinha Contracorrente, pois usava uma sunga e sungas não tem bolso. A tartaruga foi tão rápida quanto um raio e mordeu a perna do garoto, que começou a sangrar, mas curou-se instantaneamente. O rapaz então descobriu que podia se curar com a água e deu um sorriso travesso.

– Olha, eu não gosto do Octavian assim como qualquer pessoa com bom senso. Mas matar as pessoas é errado. – ele disse fazendo a correnteza trabalhar ao seu favor.

A tartaruga investiu novamente e Percy fez com que uma pressão imensa batesse em direção no focinho do monstro. Não queria matá-lo, afinal era uma criatura aquática. Ainda assim a tartaruga tentou investir de novo, mesmo tonta. Percy conseguiu se desviar e puxou Modercostas do pescoço do animal, que parecia urrar de dor. A espada era muito pesada e mesmo ele estando debaixo d’água, seu “território”, ele teve dificuldades para segurar o objeto. O monstro atacou mais uma vez e ele largou a espada, não poderia lutar com algo tão pesado. Fez com que seu corpo virasse um tornado e atacou com toda a força. Sua mão nem doeu quando ele deu um murro na cara dura do animal.

– Ainda quer mais briga é? Manda ver! Posso fazer isso o dia inteiro! – provocou.

A tartaruga pareceu que estava dando um grito de guerra e novamente o mordeu, mas a água o curou. Percy aproveitou que estava preso na boca do animal e usou a própria mão direita como iniciador, provocando um redemoinho que levou a criatura para bem longe. Demorou um tempinho para conseguir levar a espada de Luke até a superfície, todos começaram a gritar de alegria quando ele apareceu. Não havia sinal de Octavian ou do refém e nem de Quíron. Provavelmente haviam ido para a enfermaria. Sally só faltou matar novamente o filho asfixiado de tanto abraçá-lo. Foi difícil se livrar da festa. Se antes a escola inteira achava que ele estava querendo atrapalhar Luke, agora achavam que ele era um herói. Afinal não era qualquer um que se arriscaria lutar com uma tartaruga gigante para salvar alguém tão chato e arrogante como Octavian. Clarisse disse que até Sherman e Mark não gostavam dele.

A sala comunal da Lufa-Lufa estava em festa. Luke foi liberado logo, só precisou tomar alguns remédios, mas ficaria a semana seguinte preso em seu dormitório sobre ordens rígidas de descanso. Percy nem teve tempo de conversar com Annabeth. Nem enquanto esperavam a segunda tarefa terminar, nem depois disso. Nas semanas seguintes, ele era O cara. Havia conseguido cem pontos para sua casa pela coragem e bondade. Isso fez com que ele vivesse cercado de pessoas até o meio de fevereiro. Obviamente que Octavian não foi agradecer por ele ter lhe salvo a vida, afinal estávamos falando do Octavian. Mas Bóreas agradeceu. O diretor do Instituto de Durmstrang era estranho. Tinha uma barba grande comprida, olhos azulados, cabelos brancos bem aparados. Parecia um jornalista cansado de tanto trabalho. As vestes dele sempre mudavam de acordo com o clima. Se estava em dia de sol, vestes brancas; se era dia de chuva, vestes cinza. Como eu disse, ele era um cara estranho. No fim de fevereiro foi anunciado que a terceira e última tarefa seria realizada uma semana depois da páscoa.

– É sério. Júniper está me levando à loucura! – disse Grover.

– O que foi dessa vez? – Annabeth perguntou.

– Não me levem a mal, eu a amo. Já me declarei e tudo. Mas essa história de que os descendentes de Cronos são perigosos? Qual é! Percy é tão inofensivo quanto uma mosca. – ele riu.

O quarteto estava em frente ao lago. Tyson brincava com Arco-Íris. O ciclope usava apenas um par de calças jeans. Grover estava sentando em um tronco caído, usando apenas uma camiseta branca sem mangas. Era primavera. Percy e Annabeth usavam o uniforme da escola, só que sem o suéter e a gravata dele estava afrouxada.

– Os seres da natureza ainda acreditam que meu avô está voltando? – Percy perguntou distraído.

– Sim. Infelizmente sim. – Grover disse aproveitando o dia de sol.

– PEIXE PÔNEI! – Tyson gritou animado no lago.

– Não se deixe abater por isso, Cabeça de Alga. – disse Annabeth.

O casal não havia tido um momento a sós desde o baile. E Percy achou melhor assim. Não sabia o que poderia acontecer se ficassem a sós. Esperava mais uma briga. E sorte de Nico que ele e Percy não haviam se encontrado a sós. O filho de Poseidon ainda estava com raiva do primo. Nico era legal, mas depois daquela intromissão...

– Justamente quem eu procurava. – Plutão disse aparecendo. Os cabelos sebosos dele ficavam piores no verão. As vestes pretas pareciam esconder o suor. – Alguns ingredientes do meu estoque particular sumiram. E como vocês dois têm essa apreciação por quebrar as regras... andaram fazendo poção polissuco de novo?

– Não fomos nós! – Annabeth disse, ofendida. – Juro pelo rio Estige.

– Eu não consigo nem roubar comida na cantina. – Percy confessou.

– Verdade. – disse Grover.

– O cabelo dele parece lodo. – Tyson riu.

Os três seguraram os risos e caíram na gargalhada após o professor de poções sumir de vista.

– Ei, no que o bicho papão se transforma quando Plutão o vê? – disse Annabeth.

– Não sei. O que? – Grover perguntou.

– Um frasco de xampu! – ela gargalhou.

– Não entendi. – disse Percy.

Os dois caíram na gargalhada e Percy demorou um tempinho para entender. É claro. A taça do Torneio Tribruxo estava pronta. A terceira prova iria começar em um mês. E esse mês passou muito rápido. Ainda assim, o casal ternura não havia conseguido um momento de privacidade. E o que Piper falou no baile? Dakota e Gwen haviam começando um namorico, mas terminaram porque seus pais não aprovavam, disseram que eles eram “irmãos de criação”. Will e Lacy continuaram os amassos pelo resto do ano letivo, mas terminaram a “amizade colorida” antes da terceira tarefa. Pelo que se sabia, Chris e Clarisse não tinham tido nada. Apenas foram parceiros de baile. Mas Piper continuava afirmando que eles iam dar em alguma coisa. Percy se surpreendeu por Clarisse não ter tentado estrangular a caçula de Afrodite.

Na noite anterior a terceira tarefa, Percy teve o sonho mais assustador de todos. Ele estava em um navio cuja figura de proa era um dragão. Rachel Elizabeth Dare estava admirando a paisagem. Percy usava uma calça jeans rasgada e suja, com um tênis quase que rasgando, a camiseta roxa estava em pedaços, o colar de cotas em seu pescoço parecia à única coisa que não estava rasgada ou destruída. Ele estava exausto, nunca havia se cansado tanto assim. Tinha sangue por todo seu corpo e, curiosamente, ele tinha uma tatuagem parecida com a do diretor Júpiter. Um tridente em cima das iniciais SPQR. Rachel fitou o amigo, mas não era ela. Bem, não completamente. O rosto era o dela, mas os olhos eram muito verdes, como os faróis de um carro. Havia fumaça nos pés dela, quase como se a menina estivesse sendo possuída.

“Amanhã Gaia renascerá e não há nada que você poderá fazer para impedir.” disse Rachel.

“Deve haver alguma forma de derrotá-la!” ele disse com a voz fraca e rouca.

“A filha da sabedoria caminha solitária,

A Marca de Atena por todo caminho é incendiária,

Os gêmeos ceifaram do Profeta a vida,

O traidor não terá saída,

Do sangue do cavalo e da coruja o mal irá renascer,

E pelas mãos do mestre, um irá morrer.”

“Hein?”

“Faça com que meu sacrifício não tenha sido em vão”

“Rachel? Do que você tá falando? Que sacrifício? RACHEL? RACHEL!” ele gritou.

Acordou suado e tremendo. Os colegas de quatro estavam se vestindo para o dia de aula. As provas finais seriam na semana seguinte e ele já havia adquirido nota o suficiente para não ir para a recuperação, o que significava um milagre. A roupa do último desafio era a mesma do primeiro. Uma armadura grega completa. Só que sem as luvas de couro, já que ele não ia ter que lidar com nenhum drakon de novo. Ele foi para as aulas tentando se esquecer do sonho. Rachel estava sã e salva em Nova Iorque, com a família irritante. Tinha tudo para ser mais um dia normal, tirando pelo fato de que era a final do Torneio Tribruxo. Percy estava de bom humor, ele finalmente ia se livrar desse torneio idiota e enquanto todo mundo estivesse comemorando a vitória de Luke, ele poderia finalmente finalizar o que Nico o impediu de fazer no baile.


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